História, 8º Ano
Manual: MISSÂO-HISTÓRIA
Meta 16: Conhecer e compreender a
realidade portuguesa na segunda metade do século XVIII
I- Políticas de fomento comercial
1- Nos finais do reinado de D. João V a economia
portuguesa estava em crise: as remessas de ouro brasileiras eram
insuficientes para pagar as importações; as receitas do comércio de açúcar e
tabaco também tinham diminuído.
2- A D. João
V sucede seu filho D. José que nomeia para seu ministro Sebastião
José de Carvalho e Melo, Marquês
de Pombal.
3- A governação de
Pombal segue a orientação política do despotismo esclarecido ou iluminado,
segundo o ideal de poder absoluto orientado pelas ideias de progresso e
modernização.
4- O
Marquês de Pombal desenvolveu uma política económica de retorno ao mercantilismo,
para recuperar a economia portuguesa.
5- Criou companhias comerciais monopolistas para
controlar o comércio metropolitano e colonial: (Companhia da Ásia
Portuguesa, Companhia do Grão Pará e Maranhão, Companhia Geral da Agricultura
das Vinhas do Alto-Douro, Companhia Geral das Pescas do Reino do Algarve).
6- Estas companhias eram financiadas com dinheiro
de accionistas, na sua maioria burgueses, que ficavam com o monopólio da venda
dos produtos. O objectivo era fazer frente à concorrência de outras
potências coloniais europeias.
II- Políticas de fomento industrial
1- Como o
comércio colonial não dava os lucros desejados, o Marquês empreendeu, sobretudo
a partir de 1770, uma política de desenvolvimento da indústria:
-
reorganizou as fábricas reais de lanifícios e outras já existentes (Ex:
1773: Fábrica de Lanifício de Portalegre).
- fundou e renovou fábricas
de vidros, louças, cutelarias e de fundição.(Ex: 1771- Fábrica de Vidros da
Marinha Grande)
- fundou a primeira
fábrica de refinação de açúcar.
- reorganizou a Real Fábrica das
Sedas.
- contratou técnicos estrangeiros
para melhorarem a produção.
2- Centenas de fábricas e oficinas passaram a satisfazer
as necessidades nacionais, restringindo-se as importações e aplicando-se
medidas proteccionistas para os produtos nacionais.
3- As medidas económicas do Marquês de Pombal
contribuíram para a formação de uma burguesia mais activa e com maior projecção
social e política.
III-De que
forma o Iluminismo reforçou o poder do Estado
1- Reforço do
poder do Estado
1- Seguindo a tendência de outros países da Europa, o
Marquês de Pombal empreendeu em Portugal reformas no objectivo de reforçar o
poder do Rei: Exemplos:
- Reorganização da
administração central, com a criação do Erário Régio, que
passou a controlar as finanças públicas.
- Criação da Intendência
Geral da Polícia de Lisboa que separou as funções judiciais (dos
tribunais) das da polícia.
- Criação da Real Mesa
Censória para censurar livros e publicações contra o regime,
limitando os poderes da Inquisição.
2- Submissão
das ordens privilegiadas
1- O plano de reforço do poder do Estado passou
também por retirar poder aos grupos sociais privilegiados:
clero e nobreza.
2- Em 1758, o rei
D. José sofreu um atentado; este acontecimento foi aproveitado para implicar
poderosas famílias nobres, entre os quais os Távoras que,
apesar de serem membros da alta nobreza, foram julgados, condenados à morte
e os seus bens confiscados.
2-Os membros do clero, nomeadamente os Jesuítas
também foram perseguidos. Os Jesuítas dominavam a cultura e o ensino em
Portugal e nas colónias. Após terem sido implicados no atentado,
foram expulsos de Portugal em 1759 e os seus bens também foram
confiscados pela Coroa.
3- Reformas no
Ensino
1- Em meados
do séc. XVIII muitos “estrangeirados” criticavam
o atraso cultural e científico de Portugal propondo a modernização e
laicização do ensino.
2- Estes objectivos foram também seguidos pelo
Marquês de Pombal, que pôs em prática reformas em todos os sectores do
ensino, com destaque para:
- A fundação do Colégio
dos Nobres e da Aula do Comércio para formar os jovens
da nobreza e da burguesia para os cargos do Estado.
- A reforma da Universidade
de Coimbra, que foi dotada de um ensino mais prático e experimental.
3- Desta forma, as propostas iluministas foram
implementadas em Portugal, favorecendo mudanças de mentalidade.
Conceitos:
Estrangeirados: Nome
dado aos intelectuais portugueses que, tendo vivido no estrangeiro e aí
contactado com ideias iluministas, trouxeram para Portugal as novas correntes
da cultura europeia. Luís
António Verney (1713-1792) foi
um deles. Escreveu: «O
Verdadeiro Método de Estudar».
Laicização do
ensino: Medidas tomadas para separar o ensino da religião, com
o objectivo de tornar o ensino laico, isto é, não religioso.
IV- De que
forma o novo projecto urbanístico de Lisboa se integra na governação pombalina
1 - A cidade como
imagem do poder. O urbanismo pombalino
1- No dia 1 de Novembro de 1755, Dia de todos
os Santos, um forte terramoto seguido dum maremoto e vários
incêndios destruíram uma grande parte da cidade de Lisboa.
2- O cataclismo sentiu-se em todo o reino, em
especial no Algarve, mas os maiores danos foram registados na capital, por
ser mais populosa e urbanizada.
3- O Marquês tomou medidas rápidas para recuperar a
cidade:
- mandou enterrar os mortos e
socorrer os feridos;
- ordenou a vigilância de palácios e
igrejas para evitar os roubos das suas riquezas;
- planificou cuidadosamente a
reconstrução da cidade, proibindo as pessoas de reconstruírem as suas casas sem
respeitar esse plano.
4- A reconstrução
da cidade foi entregue ao engenheiro Manuel da Maia e
aos arquitectos Carlos Mardel e Eugénio dos Santos.
5- Características do plano revolucionário da reconstrução
da cidade, (sob a orientação do Marquês):
- avenidas largas para
facilitar a circulação de carros de cavalos, alternando com ruas mais
estreitas segundo um traçado geométrico;
- construções de passeios para
peões;
- distribuição dos ofícios por
ruas para facilitar o comércio (Ex: Rua da Prata, Rua do Ouro, Rua dos Fanqueiros…);
- Instalação de rede de esgotos;
- Construção de casas com a mesma
altura e com fachadas iguais;
- utilização de formas de
construção mais resistentes aos sismos;
- construção de uma grande praça
central, de espaço quadrilhado (actual Praça do Comércio).
6- A nova
cidade era o reflexo de uma nova concepção de Estado e de espaço
urbano, orientada para o bem-estar das populações.
7- O principal espaço da cidade - Terreiro do
Paço -passou a designar-se Praça do Comércio em
homenagem aos comerciantes. No centro da praça, a estátua de D. José
exibia a grandeza do poder do monarca.
(Reformas na
Universidade de Coimbra):
1-Depois da expulsão dos Jesuítas, em 1759, a Universidade
de Évora e muitos colégios controlados por eles foram
encerrados. O Marquês de Pombal influenciado pelos Estrangeirados,
queria inovação, um ensino mais prático assente na observação e na
experiência.
2- A Universidade de Coimbra passou a ser a única
do país. Pombal levou a cabo muitas reformas no Ensino superior:
- No espaço da Universidade de
Coimbra criou o Laboratório Químico, o Observatório Astronómico e
o Jardim Botânico, que permitiam observar, experimentar,
raciocinar, fundamentar…
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