segunda-feira, 13 de março de 2017

Saber às pinguinhas, 15



História, 8º Ano
Manual: MISSÂO-HISTÓRIA        
Meta 16: Conhecer e compreender a realidade portuguesa na segunda metade do século XVIII
I- Políticas de fomento comercial
1- Nos finais do reinado de D. João V a economia portuguesa estava em crise: as remessas de ouro brasileiras eram insuficientes para pagar as importações; as receitas do comércio de açúcar e tabaco também tinham diminuído.
2- A D. João V sucede seu filho D. José que nomeia para seu ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal.
3-  A governação de Pombal segue a orientação política do despotismo esclarecido ou iluminado, segundo o ideal de poder absoluto orientado pelas ideias de progresso e modernização.
4- O Marquês de Pombal desenvolveu uma política económica de retorno ao mercantilismo, para recuperar a economia portuguesa.
5- Criou companhias comerciais monopolistas para controlar o comércio metropolitano e colonial: (Companhia da Ásia Portuguesa, Companhia do Grão Pará e Maranhão, Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro, Companhia Geral das Pescas do Reino do Algarve).
6- Estas companhias eram financiadas com dinheiro de accionistas, na sua maioria burgueses, que ficavam com o monopólio da venda dos produtos. O objectivo era fazer frente à concorrência de outras potências coloniais europeias.

II- Políticas de fomento industrial
1- Como o comércio colonial não dava os lucros desejados, o Marquês empreendeu, sobretudo a partir de 1770, uma política de desenvolvimento da indústria:
            - reorganizou as fábricas reais de lanifícios e outras já existentes (Ex: 1773: Fábrica de Lanifício de Portalegre).
            - fundou e renovou fábricas de vidros, louças, cutelarias e de fundição.(Ex: 1771- Fábrica de Vidros da Marinha Grande)
            - fundou a primeira fábrica de refinação de açúcar.
            - reorganizou a Real Fábrica das Sedas.
            - contratou técnicos estrangeiros para melhorarem a produção.
2- Centenas de fábricas e oficinas passaram a satisfazer as necessidades nacionais, restringindo-se as importações e aplicando-se medidas proteccionistas para os produtos nacionais.
3- As medidas económicas do Marquês de Pombal contribuíram para a formação de uma burguesia mais activa e com maior projecção social e política.

III-De que forma o Iluminismo reforçou o poder do Estado
1- Reforço do poder do Estado
1- Seguindo a tendência de outros países da Europa, o Marquês de Pombal empreendeu em Portugal reformas no objectivo de reforçar o poder do Rei: Exemplos:
            - Reorganização da administração central, com a criação do Erário Régio, que passou a controlar as finanças públicas.
            - Criação da Intendência Geral da Polícia de Lisboa que separou as funções judiciais (dos tribunais) das da polícia.
            - Criação da Real Mesa Censória para censurar livros e publicações contra o regime, limitando os poderes da Inquisição.
2- Submissão das ordens privilegiadas
1- O plano de reforço do poder do Estado passou também por retirar poder aos grupos sociais privilegiados: clero e nobreza.
2- Em 1758, o rei D. José sofreu um atentado; este acontecimento foi aproveitado para implicar poderosas famílias nobres, entre os quais os Távoras que, apesar de serem membros da alta nobreza, foram julgados, condenados à morte e os seus bens confiscados.
2-Os membros do clero, nomeadamente os Jesuítas também foram perseguidos. Os Jesuítas dominavam a cultura e o ensino em Portugal e nas colónias. Após terem sido implicados no atentado, foram expulsos de Portugal em 1759 e os seus bens também foram confiscados pela Coroa.

3- Reformas no Ensino
1- Em meados do séc. XVIII muitosestrangeiradoscriticavam o atraso cultural e científico de Portugal propondo a modernização e laicização do ensino.
2- Estes objectivos foram também seguidos pelo Marquês de Pombal, que pôs em prática reformas em todos os sectores do ensino, com destaque para:
            - A fundação do Colégio dos Nobres e da Aula do Comércio para formar os jovens da nobreza e da burguesia para os cargos do Estado.
            - A reforma da Universidade de Coimbra, que foi dotada de um ensino mais prático e experimental.
3- Desta forma, as propostas iluministas foram implementadas em Portugal, favorecendo mudanças de mentalidade.

Conceitos:
Estrangeirados: Nome dado aos intelectuais portugueses que, tendo vivido no estrangeiro e aí contactado com ideias iluministas, trouxeram para Portugal as novas correntes da cultura europeia. Luís António Verney (1713-1792) foi um deles. Escreveu: «O Verdadeiro Método de Estudar».
Laicização do ensino: Medidas tomadas para separar o ensino da religião, com o objectivo de tornar o ensino laico, isto é, não religioso.

IV- De que forma o novo projecto urbanístico de Lisboa se integra na governação pombalina
1 - A cidade como imagem do poder. O urbanismo pombalino
1- No dia 1 de Novembro de 1755, Dia de todos os Santos, um forte terramoto seguido dum maremoto e vários incêndios destruíram uma grande parte da cidade de Lisboa.
2- O cataclismo sentiu-se em todo o reino, em especial no Algarve, mas os maiores danos foram registados na capital, por ser mais populosa e urbanizada.
3- O Marquês tomou medidas rápidas para recuperar a cidade:
            - mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos;
            - ordenou a vigilância de palácios e igrejas para evitar os roubos das suas riquezas;
            - planificou cuidadosamente a reconstrução da cidade, proibindo as pessoas de reconstruírem as suas casas sem respeitar esse plano.
4- A reconstrução da cidade foi entregue ao engenheiro Manuel da Maia e aos arquitectos Carlos Mardel e Eugénio dos Santos.
5- Características do plano revolucionário da reconstrução da cidade, (sob a orientação do Marquês):
            - avenidas largas para facilitar a circulação de carros de cavalos, alternando com ruas mais estreitas segundo um traçado geométrico;
            - construções de passeios para peões;
            - distribuição dos ofícios por ruas para facilitar o comércio (Ex: Rua da Prata, Rua do Ouro, Rua dos Fanqueiros…);
            - Instalação de rede de esgotos;
            - Construção de casas com a mesma altura e com fachadas iguais;
            - utilização de formas de construção mais resistentes aos sismos;
            - construção de uma grande praça central, de espaço quadrilhado (actual Praça do Comércio).
6- A nova cidade era o reflexo de uma nova concepção de Estado e de espaço urbano, orientada para o bem-estar das populações.
7- O principal espaço da cidade - Terreiro do Paço -passou a designar-se Praça do Comércio em homenagem aos comerciantes. No centro da praça, a estátua de D. José exibia a grandeza do poder do monarca.

(Reformas na Universidade de Coimbra):
1-Depois da expulsão dos Jesuítas, em 1759, a Universidade de Évora e muitos colégios controlados por eles foram encerrados. O Marquês de Pombal influenciado pelos Estrangeirados, queria inovação, um ensino mais prático assente na observação e na experiência.
2- A Universidade de Coimbra passou a ser a única do país. Pombal levou a cabo muitas reformas no Ensino superior:
            - No espaço da Universidade de Coimbra criou o Laboratório Químico, o Observatório Astronómico e o Jardim Botânico, que permitiam observar, experimentar, raciocinar, fundamentar…

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