Coisa já passada, contudo, página do Público de
14/4, com a foto da bomba “mãe de todas as bombas” que o entusiasta
Donald Trump parece que mandou deflagrar contra um reduto do Daesh, ignora-se
se como advertência ao chefe Kim Jong-un da Coreia do Norte, que anda a lançar bombas como testes. Mas a China também
faz testes de bombas e tem um grande arsenal nuclear, não sei como Donald Trump
se comportará no caso de a China resolver sair do seu casulo de guardadora de
bombas nucleares desatando a enviá-las por aí. Ainda agora li na internet que Trump
julgava que governar era mais fácil, mas pode ser pura fofoca para ficar
desacreditado mais facilmente. Para já, o que vou guardar no meu blog é este
artigo de João Ruela Ribeiro que nos ilustra um pouco sobre estes nomes
que vão passando pelos nossos olhos e receios e que vão dando lugar a receios sucessivamente
maiores. Entretanto, por cá temos o cantor da nossa preferência, Salvador
Sobral, este, uma boa bomba, pois canta sobre o amor de forma moderna, com
graves e agudos e silêncios e mexidas, e diz-se que com muita humildade, bem ao
nosso jeito de devotos de longa data do culto mariânico, e por isso merece a
nossa estima, que é a da nossa humildade. Concordo que é original, pelo menos
para mim, mais admiradora de vozes como as da Amália, ou do Luís Góis ou da Ana
Moura, não entendo tais requebros tão cansados como expressivos de beleza lírica.
O certo é que estamos num tempo de bombas e de bombistas suicidas, “e de
mistura, também mudando-me eu fiz doutras cores”, tenho obrigação disso,
embora a passagem do tempo tenha causado amarguras ao nosso “bom Sá”.
Leiamos a letra do “Amar pelos dois”. Com unção:
Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender
Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois
Regressemos à nossa história, de há pouco tempo
atrás, para entendermos um pouco melhor algum do caos deste nosso cais de
embarque:
O grupo que quer tomar o lugar
dos taliban
Há muitas dúvidas quanto à verdadeira natureza da
presença do Daesh no Afeganistão. Mais do que um novo grupo, trata-se de
dissidentes dos taliban contra quem mantém uma “batalha de ideias”.
13 de Abril de 2017
A
mera presença do Daesh no Afeganistão foi controversa até há pouco
tempo. Os primeiros sinais surgiram em 2014, coincidindo com a proclamação
do “califado” no Iraque e na Síria, mas o Governo afegão desvalorizou a
ameaça durante mais de um ano. Subsistia a dúvida se a actividade
terrorista levada a cabo sobretudo no Leste do país tinha origem em grupos
dissidentes de outras organizações velhas conhecidas, como a Al-Qaeda ou os taliban.
Só
em Janeiro de 2015 é que o Daesh anunciou a criação de uma base na
província a que chama de Khorasan – uma região histórica que abrange
parte do Afeganistão e do Paquistão. Mas ao contrário do que aconteceu na
Síria e no Iraque, a expansão territorial foi mais lenta. A província de
Nangarhar, onde esta quinta-feira foi lançada a bomba
GBU-43, tornou-se no bastião dos jihadistas por causa
da sua proximidade em relação ao Paquistão, de onde são provenientes os
principais líderes do Daesh afegão, noticiou a BBC.
A
falta de apoio local é uma das causas para a dificuldade em estabelecer uma
posição forte no Afeganistão, onde “é visto como uma força estrangeira”, conclui um relatório do Instituto do
Médio Oriente. As forças de segurança afegãs calculam que 80% dos
seus membros sejam paquistaneses. As relações entre o Daesh
Khorasan e o grupo original baseado na Síria e no Iraque são
reduzidas. O mais provável é que o rótulo Daesh tenha sido apropriado
por outros grupos da região de uma forma oportunista.
“O
nome Daesh tornou-se num título fácil para todos aqueles descontentes com os
taliban, tanto no Afeganistão como no Paquistão, para ajustar contas com os seus
ex-camaradas”, dizia recentemente Borhan Osman, do Afghanistan Analyst
Network. “Estes eram tipos que já cortavam cabeças quando o Daesh apareceu”,
dizia um morador do distrito de Chaprahar, referindo-se aos líderes do
grupo, entrevistado para um relatório do Instituto para a Paz dos EUA.
A
impossibilidade de expansão levou o grupo a privilegiar uma estratégia de
desestabilização através de atentados, protagonizados sobretudo pela célula de
Cabul, escreve a revista The Diplomat. A grande luta do Daesh no
Afeganistão é uma “batalha de ideias” contra os taliban – a força rebelde mais
poderosa no país desde a invasão soviética em 1979 – para se afirmarem como os verdadeiros
representantes da maioria sunita. O analista Casey Johnson sublinha
as tentativas de “desacreditar os taliban numa base religiosa através dos
seus meios de propaganda como a revista Dabiq, assim como nas emissões de
rádio”. A ausência de implantação local e a forte associação do Daesh ao
Paquistão têm enfraquecido a sua tarefa, face ao nacionalismo dos taliban.
Desde
2015 que o Daesh esteve por trás de mais de uma dezena de ataques no
Afeganistão, visando sobretudo a minoria xiita, com o objectivo de
“aprofundar o conflito sectário”, continua a Diplomat. Em Julho do ano
passado, um atacante suicida fez-se explodir durante uma manifestação em
Cabul organizada pela minoria xiita hazara, fazendo 80 mortos e mais
de 240 feridos. Em Novembro, um atentado numa mesquita xiita, também na capital,
provocou 27 vítimas mortais. Já no mês passado, um ataque do grupo
jihadista a um hospital militar matou 30 pessoas.
O
comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, o general John
Nicholson, calcula que existam entre mil e 1500 combatentes associados ao Daesh
no país – um número que há um ano era o dobro, segundo a BBC,
e cuja diminuição se deveu sobretudo a bombardeamentos norte-americanos.
Um Comentário:
mbmarte
A
inteligência do islão. ao subdividir-se em dois grupos de ambiciosos invejosos,
só é superada pela sabedoria do profeta, que deixou isso tudo preparado como
uma zanga de família. A mesquinhez desta gente é inimaginável. De modo que não
é surpresa que agora o combate seja de 'ideias' (espero que seja galhofeira
blasfémia do repórter, esta das 'ideias' no seio da religião da paz...). Que
sejam o mais possível vitoriosos, em ambos os campos, os sunitas e os xiitas:
que nunca se deixem espezinhar sem dar a devida réplica; que lhes aproveite o
último ramadão de cada uma das suas vidas mártires; que tenham o maior êxito na
aquisição e aplicação das armas; que os seus inimigos sejam 'confundidos' (e se
for com mísseis stinger, melhor); que alá misericordioso os conduza a todos ao
paraíso dos 'moderados'.
Amen!
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