quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O Tempo já fora do tempo



Chegou por email o poema de Drummond de Andrade, estamos na fatia 5 /365, já chega atrasado, o tempo passa a correr, daqui a pouco é Natal, altura de se alegrar e a seguir comemorar o Ano Novo, para que ele traga de facto o que se lhe pediu este ano e foi adiado, a roda viva não pára. E assim se vai vivendo, de esperança em esperança, de desespero em desespero, mas sempre desejando que o Novo Ano de nós não se esqueça. E o que o tempo vai trazendo sem descanso é o envelhecimento. Mas a vida vai seguindo, ora triste ora feliz, é o que nos traz sempre manso, o Tempo  de todo o Tempo.
O Tempo
(Carlos Drummond de Andrade)

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um individuo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para diante tudo vai ser diferente.
Para você, desejo o sonho realizado,
o amor esperado,
a esperança renovada.
Para você, desejo todas as cores desta vida,
todas as alegrias que puder sorrir,
todas as músicas que puder emocionar.
Para você, neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família seja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,
desejos grandes.
E que eles possam mover você a cada minuto
ao rumo da sua felicidade

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