Textos extraídos da Internet:
1. Era
Pré-Câmbrica: É a Era mais longa da história da Terra:
Inicia-se com a origem da Terra há 4.600 M.a. (milhões de anos);
Pensa-se que a Vida terá surgido na água
com seres unicelulares sem
núcleo. Mais tarde surgiram os primeiros
seres unicelulares com núcleo (algas?) que ao realizarem a fotossíntese,
foram enriquecendo a
atmosfera de oxigénio;
No final desta era apareceram animais marinhos multicelulares com corpo mole; Os
fósseis correspondentes a este intervalo de tempo são raros.
2 - Era
Paleozóica: O aparecimento de organismos marinhos com concha
(ex. trilobites) marca o início desta Era, por volta 400 M.a. É grande a
variedade e
quantidade de plantas terrestres pelo que a
atmosfera é rica em oxigénio; Os primeiros vertebrados a invadirem a terra
foram os anfíbios, depois
surgiram os répteis; No final desta era ocorre
uma grande extinção tanto no mar como em terra. Das 250 mil espécies apenas
resistiriam 10 mil;
As trilobites desapareceram. Durante esta Era
vão surgindo formas de vida cada vez mais complexas; Nos mares para além da
grande variedade
de animais invertebrados
surgem os primeiros peixes; O oxigénio da atmosfera, leva à formação da camada
de ozono, que é um filtro contra as radiações nocivas,
o que permitiu a conquista
do meio terrestre pelos animais (370 M.a.);
3 - Era Mesozóica (245 M.a. – 65 M.a.): (Abrangeu
os períodos Triásico, Jurássico e Cretáceo). Nos mares surgem as amonites;
Domínio dos répteis (principalmente os de grande porte
– Dinossauros);
Surgem os pequenos mamíferos; Surgem as aves (150 M.a.); No
final desta era aparecem as Plantas com flor; No final ocorre uma
extinção – desaparecem os Dinossauros
e as Amonites, entre outros
Segundo teoria do geólogo Alfred Lothar
Wegener (1.880-1.930), delineada no início do século XX, há 200 milhões de anos,
na Era Mesozóica, houve a separação da Pangeia – única massa de terra existente
até agora – em dois super continentes, Gonduana, ao sul, e Laurásia, ao norte,
que deram origem às atuais massas continentais. Essa época registou a evolução
de uma flora e de uma fauna bem diversa das que se haviam desenvolvido durante
a era Paleozoica e das que surgiriam depois na Cenozoica.
.Em
meados da era Mesozoica, a Laurásia, que incluía a maior parte da América do
Norte e da Eurásia, separou-se totalmente de Gonduana pelo mar de Tétis, no
hemisfério sul. Durante o Jurássico, a América do Norte começou a afastar-se
dos dois super continentes. No final do Jurássico, a África já tinha começado a
separar-se da América do Sul, e a Austrália e a Antárctica já estavam
desligadas da Índia
4 - Era Cenozóica (65 M.a. – Actualidade); Grande
desenvolvimento dos mamíferos; aparecimento
dos homens primitivos (2
M.a.) Extinções em massa: Devem-se provavelmente à combinação
de vários factores: Impacto
de meteoritos; Erupções vulcânicas capazes de alterar o clima; Mudança do nível
médio do mar.
Alterações climáticas a
nível mundial. Têm um carácter cíclico.
ERA CENOZOICA
A Era Cenozoica começou há 65
milhões de anos e dura até o presente. Significa "vida nova" e também
é conhecida como a Idade dos Mamíferos. É nessa era que surge o homem atual,
o Homo Sapiens e a tecnologia.
A Era Cenozoica é dividida em três
períodos: Paleogénico (que dura de 65,5
milhões a 23 milhões de anos atrás), Neogénico (de
23 a 2,3 milhões de anos atrás), e Quaternário (começou há 2,6
milhões e dura até os tempos atuais).
É nesse intervalo de tempo em que os
continentes assumem a atual configuração geográfica e que a fauna e flora
diversificam assumindo a complexidade atual.
Texto do Jornal Público:
De Raquel dos Santos Silva
E SE FORMOS OS ÚLTIMOS SERES VIVOS A ALTERAR A TERRA?
ANTROPOCENO
A pegada ecológica gigante que estamos a deixar no planeta está a
transformá-lo de tal forma que os especialistas consideram que já entrámos numa
nova época geológica, o Antropoceno. E muitos defendem que, se não travarmos a
crise ambiental, mais rapidamente transformaremos a Terra em Vénus do que
iremos a Marte.
RAQUEL DIAS DA SILVA
´Público, 2 de Dezembro de 2017
“Querido diário”, é assim –
costuma dizer-se – que as histórias de todos os diários começam. E é assim,
também, que acontece com uma página ficcionada do que seria o diário de um tal Peter
Schlemihl viajante no tempo. Imagine-se então esse personagem do século
XIX, de um romance do botânico e escritor Adelbert von Chamisso, num bairro de
Berlim do século XXI. Um futuro-presente habitado pelo que parecem ser – aos
olhos de um naturalista de há dois séculos – estranhas espécies zoológicas,
nunca antes vistas. Carros, bicicletas e helicópteros reconhecidos,
respectivamente, como rinocerontes metálicos, perigosos cavalos selvagens e
insectos gigantes. É desta forma que se fantasiou um mundo em que o que
é natural e o que é artefacto se mistura: um exercício que decorreu num
seminário sobre o Antropoceno,
essa época geológica – sem estatuto oficial – de que agora muito se fala e que
representa o impacto que a humanidade tem na transformação da Terra.
Foi o ano passado que Maria
Paula Diogo e Ana Simões – ambas do Centro Interuniversitário de
História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) –, bem como investigadores
internacionais, se colocaram no lugar de um Peter Schlemihl viajante no tempo.
“Como interpretaria ele objectos desconhecidos, por exemplo um saco de plástico
pendurado numa árvore?”, pergunta ao PÚBLICO Maria Paula Diogo.
Carros, ou Metalica rhinoceros
A resposta está no diário
que a equipa concebeu no ano passado no âmbito do “Anthropocene
Curriculum”, um projecto educacional de debate sobre o Antropoceno
promovido, desde 2014, pelo Instituto Max Planck para a História da Ciência, em
Berlim, Alemanha. “Exploro o desconhecido, e cedo compreendo que muitas
espécies habitam este surpreendente novo mundo”, afirma nesse diário o imaginário Peter Schlemihl.
E, com os seus “olhos de botânico”, tenta classificar o que vê: chama Metalica rhinoceros aos carros, comparando-os a
rinocerontes, e Mosca majora a um
helicóptero, que lhe parece um “enorme e rápido insecto voador”. E as
bicicletas são Metalica hippos, descritos
como “rebanhos de uma nova espécie de cavalos selvagens”, que, acrescenta, “são
provavelmente perigosos, pois estão frequentemente algemados [com cadeados].”
No diário imaginário, as
bicicletas são descritas como Metalica hippos, “rebanhos de uma nova
espécie de cavalos selvagens”
Esta nova forma de olhar
para os objectos modernos é, explicam as investigadoras portuguesas, uma
reflexão sobre o “borrão” em que o Antropoceno transformou o mundo: “O que é
realmente natural num mundo profundamente moldado pela humanidade e, ao mesmo
tempo, adaptado à tecnologia?”, perguntam na esperança de que alguém se junte a
elas num debate que consideram urgente.
E os comboios são
classificados como Maxima serpe, uma cobra muito rápida e muito comprida
A expressão “Antropoceno” é
atribuída ao químico e prémio Nobel Paul Crutzen, que a propôs durante uma
conferência em 2000, ao mesmo tempo que anunciou o fim do Holoceno – a época
geológica em que os seres humanos se encontram há cerca de 12 mil anos, segundo
a União Internacional das Ciências Geológicas (UICG), a entidade que define as
unidades de tempo geológicas. “Ainda é uma discussão em curso entre os
geólogos”, explica ao PÚBLICO Jürgen Renn, director do Instituto Max Planck
para a História da Ciência, que esteve em Portugal como o primeiro orador de um
novo ciclo de palestras do CIUHCT. “Nas humanidades e na política, [o
Antropoceno] já é um termo reconhecido”, acrescenta o historiador de ciência. E
de tal forma que tem inspirado não só palestras, mas também conferências,
artigos, performances e o já referido
“Anthropocene Curriculum” e os seus encontros sobre o Antropoceno. Esta
colaboração entre o Instituto Max Planck e a Casa das Culturas do Mundo, em
Berlim, tem até impulsionado outros encontros, por exemplo em Filadélfia, onde
o CIUHCT participou em Outubro último como co-organizador.
Mas o que é exactamente o Antropoceno e por que está a receber tanta
atenção? É, como o nome antecipa, a época dos humanos.
A nossa espécie está a deixar marcas na Terra. Estamos a falar de fenómenos
registados em gráficos como a curva de Keeling – que mostra a concentração
de dióxido de carbono na atmosfera terrestre – e que, em 2016, atingiu um
valor recorde (403 partes por milhão, ou seja por cada milhão de moléculas na
atmosfera há agora 403 de dióxido de carbono). Ou como os microplásticos nos
oceanos, que não só prejudicam os ecossistemas marinhos como acabam, a certa
altura, no nosso prato – numa demonstração de como o feitiço se pode virar
contra o feiticeiro. “Não é que, conscientemente, nós quiséssemos
destruir o planeta. São consequências não intencionais, mas estamos a fazê-lo.
E sabemos que o estamos a fazer”, frisa Jürgen Renn, que dá exemplos: “Com o
aumento dos gases com efeito de estufa, a transformação da superfície da Terra
[com o degelo ou a acidificação dos oceanos], a perda de biodiversidade…”
Foi para identificar esses
marcadores que a Comissão Internacional de Estratigrafia da UICG criou o Grupo
de Trabalho do Antropoceno – a estratigrafia é o ramo da geologia que
estuda as camadas das rochas para determinar os processos e fenómenos que as
formaram. E os cientistas estão a tentar encontrar as marcas estratigráficas
deixadas pelas actividades humanas. Essas marcas têm de representar uma mudança
em todo o mundo, mas também estar associadas a uma data. “Estão a discutir
quando é que [o Antropoceno] começou. Se com a revolução industrial ou com a
‘grande aceleração’ [do desenvolvimento económico e social] do pós-guerra, a
partir de 1950”, esclarece Jürgen Renn. Mas as hipóteses que enumera são apenas
exemplos das muitas datas em discussão. O início da agricultura, por exemplo,
ou o primeiro teste nuclear, a que se seguiram as bombas nas cidades japonesas
de Hiroxima e Nagasáqui, também estão em cima da mesa.
Por outro lado, há quem
defenda que é muito cedo para aferir o impacto humano, até porque – consideram
– qualquer que seja está apenas a começar. Não é o caso de Jürgen
Renn, que declara ser urgente documentar o Antropoceno. “Estamos a lidar com
materiais novos. Com betão, com plástico, que são novos tipos de sedimentos.
Mas tem de ser feito”, afirma. E acrescenta que, contudo, não é a definição da
época geológica que resolve o problema. “Para os historiadores, não é
propriamente muito importante descobrir o ponto exacto em que começou o
Antropoceno, porque todos os pontos se conectam.” O que é urgente,
alerta, é travar a crise ambiental: “Temos de mudar de atitude. Não é tanto uma
questão de se reconhecer formalmente o conceito [do Antropoceno], mas mais de
lidarmos com ele.”
Globalizar o saber, desglobalizar a economia
O historiador de ciência
acredita que é necessário perceber o impacto no sistema terrestre, mas também –
e sobretudo – criar mais conhecimento. “O tipo certo de
conhecimento”, sublinha. É nesse sentido que se realizam os encontros do
Antropoceno, em Berlim, Filadélfia e noutras partes do mundo. “Chegou o momento
em que temos de abandonar as nossas coutadas disciplinares e cruzar o que as
diferentes disciplinas nos permitem entender. Os problemas são demasiado
complexos e urgentes”, diz Ana Simões, especialista em história e filosofia das
ciências.
E a sua colega, Maria
Paula Diogo, garante que agora é a oportunidade perfeita para olhar para o
passado e analisá-lo à luz do Antropoceno. Por isso, está a liderar o projecto
“Anthropolands”, para descobrir como é que a ciência, a tecnologia e a medicina
coloniais alteraram a paisagem africana. Além disso, adianta Maria Paula Diogo,
outros investigadores portugueses (das artes, da história e da engenharia do
ambiente) querem replicar no país os encontros “Anthropocene Curriculum”. Este
último projecto, já submetido para financiamento à Fundação para a Ciência e
Tecnologia, pretende tornar Lisboa no grande centro de debate na Europa do Sul
sobre o Antropoceno.
“Não temos as soluções,
mas temos procurado numa direcção apenas”, afirma Jürgen Renn, para explicar
por que é que projectos como o “Anthropocene Curriculum” são tão importantes e
por que espera que esse “laboratório para a sociedade”, como lhe chama, chegue
a Portugal. “Quando se perde uma chave, olha-se para onde brilha, mas não
funciona assim com a ciência. Às vezes encontramo-la em sítios completamente
inesperados.” Tem de se prestar atenção ao contexto, sem desistir da ciência, e
dá um exemplo: “Temos de pensar em soluções locais distintas. Algumas
áreas do mundo devem ter energia eólica, outras energia solar e outras, ainda,
energia geotérmica.” Estas e outras soluções, tendo em conta que muitas das
consequências do Antropoceno estão relacionadas com a forma como produzimos
energia, têm de ser pensadas em conjunto, frisa. “É preciso juntar
cientistas, humanistas, artistas, cidadãos activistas, professores e
estudantes.” E que os media, reconhece ainda,
não só informem mas também envolvam o público: “Há um fascínio em
relação a expedições a Marte e talvez possamos fazer uso disso. O Antropoceno é
como uma ciência cósmica mas na Terra”, propõe.
Por outro lado, Jürgen
Renn chama a atenção para a outra face do progresso: as consequências
ecológicas que não são antecipadas por muitas intervenções tecnológicas. “O
capitalismo é uma grande força universal. Penso que temos de globalizar o
conhecimento, mas talvez devêssemos desglobalizar a economia. A nossa economia
tem muitos efeitos negativos, por exemplo na agricultura em África.” Mas
é uma ilusão pensar que, se abandonarmos o capitalismo, os problemas se vão
embora, ressalva o investigador alemão. Até porque, na sua perspectiva, não
estamos a fazer o suficiente em relação às alterações climáticas. “Às vezes,
tento pensar em Al Gore no lugar de Trump [o actual Presidente dos EUA] e na
América não abandonar o Acordo de Paris. E, ainda assim, não seria suficiente.”
A verdade é que os
humanos não são os primeiros seres vivos a alterar o planeta: o surgimento de
oxigénio na atmosfera, que nos permite respirar, deve-se à fotossíntese feita
pelas cianobactérias há mais de 2000 milhões de anos. Mas e se formos os
últimos? “Estamos a transformar a Terra em Vénus”, alerta Jürgen Renn,
referindo-se ao planeta vizinho que tem uma atmosfera muito densa,
predominantemente constituída por dióxido de carbono, com um efeito de estufa
infernal. E a Terra – conhecida como o planeta azul – poderá um dia dar lugar a
uma paisagem desértica e poeirenta. A pergunta, sugere Maria Paula Diogo, que
se impõe é: “Começamos a pensar em soluções para fora do planeta, mas não
será mais relevante pensarmos como resolver os problemas que temos hoje, na
Terra?” Texto editado por
Teresa Firmino
E um comentário sem importância
O requinte do saber. O crime da falta de ética: a “pegada” do Homem, o tal que se
iniciou há apenas dois milhões e meio de anos. Que reúne inteligência e
sensibilidade. Tanta, que nem se importa de poluir, de incendiar, de
desrespeitar a Terra que o acolheu, onde se deram convulsões, é certo, mas sem
a Terra perceber, já que não era ser racional, convulsões de muitos milhões de
anos, lá para trás, ao que parece. Agora que chegou o Homem, que percebe
os motivos das convulsões e do surgimento da vida, cientificamente, ele
esforça-se por ajudar a Terra a extinguir-se, e a si próprio, e a tudo o que o
rodeia, no resto do tempo que é curto, um ápice, em comparação com as outras
eras, mas que já vinha assinalado no Livro do Apocalipse, para sermos todos
julgados e vermos a Deus. (Ou não):
«Eis que chego depressa. E a
minha recompensa chega comigo para dar a cada um segundo a sua obra. Eu
sou o alfa e o omega, o primeiro e o último, o princípio e o fim. Bem-aventurados
os que lavam as suas vestes, para terem direito à árvore da vida e pelos
portões entrem na cidade. …. A graça do Senhor Jesus com todos!»
(Bíblia, Novo Testamento, II Volume, Apocalipse 22, segundo a Tradução
de Frederico Lourenço
Credo! Maria Santíssima!, como
dizia a minha Mãe. Será isso que queremos? O alfa e o omega?
Deus nos livre de perder esta Terra,
tão bela, tão azul, vista do espaço, Deus nos livre de a transformarmos numa
Vénus sem ponta de cabimento! Só porque somos seres racionais, amigos de
descobrir e inventar, mas pouco previdentes em termos de respeito pela vida,
pelas vidas, pelo cantinho onde nascemos.
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