sábado, 9 de novembro de 2019

«Tanta gente, Mariana»



Gente não de solidão, como a do livro de Maria Judite de Carvalho, mas de decência, a decência que Alberto Gonçalves atribui a PEDRO PASSOS COELHO, donde se deduz que ele próprio, AG, a tem, e os seus inúmeros comentaristas igualmente. Decência moral, decência intelectual. Nunca, talvez, senti tanto prazer de leitura de um retrato impecável de AG sobre um tal HOMEM que sempre considerei na impecabilidade desses traços que refere o articulista – de honestidade, de altivez moral mas sem sobranceria, sabendo-se com um projecto duro que só poderia provocar a rejeição dos muitos para quem os compromissos assumidos para salvar a nação não tinham forçosamente que ser resgatados, mas seguindo-os, apesar dessa rejeição pública quase geral, qual Orestes matando a mãe, Clitemnestra, para vingar a morte de seu pai Agamémnon perpetrada por aquela, sua mãe,  – crime horrendo que, finalmente, será perdoado pelas “Erínias” gregas ou “Fúrias” da designação latina, na extraordinária trilogia dramática Oresteia, de Ésquilo. O texto de Alberto Gonçalves é um retrato impecável desse herói dos nossos tempos, tal como o são, de um modo geral, os comentários de aprovação, que me entretive largas horas a ler e a transpor para o meu blog, como preito grato por todos eles, que mostraram o seu apreço por tal figura pátria, e que bom seria se multiplicassem, num “Tanta Gente, Mariana”, de amor pátrio de autenticidade e de decência.

Um almoço com Pedro Passos Coelho /Premium
Achei Pedro Passos Coelho um homem provavelmente justo e evidentemente decente. Mesmo as pessoas que obviamente despreza são por ele desprezadas com decência, e ridicularizadas com adjectivos justos.
ALBERTO GONÇALVES
OBSERVADOR, 09 nov 2019
Na quinta-feira, almocei com Pedro Passos Coelho. Nunca tinha falado com ele, o que talvez seja inacreditável para os avençados do PS. Os avençados do PS, que recebem favores ou salário para difamar terceiros, não compreendem que se elogie, estime ou admire um político apenas porque o julgamos merecedor do elogio, da estima ou da admiração. Há muito que, com ocasionais e no fundo ligeiras ressalvas, Pedro Passos Coelho me merece tudo isso, caso raríssimo numa pessoa do seu ofício. Claro que Pedro Passos Coelho dispensa os meus encómios, já que as suas virtudes foram e continuam a ser melhor exaltadas pela intensidade do ódio, ou medo, que lhe dedicam e pelo carácter dos que exibem esse ódio. Ou esse medo. No desolador meio da política, e no miserável meio da política nacional, Pedro Passos Coelho não é um homem comum.
Pedro Passos Coelho pareceu-me um homem comum, embora muito mais educado e muito mais sereno e muito mais resistente do que os homens comuns. Durante anos, os anos em que governou, aconteceu-me imaginar o modo como ele sentiria a fúria organizada e injusta que lhe dedicavam. Após duas ou três horas de conversa, sou capaz de apostar numa resignação suave e, logo a seguir, na indiferença. Estas coisas parecem estranhas à época em que um primeiro-ministro reage às críticas de transeuntes oferecendo-lhes porrada.
Até sob padrões menos radicalmente boçais, Pedro Passos Coelho é diferente: quando alguns dos portugueses lhe confiaram um país em ruínas, e alguns dos portugueses restantes fizeram o possível por manter as condições que determinaram as ruínas, Pedro Passos Coelho fez o impossível e, simples e genuinamente, não ligou aos insultos e às ameaças. Entre sucessivas sabotagens, seguiu o caminho que entendeu adequado à salvação de um pardieiro que não agradece salvamentos. Das vezes em que hesitou no caminho, ou em que mudou de direcção, ou em que falhou claramente, nenhuma terá sido por receio dos bonecos amestrados que berravam a “Grândola” onde calhava.
Sempre suspeitei e agora estou certo de que Pedro Passos Coelho possui o arcaboiço – ou o dom – necessário para conviver em sincera paz com a impopularidade, ainda que uma impopularidade fabricada. Em democracia, e para cúmulo uma democracia minada contra ele, não é uma proeza insignificante: é a matéria de que se compõem os estadistas a sério, por cá, e não só por cá, uma espécie próxima da extinção. Com ele, o exercício do poder não se confunde com a troca de cuecas na praia ou com visitas programadas a reboque do sentimentalismo canalha. Além disso, ao contrário de Sá Carneiro, que conheci em criança, Pedro Passos Coelho não transmite “carisma”. Ao contrário de Soares e Cavaco, que entrevistei há séculos, Pedro Passos Coelho não emana sobranceria nem rigidez, respectivamente. Ao contrário de quase todos os outros, Pedro Passos Coelho não inspira desconfiança, repulsa, depressão ou vergonha. O que se sente em Pedro Passos Coelho é calma.
Num dos erros mais espectaculares da minha infalível carreira de cronista, a princípio não tive qualquer esperança em Pedro Passos Coelho. Comecei o almoço por aí, pela asneira de ter tomado a calma, e a paciência e a polidez dele por tolerância para com os desastres do “eng.” Sócrates. O tempo deu-lhe razão e embaraçou-me devidamente. Também é verdade que a sua paciência com o “eng.” Sócrates não foi infinita, mas essa nem um santo a teria. Pedro Passos Coelho não é um santo, ou um asceta. Achei-o um sujeito com graça, que conta histórias com invulgar clareza e cuja técnica de demolir adversários implica apartes subtis e venenosos, embalados por um sorriso discreto. Achei-o, igualmente, um sujeito sem pingo de rancor. Mesmo as pessoas que obviamente despreza são por ele desprezadas com decência, e ridicularizadas com adjectivos justos. Achei Pedro Passos Coelho um homem provavelmente justo e evidentemente decente.
É plausível, se formos optimistas, que Pedro Passos Coelho não seja o único homem justo e decente da política nacional. É, sem dúvida, o único com estatuto suficiente para devolver um simulacro de civilidade a um regime afundado por brutos ou salteadores (isto se não acumularem). Não é uma mera opinião: é um facto atestado pelo ressentimento que desperta entre os pares que, hoje, claramente não tem. Na política e nas suas metástases, consegue-se criar uma escala da pulhice em que o grau aumenta de forma directamente proporcional à aversão a Pedro Passos Coelho. Sucede que ele dispensa a aversão dos pulhas para se distinguir.
Não lhe perguntei se tencionava regressar (e se perguntasse não diria aqui a resposta). Não sei se a progressiva degradação da nossa vida pública permitirá sequer o seu regresso. Com azar, imenso azar, a dignidade de Pedro Passos Coelho será um dia lembrada enquanto o último, e invulgar, vestígio de um mundo que entretanto se afundou. Aliás, está a afundar-se.

COMENTÁRIOS:
Maria Emília Santos Santos: Passos Coelho faz tão má vizinhança aos esquerdistas, porque a sua integridade colide fortemente com a desonestidade daqueles que tanto o criticam. Passos Coelho, queiram os "progressistas" ou não, é um verdadeiro estadista, com letra maiúscula.
chints CHINTS: Os canhotos conseguiram derrotar Pedro Passos Coelho mas não estavam sozinhos. O PSD não lutou pelo poder, mais uma vez o distanciamento enorme entre políticos e cidadãos se viu. Não foram explicadas as medidas de austeridade, o que beneficiou a demagogia sinistra. Rui Rio é mais duro de roer.
Graciete Madeira: Artigo inteiramente justo! Parabéns por esta prosa desinteressada.
maria perry > Ping PongYang (comentário omitido): O mundo “real” em que você vive é de subsídio-Estado-dependentes que nunca fizeram nenhum para ganhar a vida. Destruíram todos os bons indicadores deixados por PPC, o défice comercial voltou a negativo, o crescimento ainda foi inferior ao de tempo de PPC no tempo da Troika, o desemprego estagnado… Não admira Portugal tenha agora descido 3 lugares e esteja na cauda da Europa. É a vossa obra, dos inúteis, pestilentos.
Pedro Ferreira: Penso que Marcelo tem de ser confrontado nas próximas eleições com uma alternativa credível à direita . Mesmo sabendo que perde, Passos devia fazer mais um sacrifício e anunciar, desde já, a sua candidatura, posso contribuir com trabalho voluntário e algum dinheiro. Se nada for feito, Marcelo terá nos braços outra bancarrota tal como Cavaco teve a sua. 
Antonio Sousa Branco: Comparando com a mediocridade e a venalidade generalizada dos políticos actuais, o tempo só realça as qualidades humanas e de Estadista de Pedro Passos Coelho
Francisco Carvalho: PASSOS COELHO um grande Estadista ...um grande Homem neste PORTUGAL destes pequenos e maus socialista !   Mais uma boa crónica de ALBERTO GONÇALVES ! 
José Henrique Cruz: Passos Coelho grande Homem. Crónica na mouche, como sempre. Parabéns.
Jose Costa: A extraordinária integridade de Pedro Passos Coelho a contrastar com a enorme falta de princípios e de decência de quem hoje nos governa.
Maria José Melo: Até que enfim que alguém reconhece e enaltece o valor de Pedro Passos Coelho! Tudo aquilo que eu penso. Dos poucos políticos portugueses que merecem esse nome e ser Primeiro-ministro. Obrigada, Alberto Gonçalves, pelo seu texto!
Antonio Rodrigues: Muito obrigado por esta crónica. Há muito tempo que não  leio algo tão simples e justo
Marie de Montparnasse: Nada abona a favor de um povo que não preserva os seus melhores homens. A Alberto Gonçalves e a Pedro Passos Coelho o meu muito obrigada. 
Maria Alva: Um verdadeiro estadista, dos muito poucos que o Portugal pós 25 de Abril conheceu. Sem dúvida que a História irá reconhecer a sua determinação, sentido de Estado, honestidade e urbanidade política. Até prá semana AG, e obrigado pela sua partilha.
Carla Nunes: PEDRO PASSOS COELHO é sinónimo de integridade e seriedade. Um grande estadista que faz falta ao nosso país. Acredito que a História venha a dar-lhe o valor devido. Obrigada, Alberto Gonçalves por trazer Pedro Passos Coelho ao Observador.
José Carlos Lourenço: Tenho a certeza que Passos Coelho é um Estadista sério e honesto que está muito acima do padrão medíocre e rasteiro que caracteriza a larga maioria dos actuais dirigentes politiqueiros. Não tenho dúvidas de que seria, de longe e de perto, o melhor candidato do centro-direita à Presidência da Republica
Carlos Chaves: Caro Alberto, obrigado pela sua  escrita magnífica quer no conteúdo quer na forma. Passos Celho um homem invulgar – Felicia Cabrita
Henrique Neves: Incontornável. Gostei
Fernando Ribeiro: Há coincidências... mesmo antes de abrir o computador e ler este artigo de opinião, falei de PPC. Com filhos na idade de arranjar emprego, somos confrontados coma realidade do país. PPC pode ter sido pouco ajuízado ao aconselhar as pessoas a emigrarem e foi condenado por isso. Mas ele apenas pôs em palavras o que TODOS praticam. Pode o actual PM ter falinhas mansas e habilidade política. Na prática, quem não emigra fica condenado a um país que é MEDÍOCRE. Talvez mesmo o melhor medíocre do mundo.
Nuno Rocha: Gostei do artigo e também partilho a ideia de que PPC é um homem com sentido de Estado, como poucos. Acredito também nas suas virtudes pessoais aqui referidas. E, duma forma geral, as medidas que implementou foram boas, apesar de nunca se conseguir agradar a gregos e a troianos. Contudo, a área onde penso que falhou foi a da comunicação. Conforme aqui foi comentado, por um lado, permitiu sem luta que a esquerda estendesse a teia de mentiras e demagogias na comunicação social que ainda hoje vigora. Por outro, quando ao assumir as rédeas do governo se apercebeu que a herança socrática era muito mais pesada que o imaginado e que os portugueses iam ser muito mais penalizados, devia ter confrontado o país com isso mesmo e não passar a imagem do dar o dito por não dito, nomeadamente em termos de carga fiscal que foi obrigado a implementar. Mas homens como o PPC fazem muita falta e, como também alguém já comentou, ele é apenas um mortal de quem se espera que tenha aprendido com os erros.
Teresa M Gamito: Muito obrigada pelo artigo. Poucos o saberiam escrever. Partilho da mesma opinião sobre PPC, até na parte de que foi uma pessoa por quem não dava muito ao início e que aprendi a admirar.
Lucilia Fonseca Domingues: Os tugas saloios, não merecem um Homem como Pedro Passos Coelho.
Carlos Quartel: Passos Coelho governou com a troika aos ombros. Acreditou na necessidade de corrigir desmandos socráticos e foi rigoroso. Mas não há que o pôr num pedestal. Penso mesmo que foi demasiado cumpridor, que foi além do aconselhável ( Aeroportos e CTT) e que não ofereceu resistência às experiências troikas. Sobressai na honestidade e no rigor, num país de aproveitadores, mas duvido do efeito deste tipo de elogios .
Rodrigo S: O senhor mais honesto, para mim, que já tivemos na política portuguesa. Para mim também coincide com o melhor PM.
maria perry: PPC é como um gigante rodeado de anões. Quanto mais o olhamos de perto, mais percebemos o quão gigante é. AG soube retratar isso muito bem.
Joel Freitas: Também eu a inicialmente não o achei capaz de liderar um Governo em Portugal, principalmente com a realidade do país em 2011... mas agora reconheço que poucos teriam a audácia e capacidade para fazer o trabalho que ele fez. A História lhe fará o devido reconhecimento e os portugueses a seu dentro tempo farão o mesmo principalmente quando se aperceberem do logro que a esquerda representa.
victor guerra Obrigado Gonçalves, por esse excelente retrato,do homem com quem contamos para nos salvar,de novo,da destruição de "esquerda".Um patriota honesto
Pedro Queiros Muito bom Alberto. É exactamente isto o que eu penso de PPC.  Ainda ontem à noite fui jantar a Vila Real. Falámos de PPC e das adversidades que teve ao longo da vida. Essas adversidades também as teve e as tem na sua familia, e poucos o sabem. Penso que os infortunios a que foi sujeito e o exemplo dos seus Pais, ajudaram a forjar o caracter, a força e a obstinação, pelo que acha correcto. Espero nao me enganar quando digo que vamos voltar a ter Primeir1o Ministro Forte abraço  ampa Eu não desisto de PPC.
Pedro Cordeiro Os vendidos da comunicação social que fizeram tudo para o vilipendiar, diária e continuadamente, são os mesmos vendidos que se calam hoje perante a vergonha que é este PS. Vale tudo até ao tacho final. Minimizar o esterco da esquerda e maximizar as asneiras da direita. Passos cometeu alguns erros (ir para além da troika, foi um deles) mas foi o único político decente nos últimos anos. Votei nele e votaria outra vez. Gostava de ter estado nesse almoço.
Manuel Pinto: Muitas pessoas sérias deste País, não têm dúvidas, ter Passos Coelho, chefiado um governo, de que os portugueses careciam, dado o estado a que  coisa nacional chegou. Ao contrário do que sucedeu, subsequentemente, em que se arranjou um País, para o PS!!!
Joaquim Moreira Nem sei como começar, tal é a vontade em concordar. Começo por dizer que a última vez que o encontrei foi exactamente a almoçar. Tendo aproveitado a oportunidade de com ele voltar a falar, uma vez que a primeira foi numa reunião pública em que fiz muita questão de o elogiar. E fiz questão de com ele falar, exactamente porque tenho pela pessoa e pelo político um respeito e uma admiração, muito particular. Desde logo, porque nunca pensei que um "laranjinha", poderia alguma vez demonstrar, que era um Estadista muito difícil de igualar. A coragem que teve para assumir os erros de outros, e a seriedade e transparência, com que, em circunstâncias particularmente difíceis aceitou governar, foram e continuam a ser razões suficientes para o admirar. Só ainda não cumpri o convite que me fez para lhe ligar e com ele poder almoçar. Por isso fico muito contente, por saber que o meu "filho da terra" foi à minha frente. Na verdade, trata-se de um político de grande calibre e enorme personalidade. O que é, sobretudo em Portugal, uma raridade. Desde logo, porque é um político que fala verdade, sem medo de encarar a realidade. Daí a sua grande tranquilidade, e manifesta falta da tal “habilidade”. No fundo, um Estadista com o nome gravado para a posteridade.
Velha do Restelo: Soube tão bem ler este artigo. Obrigada, Alberto!
Alfaiate Tuga Se não tivesse tentado pôr os trabalhadores a pagar a TSU dos patrões talvez ainda hoje fosse primeiro-ministro. Não tenho dúvidas que foi o político mais sério que por aqui passou nos últimos anos, que governou um país deixado em destroços pelo bando do 44 agora no poder, mas dizer-me que vou pagar mais para o meu patrão pagar menos, foi um monumental erro de cálculo.
Joaquim Moreira > Alfaiate Tuga A ideia não foi dele, foi de um professor de universidade, mas que ele assumiu com muita coragem e dignidade. Mas, sobre o que estava em causa, muita gente não percebeu, não foi só o Alfaiate. Sobre este assunto ouvi muito disparate. Não se tratava de dar dinheiro aos patrões, tratava-se de, não havendo dinheiro, assim arranjar financiamento para as empresas e não para os patrões. E, até estava previsto ser criada uma conta especial, na contabilidade das empresas, para que este dinheiro não fosse usado mal. De tal maneira, que até MFL veio dizer que se tratava de uma medida de cariz comunista, uma vez que o Estado, teria que, sobre a conta, ter um controlo muito apertado. Mas, na altura, Manuela Ferreira Leite, também estava do outro lado. Do lado errado!
Joaquim Moreira > João Lopes:  A maioria, senão a totalidade dos "patrões", quais Senhores, começaram e continuaram a ser sempre trabalhadores. Qualquer que seja a riqueza criada, se não fosse a iniciativa do "patrão", não havia trabalhadores, não havia nada. A menos que fosse uma sociedade de comunada, dependente do Estado e da sua elite bem instalada. Para pensar como pensa, no mínimo, deve ser dos que recebe um salário, quer faça alguma coisa, quer não faça nada
Pedro Ferreira: Muito oportuno. Passos é alguém que ganhou um estatuto de Homem de Estado acima do pântano em que se encontra a política nacional. 
Maria Nunes Excelente. A perseguição que fazem a Passos Coelho, só mostra como têm medo dele. Gente pequenina sem dignidade e sem escrúpulos.
Nelson Diogo: Infelizmente os bons não se dão com esta escumalha que abunda na política nacional.
Madalena Barreto A integridade de PPC é uma raridade. Mas, infelizmente, falta-lhe habilidade política. Ter razão antes de tempo, nem sempre é uma virtude.
Pérolas a porcos > Madalena Barreto A "habilidade" de que você fala é apenas sinónimo de falta de escrúpulos!!! Costa não é habilidoso: é um pulha!!!
Adelino Lopes:  Concordo com a análise do AG. Também eu desconfiei do PPC em 2011. Não inspira confiança uma pessoa cuja formação não estava bem esclarecida, e destes existem milhares de exemplos por aí. Depois mostrou ser um Homem de Estado. Mas não se isenta de críticas. A primeira vai para aquela companhia do relvas. Como foi possível ter amigos daqueles? A segunda vai para a sua estratégia política. Como foi possível deixar que a máquina de propaganda do PS instalasse em Portugal diversas mentiras: demasiadas. Por exemplo, que foi o PSD a chamar a Troika, que foi a Maria Luís a responsável pelos swops, que obrigou os portugueses a emigrar, responsável pelo novo banco, etc, etc. Todos os dias, pela manhã, lá apareciam notícias nas redacções para gáudio dos jornaleiros.
Rui Lima > Adelino Lopes: Sobre Miguel Relvas , já escrevi a PGR e tenho pedido a muita gente para saber de que é acusado o homem , se tiver alguma informação concreta agradeço . Li o livro “O Processo “de Franz Kafka por isso sou cuidadoso nas acusações. Na minha busca encontrei antigos colegas de escola, foi me dito muita coisa que joga a seu favor .
Madalena Barreto > Adelino Lopes Só conseguem apontar Miguel Relvas a PPC que, ao que me lembro, não se intrometeu e aceitou a respectiva demissão do governo. Muito longe dos incontáveis casos que enxameiam o actual e por coincidência anterior ao governo de PPC. Parece que exigem a PPC a infalibilidade de santo e não de ser humano com qualidades e defeitos; boas (a maioria) e também más decisões. Ele próprio reconheceu que, se pudesse voltar atrás, teria decidido diferentemente numa ou outra questão.
Adelino Lopes > Madalena Barreto: Entre o deve e o haver, eu tenho o PPC em muito boa conta. E depois, a minha avaliação é, por princípio, pessoal e subjectiva.
Rui Lima > Adelino Lopes: Eu sempre tive simpatia pelo pugilista que leva pancada , quando vi todos e tudo a bater no Miguel Relvas só com certezas tomava partido nessa cruzada , nunca falei com ele mas sei as escolas que frequentou e seus antigos colegas desde criança seria um negociador nos conflitos entre alunos e alunos e professores. Ninguém até hoje lhe apontou um crime, o seu derrube foi uma estratégia de dentro do partido , história da licenciatura para atingirem PPC porque Relvas era o muro de protecção de PPC. Sim, foi um erro levá-lo para o governo porque devia ter ficado na sombra a fazer o  trabalho como fazem os outros líderes, até nisso o PPC foi honesto.
Elisabete Carvalho “Estaleca” e “serenidade” são dois termos que não fazem parte do léxico (nem do domínio cognitivo e/ou sensorial) dos ‘sheeple’ das minorias grandoleiras “y sus muchachos”!
Rui Lima: Será reconhecido como um homem de estado honesto, coisa rara em Portugal na classe política. E depois tem um mérito de ter conseguido o que ninguém tinha conseguido porque ninguém presta atenção lembro notícia recente: “Importações cresceram cinco vezes mais do que exportações no terceiro trimestre” Todas as nossas crises em Portugal tiveram como mãe este desequilíbrio que é o grande aferidor da nossa competitividade que a prazo é mais grave que o déficit das contas , no Portugal democrático só houve um governo um homem de coragem PPC que fez o necessário passou de 10% negativos a excedentes. Aumentar ordenados dá votos e miséria a prazo, são os países que primeiro criam riqueza para só depois a distribuir que conseguem bons ordenados. É esse o mecanismo para a pobreza, menos exportações (aumento de preço de custo) e aumento a importações (poder de compra satisfeito com importações) ou seja aumentar ordenados sem o aumento produção é um logro, porque é o caminho para o desastre que só não está a acontecer porque o BCE mantém a tona empresas e países Zombi .
Madalena Barreto > Rui Lima: Absolutamente de acordo.
Rui Lima > Rui Lima: Obrigado eu, por norma prego no deserto, sempre olhei e li a história económica dos países com interesse: Os de sucesso em todos inicialmente há sacrifícios com níveis de poupança elevado para permitir investimentos, no velho princípio semear para colher. Já nos países falhados gastam hoje o que não têm.
Fernando Ribeiro > Rui Lima: Em Portugal, pregar no deserto é sinal de sanidade mental.
Miguel Oliveira: Absolutamente de acordo. Este país não o merece.
Francisco Ramalho: Uma crónica decente, sobre um governante decente escorraçado por uma oligarquia indecente com a cumplicidade de uma massa de tontos-imbecis. Sou emigrante há mais de 30 anos e escrevo este comentário de passagem numa estação de autocarros de um país nórdico. Aqui domina a decência, honestidade, responsabilidade social. Não se evade muito ao fisco e o Estado existe para ajudar e proteger. Que diferença e que pena, em relação ao meu querido Portugal.

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