terça-feira, 30 de junho de 2020

Um artigo polémico



Numa das aulas de francês, dos idos de 80, comparámos o discurso do Maréchal Pétain aos Franceses - quando foi forçado a formar o Governo de Vichy - ao do General De Gaulle, aos microfones da BBC, tal como aquele, de 1940 - e ambos colhidos num manual escolar da altura. A verdade é que me comoveu mais o de Pétain, discurso de um homem derrotado e humilhado, mas ciente de que outra coisa não poderia fazer para defender o seu povo, a não ser a submissão colaboracionista a um poderoso facínora, liberto por então da alçada da justiça, humana e divina. De Gaulle estava em Londres, discursava aos microfones, convidava os refugiados franceses à resistência, num discurso exaltado e interpelativo, talvez exibicionista nos sentimentos sinceros, é claro, expressão natural do seu repúdio e cólera. Ele estava longe, e de longe pôde falar claramente a um povo revoltado. Não assim o pobre Pétain, herói de Verdun, agora velho, mas ciente da sua responsabilidade perante o povo que era forçado a proteger, sabendo inútil a resistência. O texto de Francisco Assis, sobre De Gaulle, fez-me lembrar essas aulas em que foi abordado - e justificado – o discurso emocionado de Pétain, pese embora toda a acção de De Gaulle, o homem certo no momento certo a que os comentadores de FA deram o relevo respectivo, em pujante diálogo inter-pares, que não deixou também de ser bastante esclarecedor.

Discours de Pétain (1940-1941) sources Cliotexe, Wikisource, manuels du secondaire Pétain, 17 juin 1940
 Français ! À l’appel de Monsieur le Président de la République, j’assume à partir d’aujourd’hui la direction du gouvernement de la France. Sûr de l’affection de notre admirable armée qui lutte, avec un héroïsme digne de ses longues traditions militaires, contre un ennemi supérieur en nombre et en armes ; sûr que, par sa magnifique résistance, elle a rempli ses devoirs vis-à-vis de nos alliés; sûr de l’appui des anciens combattants que j’ai eu la fierté de commander, sûr de la confiance du peuple tout entier, je fais à la France le don de ma personne pour atténuer son malheur. En ces heures douloureuses, je pense aux malheureux réfugiés, qui dans un dénuement extrême sillonnent nos routes. Je leur exprime ma compassion et ma sollicitude. C’est le cœur serré que je vous dis aujourd’hui qu’il faut cesser le combat. Je me suis adressé cette nuit à l’adversaire pour lui demander s’il est prêt à rechercher avec moi, entre soldats, après la lutte et dans l’honneur, les moyens de mettre un terme aux hostilités. Que tous les Français se groupent autour du gouvernement que je préside pendant ces dures épreuves et fassent taire leur angoisse pour n’obéir qu’à leur foi dans le destin de la patrie.
OPINIÃO: De Gaulle, oitenta anos depois
Toda a sua trajectória política confirmou a sua grandeza intelectual, política e moral. Foi, sem dúvida, a maior figura pública do século XX francês.
FRANCISCO ASSIS  PÚBLICO, 20 de Junho de 2020
1.Os franceses comemoraram esta semana, com relativa discrição, o octogésimo aniversário do apelo do 18 de Junho. Nessa data, no já longínquo Verão de 1940, um general do Exército francês, à revelia do poder instituído, lançou um repto aos seus compatriotas: não se rendam. Fê-lo a partir de Londres, com o conhecimento do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, através da rádio BBC. O que teria sido o destino da França sem esse excepcional gesto de rebeldia praticado por um general inconformado com a capitulação nacional perante o invasor alemão? De Gaulle constitui uma das mais sugestivas manifestações do papel do indivíduo na História e da importância da acção livre no curso dos acontecimentos humanos. Hanna Arendt, depois de assistir ao julgamento de Adolf Eichmann em Israel, desenvolveu a ideia da banalidade do mal. O homem que aceita ser uma peça acrítica num mecanismo institucional monstruoso torna-se irremissivelmente um agente do mal. Não há inocência na aceitação pacífica da perfídia. Eichmann, na sua pavorosa “normalidade”, representa o ser humano burocratizado e reduzido a uma condição não moral. Foi por ter recusado qualquer compromisso acomodatício com uma ordem politica imoral que o General de Gaulle restituiu à França uma dignidade que o regime de Vichy, com excessiva facilidade, aceitou hipotecar.
Hoje sabemos quão difícil foi o caminho trilhado por esse extraordinário militar e político. Só uma vontade férrea fundada na certeza do carácter maior da causa que prosseguia lhe permitiu superar incompreensões, resistências e múltiplas hesitações. A voz grave e profunda que a 18 de Junho de 1940 se dirigiu aos franceses, e ao que na humanidade pode existir de consciência universal, era a voz de um homem que, no extremo de uma dolorosa solidão, se percebia a si próprio como a última reserva de uma nação, de outro modo condenada ao ultraje e à desonra. Houve quem tivesse visto nisso uma desmesurada manifestação de auto-confiança e de arrogância própria de um espírito convencido de uma certa predestinação histórica. A mediocridade olha sempre a partir de baixo para os gestos e os acontecimentos raros que convocam o que mais elevado existe no ser humano.
Charles de Gaulle tinha plena noção dos riscos extraordinários em que incorria, o que só realça o carácter heróico do seu comportamento nesses instantes decisivos da história europeia contemporânea. Recordemos algumas palavras por ele proferidas numa conversa tida à época com pessoas que lhe eram próximas: “Vão tomar-me por um aventureiro e, contudo, nunca fui um aventureiro… Dirão que sou um rebelde porque me recuso a obedecer a certas ordens, mas os verdadeiros rebeldes são os que não obedecem ao dever mais sagrado: defender o seu país até a derradeira possibilidade, ao lado do seu último aliado… Vão talvez condenar-me à morte. Até aqui os generais condenavam à morte os simples soldados que queriam abandonar o campo de batalha. Desta vez vão condenar um general que se recusou a fugir desse mesmo campo de batalha.” Nenhum perigo, nenhuma ameaça, podiam perturbar a obstinação ilimitada de alguém que se sentia obrigado a levar até ao fim uma missão que valia muito mais do que a sua frágil vida.
Toda a trajectória política ulterior do General de Gaulle confirmou a sua grandeza intelectual, política e moral. Foi, sem dúvida, a maior figura pública do século XX francês. Teve um papel decisivo no processo de descolonização da Argélia, participou activamente nas grandes discussões europeias e contribuiu para uma melhor regulação de um sistema internacional marcado pelo confronto político e ideológico entre as duas superpotências dominantes durante o período da Guerra Fria. Já no crepúsculo da sua vida política revelou ainda uma superior capacidade de entendimento na forma como acabou por abordar os acontecimentos de Maio de 68. Olhando à distância percebe-se agora que o velho General de Gaulle foi sensível a muitas das inquietações e das aspirações que então perpassavam por largos sectores da sociedade francesa, com particular destaque para os mais jovens.
Há hoje em França um largo consenso em relação a esta figura histórica. Mesmo aqueles que continuam a manifestar reservas ao modelo institucional que caracteriza a V República por ele fundada reconhecem a importância do seu magistral legado. Há mesmo uma certa nostalgia da sua peculiar forma de encarar os assuntos políticos, da sua aversão às misérias de um mundo partidário dominado pelo calculismo e pela intriga mesquinha, da maneira como falava de “uma certa ideia da França”.
2. Não consigo imaginar o General de Gaulle a fazer uma comunicação pública ao país para informar os franceses de que Paris iria acolher a fase final de um torneio de futebol. Para ele era muito claro que havia umas questões que eram do domínio da intendência e que havia outras que eram do âmbito de acção de um homem de Estado.
Militante do PS
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COMENTÁRIOS:
nelsonfari EXPERIENTE: O toque final da crónica, o seu número 2, é oportuno e deve ser cruzado com aquilo que Pacheco Pereira escreveu esta semana. "Questões de intendência" meteram Costa e Marcelo em ridículo.
No essencial, De Gaulle esteve bem e sabe-se o que foi Vichy (um livro breve de Olivier Baruch dá mérito ao gesto de De Gaulle). Claro, a vida de um homem político deve ver-se em toda a sua extensão e o caso da Argélia é bem lembrado. Apesar de tudo, creio que esta crónica de Assis é útil, numa época de profundo revisionismo das ideias que diferentes historiadores têm transmitido. Tenho a tradução francesa de "The Life of Charles de Gaulle", de 2018, de Julian Jackson e vou lendo aos poucos, num trabalho de grande fôlego. Não esquecer Vichy: a "Revolução Nacional" da extrema-direita francesa, de colaboração com a Alemanha nazi e na perspectiva errada que Berlim passaria a dominar doravante a Europa. O tratamento dos judeus, o Estado miliciano, a figura grotesca de Pétain e a hagiografia. Entrevista de Julian Jackson ao "Le Monde", de 18 do corrente mês, acerca da biografia de De Gaulle aparecida em 2019. "De Gaulle pensava sempre em termos de nação, nunca em termos de ideologia", diz Jackson. 22.06.2020    Vieira MODERADOR: Massacre de Paris (1961 – De Gaulle). A polícia de metralhadoras e matracas lançou-se sobre os manifestantes. Um polícia, recordou mais tarde, “atirava-se sobre tudo o que mexia”. Cadáveres lançados ao Sena Várias testemunhas viram uma grande pilha de corpos sem vida, amontoados pela polícia diante do famoso Grand Rex (2º bairro), enquanto que outros se aperceberam de longos pedaços de tecido sobre pilhas irregulares ao longo dos passeios ensanguentados junto da praça da Ópera (9º bairro). Os únicos objectos em movimento eram estes cadáveres que, deitados do alto das pontes da cidade, flutuavam no Sena, assim como os autocarros da polícia que lentamente transportavam os manifestantes presos para os enviar para os centros de detenção provisória. 21.06.2020     rafael.guerra EXPERIENTE: Em 17-Out-1961, a FLN, que multiplicava ataques terroristas na Argélia e em França, convidou o seu povo a manifestar-se em Paris. Dias antes, tinham sido apresentados à Assembleia os resultados da luta contra o terrorismo argelino em França: 47 policiais mortos em Paris em 3 anos e 19 nas províncias. Maurice Papon impôs o recolher obrigatório aos argelinos. Por quê tais medidas? Porque a guerra da Argélia se tinha propagado na metrópole, tanto do lado da FLN, que a transformou numa base de recrutamento e financiamento, como dos apoiantes da Argélia francesa. Uma guerra na Argélia que de Gaulle queria terminar, tendo iniciado negociações com a FLN para esse fim. Em 17 de Outubro, houve 32 mortos entre os manifestantes, número confirmado durante o governo socialista de Lionel Jospin. 21.06.2020     Vieira MODERADOR: Obrigado por continuar a confessar que é um defensor da repressão brutal, do assassínio de manifestantes indefesos, homens, mulheres, velhos e crianças, da tortura sistemática, do colonialismo segregacionista (desde que haja progresso...), mas já tínhamos percebido. Como eu disse espero que aplique esses louváveis princípios em todas as situações em que haja algum progresso (definido por si, evidentemente) para os desgraçados que são vítimas da repressão. E' curioso que o sr que é um defensor incansável da liberdade de expressão, não a defenda em relação aos argelinos que não queriam viver (sabe-se lá porquê?) sob o domínio francês à forca das armas... No fundo para si os argelinos são uma cambada de mal agradecidos e terroristas. Acho que o Salazar também dizia umas coisas assim... Para o sr Rafael, a democracia, o direito de voto, a cidadania, a liberdade de expressão e manifestação, portanto, tudo o que nunca houve até à expulsão dos colonialistas franceses da Argélia em 1962, é bom em todos os países... menos nas colónias francesas.... 21.06.2020     rafael.guerra EXPERIENTE: (Os mesmos que defendem a democracia censuram os comentários contraditórios). Na Argélia, a única coisa que a independência conseguiu democratizar foi a corrupção e o nepotismo. Os serviços argelinos, mestres na arte da manipulação, têm um percurso pontuado por violência e assassinatos. Desde o de Ramdane Abbane (1957) após lutas dentro da FLN, aos dos líderes históricos Mohammed Khider (1967) e Belkacem Krim (1970), aos do presidente Mohamed Boudiaf (1990) e do ex- chefe do governo Kasdi Merbah (1993). Mas também chacinas colectivas, como a Noite Vermelha (1956), o massacre de Melouza (1957) ou os grandes massacres de civis em 1997. Em termos de violação dos direitos humanos, Pinochet responsável por 3000 desaparecidos foi um menino de coro ao lado dos +15000 na Argélia independente.     ana cristina MODERADOR: Oportuníssima análise. Os partidos tornaram-se conglomerados de pequenos Eichmann. À triste figura dos 3 do topo do estado a anunciar um torneio desportivo, batem palmas. Num ambiente de pequenos seguidores acéfalos perde-se a noção do peso real das acções, avaliadas apenas em função do que diz o chefe. 21.06.2020      Vieira MODERADOR: Onde há um "democrata" repressor e brutal de que a dona Ana gosta, lá vem ela bater palmas. The Paris massacre of 1961 occurred on 17 October 1961, during the Algerian War (1954–62). Under orders from the head of the Parisian police, Maurice Papon, the French National Police attacked a demonstration of some 30,000 pro-National Liberation Front (FLN) Algerians. After 37 years of denial and censorship of the press, in 1998 the French government finally acknowledged 40 deaths, although there are estimates of 100 to 300 victims. 21.06.2020
rafael.guerra EXPERIENTE: Devemos lembrar a Vieira que o crime contra a humanidade dos franceses na Argélia consistiu também na construção de hospitais, estradas, escolas, plantações irrigadas em solo árido que até lá não alimentavam correctamente a sua população. 21.06.2020     Vieira MODERADOR: Portanto o Macron é um perigoso esquerdista que disse que Franca cometeu "crimes contra a humanidade"... Mas o sr Rafael já nos explicou que não, que a Franca foi lá introduzir o progresso à pedrada. 21.06.2020
ana cristina MODERADOR: o que Francisco Assis trouxe aqui foi um aspecto da actuação política do De Gaulle: a coragem de não ir com a maré e os efeitos que tem o seguidismo versus os efeitos de tomar uma posição própria. não é o propósito de discutir a guerra da argélia ou a vida politica inteira do De Gaulle, que tem aspectos muitos positivos e outros muito negativos. os vieiras deste microcosmo só sabem repetir os chavões que encontraram nalgum artigo do Avante. 21.06.2020      rafael.guerra EXPERIENTE: Para quem ataca abaixo gratuitamente o monumento que foi Charles de Gaulle, aconselho vivamente a leitura do artigo em francês sobre as mentiras de Sétif ("Les mensonges de Sétif", François d'Orcival, 14-Oct-2010) que coloca os eventos no devido contexto histórico. Um excerto: No meio de gritos da multidão "matem os europeus", jardineiros, comerciantes, funcionários, colonos, um director de escola, foram brutalmente atacados e mutilados de forma atroz. O prefeito socialista da cidade foi morto; o chefe local do partido comunista teve os dois pulsos cortados. À noite, havia 4 mortos entre os manifestantes, mas 28 entre os europeus e 47 gravemente feridos. 20.06.2020
Vieira MODERADOR Ficamos agora a saber e após um revisionismo da história que as potências coloniais ditas democráticas governavam as colónias onde os colonizados na sua maioria aceitavam um poder estrangeiro e os que não aceitavam eram criminosos. Depois da guerra da independência e mais de 1 milhão de mortos de argelinos mortos as mãos dos franceses (na maioria população civil) Macron veio em 2017 pedir desculpas pela colonização e classifica a colonização como "crime contra a humanidade". Nos meses que se seguiram às manifestações de Setif foram assassinados pelos franceses 45000 argelinos homens mulheres e crianças. Temos pois aqui um negacionista que cita negacionistas e pelos vistos não foi só na Alemanha nazi que os negacionistas brotaram. 21.06.2020      rafael.guerra EXPERIENTE: Os massacres da FNL não lhe interessam nem o contexto histórico, apenas a ideologia. Já que insiste, peça desculpa também aos árabes, ou a todos os diferentes povos que nos antecederam, pelo território onde vive hoje. E acuse de assassinos os franceses, incluindo o pai de Afonso Henriques, que ajudaram a conquistar o nosso pedaço de terra. 21.06.2020
Vieira MODERADOR: Isto realmente é preciso ter muita lata. Uma das grandes vantagens dos regimes ocidentais é que conseguiram encornichar nas cabeça de muita gente a ideia de uma pretensa liberdade e respeito pelos direitos humanos. Comparar uma invasão de um pais que comecou em 1830 e perdurou numa guerra durante 45 anos (entrando pela 3ª república francesas 1870/1940) contra a população em geral onde se instaurou um regime de segregação na Lei relativamente aos argelinos (só em 1947 os argelinos têm acesso á cidadania francesa e na prática continua a politica de segregação) e com a intensificação da repressão brutal sobre o povo argelino em 1950 que se prolongou numa guerra ate 1962 (FLN inicia a luta armada em 1954). Depois de 1,5 milhões de mortos na maioria civis há quem consiga justificar o genocidio.
O sr Rafael não consegue ver a diferença entre aquilo que se passou há seculos e aquilo que se passou no tempo das nossas vidas onde o conceito dos direitos humanos já havia sido estabelecido e profundamente reavivado apos a 2a Guerra Mundial, nomeadamente em Franca que intensificou a repressão colonial na Argélia ao estilo nazi (tendo feito o mesmo na Indochina) apesar de ter sofrido na pela dura e humilhante provação. Brilhante! E sintomático... Temos aqui mais um negacionista estilo neo-nazi. Errado está o Macron quando falou em crimes contra a humanidade... 21.06.2020         rafael.guerra EXPERIENTE: A Argélia era um território miserável após séculos sob o império otomano. A França trouxe progresso e desenvolvimento a esse país. Se começarmos a ter vergonha da guerra, teremos que nos envergonhar de toda a História, de todos os países. Os romanos massacraram os os povos que resistiram à sua expansão, mas o seu domínio trouxe também paz, desenvolvimento e progresso. Hoje, os argelinos vivem ainda do petróleo e do gás que os franceses descobriram. Como o general de Gaulle constatava: a História foi feita com a espada. Negá-lo, é outra forma de negacionismo. 21.06.2020      Vieira MODERADOR: O sr Rafael não tem nitidamente a noção do que escreve.... Por essa ordem de ideias e partindo do principio que isso (não) funciona assim, todos os massacres são justificáveis, desde que haja algum progresso... seja lá o que isso for. Para si há povos indigentes e os desenvolvidos mas um pouco brutos... para além dos povos azarentos como o nosso que expulsaram os franceses em 1807 de Portugal (má ideia pois que com certeza os franceses iriam trazer para cá o progresso... mesmo contra a nossa vontade). Mas fica a sua confissão: o sr Rafael assume-se como racista, colonialista e repressor brutal. Espero que essa sua faceta se aplique a qualquer tipo de regime... não só às democracias colonialistas... 21.06.2020 10:58
phil.clh INICIANTE: Artigo excelente, e com muita razão na parte 2. No entanto, não gostei de ver a mistura. Soou um pouco forçado. Mas belo artigo. 20.06.2020     Joao Garrett INICIANTE: Excelente artigo, próprio de um grande político. Só é pena que os destinatários das mensagens (mais ou menos) implícitas não o entendam.
Vieira MODERADOR: Assis tem esta característica de se rebaixar perante o poder. Nunca iremos esquecer algumas facetas da sua personalidade ou falta dela associadas a certos acontecimentos. O seu relacionamento submisso com Sócrates, personagem que Assis desprezava profundamente por o considerar inculto, arrogante e provinciano; o momento em que foi sovado pelos próprios camaradas do partido em Felgueiras (que ironia, o Assis estar sempre a dar licões de democracia para depois ser sovado muito democraticamente pela populaça do PS á frente das câmaras da RTP) e que dobrou a espinha a bem da sua carreira politica ao não apresentar queixa ás autoridades contra os agressores; e o aplauso embriagado de Assis ao cúmplice de criminosos de guerra Barroso na sua despedida no Parlamento Europeu. No fundo um sabujo. 20.06.2020    Gabriel Moreira INICIANTE: Vosmecê é um moderador nada moderado. 20.06.2020     ana cristina MODERADOR : "ser sovado democraticamente": assim se vê o que os vieiras deste microcosmo entendem por democracia. justamente por isso o assis se insurgiu contra a geringonça, aliança contranatura. e justamente por isso os vieiras vêm aqui "sovar democraticamente" o que nem são capazes de ler, quanto mais comentar. 21.06.2020
Joao EXPERIENTE: Já que estamos em época de derrube de estátuas, e depois dos ingleses lá protegerem a de Churchill, aposto que os franceses não se atreverão a derrubar e incendiar os bustos ou retratos do DeGaulle. Mas bem teriam razão para isso. A guerra da Argélia é só um exemplo onde a tortura e o extermínio foram praticados de forma global e sistemática, com o DeGaulle no comando. No fim, com a vitória militar na mão mas por cima de montes e montes de cadáveres de torturados, fuzilados, trucidados, eventualmente enojado com o que fez o De Gaulle dá a independência e foge dali para fora. Não esquecer o Vietnam cuja guerra e chacinas apoiou de corpo e alma, não sendo o presidente. 20.06.2020      Joao EXPERIENTE: E não esquecer o seu conluio com o Churchill, sempre branqueando as chacinas dos ingleses sobre os franceses. Por exemplo no ataque ignóbil aos navios franceses na Argélia, com centenas ou milhares de franceses mortos à socapa, e justificando com mentiras como ele sabia e que viriam a ser demonstradas mentiras pouco depois. Ou por exemplo com o branqueamento dos franceses mortos aos milhares sob os bombardeamentos ingleses, só por exemplo no dia D morreram tantos franceses debaixo das bombas “aliadas” como, imagine-se bem, como militares aliados em “ferozes” e “heróicos” combates contra as “poderosíssimas tropas nazis”. Por exemplo, por aí fora. Bom, como todos, só chegou onde chegou subindo montes e montanhas de cadáveres, quer indígenas quer franceses.  Leclerc INICIANTE: Na invasão da Normandia morreram 20.668 americanos, 15.995 ingleses, 5.021 canadianos, 16.714 aviadores americanos e ingleses. Os civis franceses (estimativas) morreram 13.000 a 19.000 na invasão e 11.000 a 19.000 nos bombardeamentos que antecederam a invasão. Também acho, os aliados não deviam ter invadido a Normandia, deveriam ter deixado Russos e Alemães chacinarem-se mutuamente e no final varrer o que sobrasse para o caixote de lixo da história. Assim libertámo-nos do nacional-socialismo para acabar com metade da Europa sob ditadura comunista. 26.06.2020
joorge INICIANTE: Até ao final da guerra poderia concordar, mas depois? Nem reconheço o autor do texto.


Três tristes tigres



São três textos a pôr o dedo na ferida da habitual incúria de uns, ambição de grandeza de outros, pouca sorte causada, desta vez, por traiçoeiro vírus que sequestrou o mundo inteiro, em colossal pandemia que destroçou a economia mundial. Salles da Fonseca debruça-se sobre orientação futura de reabilitação económica, Artur Gonçalves condena as manigâncias pouco honestas de governo e governantes, feitas nas costas dos papalvos governados – desta vez a questão do novo “emprego” de Centeno, João Miguel Tavares uma vez mais descreve comportamentos latinos, divididos entre a determinação positiva e o deixar correr mandrião, a lembrar a necessidade de esforços de cooperação para uma recuperação, de que bem trata Salles da Fonseca:

Foram-se os anéis? Usemos os dedos para bem recomeçarmos, “Coração, cabeça e estômago” funcionando em conjunto - para lembrar um pobre Camilo sempre assediado por falta de anéis, usando os dedos na escrita e no desespero da sua sobrevivência.



HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO28.06.20
* * *
O presente escrito vem na sequência dos dois anteriores acima Identificados e respectivos comentários mas com uma anotação fundamental: aqueles foram escritos e comentados numa época em que não sabíamos que a pandemia estava a chegar e o presente é escrito depois de muitos milhares de mortos e antes de se dispor de uma vacina comprovadamente eficaz. Ou seja, num período em que o mundo está todo desorientado – tanto como os nossos antepassados medievais com a peste negra e os nossos avós com a tuberculose. Pouco melhor do que o empirismo e com alguma religiosidade a despontar em círculos de desespero. Como nos tempos de antanho, anteriores aos antibióticos, aos anti-inflamatórios e aos antipiréticos.
Às escuras científicas, dentre as medidas mais eficazes, ressalta o confinamento e o dilema que se coloca é precisamente entre esse confinamento das populações (o que significa o colapso económico) e a reabertura económica que passa pelo desconfinamento acarretando, por si só, (e antes da descoberta de um tratamento eficaz da virose e de uma vacina), um dramático recrudescimento da virose com fatalidades imprevisíveis.
Não tenho um mínimo de conhecimentos que me permita especular sobre a eventualidade de a vacina contra o Covid 19 chegar às prateleiras das farmácias já esse vírus desaparecido e, em sua substituição, estarmos a contas com um qualquer sucessor ao estilo de Covid 20, 21,…
Num condicionalismo deste género, creio fundamental rever a oportunidade de mantermos certos objectivos de equilíbrio orçamental e de atribuição da maior prioridade à redução do stock da dívida pública. Estes, os critérios que eu sempre mantinha no meu consciente como prevenção de insuportável serviço da dívida na qualidade de vida de todos nós, cidadãos.
E assim renasce a questão da coesão europeia com os frugais a quererem o regresso a uma política monetária protectora dos credores (da poupança) e os perdulários a quererem a manutenção da política deixada por Draghi dos juros baixos (negativos, de preferência) e da prática das quantitative easings por parte do BCE.
Sabidos que são os argumentos de parte a parte (ver textos anteriores), dou por mim a dizer o que antes da pandemia tinha por certo nunca dizer: que não nos podemos agora preocupar com défices orçamentais nem com o nível do stock da dívida pública.
E digo mais: quem tenha fé, reze a todos os santinhos para que o BCE não mude de política até que uma vacina eficaz chegue às prateleiras das farmácias portuguesas.
Para já, em tempo de guerra, não estamos numa de limpar armas mas, logo que apareça a vacina, será tempo de travar a fundo o desequilíbrio a que, entretanto, tenhamos chegado nas contas públicas de modo a retomarmos o caminho interrompido de saldos primários positivos e, de seguida, encaixarmos o serviço da dívida com alguma tranquilidade.
Antes que a mostarda chegue ao nariz de Lagarde fazendo com que o nosso leão perca a juba e nós fiquemos sem anéis e sem dedos.
E a grande mentira será: não haverá austeridade!
Junho de 2020
Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIO: Francisco G. de Amorim, 29.06.2020:  Estamos perante uma outra pandemia mundial: a falta de líderes competentes, éticos e/ou honestos

II – OPINIÃO: Cartas ao director
ARTUR GONÇALVES, SINTRA
PÚBLICO; 29|6|20
Centeno governador
Nunca se viu coisa assim: um chefe de um Governo minoritário (…) a dar por consumada a nomeação, por sua alta recreação, de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal contra a vontade dos restantes partidos, irrompendo por estrada em contramão. É caso para dizer que temos um novo DDT – Dono Disto Tudo! Chama-se António Costa, que pensa que, para satisfazer a sua ambição, pode fazer tudo o que quiser, transgredindo as leis.
É comum dizer-se que Mário Centeno foi um bom ministro das finanças porque conseguiu a proeza de ultrapassar o deficit exigido pela CE, obtendo, mesmo, um excedente orçamental.
Para obter esse resultado, basta um exercício de contabilidade muito simples, ao alcance de qualquer um (…): basta a aplicação de muitos impostos, sobretudo indirectos q. b., que tocam a todosnunca nenhum governo aplicou tantos e tão elevados; fazer cativações – Centeno chegou aos 24 mil milhões; não aumentar salários; não investir nos serviços públicos, isto é, não fazer despesa, deixando-os degradar.
E a pergunta é esta: então e as pessoas? Os impostos não são para aumentar o bem-estar e o nível de vida das pessoas?

III - OPINIÃO
Um país pouco exigente e viciado em facilidades
Esta ideia de “fazer diferente do habitual”, exactamente porque dá trabalho e desagrada a muita gente, transformou-se no grande tabu da cultura política portuguesa.
JOÃO MIGUEL TAVARES
PÚBLICO, 25 DE JUNHO DE 2020
Há três versos de Leonard Cohen que não me saem da cabeça há meses: “I’m good at love/ I’m good at hate/ It’s in between I freeze”. A tradução em português soa mal: “Sou bom a amar/ Sou bom a odiar/ É no meio que paraliso”, ou “bloqueio”, ou “congelo”, ou “estanco”, ou “entorpeço” – nada disto funciona, porque se perde a sonoridade do último verso e há sempre sílabas a mais. Mas este texto não é sobre poesia – é sobre Portugal.
Embora os versos de Cohen sejam autobiográficos, eles interessam-me aqui como meditação do país. Portugal também é dado a bloqueios: bastante bom a reagir a acontecimentos extremos, e muito mau nos intervalos do champanhe e do chicote. Temos o gosto latino pela festa, e temos também uma assinalável capacidade de resiliência mediterrânica, que nos ajuda a sobreviver competentemente a grandes dificuldades. Mas, entre uma coisa e outra, paralisamos. Não temos a estamina necessária para manter padrões elevados de eficácia em tempos normais. E as nossas instituições não têm a solidez e a competência necessárias para se manterem oleadas quando deixam de estar sob pressão. Tal como um touro entediado no meio da arena, só nos mexemos com o aguilhão ferrado no lombo.
No início deste mês, Luís Aguiar-Conraria terminava um dos seus artigos do Expresso com esta frase do seu amigo João Pires da Cruz: “Pega-se em qualquer questão, por exemplo a reacção à epidemia, e percebe-se que a única coisa bem-sucedida foi aquilo em que era preciso não trabalhar. Em tudo aquilo em que seria preciso trabalhar, falhou-se.” Este tipo de generalização pode parecer abusiva, sobretudo para quem se fartou de trabalhar nos últimos meses. Imagino que Graça Freitas e Marta Temido estejam em regime non-stop desde Março. Mas aquele sentido de “trabalhar” não é o de passar muitas horas a bufar e a tomar pequenas decisões, mas sim uma outra coisa: ter capacidade de mover as estruturas mais pesadas do Estado e de tomar decisões difíceis, disruptivas, em função de um bem maior.
“Trabalhar” não é obrigar as pessoas a ficar em casa – é ser capaz de controlar a pandemia com toda a gente no emprego. Não é encerrar as  – é conseguir que elas funcionem em segurança. Não é suspender consultas e cirurgias e diligências e processos – é continuar a fazer o que é necessário, mas de forma mais inteligente e empenhada do que é habitual. E esta ideia de “fazer diferente do habitual”, exactamente porque dá trabalho e desagrada a muita gente, transformou-se no grande tabu da cultura política portuguesa. Limitamo-nos ao que é fácil. Revertemos, cativamos, multiplicamos taxinhas – mas não fazemos reformas. Exigimos solidariedade e vivemos de mão estendida na Europa – mas não procuramos mudar o país e torná-lo mais competitivo. Organizamos protestos contra o racismo – mas tudo permanece igual nos bairros degradados.
Lembram-se da recorrente conversa do diabo? É aqui que o diabo se esconde. Há um livro de Slavoj Zizek acabado de sair –A Pandemia que Abalou o Mundo –, onde ele assinala o “facto lamentável” de precisarmos “de uma catástrofe para admitirmos a hipótese de repensar as características fundamentais da sociedade em que vivemos”. Zizek podia estar a falar de nós. Envelhecidos, conformados e paralisados, estamos à espera da catástrofe inevitável – e, como Sísifo, condenados a recomeçar tudo outra vez, porque fazer diferente dá imenso trabalho. A inércia é o nosso grande vício, e poucos querem livrar-se dele.
Jornalista
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Luís Cunha.909630
: INICIANTE: Embora concorde com algumas ideias que o JMT diz neste artigo quando chega à Pandemia fala como se houvesse soluções para ela que mesmo países com muitos mais recursos não encontraram. Infelizmente as consequências de uma Pandemia são difíceis de contornar e não perceber isso é também uma forma de inércia de raciocínio. Há muitas formas de preguiça. 26.06.2020
Joaquim Rodrigues.915290 INICIANTE: Até os comentadores políticos são pouco exigentes e viciados no facilitismo quando se trata de investigar e pesquisar as causas profundas do lento definhamento a que assistimos. Paulatinamente já fomos ultrapassados por muitos dos países da ex-união soviética, que tinham saído na mais absoluta das misérias do “dito socialismo” e que, entretanto, aderiram à União Europeia. Aquele que actualmente é o mais atrasado deles todos, a Bulgária, face às taxas de crescimento económico que tem registado nos últimos anos, vai ultrapassar Portugal dentro de poucos anos. Portugal dentro de algum tempo, vai ser novamente o País mais atrasado da Europa. Sá Carneiro tinha como prioridade a "libertação da sociedade civil" do "estatismo" asfixiante. Foi assassinado. Qual o "estado da arte" sobre o assunto? 25.06.2020
Ou esse é assunto que já não interessa e foi arquivado? Se assim for, meu caro articulista, temos um mundo aberto à nossa frente para a especulação acerca das causas do nosso atraso. A busca da "causa da coisa" pode até tornar-se um modo de vida. 26.06.2020 13:10
JORGE COSTA EXPERIENTE: Excelente artigo JMT! A avaliar pelos comentários escritos, existem muitos acomodados. É uma pena! Infelizmente vivemos numa sociedade onde até colocar uma máscara para se sair à rua parece difícil... uns por desrespeito, outros por total e declarada inércia. É uma pena. E é uma vergonha a falta de respeito para com os demais.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Hasta cuando?



Helena Ramos analisa. Uma sua comentadora – Amélia Reis – entre os cerca de 200, grande parte interagindo em disputas mais ou menos exibicionistas dos seus talentos ou dos seus protestos – comenta, com previsão e eficácia, a extrema qualidade da cronista, como observadora crítica e boa psicóloga das habilidades governativas dirigidas a uma populaça sua admiradora embasbacada, e acrescentando as perspectivas de todos estes bailados de incertezas e passa-culpas, acompanhados da costumeira falta de transparência, que muito enganam a quem pouco sabe. Ouçamos, para distrair, a canção cantada por Andrea Boccelli e uma sua companheira, descontextualizando, é certo - o desespero em causa própria:
Y así pasan los días Y yo, desesperando Y tú, tú contestando: Quizás, quizás, quizás (Quizás, quizás, quizás) Quizás, quizás, quizás...

Os putos: primeiro divertiram-se. Depois montaram um show ilusionista. Agora estão aterrados./premium
António Costa quis “deixar claro” que, se algo falhar, a culpa não será sua. Em seguida abandonou a reunião. O Presidente mostrava-se incrédulo. O show ilusionista de Marcelo & Costa demoronou-se.
HELENA RAMOS, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 28 jun 2020
Há momentos assim. Inesperados. Aparentemente simples. E contudo acabam a avisar-nos das grandes mudanças. São eles que marcam o antes e o depois. Um desses momentos aconteceu esta semana quando o primeiro-ministro abandonou a reunião no Infarmed depois de ter querido “deixar claro” que, se algo falhar no combate à pandemia, a culpa não será sua. Não sei o que é mais trágico se num momento tão grave para o país, a preocupação do primeiro-ministro ser “deixar claro” que, se algo falhar no combate à pandemia, a culpa não será sua (isso quer dizer que se algo correr bem os louros serão de quem?), se o facto de António Costa acreditar que tal é possível.
Seja como for, o show ilusionista de Marcelo & Costa acabou. E os protagonistas ficaram subitamente expostos: o encontro com a realidade que contornaram nos incêndios de 2017, no assalto ao paiol de Tancos, na degradação do SNS que aconteceu muito antes da chegada do Covid, no processo tortuoso que usaram para afastar Joana Marques Vidal da PGR, esse encontro estava agora ali à sua frente, naquela reunião no Infarmed.
O primeiro-ministro agarra-se agora às palavras com o desespero detalhista de quem sente escapar-lhe a abordagem global. Ter-se-á irritado com a, por assim dizer, errática ministra da Saúde que teve o azar de proferir a palavra confinamento durante a sua intervenção na reunião do Infarmed. Entende agora António Costa que o país não esteve confinado porque houve sectores que continuaram sempre a trabalhar. Mas então estivemos o quê? E se fizermos como Marta Temido, aceitando o puxão de orelhas do senhor primeiro-ministro e passarmos a dizer que o país esteve a brincar às escondidas, qual é a diferença dessa mudança de terminologia para o país, além da notória figura de parvos que aceitamos desempenhar?
Obviamente Marta Temido foi apenas o alvo mais fácil e também o alvo possível para a irritação de António Costa que na verdade não podia reagir da mesma forma às intervenções dos técnicos do Instituto Ricardo Jorge e da DGS. Intervenções essas que não corroboravam a tese que António Costa e o Presidente da República têm veiculado de que o crescimento do número de infectados resulta do facto de se estar a testar mais e também dos comportamentos de risco dos jovens.
Aos ouvidos de António Costa, aqueles números e aquelas opiniões dos especialistas não são números nem opiniões de especialistas: são críticas a si e ao seu governo. A tendência de Costa para ver como um ataque pessoal o que são críticas políticas não é de agora. De agora é a própria realidade ter passado a ser vista pelo primeiro-ministro como um ataque a si mesmo.
De repente todos aqueles truques que funcionavam sempre estraçalham-se diante de todos: declarar que a Champions em Portugal é um “prémio merecido aos profissionais de saúde” foi visto como uma ofensa. Costa não percebeu a ofensa. E percebe-se o porquê: há alguns meses todos teriam achado graça e louvado o seu instinto político. Mas isso era no tempo do show ilusionista de Marcelo & Costa. Tudo eram milagres e excepções, todos os dias éramos os melhores do mundo. O ministro das Finanças era um mago que arranjara a receita miraculosa para não haver cortes nem austeridade. Do lado de fora do show o dia a dia ia ficando cada vez mais duro: as cativações degradavam o SNS e os transportes públicos. Mas lá vinha logo mais uma foto do Presidente em calções e um panegírico ao animal político inigualável que é António Costa. O intervencionismo estatal asfixiava as empresas e o poder político avançava no seu controlo do aparelho de Estado mas lá ia o senhor Presidente para mais uma fila de supermercado e lá era lançado mais um programa governamental dito para combater as desigualdades, igual a tantos outros que mais não fazem que engrossar o número de dependentes do Estado e as milícias dos activismos.
Até que chegou Junho de 2020 e a realidade emboscou-os. Como querem culpar as festas dos jovens nas praias quando eles mesmos vão para espectáculos no Campo Pequeno? Como se pode multar alguém por conversar num grupo na rua à noite e no dia seguinte aceitar que essa mesma pessoa viaje em comboios, metros e autocarros apinhados? É absolutamente inexplicável o não reforço da oferta nos transportes públicos aquando do fim do confinamento (ou daquele período de 2020 de que não se pode dizer o nome).
Estes anos de ilusionismo criaram uma enorme distância entre a realidade e o poder: este embevece-se com as teleconsultas mas a realidade são milhares de velhos e doentes sem consultas nos seus médicos. Fala com entusiasmo de telescola mas esquece que a telescola original tinha sala de aulas e acompanhamento por professor. Faz a apologia dos transportes públicos mas nunca os utiliza…
Os próximos tempos serão difíceis: nenhum país tem uma solução perfeita para esta crise nem se registam milagres. Mas tudo fica ainda mais difícil quando quem governa recusa a realidade. O show ilusionista de Marcelo & Costa desmoronou-se. Ou melhor dizendo sofre uma interrupção. Será que segue dentro de momentos? Talvez mas com menos brilho. Mais decadente. Entretanto o que foi outrora o centro-direita mantém-se politicamente confinado. E o Chega desce a avenida da Liberdade.
PS. Por fim, mas não por último, quando abandonou intempestivamente a reunião no Infarmed, António Costa ainda teve tempo para dizer a um Marcelo incrédulo perante o descontrolo do PM: “Senhor Presidente, voltamos a reunir-nos daqui a 15 dias…” Marcelo como todas as pessoas que sobrestima a sua inteligência deve acreditar que pode tirar partido desta situação. Por exemplo, reforçando-se face a um primeiro ministro de cabeça perdida. Mas quer Costa quer Marcelo têm de perceber que Portugal e as suas instituições continuam para lá deles. Logo nem o primeiro-ministro pode tratar assim o Presidente da República nem este pode tolerar ou banalizar o que aconteceu na reunião do Infarmed: o primeiro-ministro não pode tratar assim o Presidente da República.

COMENTÁRIOS
Amélia Reis: Texto notável. Só faltou acrescentar como será, daqui a um par de meses, quando ao frio do Inverno se vier a juntar a fome dos milhares e milhares de desempregados, sem qualquer possibilidade de arranjar um emprego ou sequer de fugir daqui para fora pela porta da emigração, que estará fechada por todo o ocidente civilizado. Para mais tendo que competir, sempre para baixo Amélia Reis –Amélia Reis -na escala da miséria, por qualquer recurso eventualmente existente, com as toneladas de miséria terceiro-mundista, que esta gentalha tem vindo a importar livremente, para lhes assegurar a eles o poder e à oligarquia económica-social o continuado enriquecimento e boa vida à custa dos portugueses pobres, condenados a ser cada vez mais pobres. Que fará o Estado mais inchado e incapaz de toda a Civilização, capturado pela corrupção e nepotismo socialista e vergado a uma dívida, essa sim, em crescimento exponêncial, a caminhar para os 130%, que nos lega o fabuloso 'ronaldo das finanças', por cima dos serviços públicos arruinados, enquanto ele próprio se instala, cantando e rindo, no topo dos 16 mil por mês, e igual pensão, na risota do Banco de Portugal? E que dirão os ilusionistas calção, que destruiu a dignidade da instituição PR, e o crápula derrotado que assaltou o poder, mais os seus serventuários amestrados na corrupta comunicação social? Estou certo de que, tal como o bispo anacleto, também ele alambuzado no BP, no Conselho de Estado e nas obscenas reformas milionárias do estado, mais a sua rafeira actriz e a comunista Camarinha, dirão que a culpa é do "fascismo" da direita, da sua "austeridade" e, claro está, do senhor presidente da América!


Sempre impecável



Jaime Nogueira Pinto. Com saber de erudição e de boa formação moral. Exemplo para um país a precisar de ambos.
“A estupidez ao Poder!” /premium
Esta gente é perigosamente lunática, não se sabe se por estupidez, se por puro e maldoso fanatismo. Mas podemos para já estar seguros que estas propostas de perfeição e absoluto vão acabar mal.
JAIME NOGUEIRA PINTO
OBSERVADOR, 26 JUN 2020
Um dos slogans dos estudantes revolucionários parisienses de Maio de 68 de era “A imaginação ao poder”. Não seria grande essa imaginação: à mistura com alguns achados ousados e divertidos, muitos dos grafitti eram bastante banais para não dizer estúpidos.
De qualquer modo tinham alguma coerência e sentido ideológico, embora na realidade o que acabaram de conseguir, na época, foi causar uma reacção popular conservadora e reforçar o poder do General De Gaulle.
Vem isto a propósito da vaga de paranóia iconoclasta que percorre os Estados Unidos e chegou a alguns países europeus. O ponto de partida foi, pode dizer-se, “digno, justo e racional”. A morte de George Floyd, um negro americano, detido por ter tentado passar uma nota duvidosa de vinte dólares, e sufocado até à morte pelo seu captor,o polícia Derek Chauvin (right name to the right person) perante a indiferença de outros três agentes, é um motivo de justa indignação.
A reacção das autoridades foi pronta; o culpado da morte foi suspenso da Polícia e preso; os outros três polícias foram também objecto de sanções.
Mas a tradicional questão do racismo na sociedade americana, voltou à superfície: é uma herança trágica, difícil de conviver: a economia colonial do Sul, num tempo em que a escravatura era uma instituição corrente, trouxe para os Estados Unidos, nos porões dos navios negreiros (e muitas vezes vendidos pelos seus próprios chefes ou capturados pelos “slave hunters” no Continente africano, centenas de milhares de seres humanos – homens, mas também mulheres e crianças.
Quando na Europa, começou a concretizar-se a abolição, a escravatura persistiu nas Américas, ligada a culturas como o café no Brasil e o algodão nos Estados Unidos. Quando os Estados do Sul pretenderam, apelando para a Constituição e os Direitos dos Estados, manter o sistema, e se decidiram depois pela Secessão, Lincoln, combatendo na própria União partidários da escravatura, foi para a Guerra Civil.
Que o Norte venceu por factores que estão analisados pelos historiadores militares, nessa guerra que custou 620 mil baixas militares, ainda hoje mais que a soma de todos os conflitos internacionais em que os Estados Unidos intervieram.
A vitória no terreno do Norte, sob a chefia militar do general Ulysses Grant, que depois viria a ser presidente da República, trouxe a libertação oficial e legal dos negros, mas não a sua emancipação social e política. Também o Sul foi invadido por uma série de aventureiros e oportunistas do Norte, os célebres “Carpetbaggers” que procuraram, no rasto das tropas da ocupação, explorar os vencidos. Eram geralmente do Partido Republicano e alguns misturavam a acção de promoção político-social dos ex-escravos com operações económicas de duvidosa transparência. Este foi o clima da Reconstrução, quando, em defesa clandestina dos brancos se formaram organizações como o Ku-Klux-Klan.
Curiosamente o cinema americano, desde o clássico Birth of a Nation de D. W. Griffith, (1915) passando por E Tudo o Vento Levou e por dezenas de Westerns, mostrou sempre uma certa simpatia por “The Lost Cause”, a causa vencida do Sul, romantizando essa América das mansões coloniais e aristocráticas, e da “douceur de vivre” das famílias de Virgínia e das Carolinas. Foi Quentin Tarantino quem, há poucos anos, com Django Unchained e outas fitas no mesmo sentido quebrou esta linha romantizadora do Sul. O realizador de The Hateful Eight, que não é meigo, comparou mesmo a bandeira da Confederação à Suástica.
Nos anos 50 e 60 as campanhas que culminaram na Lei dos Direitos Civis assinada por Lyndon Johnson, puseram, outra vez oficialmente, fim à segregação. E daí em diante os Presidentes – todos – dos Republicanos, como Nixon ou Reagan, aos Democratas Clinton e Obama, prosseguiram nesta linha integradora. Do lado dos negros americanos também houve duas linhas de luta pela igualdade: uma pacífica, ordeira, religiosa, representada por Martin Luther King; outra violenta, racista, anti-branco, simbolizada por figuras como Malcom X e Angela Davis. O mesmo se verificou, também, entre os brancos.
Voltando à actualidade: na sequência da morte de Floyd surgiram também estas duas linhas: os protestos ordeiros, pacíficos, de luto e contra o que é sentido ainda como uma discriminação para a qual se apontam números como a população carcerária ou os níveis económico-sociais da renda familiar. Já o número de polícias negros cresceu muito nos últimos 50 anos.
Mas logo a seguir surgiu uma minoria violenta de brancos e negros, a vandalizar e apear estátuas, a queimar lojas, a proclamar uma espécie de nova guerra civil. E que além de violenta e revolucionária, parece ser completamente imbecil na escolha de alguns dos seus alvos: porque se se pode ainda entender a sua fúria contra os generais sulistas (que já vinha de trás), como perceber a vandalização dos monumentos a Lincoln, o grande libertador dos negros na Guerra Civil, ou a Grant, que foi o comandante militar que venceu o Sul? E Andrew Jackson, que foi um populista e guerreou os mexicanos? E Colombo, que não foi um mercador de escravos e que cruzou o Atlântico e abriu caminho a uma colonização, sem dúvida com crónicas de violência, mas que destruiu “civilizações” que eram monarquias teocráticas, esclavagistas, que faziam sacrifícios humanos aos seus deuses, ou tribos que praticavam a antropofagiaE porquê perseguir um missionário, canonizado pelo Papa Francisco?
Esta gente é perigosamente lunática, não se sabe se por estupidez, se por puro e maldoso fanatismo. Por estupidez e ignorância, porque não distinguem, politicamente, Lee e Grant, Lincoln e Jefferson Davis, o Padre António Vieira e alguns colonos brutais. Ao olhá-los e ouvi-los, pode admitir-se que sim, têm ar e modos disso. Ou então sabem o que é, e querem deliberadamente destruir a História, “fazer tábua rasa do passado” e construir aquelas utopias supostamente igualitárias em que tudo acabava em massacres e violências piores que os perpetrados pelos anteriores dominadores.
Não sabemos. Mas podemos para já estar seguros que, como em outras circunstâncias históricas, estas propostas de perfeição e absoluto, esta fanática recusa de tudo o que não seja o “politicamente correcto”, vão acabar mal.
Para eles? Para nós?
O pior é que é capaz de ser para todos.
COMENTÁRIOS
João Sousa: E há sempre bom lembrar que este senhor, um “perigoso facho” foi impedido de falar na Faculdade de Ciências sociais , esse pilar dos valores morais inatacáveis. Ainda hoje tive uma discussão com estes lunáticos que se caracterizam por terem só certezas. O caminho deles é o certo porque “é óbvio que é” e não aceitam qualquer discordância. Se não concordar, e a 100 por cento, és o inimigo. Qualquer prova em contrário que apresentes é porque são vendidos. Um diz “só os brancos não são a favor do BLM” e quando outro disse “olha este exemplo de negros” a resposta foi “esses receberam uns coupons”. Impossível discutir com esta gente que não é mais que fanáticos religiosos. A religião é de outro tipo mas os problemas que dela decorrem, a fé cega, são exactamente os mesmos.
Antonio José Almeida: Magistral. MT obrigado!             André Macias: Excelente artigo
aac 666 : Excelente Jaime.             Carminda Damiao: Óptimo artigo.
José Emílio Ribeiro: Um texto certeiro. Denunciando essa gente que usa o passado para proibir o futuro. Uma mistura de ignorância e medo. Medo a um mundo que não compreendem
José Miranda: A estupidez de outro tipo, mas não menos perigosa ,já está no Poder em Portugal e Espanha.
Paulo Silva: O título podia ser a mensagem sublimiar do slogan: «Oprimidos mulher, gay, bom selvagem, cão e gato. Todos ao Poder!» Mas nem isso. Quem vai ao poder são os donos.
O Pensador: Talvez o autor não saiba que quem fundou a Ku Klux Klan foi o partido democrata. Se quer saber a história nefasta deste partido, veja os vídeos de um senhor chamado Dinesh D’Sousa.  Acho que ficaria banzo com o que ele conta sobre a história do mesmo.
José Pedro Faria > O Pensador: O autor não sabe, mas você como é esperto, sabe. Qual é a sua fonte?
José Pedro Faria > O Pensador: Não espalhe desinformação.
Asdefo da silva > José Pedro Faria: O KKK foi formado por apoiantes e membros do partido Democrata sim. Claro que não foi formado pelo Partido democrata.
Sergio Morais > Asdefo da silva: e não esquecer as leis Jim Crow, que segregou os afro-americanos até aos anos 60, essas sim criadas pelo Partido Democrata.
Fernando Almeida: Mais um texto  brilhante de um dos mais lúcidos Intelectuais portugueses. Um autêntico "bálsamo"          Jose Norton: Excelente. Muito obrigado!               Lúcio Cornélio: Como de costume, um artigo excelente. Felizmente há gente lúcida para a qual "saberes" não é um palavrão e "cultura" não representa um bando de saltimbancos sem qualquer talento.          José Ramos: Como de costume, um artigo excelente.
Manuel Magalhães: Como sempre muito bem, claro e instrutivo!!!
Portugal, que Futuro: A utopia socialista comunitária de Fourier, que via os homens como "borboletas, saltitando de flor em flor" deixou inúmeros filhos sem pai. A utopia revolucionária francesa inspirada no iluminismo "liberté, egalité, fraternité" deixou-nos como herança a guilhotina, que decepou, primeiro o rei e a rainha, depois os nobres, depois os burgueses, depois os populares e por fim os próprios revolucionários. A história repete-se, não com os mesmos factos, mas com o mesmo padrão, pois existem relações causais entre os factos históricos. Não estamos a salvo, como não estavam os excelentes gregos e os superiores romanos. Pela degradação da educação e crescimento exponencial da demagogia, quem tem o poder controla as massas, até que, sendo descobertos por estas, sofram o mesmo castigo que lhes tenham infligido. 
José Miranda: Como sempre é uma clareza, uma cultura, raras em Portugal.
Manuel Barradas: Obrigado a JNP por levantar a voz contra a tirania em ascensão do “politicamente correcto”. São necessárias mais vozes, e acções, pela Liberdade e Democracia.
João Pensamentos: Subscrevo a opinião de JNP. Ainda estou para perceber a censura que foi acometida a JNP, por uma Universidade pública, que prima pelo pensamento livre, mas ideologicamente afecta à ideologia mais à esquerda desde a AE ao próprio Director. 
Paulo Chambel: Mais uma aula de história e bom senso. Sinto também a mesma perplexidade quando tento perceber o que se passa nos USA.
Ana Ferreira: JNP, à semelhança dos outros saudosistas ainda que, faça-se-lhe justiça, no seu caso assumidamente salazarista, sente poder endurecer o discurso, afinal a oportunidade está aí, a pandemia fez-lhes o serviço, pelo que há que tomar posições na grelha. Dá-se até ao luxo do uso de vocabulário mais habitual noutro tipo de grunhos. Espere sentado!
MCMCA  > Ana Ferreira: Só tem isto a comentar? Esperava mais de si
luiz branco > Ana Ferreira: Talvez tenhas uma surpresa em breve...LOLLLL
José Emílio Ribeiro > Ana Ferreira: Existe uma lei da natureza em que nos é impossível determinar com absoluta precisão duas quantidades tais como, e por exemplo, a posição e a velocidade de uma partícula. Esta impossibilidade é conhecida como incerteza de Heisenberg. Aplica-se na Natureza mas também,  lato sensu, em situações reais. Não resisto a apontar-lhe um tal exemplo. A comentadora Ana Ferreira não pode ao mesmo tempo ser pessoa inteligente e militante/afecta do PS. Porque se militante/afecta do PS não é inteligente pois com os seus usuais comentários ( e não só este) só consegue, mesmo que o não queira, enxovalhar o PS, por atrair sobre este o opróbio de ser defendido por tais soezes comentários. Mas se não é militante, então é inteligente pelas mesmas razões acima aduzidas As duas coisas é que não pode ser simultaneamente.
Ana Ferreira > José Emílio Ribeiro: Quanto a si, o principio aplica-se na perfeição, escreve muito e não diz nada e não lhe é conhecida ideologia, no caso de JNP não, é ilustre na praça e toda a gente o reconhece salazarista!     Rui Fernandes > Ana Ferreira: Que disparate pegado de comentário. Paupérrimo.
João Sousa > Ana Ferreira: Quando não se tem argumentos chama se facho (neste caso saudosista).
Marie de Montparnasse > Ana Ferreira: Salazar não teve culpa que as capacidades de Jaime Nogueira Pinto fossem acima da média e também não teve culpa da nulidade das suas. Afinal aqui quem é o grunho?
Fernando Prata: Excelente artigo.        Margarida Miranda: Excelente! Obrigada, JNPinto!
Rui Lima: É bom que alguém vá a luta obrigado JNP , deixar ao activíssimo dominante impor a lei é um crime . Ontem havia no DN uma entrevista de um historiador onde lembra os milhões de europeus feitos escravos , afinal nem foram os USA o país com mais escravo foi o Califado de Sokoto, no norte da Nigéria, Porque não há descendentes Desses_escravos porque eles eram castrados , mas ninguém chateia esses países. Entrou na justiça uma ação movida por mestiços contra um país europeu invocando crime contra a humanidade ( se percebo será pelo pai ser branco e a mãe negra ? Mas como eu conheço situação inversa será que estes mestiços vao pedir Marco SilvaRui Lima: Não era preciso ler o DN (que por si só já é um erro), bastava ler a história, que eu próprio já partilho há nos, desde que passei a comentar aqui no Observador, especialmente no que diz respeito à nossa história. Quem alguma vez disse que os "brancos" foram quem mais comercializou escravos, está a mentir. Os "escravos brancos" são bem conhecidos de quem realmente sabe história, ao contrário dos que na actualidade por motivos ideológicos, querem apagar a história. Já fizeram isso quando há umas décadas queimavam livros, agora, a mesma ideologia, quer apagar / re-escrever a história.
A nossa história é um exemplo disso mesmo, de escravatura e sujeitos à barbárie durante séculos por parte dos muçulmanos, que como diz, foram os maiores comerciantes de escravos do mundo...e também os mais cruéis, precisamente pela razão que mencionou, pois os homens escravos eram castrados por estes selvagens. De resto ainda são dos maiores. Há um comércio de escravos gigante na Libia por exemplo. Mas como diz, ninguém ataca estes paises e estas culturas, porque quem quer re-escrever a história, faz parte do mesmo grupo que defende estes paises e estas culturas. É literalmente um ataque à civilização ocidental e muitos "ocidentais" aliam-se a tal causa, o que é por si só, degradante e infeliz.
Rui Lima Rui Lima: Marco tem razão essa gente conta com os imbecis úteis e depois a imprensa faz autocensura. Ninguém fala da zona autónoma do Black Lives Matter em Seattle Esta experiência anarco-libertária , ocupa uma parte da cidade, há zonas proibidas a brancos. Há crimes há mortos mas a polícia não pode investigar Será que está tudo mouco.
Marco Silva > Rui Lima: Sim, e Seatle, para não variar, está sob o controlo do partido democrata, que é a razão pela qual quase não falam do caso. Também não falam da acusação de violação de Joe Biden. Também não falam dos comentários racistas de Joe Biden. Até fiquei espantado como deram a noticia de Oregon, também sob controlo democrata, onde as máscaras só são obrigatórias para "brancos", uma prática incrivelmente racista contra brancos.... Apesar dos maiores problemas estarem em estados democratas, apesar do maior índice de crime e pobreza existir em estados democratas, apesar dos desacatos e falta de governação / autoridade existir quase exclusivamente em estados democratas...a culpa é do Trump. De resto quando Trump mencionou a possibilidade de activar os militares para controlar os desacatos, caiu-lhe tudo em cima. Se quer fazer alguma coisa, não pode. Se faz nada, é incompetente...e os problemas estão praticamente todos nos estados democratas...inclusive o maior número de mortos e infectados pelo coronavírus. Ou seja, não está tudo "mouco". São só os/as da ideologia canhota que querem destruir tudo o que de bom o ocidente tem e para tal não se importam de destruir paises inteiros e como se vê, mesmo nestas secções de comentários, há muitos/as a apoiar os selvagens....
Rui Lima: Só lhe posso dizer é justo o que escreve, mas a maioria dos médias está ao serviço da cultura do politicamente correcto e há uma maioria silenciosa que está em pânico . Podemos perder o emprego ser insultado eu que falava livremente com toda a gente de outras culturas ou cores hoje defendo-me porque tenho medo . Os órgãos da EU os seus presidentes são brancos há queixas , alguém diz é normal a Europa é b..... em África a elite também ê n.... Esses alguém teve problemas é insultado , nada podemos dizer fora do politicamente correcto .
Marco Silva > Rui Lima: É isso mesmo que a esquerda faz. Divide, segrega, censura, demoniza, proíbe. É uma ideologia mortífera que já tem mais de 100 milhões de mortos na sua conta e que nos últimos anos tem crescido como nunca, com cada vez políticas mais radicais e que perseguem as pessoas, em alguns casos para eliminar mesmo. O objectivo é sempre o mesmo: obter poder. Quando não têm poder arrasam tudo tal como terroristas sociais fazendo uma ameaça que se não votarem neles/as, então a destruição vai continuar. Se votarem neles, então há "paz e amor"...Quem segue isto, é insano.
José Paulo C Castro: Preocupa-me mais o contrário: "Poder à estupidez!". É o que certos líderes políticos estão prestes a fazer em nome da salvação dos seus interesses políticos: tentar usar a "estupidez" como cabeça do terror aos adversários. Pode fazer boomerang...
Lourenço de Almeida: Eu acho que é útil lembrar que o KKK foi fundado por membros do Partido Democrático dos Estados do Sul e que as Leis Jim Crow - que permitiram a segregação efectiva até aos anos 60 - foram aprovadas por maiorias do Partido Democrático. É apenas para que não haja a tentação de se pensar que de um lado estão os bonzinhos e do outro uns facínora que só pensam em números...enfim, todos conhecemos a narrativa!
Maria Nunes: Brilhante como sempre. 
NunoW Nunow: Sempre um enorme prazer apreciar o conhecimento e o brilhantismo de JNP.