terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Publicidade, o melhor dos remédios

As informações surgiram radiantes nos jornais escritos e falados. Tratava-se de um cão d’água lusitano, opção da família Obama, para companheiro na Casa Branca. Ficámos orgulhosos. Pouco antes, tinha sido um computador lusitano em expansão pelo mundo, não à maneira do Magalhães antigo, que esse entregou a alma a meio da viagem, enquanto que o actual até já conquistou seguidores lá pela China.
Não temos, todavia, a veleidade de supor natural de cá o cão d’água futuro de Obama. Achamos, modestamente, que o cão d’água é de lá, descendente de emigrantes lusitanos, por isso, com o desenvolvimento cultural e linguístico desse país onde nasceu, mas não deixamos de apreciar regozijadamente o facto.
Sempre nos orgulhamos com os êxitos dos nossos – sejam eles naturais de cá ou em trânsito pelo mundo. Aliás, no estrangeiro é que os nossos valores melhor se definem, por haver lá meios de avaliação mais sofisticados.
E se o nosso cão d’água atingir uma glória idêntica à daquele outro cão dos Baskervilles, só nos resta agradecer-lhe, pois uma boa guarda do Palácio Presidencial não terá menos impacto do que a terrível mistificação forjada por Sir Conan Doyle, que lhe trouxe tanta da glória e até resultou no cinema.
Talvez o nosso cão d’ água lusitano tenha a ocasião de se revelar, como o outro, “horrendo, fero, ingente e temeroso” para defesa de heranças ou de valores que outros pseudo-herdeiros poderão disputar aos novos moradores da Casa Branca, pese embora a sua função lúdica que lhe está destinada. É sempre bom contarmos com os imprevistos, muito mais num país de tanta dimensão como o do seu quase presente Presidente.
Neste mundo constantemente em lutas, todas as ajudas são de aproveitar, até mesmo as dos cães para as brincadeiras das crianças. E a glória do cão d’água lusitano será a nossa também, não temos qualquer dúvida. Tal como a taça do Cristiano.

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