sexta-feira, 14 de julho de 2017

CONFLITO DE GERAÇÕES


O texto chegou por email, um texto para reconfortar os velhotes na sua marcha derradeira, lembrando um passado afinal mais livre do que hoje têm as crianças, integradas numa sociedade de muito mais condicionamentos e medos, e prisioneiros de um progresso de mecanismos verdadeiramente assombrosos e enriquecedores, sobretudo do ponto de vista imagético, e sonoro, despertadores da inteligência, como constato em alguns meninos que conheço. Mas sim, éramos mais activos fisicamente falando, eu também me fartei de trepar às árvores e de brincar na rua, e tinha tempo para ler e estudar.
Outra vantagem, quando tive filhos, foi para mim o poder levá-los nos braços, à frente, adormecidos, e não agarrados ao banco traseiro como hoje vão, até os mais crescidinhos, já envolvidos no seu próprio mundo, ou, aliás, conversando com os pais mais esforçados.
Não sei se estes jovens de hoje, velhos um dia, não reivindicarão para a sua mocidade os atributos que os foram enriquecendo e deixando nos seus espíritos convicções naturais de que no seu tempo é que era bom. Ou mais enriquecedor. Caturrices dos mais velhos, de puro saudosismo, com muitas verdades de mistura, mas que não podem parar o progresso. Nem as diferenças. Eu julgo que, para além dessas saudades que os tornam felizes, os velhos – toda a sociedade, de resto – são cada vez mais enriquecidos de saberes e gozos espirituais que a tecnologia lhes fornece, podendo escutar em canais televisivos, ou outros meios, tanto um filme do seu agrado, como uma orquestra ou um bailado, ou tudo o que lhe agradar, no zapping da sua impaciência.
Quanto aos homens espertos, sempre os houve e haverá, a par dos que utilizam a esperteza nos desvios das suas tendências.
Digamos, em resumo, com António Nobre, pois é disso que se trata:
Felicidade! Felicidade!
Ai quem me dera na minha mão!
Não passar nunca da mesma idade,
Dos 25, do quarteirão.

Nasceram entre os anos: 1935 e 1960?  Somos mais fortes!
Música : Charles Dumont :-  Une Chanson

- Em primeiro lugar, nós sobrevivemos a partos de mães, que, em sua maior parte, beberam vinho moderadamente durante a gravidez.
- Eles tomaram aspirina, comeram comida com vinagre de vinho, sobremesas, e não verificaram o grau de diabetes ou colesterol. Na verdade, a maioria deles morreram com mais de 85 anos.
- Após este trauma .... Dormimos em qualquer lugar, dormimos com o corpo sobre banco, camas em quartos pintados com chumbo….
-Eu tenho que dizer que não me veio à ideia mordiscar restos de pinturas de parede ...
- Nós não tivemos fechaduras nas portas. Quando tivemos moto não usávamos chapéus ou capacetes.
- Bebés e crianças eram colocados em veículos sem ar condicionado, sem cintos de segurança, sem cadeira para bebés, sem air-bag….
- Viajar na traseira de uma carrinha em um belo dia ensolarado, sempre foi uma coisa extraordinária.
- Bebíamos água diretamente da fonte, e depois, na água canalizada das casas, por canos de chumbo….
- Comíamos biscoitos, pão duro, autêntica manteiga, banha de porco, toucinho. Comíamos chocolate com açúcar real.
E não éramos obesos.
PORQUÉ ? ?
- Porque nós estávamos sempre em movimento, íamos jogar ao ar livre ... Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo ao ar livre, com a condição de estar de volta quando as luzes da rua se acendessem.
-Passávamos horas construindo os nossos carrinhos de rolamentos e descíamos as encostas, sem travões. Depois que caíamos um par de vezes, tínhamos aprendido a lidar com os problemas.
- Não tivemos Playstations, Nintendo, X-box, iPod ..
- Não havia jogos de vídeo, ou 150 canais na TV a cabo, ou filmes em vídeo ou DVD, nem aparelho de som ou CD, nem telemóvel, nem computador, nem internet.

Tínhamos amigos!!!!
- E saíamos para encontrá-los, nenhum dos amigos eram desconhecidos de redes sociais.
- Nós trepámos às árvores, fazendo pára-quedas em pano, nós quebrámos ossos, dentes e sem julgamentos sobre o assunto.
- Brincámos com jangadas e barcos no rio, fizemos trenós para deslizar em pistas de neve, nós íamos para a escola de calções o tempo todo, saltámos de árvores e barcos, tomámos banhos em rios sem a presença de um salva-vidas sindicalizado.
- Nós fizemos todos os tipos de ferramentas de bricolage, consideradas perigosas, a partir das oficinas de nossos pais.
Chupávamos todo o tipo de doces de coco (não de coca.)
- Nas horas mais quentes, os lavatórios foram as nossas piscinas.
- Em quintas, descemos as encostas de relva em placas de linóleo por meio de trenós.
- Nas noites de pesadas quedas de neve, tivemos permissão para jogar, o brilho das luzes da rua cheias de neve, trenós de madeira feitos no mesmo dia, todo o tempo, com as mãos frias, sem luvas;
- E embora nos dissessem que não podíamos brincar na rua, foi onde passámos a maior parte do nosso tempo.
- Montávamos as nossas bicicletas sem travões e íamos até á casa do nosso amigo do bairro e nem chamávamos por ele á porta da sua casa; simplesmente entrávamos em casa dele e estava tudo bem.
- A ideia de que os nossos pais estavam a favor do Conselho de administração da escola, do professor, da polícia, do Presidente da câmara contra a gente, era inimaginável.
- Na escola e em casa, nós aprendemos a conviver respeitando-nos, mesmo que as lutas terminassem com sangue, nunca apareceram facas ou kalachnikovs.
- Essas gerações têm dado algumas das melhores cabeças pensantes e inventores de todos os tempos, líderes empresariais, muitas vezes autodidactas e com muito bom senso.
- Estes 50 anos foram uma explosão de inovação e novas ideias.
- Tínhamos liberdade e medo do fracasso, de alcançar o sucesso e as responsabilidades que dai advêm e aprenderam a lidar com tudo isso.

Se você é um deles, se você se reconhece...
PARABÉNS!
Você pode querer compartilhar isto com outras pessoas que tiveram a oportunidade de crescer felizes até que os advogados apareceram para regulamentar tudo.
- E que bela era a vida, alegre, às vezes um pouco rude, mas como éramos felizes!
Você pode enviar esta mensagem para os seus filhos, para que eles possam perceber a vida que os seus pais tinham.
Que aprenderam a viver satisfeitos e felizes com o que tinham…
Textos extraídos de slide:
«Vida de 1935 a 1960 através de fotos da ilha de Bréhat»

Fotografias tiradas da Internet

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