A foto é dispensável, pois, na banalidade dos
atropelos, que tantos aqui se dão, bastará mais um nome para o nosso “tudo ao
molho” sem fé em qualquer disciplina moral, os retratos físicos causando a
mesma repugnância que todos os outros do habitual cinismo, nas actuações de
alguns, com a anuência de outros da vasta rede. Mas não vai acabar em
revolução, que o povo é “sereno”, Deus nos dê saúde e muita vida para alombar
com estes ultrajes de colarinho e gravata.
Dantes, os salteadores davam a cara e o corpo, agora há cada vez mais
destes, da "calada" que pode ser do dia, como o que se conta aqui, que se junta aos assaltos dos banqueiros, aos
de ministros, aos da justiça colaborante, como este caso assinala, à sombra e
na anuência das leis impecáveis.
Foi-me enviado
por João Sena, por email, o tom é indignado q.b., dispensa mais comentário, que
também nada resolve:
Não. Revolução não é solução. A menos que fosse na
educação e na formação moral. E essa… está quieto!...
ISTO AINDA VAI ACABAR POR PROVOCAR UMA REVOLUÇÃO E O PIOR É QUE EM VEZ DE SER UM 25 DE ABRIL ATÉ PODE SER UM 28 DE MAIO.
Mais uma golpada - Jorge Viegas Vasconcelos despediu-se da ERSE. É uma golpada com muita classe e os golpeados somos nós....
Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas
Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja,
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente
ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para que serve.
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a
demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da
electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu
emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade
empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.
Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros
por mês durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego. Aqui,
quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas
você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?
você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?
E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é,
despediu-se por vontade própria!».
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 12 000 por mês durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhadorque se despede e fica a receber seja o que for?».
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 12 000 por mês durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhadorque se despede e fica a receber seja o que for?».
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia,
ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do
conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de
acordo com o artigo 28 dos
Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era
presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de
administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um
esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem
com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com
a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma
imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem
com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em
suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público.
Mas, voltemos à nossa história...
O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais,
mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para
que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições
legislativas para o
sector energético.
sector energético.
E, pergunta você, que não é burro: «Mas, para fazer
cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?».
Parece que não.
A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a
ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes
envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço.
Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas
para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?
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