O texto chegou por email, um
texto para reconfortar os velhotes na sua marcha derradeira, lembrando um
passado afinal mais livre do que hoje têm as crianças, integradas numa
sociedade de muito mais condicionamentos e medos, e prisioneiros de um
progresso de mecanismos verdadeiramente assombrosos e enriquecedores, sobretudo
do ponto de vista imagético, e sonoro, despertadores da inteligência, como constato
em alguns meninos que conheço. Mas sim, éramos mais activos fisicamente falando,
eu também me fartei de trepar às árvores e de brincar na rua, e tinha tempo
para ler e estudar.
Outra vantagem, quando tive
filhos, foi para mim o poder levá-los nos braços, à frente, adormecidos, e não
agarrados ao banco traseiro como hoje vão, até os mais crescidinhos, já
envolvidos no seu próprio mundo, ou, aliás, conversando com os pais mais
esforçados.
Não sei se estes jovens de
hoje, velhos um dia, não reivindicarão para a sua mocidade os atributos que os
foram enriquecendo e deixando nos seus espíritos convicções naturais de que no
seu tempo é que era bom. Ou mais enriquecedor. Caturrices dos mais velhos, de
puro saudosismo, com muitas verdades de mistura, mas que não podem parar o
progresso. Nem as diferenças. Eu julgo que, para além dessas saudades que os
tornam felizes, os velhos – toda a sociedade, de resto – são cada vez mais
enriquecidos de saberes e gozos espirituais que a tecnologia lhes fornece,
podendo escutar em canais televisivos, ou outros meios, tanto um filme do seu
agrado, como uma orquestra ou um bailado, ou tudo o que lhe agradar, no zapping
da sua impaciência.
Quanto aos homens espertos,
sempre os houve e haverá, a par dos que utilizam a esperteza nos desvios das
suas tendências.
Digamos, em resumo, com
António Nobre, pois é disso que se trata:
Felicidade! Felicidade!
Ai quem me dera na minha mão!
Não passar nunca da mesma idade,
Dos 25, do quarteirão.
Ai quem me dera na minha mão!
Não passar nunca da mesma idade,
Dos 25, do quarteirão.
Nasceram entre os anos:
1935 e 1960? Somos mais fortes!
Música : Charles Dumont :- Une
Chanson
- Em primeiro lugar, nós
sobrevivemos a partos de mães, que, em sua maior parte, beberam vinho
moderadamente durante a gravidez.
- Eles tomaram aspirina,
comeram comida com vinagre de vinho, sobremesas, e não verificaram o grau de
diabetes ou colesterol. Na verdade, a maioria deles morreram com mais de 85
anos.
- Após este trauma ....
Dormimos em qualquer lugar, dormimos com o corpo sobre banco, camas em quartos
pintados com chumbo….
-Eu tenho que dizer que
não me veio à ideia mordiscar restos de pinturas de parede ...
- Nós não tivemos
fechaduras nas portas. Quando tivemos moto não usávamos chapéus ou capacetes.
- Bebés e crianças eram
colocados em veículos sem ar condicionado, sem cintos de segurança, sem cadeira
para bebés, sem air-bag….
- Viajar na traseira de
uma carrinha em um belo dia ensolarado, sempre foi uma coisa extraordinária.
- Bebíamos água
diretamente da fonte, e depois, na água canalizada das casas, por canos de
chumbo….
- Comíamos biscoitos, pão
duro, autêntica manteiga, banha de porco, toucinho. Comíamos chocolate com açúcar
real.
E não éramos obesos.
PORQUÉ ? ?
- Porque nós estávamos
sempre em movimento, íamos jogar ao ar livre ... Saíamos de casa de manhã e
brincávamos o dia todo ao ar livre, com a condição de estar de volta quando as
luzes da rua se acendessem.
-Passávamos horas
construindo os nossos carrinhos de rolamentos e descíamos as encostas, sem
travões. Depois que caíamos um par de vezes, tínhamos aprendido a lidar com os
problemas.
- Não tivemos
Playstations, Nintendo, X-box, iPod ..
- Não havia jogos de vídeo,
ou 150 canais na TV a cabo, ou filmes em vídeo ou DVD, nem aparelho de som ou
CD, nem telemóvel, nem computador, nem internet.
Tínhamos amigos!!!!
- E saíamos para
encontrá-los, nenhum dos amigos eram desconhecidos de redes sociais.
- Nós trepámos às
árvores, fazendo pára-quedas em pano, nós quebrámos ossos, dentes e sem
julgamentos sobre o assunto.
- Brincámos com jangadas
e barcos no rio, fizemos trenós para deslizar em pistas de neve, nós íamos para
a escola de calções o tempo todo, saltámos de árvores e barcos, tomámos banhos
em rios sem a presença de um salva-vidas sindicalizado.
- Nós fizemos todos os
tipos de ferramentas de bricolage, consideradas perigosas, a partir das
oficinas de nossos pais.
Chupávamos todo o tipo
de doces de coco (não de coca.)
- Nas horas mais
quentes, os lavatórios foram as nossas piscinas.
- Em quintas, descemos
as encostas de relva em placas de linóleo por meio de trenós.
- Nas noites de pesadas
quedas de neve, tivemos permissão para jogar, o brilho das luzes da rua cheias
de neve, trenós de madeira feitos no mesmo dia, todo o tempo, com as mãos
frias, sem luvas;
- E embora nos dissessem
que não podíamos brincar na rua, foi onde passámos a maior parte do nosso
tempo.
- Montávamos as nossas
bicicletas sem travões e íamos até á casa do nosso amigo do bairro e nem
chamávamos por ele á porta da sua casa; simplesmente entrávamos em casa dele e
estava tudo bem.
- A ideia de que os
nossos pais estavam a favor do Conselho de administração da escola, do
professor, da polícia, do Presidente da câmara contra a gente, era
inimaginável.
- Na escola e em casa,
nós aprendemos a conviver respeitando-nos, mesmo que as lutas terminassem com
sangue, nunca apareceram facas ou kalachnikovs.
- Essas gerações têm
dado algumas das melhores cabeças pensantes e inventores de todos os tempos,
líderes empresariais, muitas vezes autodidactas e com muito bom senso.
- Estes 50 anos foram
uma explosão de inovação e novas ideias.
- Tínhamos liberdade e
medo do fracasso, de alcançar o sucesso e as responsabilidades que dai advêm e aprenderam a lidar com tudo isso.
Se você é um deles, se você se reconhece...
PARABÉNS!
Você pode querer compartilhar isto com outras pessoas que tiveram a
oportunidade de crescer felizes até que os advogados apareceram para
regulamentar tudo.
- E que bela era a vida, alegre, às vezes um pouco rude, mas como
éramos felizes!
Você pode enviar esta
mensagem para os seus filhos, para que eles possam perceber a vida que os seus
pais tinham.
Que aprenderam a viver
satisfeitos e felizes com o que tinham…
Textos extraídos de
slide:
«Vida de 1935 a 1960
através de fotos da ilha de Bréhat»
Fotografias tiradas
da Internet
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