Como sempre, Francisco de
Assis é ousado e seguro nas suas opiniões marcadas pela sensatez. Quanto à
questão da Catalunha, acrescento um email enviado por João Sena, que achei
curioso e me deixou abismada, caso seja verdadeiro. Mas a Internet confirma.
1º ARTIGO: As propostas de Macron para o relançamento da União Europeia
Francisco Assis
Público, 29 de
Setembro de 2017
1. Emmanuel Macron proferiu recentemente dois
relevantes discursos sobre o tema europeu. Não por acaso, escolheu como
cenários dois locais repletos de simbologia pela importância que têm na
história cultural do Ocidente: a colina da Pnyx, em Atenas, sítio onde
habitualmente decorriam as assembleias amplamente participadas pelos cidadãos
atenienses no período clássico, e a Sorbonne, que representa a tradição
de reflexão associada ao mundo universitário europeu.
O Presidente francês, que
muito rapidamente se tornou na nova bête noire da
extrema-esquerda, reiterou uma vez mais o seu compromisso com aquilo que
convencionalmente designamos por projecto europeu. Em Atenas, recorrendo
a um discurso um pouco mais abstracto do que é comum nos dirigentes políticos, atribuiu
especial ênfase ao conceito de soberania europeia, aproximando-se desta forma
de um pensamento federalista que nos últimos anos não tem encontrado
destacados defensores. Nisso, Macron singulariza-se e dá sinais de ousadia
e coragem. As suas palavras foram muito claras, começando por afirmar a
importância do conceito de soberania enquanto expressão da capacidade
dos povos decidirem por eles próprios, de fixarem as suas regras e de
escolherem o seu futuro, para logo de seguida recusar frontalmente a
identificação absoluta deste conceito com a dimensão nacional. Ao opor desta forma uma nova soberania europeia às
velhas e tradicionais soberanias nacionais, Macron dá um passo decisivo para o relançamento
do debate em torno da natureza mais profunda da União Europeia.
Já em Paris, na
quarta-feira, concentrou-se na enunciação de propostas concretas imbuídas da
vontade de dar expressão prática ao que antes tinha tão bem teorizado em Atenas.
Defendeu a ideia da existência de uma vanguarda europeia constituída pelo
conjunto dos países empenhados em avançar mais depressa na incrementação dos
mecanismos integradores nos domínios económico, orçamental, fiscal e social;
preconizou a existência de listas de âmbito transnacional nas eleições para
o Parlamento Europeu, que conviveriam com as listas nacionais actualmente
existentes; voltou a insistir na tese da criação de um ministro europeu das
Finanças e no substancial aumento do orçamento da zona euro.
A circunstância de este
discurso ter sido proferido três dias depois da realização das eleições alemãs,
onde se verificaram resultados aparentemente desfavoráveis ao sucesso das
posições do Presidente francês, apenas realça a sua clara vontade de
restituir à França um papel determinante na condução dos destinos europeus.
Macron sabe que a primeira condição para que isso possa acontecer é a da
reconstituição do chamado eixo franco-alemão, numa base de equiparação da
importância e do estatuto dos dois países. Nos últimos anos não foi isso
que se verificou, dada a posição hegemónica assumida pela parte germânica.
Dando provas de pragmatismo, e ao mesmo tempo que se assume como um igual da
chanceler Merkel, o Presidente francês empenha-se em remover alguns dos
assuntos que poderiam suscitar profundas reservas da parte alemã, como a ideia
da mutualização das dívidas públicas passadas, sem, contudo pôr de
lado a emissão de eurobonds para financiamento de novos projectos de
financiamento, visando o aumento da competitividade das economias europeias.
Este misto de voluntarismo e de realismo confere a Macron uma credibilidade
e um prestígio que nenhum outro Presidente francês logrou alcançar no
decorrer das duas últimas décadas.
É verdade que não será
fácil o caminho que os defensores de uma Europa mais integrada se propõem
percorrer nos próximos tempos. Os resultados eleitorais alemães vieram
lembrar-nos isso mesmo. Angela Merkel terá pela frente uma tarefa muito
difícil, dada a necessidade de conciliar orientações sobre a política
europeia nitidamente diferenciadas seja qual for a solução governativa que vier
a concretizar-se. O crescimento da extrema-direita, com a consequente
erupção da mesma no plano parlamentar, e o mau resultado obtido pelo SPD,
poderão conduzir a um afastamento de posições mais centristas por parte dos
dois maiores partidos germânicos, o que teria consequências muito negativas no
plano europeu. Esse é aliás um dos maiores riscos com que a Alemanha se vai
defrontar nos próximos anos. Daí que
não possa deixar de sublinhar quão errados são os comentários produzidos por algumas
personalidades da esquerda portuguesa que optaram por se comprazer com aquilo
que designaram como uma derrota dos entendimentos ao centro. Na sua ânsia de
vergastar as posições mais moderadas, esta esquerda de vistas curtas abre a
prazo as portas ao sucesso dos extremismos. Cá estaremos para continuar a
combatê-la.
2. A Espanha
está a viver a sua situação interna mais tensa desde a tentativa de golpe de
Estado de 23 de Fevereiro de 1981. O que se está a passar na Catalunha é de
tal modo complexo e importante que suscita o interesse de uma vasta parte da
opinião pública internacional. Por razões óbvias, nós, portugueses, temos uma
propensão especial para acompanhar e analisar tudo o que ali se tem vindo a
passar. O problema catalão só pode ser resolvido através de respostas de
natureza política que terão de ser encontradas num contexto de negociação
pacífica entre as diferentes partes envolvidas. Uma coisa, porém, deve ser
afirmada no presente contexto: são intoleráveis as acusações que de forma
desvairada têm sido dirigidas ao Estado espanhol, como se este não obedecesse,
na sua configuração e no seu funcionamento, ao modelo constitucional
democrático-liberal que garante as liberdades públicas e o respeito pelo
pluralismo das opiniões. Acresce ainda que a moderna Espanha democrática
consagrou um modelo de organização territorial que confere às autonomias
verdadeiros poderes em múltiplas áreas de grande importância. Ignorar tudo
isto e pretender atribuir às instâncias políticas ou judiciais deste Estado democrático
comportamentos idênticos aos que vigoram nos regimes autoritários releva da
pura má fé. Uma coisa é admitir a necessidade de promover concertadamente
alterações constitucionais, que no limite possam mesmo permitir a realização de
um referendo sobre a independência da Catalunha. Outra coisa é insultar uma
bem-sucedida experiência democrática como é aquela que se tem verificado em
Espanha após o fim do Franquismo.
Nos últimos dias foram publicados textos nalguns casos assinados por
figuras relevantes do presente situacionismo nacional ? em que se chegava a
apelar aos méritos da insubordinação civil contra as regras de um Estado de
Direito em termos tais que não podem deixar de suscitar uma profunda
preocupação. Não será aliás por acaso que alguns dos autores desses mesmos
textos se tenham destacado no passado por sempre se terem recusado a condenar
os crimes terroristas praticados pela ETA. Ora, uma tal incapacidade de
condenação do terrorismo assassino da ETA releva da pura abjecção. Não venham
agora personagens deste calibre dar lições de democracia à generalidade dos
espanhóis.
2º TEXTO (via email): Subject: Banca Andorreña
La prisa que le ha entrado al
gobierno catalán por independizarse de España tiene un nombre y una fecha: el nombre es ANDORRA
y la fecha el 1 de enero de 2018. COMPARTIR.
La verdadera razón por la que la
antigua CIU tiene tanta prisa por la independencia es porque con el final del
secreto bancario de Andorra se reportará a partir de 2018 todos los datos fiscales
a los gobiernos de países de la UE, con lo que saldrá a la luz la ingente
cantidad de dinero que la oligarquía catalana ha robado durante más de 30 años
(lo que ha salido de Pujol es solo un aperitivo). Constituyendo un país propio ESCAPARÍAN de la Justicia
Española.
En los últimos meses la
Generalitat ha ingresado en bancos suizos 33.000 millones de euros para el
mantenimiento de una república catalana durante los próximos 3 años. Dinero que
nunca volverá a Cataluña, porque servirá para que los sinvergüenzas que han
organizado esta sedición vivan como reyes cuando escapen de España, después de
haber enfrentado y separado por muros de odio a los catalanes.
COMPARTIR, para que llegue a
conocimiento de los pobres IMBÉCILES que se están enfrentando a la Guardia
Civil y a la Policía Nacional. Que la cosa no va de sentimientos, va de pasta,
la que nos han robado,a todos. Y que se enteren que a ellos, a los IMBÉCILES, les están tomando el
pelo. Y que los más IMBËCILES son los Mossos, que por su inacción se quedarán sin
empleo.
http://www.lavanguardia.com/economia/20161211/412533819276/final-secreto-bancario-andorra-dispara-regularizaciones.html
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