segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Tout va bien

 

Qui finit bien, afinal. Mas é de prever o conteúdo dos quase 300 comentários - de desprezo, talvez, por Rio e de comprazimento pela vitória de Costa. Prefiro não ler e acreditar que posso ter-me enganado.

Costa absoluto promete ser diferente de Sócrates. Rio prepara saída

Texto de Rita Tavares e Miguel Santos Carrapatoso, fotografia de João Porfírio e Tomás Silva

É a segunda maioria do PS e apareceu inesperadamente. Por agora, Costa promete dialogar, mal seja indigitado e também um Governo "mais enxuto". V. Costa absoluto promete ser diferente de Sócrates.

Texto de MIGUEL SANTOS CARRAPATOSO,

(fotografia de JOÃO PORFÍRIO E TOMÁS SILVA)

OBSERVADOR, 21 Jan2022

 A noite começou com um ligeiro alívio, com o PS à frente das projecções, e acabou em euforia total, com o PS absoluto. Já ninguém o esperava, no meio socialista, e houve mesmo um recuo nesse pedido durante a campanha. No final a maior das ironias foi que a primeira admissão pública de uma maioria absoluta socialista chegou pela boca da líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins. O Altis não se calou mais em saltos e gritos e António Costa chegou para a confirmar, pela meia-noite. É mais curta do que a de José Sócrates, a primeira do PS, mas Costa promete que será diferente dessa. No PSD, o efeito desta vitória socialista foi devastador.

O PS conta com 117 sem os círculos da emigração (onde há dois anos os quatro mandatos foram divididos entre PS e PSD). Menos do que os 121 de Sócrates que chegou a pôr o pé na campanha para dizer ao líder socialista para “não desmerecer” a única maioria do PS. Costa respondeu-lhe este domingo, ao assumir que traz como “desafio” nesta legislatura “reconciliar os portugueses com a ideia das maiorias absolutas e que a estabilidade é boa para a democracia e não uma ameaça à democracia”. Além disso, também prometeu, logo a abrir “uma maioria que protege a independência do poder judicial e que cooperará com todas as instituições” e também com os outros órgãos de soberania, tocando em dois pontos — justiça e relação institucional — sensíveis no tempo da outra maioria socialista.

Aliás, sobre a Presidência da República, Costa diz mesmo esperar o que teve até agora: “Solidariedade institucional”. “Nunca houve um período tão longo da nossa história onde o relacionamento entre o Presidente, a Assembleia e o Governo seja tão pacífico e tão construtivo como nos últimos seis anos”, afirmou. Corrigiu um dos argumentos de campanha, em que chegou a usar Marcelo para garantir que os portugueses teriam uma válvula de segurança no Presidente, dizendo na noite da vitória que afinal “o primeiro garante” de que não “pisará o risco” será ele próprio.

 “Esta maioria só foi possível porque se juntaram aos socialistas vários votos de cidadãos das mais diferentes origens políticas que entenderam que neste momento era o PS que podia garantir as maiores condições de estabilidade”. É aqui que Costa funda a necessidade de procura de consensos. Mas é também esta maioria que o deixa agora preso ao cargo de primeiro-ministro, independentemente do que Bruxelas possa vir a pedir dele em 2024, altura em que há Europeias e, com elas, a reorganização dos cargos europeus para onde Costa é apontado com recorrência, precisamente para esse tempo. Mas disso Costa não falou.

Antes de seguirmos com o mandato Costa III, um parênteses para lembrar os resultados (quase finais): PS com 41,7% (117 deputados), PSD com 29,2%, juntando as coligações nas ilhas (76 deputados), Chega com 7,2% (12 deputados), IL com 5% (8 deputados), BE com 4,5% (5 deputados), CDU com 4,4% (mas 6 deputados), CDS com 1,6% (0 deputados), PAN com 1,5% (1 deputado) e Livre com 1,3% (1 deputado).

Indigitar, chamar todos-menos-o-Chega e fazer um “Governo mais enxuto”

Quanto ao futuro mais imediato, Costa aguarda agora a indigitação e, depois, promete que vai chamar todos os partidos para dialogar. “Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho. É uma responsabilidade acrescida e governar é governar com e para todos os portugueses”, disse Costa, que ainda acrescentou que “esta maioria será de diálogo com todas as forças políticas que na Assembleia da República representam os portugueses na sua pluralidade”. Menos o Chega — uma promessa de campanha que mantém e que deixou a sala cheia de socialistas a gritar “não passarão”.

António Costa só ainda não explica como vai conciliar esse diálogo (com todos menos o Chega) com a entrega do Orçamento que quer promover rapidamente e que prometeu na campanha passar à prática mal possa — agora tem condições para isso, sem precisar de negociações, pela primeira vez desde que é primeiro-ministro. A outra promessa é que o Governo será “seguramente mais enxuto, mais curto, uma verdadeira task force para a recuperação e o progresso”.

Na sala cheia do Hotel Altis, onde o PS costuma passar as noites eleitorais, contavam-se governantes aos pares, desde o início da noite, mas também outras figuras do socialismo (e não só, já que o independente Pedro Siza Vieira, até aqui ministro da Economia, foi uma das figuras que esteve desde o início da noite) que podem estar disponíveis para integrar um Governo, caso de Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa derrotado nas últimas autárquicas. Mal Costa entrou no Altis, Medina foi o primeiro a cumprimentar Costa na entrada. Nessa altura, o líder socialista ainda vinha sem certezas de maioria, apenas com a da vitória, e à RTP, durante a noite, até disse que a maioria “não era previsível”.

A verdade é que o próprio se assustou nesta campanha com o efeito negativo que lhe pareceu vir da maioria absoluta que chegou a pedir, para assumir dias depois, em Coimbra, que afinal, naqueles dias, o que tinha “ouvido e sentido” na rua era outra coisa. “O que os portugueses querem é uma solução estável mas que assente no diálogo e na criação de consensos”. Baniu mesmo o pedido dos seus discursos. E foi praticamente sem pedir, que chegou lá.

Morte do rioísmo e Costa absoluto deixam PSD em suspenso

Uma parte do partido em estado de choque, outra parte escangalhada a rir com o enorme trambolhão de Rui Rio. Mas não inteiramente satisfeita. A vitória absoluta de António Costa deixa todos os candidatos à sucessão de Rio de sobrolho franzido e com uma equação difícil para resolver: ser líder do PSD para quê? Contas feitas, o cargo de presidente do PSD é hoje um dos lugares menos apetecíveis da política portuguesa.

As perspetivas que se colocam à frente de qualquer candidato ao lugar não são exactamente animadoras. Num partido que se habituou a ser uma máquina trituradora de líderes (só Rio foi exceção), quem chegar ao topo da hierarquia social-democrata nos próximos meses terá pela frente uma travessia no deserto sem garantias de que venha a ter sequer oportunidade para disputar as próximas legislativas. Nem seria uma estreia: Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, por exemplo, aqueceram o lugar na oposição e caíram sem hipótese de irem a votos.

Os críticos internos de Rio estão, por isso, a fazer contas à vida. Paulo Rangel não quererá entrar nestas conversas para já. Miguel Pinto Luz vai pronunciar-se nos próximos dias, mas sabe que a margem para vencer é curta. Carlos Moedas apareceu na sede eleitoral, recusou qualquer tipo de especulação e jurou lealdade à Câmara Municipal de Lisboa. Ainda assim, há um fator que ninguém ignora: a bolsa de votos do que era o rioísmo está órfã e o mais sério candidato a herdá-la é Luís Montenegro. O antigo líder parlamentar, que fez campanha ao lado de Rio, está quieto – o palco (ainda) não é o dele.

Antes das directas do PSD, Rui Rio tinha contemplado a hipótese de perder estas legislativas e estava apaziguado com a ideia de apontar um sucessor natural. Essa figura seria Paulo Rangel se o eurodeputado não tivesse frustrado todos os planos de Rio. Ainda durante a campanha, uma fonte da comitiva de Rui Rio punha as coisas nestes termos: “Se perdermos, não vejo ninguém em melhores condições do que ele [Luís Montenegro].”

O papel das tropas montenegristas não foi indiferente na disputa interna que manteve Rio no poder. Muitos dos apoiantes do antigo líder parlamentar sentiram que seria mais vantajoso deixar Rui Rio terminar o seu ciclo político do que permitir que Paulo Rangel iniciasse o seu próprio, atirando para as calendas as hipóteses de Montenegro (ou de alguém desse grupo) chegar à liderança. Outros tantos tiraram o pé do acelerador durante campanha interna, o que ajudou Rio a conseguir uma vitória contra Rangel e contra todas as expectativas que existiam. E uns quantos acabaram mesmo premiados com lugares nas listas de deputados.

A histórica sucessão começou a escrever-se nas estrelas: Rio perdia, Costa governava em minoria, tempo para desgastar, novas eleições antecipadas daqui a dois anos e, finalmente, a vitória do PSD. O que ninguém conseguiu antecipar na altura é que o próximo ciclo de António Costa vai durar quatro anos. Ninguém quer dar passos em falso nesta altura do campeonato, mas alguém terá de assumir o fardo.

Rui Rio, esse, já não está de pé. Na noite em que derrotou Paulo Rangel, o líder social-democrata fez tocar o “I’m Still Standing”, de Elton John, transformado rapidamente em hino daquela noite e uma ode à resiliência de Rio. Mas, tal como em 2019, a resiliência interna do líder social-democrata não teve reflexo nas urnas. Pelo contrário: depois de ter passado parte da campanha a aconselhar a António Costa que tivesse “dignidade” na hora da derrota, que Rio dava como certa, acabou ele próprio derrotado sem apelo nem agravo.

Desta vez, não houve música na sede eleitoral do PSD. Só apupos aos jornalistas e o alemão de uma (quase não) resposta de Rui Rio à sua continuidade à frente do PSD. O líder social-democrata reconheceu a responsabilidade pessoal na hora da derrota, assumiu que não vê como pode ser “útil” à frente do PSD durante quatro anos de maioria socialista, mas nunca, apesar da insistência da comunicação social, esclareceu se vai ou não demitir-se e quando.

“Sou o primeiro a dizer que, estando numa perspectiva de serviço, que é sempre como estive, eu não consigo argumentar como é que posso ser útil ao partido. Só se alguém argumentar. Não consigo, neste momento, havendo quatro anos de maioria absoluta”, foi repetindo Rio. A porta de saída está aberta, mas o líder social-democrata preferiu não dar para já esse passo.

Rui Rio fez a campanha que quis, como quis e quando quis. Tal como recordava o Observador no último dia de campanha eleitoral, o social-democrata teve as condições que sempre desejou para enfrentar António Costa: a ‘geringonça’ desmontou-se, as autárquicas deram o pântano sonhado, a conjuntura externa penalizou o socialista, as sondagens moralizaram o partido e a oposição interna calou-se e apareceu em peso ao beija-mão. Desta vez, não havia desculpas.

E Rio perdeu. E perdeu quando achava mesmo que ia ganhar. A direção do PSD tinha sondagens internas que lhe davam a vitória contra António Costa e agarraram-se a isso durante grande parte da campanha. Quando as sondagens oficiais puseram pela primeira vez o PSD à frente do PS, Rui Rio, que sempre desprezou as mesmíssimas sondagens, começou a fazer campanha como vencedor antecipado.

Pior: perdeu depois de ter passado grande parte da corrida eleitoral sem forçar o discurso do voto útil à direita, só o recuperando na recta final da corrida eleitoral, viu Chega e Iniciativa Liberal furarem e de que maneira a bipolarização, algo que não aconteceu à esquerda – bem pelo contrário.

Antes, tinha dispensado o CDS, o que lhe teria permitido eleger mais deputados em alguns pontos do país, e recusou qualquer tentação de ser uma força agregadora da família não socialista. Na hora da derrota, acabou a queixar-se da dispersão de votos à direita e da capacidade de António Costa impor a ideia de voto útil à esquerda — estratégia que, por decisão própria, preferiu não seguir.

Quando se julgava à frente nas intenções de votos, foi dizendo repetidamente aos socialistas que perder não era “morrer” e que António Costa não devia entrar em desesperos, nem perder a elevação. Acabou ele a perder em toda a linha. Com a derrota deste domingo foi o rioísmo que morreu.

LEGISLATIVAS 2022   ELEIÇÕES   POLÍTICA   PS   PSD

 

Não há fome


Que não dê em fartura. Foi o que mais nos alarmou, nestas eleições de brincadeira: a quantidade de partidozinhos sem expressão  suficiente, mas que pulularam de repente, a dizer do seu bestunto, nitidamente para exibirem diversas figuras  da nossa mendicidade hodierna, a que a televisão, com uma seriedade que a mim me pareceu antes troça – ou menoridade também - chamou ao palco das baboseiras politiqueiras dessa nossa menoridade mental. Fragmentação foi obra, de facto, por cá. Até o Tino de Rans voltou a esse palco da nossa democracia de “sapatinho bate bem”…

A fragmentação que ainda nos ultrapassa

A institucionalização das questões políticas dá-lhe um cunho de durabilidade e legitimidade que não volta atrás.

DIANA SOLLER, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 29 jan 2022

Tornou-se um lugar-comum dizer que a democracia nos países europeus está em crise. Alega-se que nasceram e cresceram, nos diferentes estados, movimentos populistas e extremistas (acrescento, tanto à direita como à esquerda), muitos com assento parlamentar. Os que não têm poder institucional suficiente, têm apoio popular que os legitima, acabando por transformar as agendas políticas dos partidos moderados com propostas mais arrojadas e, essencialmente, com propostas discriminatórias. Da direita vem um nacionalismo exclusivista, da esquerda a radicalização da igualdade.

Numa democracia, estas expressões são tão legítimas como quaisquer outras – o que não quer dizer igualmente toleráveis. O estado de direito permite que qualquer força ideológica se possa expressar em igualdade de circunstâncias. E, quer queiramos quer não, os movimentos populistas e extremistas (não têm de ser uma e a mesma coisa) surgem em momentos de profunda crise social. Desde 2008 que a Europa já não é a Europa da prosperidade nem da solidariedade. Desde 2013 que a Europa se debate com crises migratórias – que dão azo a todo o tipo de preconceitos muito facilmente instrumentalizáveis e a ataques híbridos de países terceiros. Desde 2019 a Europa passou a ser tão permeável a problemas de saúde pública como qualquer outro continente. E a pandemia demonstrou ainda que as nossas desigualdades sociais são acentuadas e as nossas liberdades frágeis. As populações estão cada vez mais descrentes da bondade dos partidos políticos, e cada vez mais atentas a comportamentos erráticos, nomeadamente no que respeita à corrupção e à resposta da justiça.

A todas estas questões junta-se uma outra de que pouco se fala na imprensa: a crise institucional que a chegada de um sem número de pequenos partidos trouxe para os estados. Se até à década passada havia uma certa estabilidade na estrutura político-partidária, ela estilhaçou-se, dando lugar a um fenómeno a que chamamos fragmentação.

A definição é evidente: num espaço político ocupado por forças tradicionais e mais ou menos estáveis, há agora dois problemas: o da imprevisibilidade e o da governabilidade.

A imprevisibilidade está em dois domínios: o eleitoralos eleitores dos partidos de protesto são extremamente voláteis, o que faz com que os números mudem de eleição para eleição – e ao nível da constituição parlamentar. Os pequenos partidos impedem maiorias absolutas e passam a ser parte da decisão das coligações que as substituem. Evidentemente, este problema tem características mais vincadas em sistemas semipresidencialistas e parlamentares, que dependem de coligações para governar com estabilidade.

Tem sido adotada uma de duas soluções: a constituição de blocos de esquerda e de direita que no seu conjunto cheguem à maioria. É o caso da coligação “Frankensteinem Espanha que junta todos os partidos de esquerda, mesmo os dos extremos e os separatistas. Esta solução tem dois riscos enormes: a normalização dos extremismos e a consolidação de um falso sistema bipartidário. Nos tempos que correm vamos sabendo que um sistema de dois blocos – ou dois partidos quase-únicos – vem com um risco de substituir a fragmentação pela polarização, um fenómeno que me parece bem mais perigoso e difícil de combater.

A outra possibilidade são as coligações entre partidos do centro político. É o caso da Alemanha, que neste momento é governada pela coligação “Semáforo” (sociais democratas, liberais e verdes), mas foi por muitos anos liderada pela “Grande Coligação” que unia democratas cristãos e sociais democratas. Esta solução também não é perfeita. Os “blocos centrais” são tendencialmente estáticos e tendem a esbater as opções políticas. Aqui o que pode acabar por acontecer é a criação de uma grande indiferença pública em relação à política, que se torna uma sucessiva repetição do que já foi, e deixa os eleitores sem opções reais.

Nenhum dos cenários é famoso. Mas é destas questões de ideologia e governabilidade que deve ser feito o debate na Europa. Se sobre a primeira têm corrido rios de tinta, sobre a segunda pouco de fala. E não devia ser assim. A institucionalização das questões políticas dá-lhe um cunho de durabilidade e legitimidade que não volta atrás. Daí a importância de pôr estes temas em cima da mesa o mais brevemente possível.

DEMOCRACIA    SOCIEDADE   EUROPA   MUNDO

COMENTÁRIOS

Vou ali e já volto: Entre o nacionalismo exclusivista e a radicalização da igualdade, venha o diabo e escolha. Os blocos centrais apenas cumprem a sua função se conseguem expor esta polarização ao seu ridículo e insignificância, por ser totalmente inadmissível. Outra forma de controlar a polarização, e então a fragmentação pode ser útil, é obrigar os deputados a ocupar lugar no Parlamento de forma aleatória, sem estarem acantonados como os árabes em Paris: quando o deputado André Ventura tiver de sentar ao lado da deputada Joacine Katar Moreira, ambos acabarão por moderar as suas intervenções, ou ambos serão postos para fora do Parlamento. Pode-se até pensar “uma já foi”. Mas se esta for substituída pelo que está a correr no lugar dela, fazê-lo sentar-se a lado do outro tornar-se-á um momento de apreciação. A polarização apenas é possível pelo distanciamento ou acantonamento. A proximidade cria novos sabores, que funcionarão como atenuantes da polarização. Por que não projetar uma Grande Coligação capaz de incluir estes extremos que conseguirem perceber o ridículo das suas propostas? Há que andar para a frente e deixar-se de lamúrias!              Francisco Tavares de Almeida: Gostei de ler. É muito mais um artigo de jornalista do que de comentador, apresenta os factos e não escolhe as soluções.           klaus mullerFrancisco » Tavares de Almeida: Graças a Deus que já lá vai o tempo em que a Diana se sentia na obrigação de dizer mal do Trump em cada artigo que publicava, mesmo que não viesse a propósito.            bento guerra: Não sei se a democracia está em crise, mas sei que não presta. A maneira como se organiza o espectáculo dos votos, em Portugal, ou agora, em Itália, a escolha do próximo Presidente, mostram a distância entre os "donos do negócio" e o sentimento popular.

 

domingo, 30 de janeiro de 2022

Intercultural também


Com muitos alarmes e reivindicações, provindos dos povos por aí espalhados hoje, fugindo dos seus habitats, onde dificilmente se dão bem, retirada que foi a sua estabilidade anterior, entregues que ficaram aos seus novos governos da espécie dir-se-ia tribal - mas exigindo sempre, favorecidos por quem lhes estende a mão – ou seja, essa esquerda piedosa com os oprimidos - justificadora igualmente da mãozinha que a si próprio se atribui, porque lhe chegou a vez, no esplendor do seu discurso exigente de preconceito e de radicalismo. Mas a pergunta do título da magnífica lição de Jaime Nogueira Pinto, é, acima de tudo – “preocupadamente – maliciosa, subentendendo uma resposta bem negativa. Não, a tendência hoje, é para o “acultural”, para a incultura de raiz, fazendo finca-pé nos chavões que semeiam o ódio pelos seus antigos “exploradores”, de par com o muito amor pelas antigas “vítimas” daqueles. Daí ninguém os tira, nem querem saber desses filósofos ou literatos que, com as suas análises do “Bom Selvagem” e quejandos, foram responsáveis pelos volte-face políticos e sociais, a caminho de uma massificação em que as sociedades se vão transformando, cada vez mais omissas em valores humanos. Omissos de cultura, em suma, na banalidade repetitiva e monocórdica das suas cassettes ofensivas e defensivas.

Uma revolução cultural?

O tempo presente não se cansa de dar razão à velha máxima de Tocqueville:  “Uma ideia falsa mas clara e precisa terá sempre mais poder no mundo do que uma ideia verdadeira mas complicada.”

JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista no OBSERVADOR

OBSERVADOR, 29 jan 2022, 00:0349

A ignorância e a indigência política e ideológica é uma das causas e um dos sintomas de um “atraso português” que tem vindo a arrastar-se no tempo e a agravar-se. O reality show da campanha eleitoral – no seu frenesi de sondagens diárias, de pequenos sensacionalismos para evitar “expulsões da casa”, de cães, gatos e coelhos tirados das cartolas, de anúncios de remédios milagrosos, de polarizações e linhas vermelhas arbitrariamente traçadas e retraçadas – mostra bem o deserto de ideias em que, há muito, se tem vindo a transformar a sociedade portuguesa, excitada por aqueles que supostamente deviam liderá-la, informá-la e formá-la – políticos, jornalistas, comentadores.

Não digo que passemos a obrigar os dirigentes a fazer exames, exigindo-lhes conhecimentos mínimos de História geral e de História das Ideias para se candidatarem e para exercerem funções, como na velha China dos Mandarins; mas podemos e devemos exigir-lhes um mínimo de consciencialização do abismo ético, cultural, intelectual, político e civilizacional a que a presente alienação nos conduz.  E da necessidade de uma mudança.

Sei bem que isto das “revoluções culturais” ou das “mentalidades” é tão velho que chega a ser entediante. Desde os Estrangeirados do século XVIII até aos Seareiros, passando por Herculano, pelos “Vencidos da Vida” e pelos Integralistas, que a cura proposta para o “atraso português” é, invariavelmente, a exigência de um urgente “Sapere Aude!” kantiano, de uma revolução cultural ou de mentalidades capaz de mudar as coisas. E nem a doença era então tão grave, nem os antigos queixosos tinham a felicidade de poder recolher nos grandes media, nas redes sociais ou nas caixas de comentários tão abundantes e eloquentes provas da desgraça.

Mas serão as tentativas de revolucionar a cultura e as mentalidades – com livros, revistas, movimentos de ideias – ainda viáveis e eficazes? E será que alguma vez o foram? Será o trabalho das ideias, a batalha cultural, um esforço determinante, ou um entretenimento inútil?

Tem-se dito que as rupturas políticas – as revoluções ou contra-revoluções – foram sempre precedidas de revoluções ou contra-revoluções intelectuais e culturais. Assim, as Luzes apareceriam como a causa principal da Revolução Francesa, ao destruírem as bases da legitimidade do Ancien Régime, por um processo de racionalismo descristianizante, que atingiu o Altar e, por inerência, o Trono. Em 1932, Daniel Mornet, em Origines intelectuelles de la Révolution Française, sustentava isso mesmo: que a revolução intelectual das Luzes fora a causa dos acontecimentos políticos e sociais conhecidos por Revolução Francesa. Mas em 1990 Roger Chartier, em Les Origines culturelles de la Révolution Française, virava o argumento ao contrário: as Luzes não tinham feito a Revolução – fora a Revolução que legitimara as Luzes. Ou seja, era a partir do real, do acontecido, da Revolução e do seu sucesso, que se tinham valorizado, a posteriori, os fios narrativos que a ela conduziam, que a explicavam e justificavam, isolando de um mundo de inúmeras possibilidades as correntes de pensamento que lhe tinham preparado o terreno.

O poder da palavra

O poder da palavra como criadora da mudança política foi investigado em muitas Histórias sobre as origens intelectuais da Revolução Francesa – de Alexis Tocqueville a Taine, de Georges Sorel a Daniel Mornet. A partir de Joseph de Maistre, de Bonald e do Abade Barruel as escolas contra-revolucionárias viram no jacobinismo, no terror, no dedo da franco-maçonaria e na acção anti-religiosa dos Filósofos e dos Libertinos a causa da destruição das crenças em que assentava a monarquia absoluta.

Mas mais importante do que tudo isso foi talvez o facto de as elites terem acriticamente mergulhado nos perversos encantos dos romances libertinos de Laclos, de Diderot ou do marquês de Argens, amigo de Voltaire e de Frederico da Prússia e autor do best-seller soft-porn, Thérèse Philosophe. Estes escritos lúdicos, mais elitistas ou mais populares, completavam as teses filosóficas e racionalistas sobre a origem e a legitimidade do poder político de Montesquieu, de Voltaire, de Rousseau e da Enciclopédia.

Embora haja algumas lendas sobre a influência e divulgação destes livros – o Contrato Social de Rousseau aparece muito menos nas bibliotecas da época do que o Emílio – não há dúvida que, no seu conjunto, esta literatura aparentemente apolítica serviu essencialmente para deslegitimar, nas próprias classes dominantes e beneficiárias do sistema, as bases do seu próprio poder.

Assim, quando eclodiu a Revolução, ninguém, incluindo o próprio Luís XVI, achava que Luís XVI fosse rei de França pela Graça de Deus; ou que isso fosse sequer importante.

Se lermos qualquer boa História da Revolução Francesa, percebemos claramente que os revolucionários – que se vão também devorando entre si, com os radicais, os Jacobinos, a Montanha, comendo os moderados, os Girondinos, e depois com os Jacobinos exterminando-se uns aos outros e, finalmente, liquidando o próprio Anjo da Virtude, Robespierre – estão firmemente convencidos da sua razão e superioridade moral, enquanto os partidários da ordem estabelecida estão possuídos por um sentimento de culpa, com Luís XVI sempre a ceder à intimidação e à violência. Havia consciência disto na época, como o mostra o panfleto de um tal Abbé Proyart, publicado em Londres, em 1800: “Louis XVI, Détrôné Avant d’être Roi, ou Tableau des Causes necessitantes de la Révolution Française et de L’ébranlement De Tous Les Trônes”. Houve, pois, uma revolução intelectual – que desconstruiu o poder entre as elites – e depois uma revolução político-cultural – que materializou o descontentamento e o transformou em movimento e violência nas ruas de Paris.

E o que se passou na Revolução Francesa, passa-se em quase todas as revoluções decisivas. Quem ler politicamente Os Possessos de Dostoievsky vê aí o retrato dos revolucionários; e quem assim ler Tolstoi também encontra, nos seus aristocratas, inteligentes e bons, um complexo de culpa activo perante uma sociedade radicalmente estratificada, onde eles estão no topo: Pierre, em Guerra e Paz, quer redimir-se pela Franco-Maçonaria e André, promovendo os seus servos. O próprio Tolstoi, na segunda metade da sua longa vida, e sempre sem sair do seu lugar de “bom e velho senhor”, faz o mesmo. Berdayev, um profundo analista do Zeitgeist do século XIX russo, sustentava que os espíritos religiosamente mais influentes na Rússia de então não tinham sido os teólogos, mas escritores como Tolstoi. Tolstoi aplaudira a política do czar Alexandre II que, em 1856, anunciara a libertação dos servos, que aconteceria em 1861 – coisa que o escritor começaria a fazer nas suas propriedades de Yasnaya Polyana. E nos anos 80, depois de traduzir os Evangelhos e criticar a Igreja Ortodoxa em nome de um cristianismo menos eclesial e mais cristológico, enveredava por um populismo místico igualitário.

Algumas das críticas de Tolstoi à política e à religião dominante na Rússia czarista coincidem com as críticas dos socialistas revolucionários. O populismo cristão do escritor chega a merecer o quase-elogio de Lenine que, em artigos vários, se refere às “contradições” dessse “latifundiário obcecado por Cristo”, aristocrata austero e generoso, que, apesar de tudo, representava a fraqueza do povo e dos camponeses que “choravam e rezavam, moralizavam e sonhavam, escreviam petições e enviavam ‘súplicas’.”

Ainda vale a pena pensar a política?

O facto é que, historicamente, na Europa no mundo, e até em Portugal, as experiências doutrinárias foram mais frutíferas do que, à primeira vista, poderiam parecer.

E hoje, valerão a pena as revoluções intelectuais e culturais? Servirão para mudar o mundo e a política? Ou estaremos, como defendem muitos, num universo pós-moderno em que os “bites” e os “likes” tornaram inútil qualquer esforço pensante, qualquer modelo gramsciano de deslegitimação ou legitimação do poder, com vista à mudança ou à permanência no status quo?

E, no entanto, sob um aparente vazio de ideias, com as elites e o povo entretidos com os modernos sucedâneos dos romances libertinos ou do divertimento apolítico, num folclórico clima de “democracia, humanidade e planeta ameaçados”, age e funciona uma cultura de cancelamento que condiciona dirigentes políticos, agentes e mediadores culturais. A ela aderem, mais inconsciente do que conscientemente, os inocentes úteis que não querem deixar de ser modernos, moralmente superiores e especialmente sensíveis aos “novos direitos humanos e animais”, à igualdade entre os seres de todos os géneros e ao “respeito pelas minorias” – o que os torna maduros para a auto-culpabilização, para contrição e para a denúncia.

A superioridade intelectual das Esquerdas, que remonta aos últimos anos do anterior Regime e que conheceu altos e baixos, está aí outra vez, sobre estas festivas formas, usando e abusando da máxima de Tocqueville de que “uma ideia falsa, mas clara e precisa, terá sempre mais poder no mundo do que uma ideia verdadeira, mas complicada”.

Por tudo isto, é necessária uma “descolonização” mental do país, incluindo da própria Direita, em relação aos mitos que lhe vêm impondo, como a da superioridade ética e racional da Esquerda e dos seus mestres.

É todo um longo caminho de consciencialização e libertação. Aconteça o que acontecer no Domingo.

A SEXTA COLUNA   CRÓNICA   OBSERVADOR   POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

 Helder Machado: O texto é bom demais para ser entendido por 90% da população. Há outro aspecto a considerar. Os que estão no trono hoje são agentes. Mesmo que fossem julgados e penalizados, o verdadeiro poder está longe, bem protegido Talvez fosse afectado por algum tempo. Em breve tudo voltaria ao mesmo, com mais uns empréstimos para aguentar o barco. Em termos de autonomia e liberdade não esperem nada. O JNP  escreve como se não soubesse quem manda. Saltar do século XVIII, mesmo do XIX e do XX para o XXI é arriscado. O poder adquiriu outras formas. Talvez nos queira poupar. Não merecemos piedade, merecemos holofotes transatlânticos.                 Joaquim Moreira: São sempre muito interessantes estas crónicas de Jaime Nogueira Pinto, que como historiador de direita, tem, naturalmente, muita dificuldade, em aceitar esta realidade. De facto, esta sociedade foi tomada por uma certa intelectualidade. Que toda a gente sabe que é de esquerda e não é por facilidade. É porque, na verdade, tem vindo a alimentar a sua superioridade, ocupando a maioria dos lugares da Universidade. Mas também é verdade que a direita, se tem limitado a aceitar tudo o que diz e faz esta seita. E, com isto ainda não satisfeita, ataca o centro que em relação à esquerda está à direita. Ou seja, em vez de se envolver nestas boas e académicas discussões, entretém-se a criticar as políticas oposições. Que estão mais preocupadas em encontrar um rumo para Portugal, do que a discutir ideias de cariz universal. Só o facto de, em pleno século XXI, lembrar esta frase de Tocqueville leva-me a considerar que a “descolonização” mental, é mesmo um imperativo nacional. Mas é também fundamental que no próximo domingo, aconteça mesmo uma mudança em Portugal, e não que fique tudo igual!              Maria Melo » Joaquim Moreira: Oxalá!  Espero que a composição da AR mude, que haja mais deputados a desmascarar esta República. ”Sapere Aude” é uma máxima muito importante. Lamentavelmente, nos tempos actuais, o que vale é o que é imediato, se consegue sem esforço e a sociedade está refém do politicamente correcto, do movimento woke, da cancel culture… Temos de mudar! João Afonso: O "abismo cultural, intelectual, político e civilizacional" que nos conduz ao estado de alienados, é, afinal, consequência da acção longa e concertada na Universidade, no meio cultural, incluindo o espaço mediático, da esquerda ideológica. Aliás a alienação atingiu níveis chocantes, tal como materializada na "moderação" dos debates televisivos e nos comentários posteriores a esses debates. O zelo em purificar a mensagem transmitida pelos candidatos, e em alguns casos, o de lançar anátema sobre a insurreição ideológica, foi uma demonstração cabal do totalitarismo que sufoca Portugal.           João Floriano: Por tudo isto, é necessária uma “descolonização” mental do país, incluindo da própria Direita, em relação aos mitos que lhe vêm impondo, como a da superioridade ética e racional da Esquerda e dos seus mestres. Está tudo dito e muito bem dito.         Isabel Gomes: A política é um meio e não um fim, por isso no domingo vou usar o voto como uma espécie de faca de ponta e mola!          Geiger Dieter » Isabel Gomes: A política socialista vai acabar num grande guerra que afectará a todos e poderá resolver de vez a sobrepopulação e a crise do clima.             Maria santos: Os donos do poder decidiram há muitos anos, perverter o pensamento da humanidade, para fazerem a revolução antropológica, que para mim, acho a pior de todas! Conseguir convencer as pessoas de que menino não é menino e menina não é menina, foi realmente um passo gigante neste "progresso" desastroso que estamos a viver duma forma alucinada e desesperada, que caminha a passos largos para a catástrofe! Os donos do pensamento, decidiram há muitos anos, que para conseguirem o que pretendiam, tinham de dominar o pensamento das gentes! Os "bons" livros encharcaram as bibliotecas e as livrarias a ponto de se sobreporem a toda e qualquer ideia que não fosse progressista, muito moderna, e como diz o autor, cheia de "sensibilidade" aos "fracos", doentes, idosos, grávidas, mulheres, homossexuais, etc... É a revolução! É a revolução, que precisa de um total desmantelamento da ordem e da sociedade, para, esvaziando as mentes e consciências das pessoas, as encher com o lixo que para eles, a Esquerda obediente aos arquitetos da nova ordem mundial, os maçons, etc...é modernice! é "evolução"! Não sei se já estamos no caos, ou se ainda falta muito, mas sabemos que o poder deles vem sobretudo do inimigo, mas isto não se pode dizer, porque eles querem substituir Deus, na Sua Criação, negá-Lo e tornarem-nos a todos transumanos! Se não lutarmos contra tudo isto, cairemos na maior das catástrofes que já imaginamos!             Maria Alva: Excelente crónica.👌👏           Maria Nunes: Obrigada JNP, por mais uma excelente crónica. Nunca pensei assistir a uma profunda mudança na nossa sociedade em tão poucos "anos"            Carlos Grosso: Creio que é útil. Mais como profissão de fé do que por evidência. É, pelo menos, útil para entreter. É preciso mudar. É preciso ter iniciativa para mudar. Obrigado JNP pelo entretenimento, mas também pelo conhecimento e sabedoria.         Rui Lima: Estamos numa época em que a esquerda está a con­du­zir uma ver­da­deira caça às bru­xas nas Universidades americanas e também já na Europa esse fenómeno chega também às redacções dos jornais. Mas o mais grave está para acontecer e vai ser neste século as nossas demo­cra­cias vão sucumbir às socie­da­des mul­ti­ét­ni­cas afectando a paz e a democracia e os estados-providência, a diversidade será mortal, vamos ser ator­men­ta­das por um aumento expo­nen­cial do nível de vio­lên­cia e da luta entre dife­ren­tes fac­ções rivais. Hoje há menos vontade de pagar impostos, um fenómeno que se vai ampliar com a diver­si­dade demo­grá­fica, quando os cida­dãos pensam, que os seus impos­tos vão para as pes­soas, como eles gostam votam nessa ideia, mas quando o seu dinheiro vai a pessoas muitos diferentes não gostam e votam em programas com menos despesa. É uma questão de tempo, o que conhecemos como soli­da­ri­e­dade nacio­nal ou bem comum tem os dias contados e no resto será trágico. Mas isto é válido em tudo, até na defesa nacional, a França tem milhões de franceses que não sentem essa obrigação (vi algo que me chocou foi possível identificar um militar pelo ADN e ligá-lo à sua origem - um dos muitos milhares da 1.a guerra sem nome , foi enterrado no cemitério onde aconteceu a batalha, teve homenagem na escola onde tinha andado, nesse tempo todos os jovens se voluntariaram para defender a Pátria , nessa escola vi os que tinham avós franceses estavam emocionados e vontade de continuar a defender a França os outros que beneficiam das mesmas regalias que estão chegando não estavam para aí virados.         Clarisse Seca >Rui Lima: "Casa onde não há pão, todos brigam e ninguém tem razão". e isto acontecerá a nós  se os que não querem ver a realidade, continuarem a votar nessa esquerda "torce a verdade".             Tone da Eira » Rui Lima: O seu raciocínio tem bases interessantes mas levam-me para outras conclusões. Primeiro coloco de lado essa questão da "solidariedade nacional" porque acho que mesmo agora ela quase nem existe, há é obrigação (posts fofinhos no FB não contam). Fundamentalmente discordo que no futuro esses programas com "menos despesa" defendidos pela "antiga maioria" venham a ser relevantes. Nessa  situação futura o que aconteceria é as  "minorias ascendentes" votarem em partidos da mesma área social mas que imponham o aumento de impostos dado que quem os pagaria não seriam eles. Por isso teriamos o Estado governado não pela classe social que paga impostos mas pelos que seriam recipientes e por isso  defenderiam impostos elevados (para os outros pagarem) e grande despesa (para eles receberem). Óbvio que a curto prazo essa situação será logo insustentável e a solução para a "antiga minoria" será emigrar (mas para onde?) ou criar um estado sucessionista e defendê-lo pelas armas e haveria milhões de mortos no processo. Será para isto que se caminha, tendo em conta a cegueira dos políticos actuais (e de quem os elege) no que respeita ao que deveria ser cada nação?              Rui Lima:  Saber como será a trans­for­ma­ção das nos­sas demo­cra­cias em socie­da­des mul­ti­ét­ni­cas será o desa­fio fun­da­men­tal do século XXI e será um falhanço .            bento guerra: Uma palhaçada que rendeu muitas horas de antena e linhas dos jornais. Esta democracia de espectáculo é mesmo o "nacional mínimo"           Ahmed Gany: Enquanto as elites intelectuais continuarem fechadas no conforto dos seus armários não haverá actores (sérios) em palco que sustentem o caminho da libertação.

 

 

 

 

Quem dera que fosse


Esse modelo económico seguido por cá, para “Bem da Nação”

ECONOMIA SOCIAL DE MERCADO

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO,  28.01.22

Economia social de mercado é a expressão económica da Democracia Cristã e foi  o modelo utilizado na Alemanha Ocidental (RFA) após a Segunda Guerra Mundial, assim como na Áustria. Segundo o Tratado de Lisboa (2007-12-13), a União Europeia tem como objectivo uma "Economia Social de Mercado altamente competitiva".

* * *´

O conceito começa pela rejeição de todas as formas de totalitarismo; a filosofia política de Ordoliberalismo considera que a liberdade económica é essencial como garante da liberdade política;  simultaneamente, são admitidas imperfeições do sistema económico que justificam intervenções do Estado..

Ludwig Erhard foi o primeiro a pôr o conceito em prática, quando era o Ministro da Economia e vice-Chanceler (de 1949 a 1963 na chancelaria de Konrad Adenauer) e, posteriormente, chanceler (1963-1966).

A economia social de mercado é a combinação do princípio da liberdade de mercado com o princípio da equidade social. O objectivo do conceito é unir as maiores vantagens de um mercado livre, como por exemplo a produtividade alta ou a livre iniciativa individual com um forte componente social. A economia social de mercado, enraizada na tradição social cristã, visa numa igualdade de oportunidades e no bem-estar para todos. Para a economia social de mercado (assim como para a Democracia Cristã), o ser humano é o centro da ordem social, que tem não só uma capacidade criadora mas também pode distinguir o certo do errado. Isto converge para uma combinação de liberdade com responsabilidade individual. A economia social de mercado tem tudo a ver com a solidariedade social e com a redistribuição.

 

A economia social de mercado valoriza moedas estáveis, austeridade fiscal, livre formação de preços, combate oligopólios e oligopsónios, monopólios e monopsónios e toda a espécie de cartéis e subsidiarismo.

 

BIBLIOGRAFIA - Wikipédia

 


sábado, 29 de janeiro de 2022

Texto pretexto


Para explanarmos os nossos conhecimentos da História recente do Mundo, e das divergências de pontos de vista ideológicos. Gostei de ler, ainda que com o espectro de uma guerra sobre o mundo, ou parte dele.

Como Portugal pode ajudar a Ucrânia?

O PE aprovou uma Resolução para combater a propaganda contra a UE por terceiros. Todas as agências russas que refere estão a funcionar em Portugal e transmitem informações falsas sobre a Ucrânia.

PAVLO SADOKHA

OBSERVADOR, 28 jan 2022

A melhor forma é impedir que se espalhe o crescimento da desinformação russa em Portugal. No dia 23 de novembro de 2016 o Parlamento Europeu aprovou a Resolução sobre a comunicação estratégica da UE para combater a propaganda contra ela por terceiros – 2016/2030 (INI).Neste documento, o ponto 8 «Reconhece que o Governo russo tem utilizado uma vasta gama de ferramentas e instrumentos, tais como grupos de reflexão e fundações especiais (e.g. a Russkiy Mir), autoridades especiais (Rossotrudnichestvo), estações de televisão multilingues (e.g. RT), agências noticiosas e serviços multimédia de fachada (e.g. Sputnik), grupos sociais e religiosos transfronteiriços, já que o regime pretende apresentar-se como o único defensor dos valores tradicionais cristãos, redes sociais e provocadores na Internet («trolls») para contestar os valores democráticos, dividir a Europa, reunir apoio a nível interno e criar a perceção da existência de Estados falhados na vizinhança oriental da União; salienta que a Rússia investe consideráveis recursos financeiros nos seus instrumentos de desinformação e de propaganda, quer directamente através do Estado, quer através de empresas e organizações controladas pelo Kremlin; realça que, por um lado, o Kremlin financia partidos políticos e outras organizações na União com o objetivo de prejudicar a coesão política, e que, por outro lado, a propaganda do Kremlin visa diretamente determinados jornalistas, políticos e cidadãos da União.»

Todas estas fundações e agências russas estão a funcionar em Portugal e todas transmitem informações falsas sobre a Ucrânia.

Em março de 2021, o director da agência Rossotrudnichestvo, Eugenii Primakov, disse que, no caso de o governo ucraniano tentar recuperar o Donetsk e Lugansk, a Rússia deve bombardear as mais importantes infraestruturas da Ucrânia, começando na cidade Kiev.

Sabemos de vários conflitos que foram originados pela Rússia ou onde ela participou (Geórgia, Moldávia, Chechénia, Síria, etc.) com a desculpa de que estavam a defender os seus compatriotas ou a apoiar os governos desses países. A Rússia tem muita experiência em criar situações de conflito no mundo.

Transformar a capital da Ucrânia, Kiev, ou outra grande cidade num novo Alepo com centenas milhares vítimas é um desejo antigo dos governadores russos.

A Rússia subtilmente começa a preparar o mundo para a invasão da Ucrânia com a desculpa de que os ucranianos estão contra os russos, divulgando fake news e falsificando a história, dizendo que o povo ucraniano não é soberano, sempre foi russo, e que os seus territórios sempre foram da Rússia.

Exemplo disso é uma nova publicação na página da Casa Russa em Lisboa que explica que os ucranianos são uma etnia que pertence ao povo russo, o que significa um bom motivo para recuperar as terras da Grande Rússia.

Desde 1977 que existe em Portugal uma lei que impede a repetição dos horríveis crimes do passado. Em concreto a Lei nº. 64/78 de 6 de outubro de 1977 que proíbe em Portugal as organizações fascistas. Portanto, Portugal pode usar esta lei para ajudar a defender a Ucrânia, salvar milhares vidas, impedir a influência russa na política interna de Portugal e defender a democracia em geral.

O regime de Putin encaixa da melhor maneira na definição de fascismo, um regime autoritário com concentração total do poder nas mãos do líder do governo, que pode tomar qualquer decisão sem consultar previamente os representantes da sociedade. Além disso, o fascismo defende uma exaltação da colectividade nacional em detrimento das culturas de outros países. Os governos fascistas tinham como objectivo aumentar o seu território através de conflitos internacionais. Para isso realizavam altos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra.

De forma a garantir a manutenção do seu governo, os líderes fascistas controlavam os meios de comunicação de massa, por onde divulgavam sua ideologia e controlavam todas as informações disseminadas. Qualquer crítica ao governo era aniquilada mediante uso da violência e do terror. Todos que se opuseram contra governo fascista foram considerados inimigos e punidos com prisão ou morte.

RÚSSIA-UCRÂNIA   MUNDO   DEMOCRACIA   SOCIEDADE

COMENTÁRIOS:

mário Unas: Off topic Dos comentários que vou lendo percebo que há muitas alminhas que ainda não perceberam que os comunistas agora somos nós.             Riaz Carmali: Os imigrantes ucranianos, como quaisquer outros que cá estejam para contribuir para a riqueza nacional e para cá criarem raízes, são muito bem- vindos!! Agora, no tocante à política externa de Portugal, nós deveríamos ser neutrais e não interferir na questão da Ucrânia!! Há países em situações bem piores como o Yémen, que a ONU já disse ser a pior Catástrofe Humanitária desde o fim da Segunda Guerra. A Pátria é um país pequeno. Nós mal temos condições para ajudar os nossos, por isso não faz sentido ajudarmos a Ucrânia ou qualquer outro país!! Um bom estadista cuida primeiro do seu povo (que incluí os imigrantes também), e só depois pensa num país estrangeiro. Nós europeus precisamos da Rússia e a mesma precisa de nós!! Os EUA estão a desestabilizar as coisas para o seu próprio benefício. Têm problemas internos gravíssimos, e querem fechar a torneira do gás russo à Europa, para poderem mandar para cá o gás americano em grandes quantidades através de Navios de grande porte!! Se a Rússia invadir a Ucrânia, lamento a frieza, mas isso não é um problema nosso!! Como europeísta convicto que sou, penso que a União Europeia deveria sair da NATO e ter a sua própria aliança militar, e haver maior integração entre os seus países, principalmente os da zona euro. Há dinheiro e tecnologia para o fazer.

Só falta mesmo é vontade política!!             klaus muller » Riaz Carmali: Essa de ficarmos neutros, de que a Ucrânia pode ser invadida e "nós na boa", da UE dever sair da NATO, define-o bem, Riaz. Já não sei quem dizia que ser neutral era como viver no andar do meio, i. e., levar com o fumo do de baixo e com a urina do de cima. E poupe-nos com essa sua conversa de que é muçulmano, portanto adepto da religião da paz e do amor, pois tudo isto não tem nada a ver com religião.         maria ribeiro: É preciso correr como americanos que estão a 10.000 km do seu território. O formato Normandia é uma primeira tentativa dos europeus resolverem os problemas da Europa. A Rússia, que ganhou a 2ª guerra ( com 5 em cada 6 mortos "aliados"), retirou-se para dentro das suas fronteiras, os americanos planeiam levar o seu atómico, que a Alemanha rejeita, para a fronteira leste. A desestabilização afecta a Europa e não os USA. Vão lá desestabilizar para a terra deles.           Павло Садоха: Tenho toda a razão falar do regime do Putin. Ele quer reconstruir um regime, que já matou milhares de ucranianos, russos, georgianos, bielorrussos e outros povos da URSS. A minha avó sobreviveu ao Holodomor e viu como sepultaram “corpos vivos”. O meu pai nasceu em 1936, sobreviveu à Segunda Guerra mundial que passou pela Ucrânia duas vezes. Tenho todo o direito e conhecimento para comparar os  comunistas soviéticos e o actual regime do Putin ao regime nazi.  E tudo mesmo.  Não se pode pôr a ideologia por cima da vida humana. Fernando Pité » Павло Садоха: Salazar, apelidado de fascista, e para a época naturalmente que possa ter sido um fascista moderado sem comparação com os congéneres europeus (exemplo, Franco, Mussolini de quem foi admirador, Estaline, Hitler  e outros), colocou Deus, Pátria e Autoridade, em primeiro lugar, defendendo o primado do Nacionalismo, que compreendia as colonias ultramarinas, à frente de outras culturas que avassalavam a Europa (comunismo, mesmo liberalismo e capitalismo selvagem, etc.) e livrando-nos habilmente da guerra.                Hernani P » Павло Садоха: Parece que a Ucrânia não aprendeu nada com a história. Desde a queda da URSS alimentou líderes corruptos, movimentos neo-nazis e tem a sua quota parte de oligarcas também. A imagem que passa, infelizmente, é de um país dividido e a saque e que hostiliza as minorias que lá vivem. Não é um exemplo a seguir!                Fernando Fernandes: Um grito que ecoa junto de muitos portugueses. As exigências e ameaças russas, não diferem em nada das que fez o senhor do bigodinho em meados do século passado. Os motivos são iguais, as ameaças similares, as exigências em nada diferem. Esperemos que o Ocidente, saiba controlar este senhor e estas ameaças. A Europa não quer guerra, atacar ninguém. Acredito que os russos também amem seus filhos... Eu amo os meus!           vitor Manuel » Fernando Fernandes: O "Ocidente" colocou-se a jeito logo após o final da 2ª G.G. quando assassinou o seu mais prestigiado general, George S. Patton de seu nome...            Pontifex Maximus: Eventos ser solidários com todos os povos oprimidos ou agredidos na Europa e no Mundo e naturalmente também com os ucranianos, tanto mais que temos muitos nacionais a viver entre nós e são boa gente, trabalhadora e respeitadora dos nossos costumes. Um pequeno reparo, no entanto, ao artigo: a Rússia não é um regime fascista, mas autoritário, o que não é a mesma coisa (Portugal de Salazar também não era fascista, mas autoritário; veja-se que até são permitidos partidos políticos e de oposição, o que Mussolini nunca permitiu, por exemplo).          PortugueseMan: Como Portugal pode ajudar a Ucrânia? Não pode. A Ucrânia já está para além do nível da ajuda possível (e por opção própria). Neste momento já não é a questão do que vai acontecer à Ucrânia. Neste momento a questão será o que vai acontecer à Europa.            Fenix Europa » PortugueseMan: Certo. E não se esqueça do processo de desintegração da Europa . E não se esqueça do processo de desintegração de alguns países. A França , por exemplo.              PortugueseMan » Fenix Europa: Há muitos países que estão em fases complicadas. O problema não é só na Europa. Eu considero que os EUA estão numa fase muito complicada. Agora fases complicadas são diferentes de fases violentas. E eu acho que as hipóteses de entrarmos numa fase violenta não pára de aumentar.            Nuno Pê: Os Ucranianos querem fazer peito a um vizinho gigante e para tal agarram-se às saias de vizinhos que estão longe. Entendam-se com o vosso vizinho, porque já moraram na mesma casa e nenhum de vós pode mudar de casa agora. Acham que alguém vai andar toda a vida a ouvir a Ucrânia a choramingar? Já levaram quase 7 mil milhões de euros de doações da União Europeia, enquanto em Portugal tivemos austeridade imposta pela UE e temos reformados a receber 200 euros de reforma. São tão bons como os russos, porque também prendem políticos da oposição, têm bastante corrupção (até lugares deram em empresas à família Biden), tiram e metem governos sem eleições (como na Maidan)  e até aceitam desfiles de grupos nazis. Cresçam como país democrático e depois apareçam.            Amoros A » Nuno Pê: A Rússia não é apenas um vizinho. É um ocupante. O autor do texto está de parabéns. Basta ler alguns comentários aqui de trolls pro-russos prara perceber que as observações do autor estão certas           Der Führer » Amoros A: Que parte do comentário do Nuno Pé está incorrecta? Ou troll pro-russo é todo aquele que tem uma opinião diferente da tua?             J T » Der Führer: O Nuno Pê é um comuna saudosista da URSS. Sob a capa de algumas verdades e de algumas mentiras procura denegrir a Ucrânia para com isso justificar a acção da Rússia.             Vitor Batista » Nuno Pê: Isso também é a pura verdade, eles também não se enxergam.              vitor Manuel » Nuno Pê: Não fossem as toneladas de dinheiro "frugal" e já teria havido uma nova marcha triunfal de Braga até Lisboa. Cresçam como país democrático e "respublicano", acrescente-se, na distribuição de milhões pela "famíglia" e na destruição da juventude e não só, pela droga, e depois apareçam.  Quanto aos tais 200 € de reforma parece que não é incómodo para quem o recebe e muito menos para quem oferece e apoia o SMN dentro em pouco superior à esmagadora maioria das reformas.            bento guerra: Para cada um a sua Ucrânia. A primeira vez que visitei a URSS ,era "russa", falava-se e rezava-se em russo. Daí a aceitar tropas da NATO, vai uma jogada de xadrez, que talvez Moscovo não queira admitir. De então para a frente, é só disparate e manipulação de informações, em que a comunicação ocidental alinha sempre. A Rússia aquece a Europa vizinha e tem torneiras           Antonio Tavares: Já se percebeu que as pessoas do sistema poíitico tipo regime Mobutu na gestão dos serviços de estado da Rússia gostam muito de gastar dinheiro a patrocinar actividades não legais no território da Ucrânia e  vão inventando histórias e notícias associadas ao benefício dessas atividades.       Fernando Fernandes: Todas as pessoas minimamente informadas sabem que a Rússia é uma nação agressora, que só entende a linguagem da força. A Europa vendeu-se a troco de um gás barato cujos rendimentos irão simplesmente aumentar o lucro de alguns oligarcas ligados ao regime russo e desarmou-se, deixando esse encargo à Nato. A Nato por sua vez não tem a força do passado e pouco irá fazer para defender um povo que grande parte dos americanos nem sabe localizar no mapa.Tive esperança que com Porochenko e o apoio da sra. Merkel a história do país seguisse as pegadas da Polónia, infelizmente tal não aconteceu. Moscovo tem na mão regimes vizinhos que nem se viram contra eles nem causam problemas. A Ucrânia está sozinha, apenas armada por um ocidente que sem liderança forte, assiste ao desenrolar dos acontecimentos como se de um filme se tratasse. A história não ensinou nada às lideranças mundiais.          Hernani P » Fernando Fernandes: Ideologias retrógradas e parvoíce a granel fomentam comentários como os teus.       Fernando Fernandes » Hernani P: Como não me conhece, nem lhe dou a benesse de me tratar por tu. Já agora, a minha ligação à Ucrânia tem mais de 20 anos, país que muito bem conheço, onde já vivi quase um ano e onde tenho família. Se também é o seu caso, até posso considerar a sua opinião, caso contrário não passa de um cretino.        Hernani P » Fernando Fernandes: Não tenho especial simpatia pelo regime russo (tenho sim pelo legado cultural e literatura russa), mas é notório que a Ucrânia é um país sem rumo e joguete nas mãos americanas que ditam a política (e económica também) europeia. Viveres um ou mais anos na Ucrânia não te torna um expert nas políticas de Kiev.  Se olhares com alguma neutralidade a situação geopolítica daquela região e diversificares as tuas fontes de informação talvez consigas ver mais longe do que o teu nariz e emitir uma opinião fundamentada. Não te amofines.          vitor Manuel » Fernando Fernandes: A Europa está entregue a comunas disfarçados, com a "Direita" envergonhada a reboque. Portanto está tudo entregue à bicharada, o que no máximo uma geração confirmará.             Teotonio Bernardo: Isto é mais do que russofobia, mais parece um artigo encomendado pela CIA. Nada diz sobre as razões pelas quais a NATO está a cercar a Rússia por todos os lados. Esta é a questão central, aliás a própria CNN diz: "US and NATO responses fail to address Russia's main concerns, says Foreign Minister Lavrov" Aliás em tudo isto o caso Ucrânia é apenas um incidente, nem sequer é tema central ou preocupação central dos russos.nIsto só se pode resolver quando a NATO desaparecer. A Europa não pode ser muleta do expansionismo militar dos americanos. A Europa quer boas relações com a Rússia e com a China.          Miguel Nobre Leitão » Teotonio Bernardo: Porque não vais para a Rússia? Portugal é membro da NATO e ainda bem. Portugal e os EUA partilham da mesma base civilizacional. A Rússia é que invadiu a Ucrânia, tem tropas em território da Ucrânia, na Crimeia e não respeita nenhum tratado internacional. Uma pessoa que aprecia o ministro dos negócios estrangeiros russo, Lavrov, diz muito acerca da sua personalidade. Teotonio Bernardo » Miguel Nobre Leitão: Não existe nada em comum entre a Europa e os EUA, os EUA foram formados a partir de emigrantes desterrados para longe. Os EUA são a nação mais belicista do planeta e acabam por perder as guerras todas. A 2ª guerra mundial foi ganha principalmente com a contraofensiva russa e não com o esforço americano. Os americanos só intervieram quando começaram a ver o caso mal parado para eles. Existe uma grande herança histórica entre a Rússia e a Europa, Rússia que até fica na Europa. Porque não vais tu viver para os USA, numa roulote num trailer park que é onde vive a maior parte da população.      Paulo Azevedo » Miguel Nobre Leitão: Eu sei que a informação que lhe vou dar de seguida vai destruir a sua visão de mundo Espero que você se recupere e tenha uma vida feliz. Aqui vai: O Rambo NÃO É uma história verídica.           Amoros A » Teotonio Bernardo: O Hitler antes de invadir a Europa também tinha os seus trolls como tu, Teotonio. Estavam muito activos na imprensa estrangeira. Em Portugal nomeadamente num diário chamado ªNovidadesª            Teotonio Bernardo » Amoros A: Os americanos lavaram o cérebro dos europeus com hamburgers, bebidas gaseificadas, netflix e vacinas de porcaria. Estás totalmente condicionado, és um autêntico bot convencido de que raciocina com o próprio cérebro..        Der Führer » Miguel Nobre Leitão: Estou a ver que adoras o Biden e os neo-cons. E os USA, UK,  invadiram quantos países? Quantos países a NATO atacaram e invadiram? Não me venhas com essas de quem invadiu quem, pois a NATO tem mais sangue nas mãos que a Rússia.       Miguel Nobre Leitão » Teotonio Bernardo: Tudo falso. As pessoas não vivem em rolotes, a II guerra foi ganha pelos Aliados e pela URSS. No pacífico foram os EUA que derrotaram o Japão. Na Europa, o dia D foi realizado pelos países da NATO. Todos os países ocupados pela URSS viveram sobre uma ditadura horrível. É por isso que detestam a Rússia, incluindo a Ucrânia.        ….Vitor Batista » Amoros A: Ai sim?e o que aconteceu à Polónia? não foi dividida ao meio entre Nazis e Bolcheviques com o pacto Molotov-Ribentrop? Entre Russos e Nazis só muda o cheiro.        Teotonio Bernardo » Miguel Nobre Leitão: 1) 10% da população vive em rolotes, 80% vive em casas de madeira que custam menos de 40000 dólares. 2) Na Europa a guerra foi ganha pelos Russos: "The Red Army was "the main engine of Nazism’s destruction," writes British historian and journalist Max Hastings in "Inferno: The World at War, 1939-1945." The Soviet Union paid the harshest price: though the numbers are not exact, an estimated 26 million Soviet citizens died during World War II, including as many as 11 million soldiers. At the same time, the Germans suffered three-quarters of their wartime losses fighting the Red Army." 3) Na Asia Pacifico, os americanos perderam a guerra e estavam em debandada até lançarem as bombas atómicas. Os americanos são a causa da desgraça do planeta. Só mesmo gente sem vergonha é que os vem para aqui defender.       Vitor Batista » Teotonio Bernardo: Na Europa a guerra foi ganha por Churchill e Roosevelt que forneceram a Rússia durante o cerco de Estalinegrado.  Deixe-se de lérias...       Alexandre Machado » Teotonio Bernardo: Epá, você ia tão bem, independentemente de se poder argumentar que, se é verdade que a URSS teve a maior contribuição, de longe, para o esforço de guerra no contexto europeu, é também verdade que não fosse o papel da Inglaterra que obrigou a uma segunda frente (que na verdade eram três…) a URSS teria sido derrotada na batalha de Moscovo muito antes do Inverno. Da mesma forma que em 1942, sem a entrada dos EUA na guerra, os destinos da campanha de Verão da Wehrmacht no sul da URSS teria de facto chegado a Baku e ao Volga. Mas isso, obviamente, são suposições. Agora essa de dizer que os EUA estavam em debandada por terem a perdido a guerra na frente asiática epá, nem o Comical Ali se aventuraria a dizer tal barbaridade histórica!      Teotonio Bernardo » Alexandre Machado: Os japoneses nunca tinham perdido uma guerra em 2000 anos. "President Harry S. Truman, warned by some of his advisers that any attempt to invade Japan would result in horrific American casualties, ordered that the new weapon be used to bring the war to a speedy end" Na verdade as bases navais americanas estavam a ser constantemente fustigadas e os navios afundados uns atrás dos outros..        Vitor Batista » Teotonio Bernardo: Qual piada? são factos! ou você também fica facilmente infectado com propaganda comunista? onde é que os Russos são os bons nesta história? quando invadem e dividem ao meio a Polónia através do pacto molotov-ribentrop? verifique os factos e não se deixe enganar por propaganda comuna.  E ainda mais, foi Churchill quem avisou Estaline da invasão iminente da união soviética por parte dos Nazis, porque conseguiram descodificar a Enigma e assim avisar os Russos da investida nazi, o mesmo aconteceu quando Churchill os avisou da tentativa de invasão do Kursk salient, teria sido outro duro golpe, mas a história é que está errada e o que está certo é a propaganda vermelha.          Alexandre Machado » Teotonio Bernardo: Você anda a jogar na PlayStation há demasiado tempo com a facção errada! As bases navais americanas em 1944 em diante não temiam qualquer ataque com relevância por parte dos japoneses pela simples razão que a capacidade ofensiva do exército japonês era inexistente! A força área e a marinha americana ditavam as regras da guerra a seu bel’prazer. Os raids da força aérea americana contra as cidades japonesas já só encontravam resistência vinda das anti-aéreas. A marinha japonesa estava completamente destruída, a capacidade industrial do Japão completamente de rastos, a força aérea japonesa reduzida a missões suicidas. A opção nuclear foi uma das três opções para forçar as hierarquias feudais fanáticas do Japão a aceitarem a inevitabilidade da rendição.  Essa ideia que os EUA estavam em debandada é das afirmações mais estúpidas que já tinha lido, nesse sentido, os meus parabéns!      Teotonio Bernardo » Vitor Batista: Os russos não são comunas há dezenas de anos, existem por cá mais comunas que na Rússia. Nenhum país é bonzinho, só se for o Vaticano. Mas nos tempos modernos a grande ameaça é a NATO e a AUKUS. Tudo organizações liderados pelos USA. Do ponto de vista da defesa dos interesses da Europa, andar a lamber as botas aos americanos é contra os nossos interesses.      Miguel Nobre Leitão » Teotonio Bernardo: Continua a dizer disparates. Desde quando os EUA estavam em debandada na Ásia, se iam conquistando ilha após ilha? Ignora o enorme esforço de guerra da Europa contra os alemães. Os preços das casas nos EUA não é esse. E duvido dos números que apresenta. Vive-se melhor nos EUA que na Rússia.   Fernando Pité » Miguel Nobre Leitão: A URSS na 2ª G.G. invadiu a Finlândia, Países Bálticos e em complot com a Alemanha Nazi, parte da Polónia. Staline aguardava que Hitler fizesse as suas conquistas para em momento oportuno mostrar por via bélica as suas intenções. Entretanto, procurou semear as sementes do comunismo, com um êxito relativo... Atacou e ajudou a devastar a Espanha Republicana.