sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Não é só esse circo, ora essa!



A resposta à pergunta em epígrafe, de Rui Ramos, está no facto de o PCP e o BE já estarem comodamente instalados na governação e no trabalho de mobilização do país para as greves das suas próprias palhaçadas orientadoras – e destruidoras – ao passo que os pequenos blocos, incluindo o CDS, precisam de conquistar o seu espaço próprio, na vibratilidade da sua censura honesta a esses e outros desmandos da eloquência velhaca simiesca dos nossos tempos. Quanto a Rui Rio, não vale a pena elogiá-lo. Também está seguro no seu posto de responsabilidade e amparo, sempre que os camaradas governantes precisarem, por rebeldias caprichosas ocasionais da sua esquerda apoiante.

Produções António Costa apresenta-vos o Circo Joacine-Ventura / premium
Perante Joacine, o PCP e o BE fazem o que devem: ignoram e estão calados. Porque é que a direita não tem a mesma inteligência perante André Ventura?
RUI RAMOS
OBSERVADOR, 31 jan 2020
Imagino a ansiedade que esta segunda-feira se respirava no gabinete da deputada Joacine Katar Moreira. Há um par de dias que Joacine não abria noticiários nem aparecia nas primeiras páginas. Alguém tem ideias? Uma mão levanta-se: que tal propor a evacuação de Lisboa e a sua devolução a Marrocos, com um pedido de desculpa pela conquista de 1147? Uma boa malha. Mas talvez seja melhor guardá-la para as férias de Verão. Que tal ficar agora pelas máscaras e manipansos coloniais? Há quem duvide: e se ninguém levar isso a sério? Joacine sorri, confiante: vocês não conhecem o André.
Do outro lado do corredor, André Ventura não precisa de se preocupar com a invocação do seu nome. A esquerda fez dele o gigante Adamastor do regime. A direita, aos gritinhos, renega-o de manhã à noite. Mas Ventura tem por regra nunca desperdiçar uma oportunidade. E lá fez a piada, a que o regime, tal qual o cão de Pavlov, reagiu como se o general Gomes da Costa tivesse saído outra vez de Braga. Quantas dezenas de deputados tem o Chega? Um. Mas nas cabecitas dos jornais e das redes, é como se fossem 200.
Enfim, já toda a gente percebeu a rábula da Joacine e do André. Na legislatura passada, o PAN apurou o truque: propor ou dizer qualquer coisa para alimentar chiliques de Conselheiro Acácio na imprensa e nas redes sociais, e gozar depois a notoriedade. Fica o mistério: porque é que todo o regime se presta a colaborar num teatrinho tão óbvio? Porque numa sociedade envelhecida e endividada, há a impressão de que não se pode fazer nada politicamente, e então dá-se prova de vida fingindo que estamos a defender a liberdade contra o “fascismo” ou contra o “politicamente correcto”. É a política na fase das indignações sem custos para o utilizador.
A quem serve tudo isto? Não é preciso procurar muito. Basta reparar na inusitada proposta socialista de fazer a Assembleia da República condenar um deputado. O cálculo, muito óbvio, era entalar os partidos da direita: obrigá-los a passar por “fascistas”, se não votassem, ou por “cobardes”, se votassem. Joacine e André são uma bênção dos deuses para o PS: ei-lo onde sempre tentou estar, como padrão de bom senso entre o “radicalismo” da esquerda e o “fascismo” da direita. Se Joacine e André não existissem, António Costa teria de os inventar.
Perante Joacine, o PCP e o BE fazem o que devem: ignoram e estão calados. Porque é que a direita não tem a mesma inteligência perante Ventura? Porque caiu na  imbecilidade de usar o jogo do “fascista de turno”, como lhe chama José Ribeiro e Castro (“o fascista não sou eu, é ele”), nas suas disputas domésticas. O escândalo de Abel Matos Santos é exemplar. Durante anos, pertenceu à Comissão Política Nacional do CDS, sob a presidência de Assunção Cristas, que até aprovou a sua “tendência”. Sem problemas. Mas Cristas e o seu grupo perdem o poder, e eis Matos Santos subitamente promovido a “fascista”. “Este não é o meu CDS”, gritam alguns. Pois: mas não é por Matos Santos ser “fascista” que este não é o CDS deles. É ao contrário: é por o CDS já não ser deles que Matos Santos é “fascista”, porque enquanto foi deles, nunca os incomodou o que ele disse em 2012 (nem a eles, nem a ninguém).
Nada disto tem a mínima seriedade. Ninguém tenha ilusões: se Ventura um dia eleger 10 ou 20 deputados, fará parte de uma maioria de direita, como Miguel Pinto Luz já honestamente admitiu, pela mesma razão que o PCP e o BE fazem agora parte de uma maioria de esquerda: o que interessa para a democracia é, como o PS ensinou, quem manda nessa maioria, não quem a compõe. Mas até lá, porquê ajudar Ventura a eleger deputados? Se a direita continuar a dar a ideia de que é este pequeno recreio de tontinhos para quem o maior problema de Portugal é André Ventura, então o PS não estará no poder até 2027, segundo prevê José Miguel Júdice, mas até 2035, e com o país a dizer: “graças a Deus”, porque ninguém quer ser governado por patetas e pelos seus psicodramas.
P.S.: neste não-assunto convertido em assunto, quase só Rui Rio esteve bem.
COMENTÁRIOS:
Joaquim Moreira: Não sei se houve mais alguém que esteve bem neste processo, das tais Produções, mas sei que Rui Rio esteve como deve estar um político, mais interessado com os problemas reais, do que com estas diatribes banais. Ao contrário do vaticínio do José Miguel Júdice, que mais não é do que um seu desejo, nem com a ajuda das Produções Fictícias, a situação vai resistir às más notícias, por muito mais tempo, prevejo. E quando isso acontecer, a maioria dos portugueses já percebeu ou vai perceber, que tem na oposição um líder capaz de assumir o poder. Não, na velha perspectiva de alternância, mas na melhor forma de governar o país, sobretudo quando não há abundância. Governar com seriedade, coragem e transparência, de forma a que os portugueses, de uma vez por todas, encontrem o caminho da excelência. E por essa via, aí sim, o tal “índice” de felicidade efectiva, e não só uma ideia sugestiva!
Paulo Gálatas: Não sei se o Dr Rui Ramos manda alguma coisa no Observador. Pelo menos acho que sim, já que o fundou e escreve nele. Admitindo que sim, acho estranha a sua postura de pugnar pela indiferença relativamente à Joacine Moreira (elogiando o BE e o PCP por não lhe passarem cartão) e ao André Ventura (criticando a direita por lhe passar). E acho estranho porque, ultimamente, está difícil ler este jornal sem tropeçar, a toda a hora, em notícias de que a Joacine disse isto e o Ventura disse aquilo! É porque é a toda a hora! Hoje, o Observador não disse absolutamente nada sobre o facto de o Rui Rio ter dito a jornalistas que não comentava o caso Joacine - Ventura porque, precisamente, "não queria dar para esse peditório" que achava irrelevante. Mas lá disse que o Ventura disse que o cantor não sei quem não vendia bilhetes de não sei de quê... Francamente... A imprensa, Observador incluído, farta-se de dar importância aos personagens, põe meio mundo a discutir os assuntos delas - a minha mulher, que só sabe quem é o Presidente e o Primeiro-ministro, já me pergunta coisas da Joacine - e, em artigos de opinião, critica os outros políticos de lhes darem importância... Não será um bocado, digamos, contraditório? 
Joaquim Zacarias: Comparar a Joacine com o Ventura, é como comparar o olho traseiro com a feira de Borba. Ela só diz parvoíces, ele diz (e bem) o que a direita quer que se diga.
Isabel Amorim: Sempre bom de ler Rui Ramos
Mario Rocha: Como é que em 230 Deputados só se fala em 1? És grande, Ventura. Confirmar-se que vieste dar uma pedrada neste charco corrupto. 
Carlitos Sousa > Mario Rocha: Colocar Joacine e Ventura no mesmo patamar, é mesmo falta de inteligência. Mas o colunista só vai perceber isso quando souber o resultado das próximas legislativas. Nessa altura escreverá um artigo com o título “Estou de queixo caído, enganei-me, e não esperava isto.”
Maria Múrias: Porque a esquerda tem vergonha de Joacine e a direita tem orgulho em Ventura 
francisco oliveira: Muito simplesmente, não há direita! Há um principio de revoltados com o desastre que as esquerdas, PS/PSD, infligem á Nação há mais de 40 anos, e que finalmente entrou na AR. As direitas estão a fazer o tem-tem na política pós 25/4. O autor tem razão quando sugere silêncio neste deplorável episódio. É mais um entre tantos com que as esquerdas já nos brindaram ao longo destes anos. Livre introduz o racismo na AR e chama racistas aos outros. Muitos não aguentam! 
José Broa: Simples. Porque a direita parece um "saco de gatos", onde o Observador e os seus opinadores têm um papel "especial" na desestabilização.  Querem uma direita que só existe na cabeça de alguns e pelo caminho atacam o Rui Rio, andam às voltas com o Chicão e o Chega vai ganhado intenções de voto ... E por isso têm medo e tentam atacá-lo. Já os comunas e os burgueses boémios sem sexo, não atacam o Livre, porque sabem que aquilo não vai dar em nada!
Ana Brito: Vistas curtas condicionadas pelo wishfull thinking. Pois é, não vai acontecer. A voz das maiorias está a passar para o Chega, não porque o André Ventura esteja a capturá-las com "episódios", mas porque o André Ventura está capturado pelos ideais das maiorias, até agora silenciadas, mas que arranjaram um "veículo". Sim, vão crescer, porque a representação é real e não uma "moda", um produto de marketing. 
victor guerra: Porque Ventura não é "circo". Incomoda ,.com justeza, o sistema e os seus plumitivos
O Badalouco Lhoco: Há uma anedota que agora se conta muito nas redes sociais, nas caixas de comentários dos jornais online, nas mesas de café, enfim, um pouco por todo o lado. O portuga é assim, tem um bom humor bestial e tende a caricaturar tudo um pouco, aqui e acolá. Até mesmo assuntos que não domina. Referia-me à anedota que alega que supostamente "anda tudo com medo do ventura". Como todas as lendas se fundamentam em algo de verdade, vamos acreditar que sim, até para não indispor os anedotistas que divulgam a piada. Isto o que interessa é rir.
Manuel Ferreira: Ventura e Joacine como os grandes protagonistas da actual vida política e civil, não é, na minha opinião, um estratagema montado, mas sim uma casualidade.  Joacine trouxe a agenda racista para o parlamento e para a vida pública, e o Ventura, é o único, sem medo do politicamente correto, que se antagoniza abertamente com esta agenda. Muitos portugueses que não gostam de ser chamados de racistas (eu não gosto; ontem no Eixo do Mal acusaram-nos de sermos todos racistas) revêem-se no André Ventura, mesmo com alguns dislates. Os outros partidos, designadamente os de direita, continuam muito agarrados “a não sei o quê”, e, com medo, ou porque gostam, continuam a ser sodomizados. Podiam, como diz o colunista simplesmente ignorarem!    
Redam Creator: O Rui Ramos acredita que o PSD e o CDS são da Direita? E, já agora: "Representantes do PS, BE, PCP, PAN e PEV sublinharam aos jornalistas que a posição de Ferro Rodrigues mereceu a concordância de "todos os grupos parlamentares".  Afinal, quem é que está em silêncio?
Zacarias Bidon: CHEGA de censura, CHEGA de ditadura! Rebenta com eles, Ventura!
Mosava Ickx: A “direita” que temos, da muleta do Costa aos jovens tontos, é demasiado medricas e idiota para ver o que se passa na sociedade! E não me admirava ver os tais 10 deputados do Chega em breve ...
Pedro Ferreira: Bom artigo. Vamos pensar na não governação do PS e no caminho inexorável para nova crise, os sinais estão todos aí e os Portugueses voltam a não querer ver. Mas porque somos assim?
Freixo Peres: Sim. Rui Rio esteve bem. Disse o óbvio. Os 2 dep-ut-ados usaram a liberdade de expressão  como usaria Voltaire. E têm direito a isso. Cabe a quem vota decidir e julgar. Nada pode justificar a atitude do ferro rodrigues, porque ele não manda no pensamento, nem no voto dos cidadãos. De resto isto é a maneira de ninguém falar da cor-ru-pção e do compadrio entre a malta que nos quer condicionar o pensamento e a carteira! E agem como se nós fossemos todos parvos!


Tout passe



Uma história triste que atravessámos de longe, de transformação de um país, ao que parece, rico, num país mergulhado hoje em violência e miséria. Os textos que seguem explicam. De tudo isso, que passará um dia, com muito sofrimento do povo venezuelano, é certo, ficará talvez, apenas, a frase de Juan Carlos a um Hugo Chávez então espumante de importância: “Por qué no te calas?”- episódio cómico de tempos caricatos ainda.
I - EDITORIAL
Venezuela, a amarga herança de um ditador ignóbil
O que está a acontecer na Venezuela é um crime hediondo perpetrado por um regime odioso, liderado por um dos mais ignóbeis líderes do mundo contemporâneo.
MANUEL CARVALHO
PÚBLICO, 30 de Janeiro de 2020
Cada dia que passa sem se falar no drama humano dos venezuelanos é um dia de cumplicidade com um dos mais abjectos regimes do nosso tempo. Já sabíamos das sistemáticas violações das regras democráticas e do estado de direito, já sabíamos do êxodo de milhões de venezuelanos para os países vizinhos e, sim, também já sabíamos que a maioria da população sobrevivia em condições de vida miseráveis. Mas, apesar de todo esse conhecimento, as revelações do Fundo Monetário Internacional que apontam para uma redução de 20% da população e uma quebra no rendimento nacional medido pelo PIB de 65% em apenas cinco anos vão muito para lá da ideia de ruína que poderíamos ter projectado. O que está a acontecer na Venezuela é um crime hediondo perpetrado por um regime odioso liderado por um dos mais ignóbeis líderes do mundo contemporâneo.
Perante um retrato assim tão avassalador, deixa de ser possível qualquer tipo de condescendência ou qualquer esforço de compreensão sobre Nicolás Maduro e os seus sequazes. O que aconteceu, melhor, o que está a acontecer na Venezuela só tem paralelo em regiões devastadas por desastres naturais ou em países arrasados por uma guerra. Mas a Venezuela, que desde 2013 viu a sua riqueza reduzir-se em dois terços, nem foi flagelada pelo clima nem perturbada pela guerra. A sua destruição e a condenação de todo um povo à miséria fizeram-se sob a égide de um tirano dissimulado sob as bandeiras de um socialismo anunciado como libertador e sob a égide de um líder, Simón Bolívar, venerado como um herói. Uma das mais colossais mentiras do nosso tempo.
Depois de décadas de corrupção, de desigualdade e violência social e económica, a Venezuela desfaz-se perante os nossos olhos pela determinação de um ditador e da sua clientela corrupta. Não é fácil derrubar um líder e um regime assim. Todas as pressões diplomáticas estão condenadas ao desdém. Todas as sanções acabarão por penalizar os que já hoje mais sofrem. Havendo petróleo na equação, haverá sempre uma Rússia, uma China ou um Donald Trump a quebrar consensos. Havendo palavras de ordem contra a América ou contra o capitalismo, haverá sempre políticos ou intelectuais patéticos a defender Nicolás Maduro e a apontar o dedo aos que supostamente o obrigaram a condenar o seu povo a uma intolerável miséria.
Entre os extremos da cegueira ideológica, sobram ainda assim todos os que, da esquerda ou da direita, não se resignam a um suposto fatalismo do drama venezuelano. Deixar de o recordar e denunciar a cada passo é fazer o jogo que mais interessa ao cruel ditador de Caracas. 
COMENTÁRIOS:
ana cristina: Os fãs da ditadura escrevem livremente e de barriga cheia. Assim é fácil.
Diabinho Malandro, 30.01.2020 O problema venezuelano é uma combinação de erradas decisões económicas típicas do socialismo, da corrupção que elas arrastam, da contradição entre um projecto socialista e a permanência de grande parte das empresas no sector privado, da dependência atávica do petróleo e do bloqueio económico-financeiro feito pelo sistema capitalista internacional, que contribui e muito para a miséria do povo.

II -V
Venezuela perdeu dois terços da riqueza e vai perder 20% da população
O PIB do país diminuiu 35% em 2019 e as previsões do FMI apontam para uma redução de mais 10% este ano. A migração para os países vizinhos deverá superar as seis milhões de pessoas em 2020.
PÚBLICO, 29 de Janeiro de 2020
A crise económica e política na Venezuela está a estrangular o crescimento do país que desde 2013 já viu o seu produto interno bruto (PIB) descer 65%, de acordo com os números do Fundo Monetário Internacional (FMI). Só em 2019, a economia venezuelana encolheu 35%. Para termos um exemplo comparável, a crise económica grega levou à redução de um quarto do PIB em seis anos (2008-2013).
“É muito difícil imaginar um país que possa continuar a cair a taxas anuais de 35%”, disse o director para o Hemisfério Ocidental do FMI, na apresentação do quadro macroeconómico regional. “Os modelos tendem a apontar para uma estabilização, mas não a uma recuperação”, acrescentou Alejandro Werner.
O FMI explica que o encolhimento do PIB venezuelano se deveu “à descida da produção de petróleo, à hiperinflação, ao colapso dos serviços públicos e à queda a pique do poder aquisitivo”.
De acordo com o Fundo, “estas tendências deverão continuar em 2020, embora a menor ritmo”, isto é, sem perspectivas de uma recuperação nos próximos tempos. Para 2020, a previsão é que a economia ainda desça outros 10% e mais 5% em 2021.
 “A grave crise humanitária provocou uma das maiores crises migratórias da história e prevê-se que em 2020 migração para os países vizinhos supere os seis milhões de pessoas, quer dizer, 20% por cento da população”, refere Werner nas suas Perspectivas para a América Latina e as Caraíbas: Novos Desafios ao Crescimento, lançado esta quarta-feira.
Extremamente dependente do petróleo, a economia venezuelana sofre a má gestão da companhia petrolífera estatal (PDVSA), a falta de investimento num sector que precisa de muita injecção de capital para manter a produção e as sanções impostas pelos EUA, principal comprador do crude da Venezuela (quatro em cada dez barris).
“Todos os anos pensamos que a queda da produção de petróleo será menor que a do ano em curso”, disse Werner na apresentação. E a verdade é que este ano haverá “uma certa estabilização, sim, mas a níveis muito baixos”. O que permitiu ao FMI rever as suas previsões e a Venezuela não está a caminho “da maior hiperinflação da história”, mas, ‘apenas’ para uma hiperinflação. 
COMENTÁRIOS
Darktin, 30.01.2020: Vamos lá ver. O problema da Venezuela é de incompetência gritante desde que Chávez chegou ao governo. Chávez criou uma economia irreal baseada no barril quando este chegou a estar nos 150 dólares. Ainda mais que os EUA eram o seu maior cliente porque os EUA não conseguia suprir as suas necessidades. Hoje o barril está nos 59 dólares e os EUA já não importam mais crude (ou não importam tanto como antigamente). Chavez morreu e entrou um maquinista do metro que gosta de mastigar folhas de coca e falar com passarinhos imaginários. Maquinista este que amordaçou a Democracia quando se deu conta que não seria mais eleito e as suas contas seriam auditadas provando o alastramento da corrupção do seu governo. Ora, o que fez então Maduro? Como bom ditador, criou uma ditadura militar. E qual o primeiro sintoma de uma ditadura militar? Eu sei porque vivi numa e sei da impunidade e poder que os militares podem ganhar. Quando estiveres num país onde os generais comandam as empresas e indústrias estatais e um soldado ganhar mais por mês que um médico e muito mais que um professor, significa que estamos perante una Ditadura Militar. E é triste porque os militares num governo de Ditadura, têm a faca e o queijo na mão. Com o tempo, vão passar a chantagear ainda mais Maduro. Ninguém se apercebeu, mas não foi Maduro a derrotar Guaidó. Foram os generais. Foram estes que saíram às  ruas para mostrar a sua força. Não foi Maduro. Com o tempo, quase que arrisco a dizer que Maduro passará a ser um governante fantoche. Se é que já não o é.
Albano, 30.01.2020: O socialismo não avança porque é sabotado constantemente pelo imperialismo norte-americano e pelo Ocidente. Esta é a opinião do PCP e seus acólitos e de tanto a repetirem, estou quase a acreditar!
Dr. Alforreca Passista nº5, 30.01.2020: A Escandinávia é mais socialista que a Venezuela. A maioria das empresas na Venezuela está organizada no método capitalista...
Albano, 30.01.2020: Não me diga! A Escandinávia não é alinhada a Cuba e nem ao socialismo marxista. O que destruiu a Venezuela foi o assistencialismo, os subsídios generalizados, sem haver lastro financeiro para cobrir tanta generosidade. Um erro sistemático do populismo de esquerda marxista. Isso para não falar da corrupção generalizada.

“Fraude”: um vocábulo de amplo espectro entre nós



O AO 90 é só mais um caso. Estranho país, este, tão desprezador e tão subserviente – desprezador dos seus, subserviente desses outros – e tudo isso por acefalia e perversidade. Por fraude, afinal, que nos está no sangue.

OPINIÃO
Ressuscitou como morreu: como fraude. E ainda há quem lhe chame vocabulário
O chamado Vocabulário Ortográfico Comum ressuscitou como morreu: como fraude. Acusação grave? Não. Grave é que haja quem acredite na sua utilidade e, pior, quem assim o mantenha.
PÚBLICO; 30 de Janeiro de 2020
Esteve catorze dias morto e ressuscitou milagrosamente em quatro horas. Bastou um texto (a crónica anterior a esta) para acordar as hostes do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se apressaram a devolver à vida o chamado Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa  (dito VOC), instrumento oficial do Acordo Ortográfico de 1990 (AO). Seria hipócrita desejar-lhe bom regresso, dada a sua absoluta inutilidade, mas a ressurreição permite voltar a um tema antigo: o VOC ressuscitou como morreu, como fraude. Acusação grave? Não. Grave é que haja quem acredite na sua utilidade e, pior, quem assim o mantenha.
Vamos por partes. O Acordo Ortográfico previa um Vocabulário Ortográfico Comum que deveria conter os vocábulos de todos os países envolvidos. Era a “unificação” tão apregoada pelos seus arautos. Porém, em vez disso, o IILP pôs-se a coligir “vocabulários nacionais”: Brasil, Portugal, Cabo Verde, Moçambique (que não ratificou o AO, note-se) e Timor-Leste. Falta Angola, Guiné-Bissau (que não ratificaram) e São Tomé e Príncipe (que ratificou). A par destes, há o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, soma de todos. O problema é que são todos praticamente iguais, construídos a partir de uma única base. O que até podia ser assumido, mas não é. t):
a (determinante), a (preposição), aabora (f), aacheniano (m), aacheniano (a), aal (m), aal (f), aalclim (m), aalcuabe (m), aaleniano (a), aaleniano (m), aaleniense (a), Cada vocabulário nacional surge com nomes diferentes, coordenadores diferentes e edições diferentes. Um logro absoluto. Sem querer maçar os leitores, aqui ficam as 100 primeiras palavras e as últimas 50 palavras dos vocabulários nacionais. Que são as mesmíssimas em todos eles, sem qualquer variação. À frente da cada uma (e cada palavra, mesmo repetida, corresponde a uma linha – ou seja, a uma entrada do VOC), vão, abreviadas, as respectivas classificações ali descritas: adjectivo (a), advérbio (ad) substantivo masculino (m) e feminino (f), verbo (v), nome próprio (np), interjeição (in aaleniense (m), aaleniense (f), aalénio (m), aalênio (a), aalense (a), aalense (m), aaná (a), aaná (m), aaná (f), aaquenense (a), aaqueniano (a), aaqueniano (m), aaquênio (a), aaquênio (m), aardvark (m), aardwolf (m), aariano (a), aariano (m), aarita (f), aarite (f), aarónico (a), aarónida (a), aarónida (m), aarónida (f), aaronita (m), aaronita (a), aaronita (f), aaru (m), aasto (m), ãatá (f), aavora (f), aba (m), aba (f), ababá (m), ababá (f), ababá (a), ababadado (a), ababadar (v), ababaia (f), ababalhado (a), ababalhar (v), ababalho (m), ababalidade (f), ababaloalô (m), ababangai (m), ababé (m), ababelação (f), ababelado (a), ababelador (a), ababelante (a), ababelar (v), ababelável (a), ababil (m), ababone (f), ababoni (m), ababosação (f), ababosado (a), ababosador (a), ababosamento (m), ababosante (a), ababosar (v), ababosável (a), ababroar (v), ababuá (a), ababuí (m), abacá (m), abacado (m), abacaí (m), abaçaí (m), abacalhoadamente (ad), abacalhoado (a), abacalhoar (v), abacamartado (a), abaçanado (a), abaçanar (v), abacanto (m), Abação de São Tomé (np), Abação e Gémeos (np), abacar (a), abacar (m), abacar (f), abacaro (a), Abaças (np), abacatada (f), abacataia (f), abacatal (m), abacate (a) e abacate (m).”E, a fechar, todas estas: “zuraco (m), zuranti (m), zuraque (m), zurazo (a), zurazo (m), zurbada (f), zurca (f), zureta (m), zureta (f), zureta (a), Zurique (np), zuriquenha (f), zuriquenho (a), zuriquenho (m), zuriquense (m), zuriquense (f), zuriquense (a), zurpa (f), zurpilhado (a), zurpilhar (v), zurra (f), zurrada (f), zurrado (a), zurrador (a), zurrador (m), Zurral (np), Zurrão (np), zurrapa (f), zurrar (v), zurraria (f), zurre (int), zurreira (f), Zurrigueira (np), zurro (m), zuruó (a), zurvada (f), zurvanada (f), zurza (f), zurzidela (f), zurzido (a), zurzidor (a), zurzidor (m), zurzidora (f), zurzidura (f), zurzir (v), zus (int), zus-catatrus (m), zus-atatrus (int), zuzara (f) e Zuzarte (np).” surge (naturalmente) como “aalênio”, e esta é a única diferença; mas nos restantes países o segundo manteve-se “aalênio”; já em “aaquênio” é a variante brasileira que surge em todos os vocabulários nacionais, quando deveria ser grafada “aaquénio”, ao menos em Portugal. Outras bizarrias: para encher, constam dos vocabulários todas as entradas que integram a Toponímia (que está, aliás, num ficheiro à parte no sítio do VOC), o que dá entradas como estas: “Abação e Gémeos”, “Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde” (novas freguesias, resultantes da fusão de 2013) e “Zona Industrial do Porto Alto da Estrada Nacional Cento e Dezoito” (há, pasme-se!, 85 zonas industriais assim descritas, pelo nome completo, iguais em todos os vocabulários, apesar de serem sediadas em Portugal – mesmo no de Timor-Leste, que até há um ano tinha apenas uma fábrica!). Quem diz zonas industriais, diz aeroportos ou aldeamentos. Tudo serve para encher. Por exemplo, se procuramos por “ônibus” (que surge como “ônibus” no do Brasil e “ónibus” nos restantes), a informação nas fontes do vocabulário do Brasil é esta: “Corpus Brasileiro: alta”. Mas se um português ou um timorense forem procurar “ónibus” nos seus vocabulários, a informação nas “fontes” é: “Corpus Moçambicano: baixa”. Tem isto o mínimo nexo? Para a semana há mais.

COMENTÁRIO
mzeabranches: Um excelente trabalho, Nuno Pacheco, que só posso agradecer. Aproveitei os 'links' e fui visitá-los. Alguns não dão acesso a nada, por ex., no "Voc. Ort. Comum da L. Port.," procurei "Sistematização das Regras da Escrita do Português" e ... nada. Fui procurar as 'fontes' nos três últimos 'links' e ... nada. E fui ver no "Voc. Ort. do Port.", no "Portal da Líng. Port.", do ILTEC, a questão do financiamento: projecto aprovado em Junho de 2009 pelo Fundo da Língua Portuguesa, que reúne 6 Ministérios, presidido pelo MNE, e gerido pelo IPAD (a que não consegui aceder pelo 'link' disponível).Convém reler a Res. do Cons. de Ministros n.º8/2011, que "adopta o Voc. Ort. do Port. (...) e o conversor Lince (...) desenvolvidos pelo (...)(ILTEC) com financiamento público do Fundo da Língua Portuguesa.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Conjecturas políticas



Apaziguadora de receios sobre a continuidade da União Europeia com a saída do Reino Unido, e a criação de projectos que retomam programas económicos antigos, segundo visão optimista de Salles da Fonseca. Mais assustadora a de Carlos Gaspar, trazendo à baila o espectro de uma nova potência alemã em união económica com a USA, causadora de estragos nessa União.
Que a “Bola de Cristal” de Salles da Fonseca seja mais certeira nos prognósticos, é o que se deseja, se, entretanto, um qualquer “corona vírus” irónico e sádico não trouxer achegas desfeiteadoras dos projectos humanos.
 HENRIQUE SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 29.01.20
BREXIT
AT LAST BUT NOT THE END OF US
Hoje, 29 de Janeiro de 2020, formalizou-se a saída do Reino Unido da União Europeia.
E agora? -  perguntam os ansiosos.
A minha resposta divide-se em duas partes:
Liberto do processo do BREXIT, vai Boris Johnson finalmente começar a governar e nós vamos finalmente poder avaliá-lo como homem de Estado ou como
Muito provavelmente, o Reino Unido vai regressar à EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) cuja fundação ele próprio promoveu quando De Gaulle lhe vetou a entrada na então CEE sendo que a EFTA e a CEE/UE há muito que têm um acordo de comércio livre e, portanto, sob o ponto de vista comercial, tudo continuará a fluir sem barreiras aduaneiras naquilo que se chama o EEE – Espaço Económico Europeu.
Cá ficamos à espreita.
Henrique Salles da Fonseca
COMENTÁRIOS:
Helena Salazar Antunes Morais gosta disto
 Adriano Miranda Lima  29.01.2020 : Estou em inteira concordância.
 Francisco G. de Amorim  29.01.2020 : Tudo como dantes no quartel de Abrantes

II- ANÁLISE: Os usos da vertigem
Resignado, Peter Sloterdijk defende que “a mediocridade salvará a Europa”. Pelo contrário, só o bom uso da vertigem pode salvar a Europa.
PÚBLICO, 30 de Janeiro de 2020
No dia 8 de Novembro de 2016, o Embaixador da França em Washington, Gérard Araud, não resistiu a enviar um tweet que resume melhor do que qualquer despacho diplomático o significado dessa data fatídica: “Depois doexit’, depois de Trump, tudo é possível: um mundo está a desmoronar-se diante dos nossos olhos. Vertigem!”.
Com efeito, o referendo sobre a saída da Grã-Bretanha da União Europeia e a eleição do Presidente Donald Trump marcam uma viragem radical na política europeia e ocidental que torna obrigatória uma revisão das prioridades estratégicas de todos os Estados - pequenos ou grandes, atlânticos ou continentais - da NATO e da União Europeia.
Desde logo, a derrota de Hillary Clinton comprometeu a mediação norte-americana entre Londres e Bruxelas, indispensável para evitar a crise prolongada e os sucessivos bloqueios que dominaram as conversações entre o Reino Unido e a União Europeia. Pelo contrário, Donald Trump, o primeiro Presidente dos Estados Unidos que considera a União Europeia como um adversário hostil, defendeu um acordo alternativo entre Londres e Washington para dividir os aliados europeus num momento crítico.
Por outro lado, Trump quis pôr em causa a vinculação dos Estados Unidos à cláusula de defesa colectiva da NATO. Nesse contexto, pela primeira vez, os aliados europeus deixaram de poder contar incondicionalmente com a garantia estratégica norte-americana. Nesse quadro inédito de incerteza, que justifica a frase do Presidente Emmanuel Macron sobre a “morte cerebral” da NATO, as potências europeias têm de preparar um dissuasor alternativo que possa garantir a defesa da Europa.
Por último, a chanceler Angela Merkel, para lá de constatar que os aliados europeus já não podem contar com os Estados Unidos como no passado, escolheu o imobilismo como a melhor resposta à mudança dos equilíbrios na União Europeia e na NATO. A Alemanha está refém dos hábitos de dependência económica e militar dos Estados Unidos e não consegue ir mais longe do que a defesa retórica do status quo: a sua “Aliança para o Multilateralismo” é um sinal de impotência política.
O retraimento norte-americano, a saída britânica e a paralisia alemã criam um impasse perigoso para todos os Estados da NATO e da União Europeia, que reclama uma estratégia alternativa: a França e o Reino Unido são indispensáveis para a definir.
A convergência necessária entre França e o Reino Unido é ditada pelas novas circunstâncias. Em primeiro lugar, sem o Reino Unido, a Alemanha pode impor a sua hegemonia na Europa continental e subalternizar a França: em alternativa, Paris precisa de fortalecer os seus laços com Londres no quadro da NATO para contrabalançar Berlim na União Europeia. Em segundo lugar, se o Reino Unido não quiser passar a ser um “junior partner” dos Estados Unidos, precisa de uma segunda “relação especial” com a França para garantir a sua posição como uma potência relevante na política europeia. Em terceiro lugar, a França e o Reino Unido, as duas potências nucleares europeias, são as únicas que podem dar forma a um dissuasor europeu com um mínimo de credibilidade e, perante a incerteza sobre o futuro da política norte-americana, as suas capacidades estratégicas e militares tornam-se decisivas na política europeia. Em quarto lugar, a restauração da Entente Cordiale abre caminho a uma nova divisão do trabalho entre a França e a Alemanha, assente no reconhecimento de que, na ausência da garantia incondicional dos Estados Unidos, as responsabilidades de defesa são tão importantes como as responsabilidades económicas para a União Europeia.
Portugal antecipou essa mudança estratégica desde 2017, quando os responsáveis políticos passaram a defender a formação de um “partido atlântico” na política europeia, para responder à saída do Reino Unido - o mais velho aliado na mais antiga das alianças - e conter os perigos da “continentalização” da União Europeia - uma forma elegante de referir o peso excessivo da Alemanha. Bem entendido, para Portugal a dupla filiação na NATO e na União Europeia é essencial e a possibilidade de ser obrigado a escolher entre a dimensão atlântica e a dimensão europeia da sua política externa é um pesadelo.
O novo “partido atlântico” só pode existir se a França e o Reino Unido o quiserem formar, mas as duas grandes potências europeias precisam de aliados. Os seus melhores aliados são os outros Estados históricos europeus, que têm séculos de existência como Estados independentes e uma longa experiência da diplomacia e da política internacional, necessárias para reordenar o espaço atlântico, incluindo o Atlântico Sul, a África e a América Latina, e estruturar as novas parcerias com as potências asiáticas que podem alargar a aliança das democracias na defesa da ordem liberal.
Naturalmente, Portugal tem o seu lugar nessa coligação dos Estados históricos, ao lado da França e do Reino Unido, da Espanha, da Holanda ou da Suécia, unidos pela prudência e pelo interesse comum em preservar a comunidade transatlântica, enquadrar a potência central e consolidar a integração europeia e ocidental. Pelo contrário, Portugal não tem um lugar digno da sua história na periferia de um império federativo, numa União Europeia que quer ser uma “Grande Suíça” neutral e equidistante dos Estados Unidos, da China e da Rússia.
Resignado, Peter Sloterdijk defende que “a mediocridade salvará a Europa”. Pelo contrário, só o bom uso da vertigem pode salvar a Europa.
Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI-UNL)

Maioria silenciosa?



Hoje já pode expandir recalcamentos e mágoas antigas. Um bem-haja ao OBSERVADOR.
A onda que nos rouba o chão /premium
A cada onda de indignação somos levados a uma nova campanha. A cada onda ficamos com menos chão. Agora a onda caiu sobre Isabel dos Santos. De Portugal não há rasto.
HELENA MATOS, Colunista do Observador    OBSERVADOR, 26 jan 2020
Quando a onda caiu sobre Isabel dos Santos foi como se mais nada interessasse em Portugal: um motorista terá sido agredido como retaliação por ter denunciado uma passageira sem bilhete que por sua vez denunciou uma agressão policial (a repetição da cartilha das políticas identitárias aplicada nos banlieux franceses está já a dar os seus resultados). Mas qual é a importância disso quando temos a Isabel dos Santos para comentar? A carga fiscal é ainda maior que o previsto pelo Governo? Sim, mas temos esta questão da Isabel dos Santos… O Governo acaba com a gestão privada no SNS mesmo que isso implique degradar os serviços? Pois, mas aquilo da Isabel dos Santos é uma vergonha!
O mecanismo é sempre o mesmo: a cada onda somos levados a uma nova campanha. Com estardalhaço a vaga cai sobre um alvo enquanto a onda desvia do nosso olhar os mesmos de sempre – aqueles que determinam para onde a onda nos deve levar. No fascínio e temor que nos inspira o espectáculo do naufrágio daquele até esse momento poderoso e nas tentativas de sobrevivência daqueles que o rodeavam não vemos como à nossa volta tudo se esboroa. É tão mais fácil falar sobre a justiça angolana do que sobre a portuguesa, não é?
Assim que a onda caiu sobre Isabel dos Santos foi como se Angola voltasse a ser nossa. Mais exactamente a cidadã angolana Isabel dos Santos tornou-se nossa. Só assim se entende que em Portugal, país que tem à espera de julgamento um ex-primeiro-ministro a quem é considerado quase crime perguntar do que se governa (entre os mais indignados com essa pergunta contam-se muitos daqueles que agora se indignam com o enriquecimento de Isabel dos Santos), se viva agora em estado de comoção mediática as notícias que confirmam o que há décadas, perante a indiferença geral, se diz e escreve sobre quem dirige Angola. E indiferença geral é uma forma simpática de descrever o fenómeno de enfado mostrado com aqueles que não alinhavam no fascínio com a “princesa angolana” que, ao contrário de muitos dos membros daquilo a que se chamava elite angolana, até mostrava talento para multiplicar os milhões que lhe tinham caído nos braços, pois a maior parte deles limitava-se a esbanjar de forma grotesca o que lhe calhara no quinhão. Ou saque, como lhe quiserem chamar. Nos anos 70 a onda obrigou-nos a apoiar o MPLA. Em nome desse apoio, civis e sobretudo militares portugueses traíram negociações e colegas. Participaram activamente em manobras que visavam entregar antes da independência armas, documentos e cidadãos ao MPLANas ruas de Lisboa afixavam-se cartazes ditos anti-coloniais onde a esquerda reivindicava “Todo o poder ao MPLA”. E o MPLA exerceu-o de facto. Sempre com desmesura, fosse na repressão ou no enriquecimento.
Até que uma onda nos veio agora dizer que não há nada mais grave na nossa vida que os negócios da família do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. E como a cada onda esquecemos onde nos levou a onda anterior o que aconteceu nos anos 70 não interessa a ninguém. Também se esqueceu que levámos os anos 80 com o MPLA, que é o mesmo que dizer Angola, a ameaçar cortar relações com Portugal por causa das notícias menos positivas publicadas em Lisboa sobre o regime de Luanda. E agora todos fazem de conta que não estiveram no início deste século em jantares, reuniões, encontros… onde se debateram contratos em Angola entre risos e histórias pícaras sobre a forma como vivia e gastava a gente do ‘Futungo de Belas-corte da família dos Santos’ e seus protegidos.
Muito menos nos lembramos que em 2003, quando já a justiça francesa levava anos a investigar o Angolagate e a acusar os donos do regime angolano de corrupção (por sinal em associação com um filho do ex-presidente Mitterrand), a Internacional Socialista, presidida então por António Guterres deu luz verde à passagem do MPLA de observador para membro de pleno direito. (Tenho a agradecer à pesquisa que fiz para este artigo a descoberta de um paradigma do jornalismo luso: o caminho apontado, traçado, riscado por António Guterres. Em 2003, segundo o PÚBLICO  “Guterres apresenta caminho para nova ordem mundial“. Desde então até agora nunca mais parou!)
Nada me surpreende no que se tem escrito sobre Isabel dos Santos. O que me espanta é a desfaçatez com que o caso é apresentado. E o que me indigna é a certeza de que amanhã outra onda , com outra Isabel dos Santos como alvo, nos continuará a prender o olhar enquanto à nossa volta se tomam decisões cujas consequências ninguém avalia e, qual areia na baixa-mar, o chão se nos escapa.
PS. A propósito, como se dirá Isabel dos Santos em chinês? Convém ir aprendendo.
COMENTÁRIOS
Maria José Melo: A Helena apanhou bem o carácter e a ambição de Guterres. Onde ele está é só para fazer asneira. Preocupem-se mas é com a Corrupção dos políticos e autarcas portugueses. Agilizem os processos na Justiça e punam quem é culpado!
Paulo Guerra: “Nos anos 70 a onda obrigou-nos a apoiar o MPLA.”  Para quem andava a reorganizar o proletariado e chegou a reclamar por armas automáticas para uma frente de combate contra os revisionistas de Moscovo, nada mal Leninha. Só falta dizer o nome do violador. Mas fica para a próxima Lena.
Jorge Lopes: Helena matos a presidente! 
Paulo Guerra  > Jorge Lopes: Só se for nalgum ginásio. Esta malta das cambalhotas de 180 graus não tem ponta por onde pegue. Nem psicanalista. Ontem como hoje, se denotam alguma coisa, só se for o mesmo grau de facciosismo. E os outros  é que ainda têm que levar com o nó com que ficaram na cabeça. Ninguém como eu compreende perfeitamente o calor de certas épocas propícias a isso e que até é muitas vezes mal extrapolado. Também houve muitas transições moderadas. Mas depois há estes que independentemente do extremo em que se colocam só conseguem expelir ódio. Só conseguem viver no meio do ódio. São doentes e nunca procuram curar-se. Ou sequer parar para pensar no que lhes teria acontecido se lhes dessem as armas e o Quartel da Moncada na Serra da Estrela. Só aqui, a Helena, o Zé Manel e o Milhazes. Espero não estar a esquecer nenhum. Mas se esqueci, peço desculpas desde já.
Ricardo Oliveira: Cara Helena Matos, quando nas nossas escolas o português, a história e a matemática são "programados" por "técnicos inábeis, outra não poderia ser a conclusão desse seu (correcto) pensamento. Bemhaja.
Manuel Pinto: Sempre que acordo todas as manhãs, vou à janela, espreitando para fora, na ilusão de ver se, da grotesca onda, assaltante da minha Pátria, no tal Abril, já nem sinais existem. Infelizmente, basta chegar ao meu PC e ler alguns títulos de jornais. Parece que a tal onda, não visa surfistas e, sim os incautos distraídos que por cá habitam, adoradores  de ondas que regam pastagens a rebanhos!!!
Graciete Madeira: Helena Matos põe o dedo na ferida e realça o essencial desde caso. Brilhante artigo, como é habitual.
Teresa Vicente: Coitada da Isabelinha. Aos gatunos, assassinos e cúmplices do assassinato da 150 milhões de inocentes por todo o mundo, incluindo Portugal, dá imenso jeito intoxicar os analfabetos com este lixo mediático, sob as conhecidas vestes do seu repugnante falso moralismo. O que se passou com os investimentos da menina angolana, cuja natureza é pública e notória desde o primeiro dia, é coisa de crianças, quando comparado com o que se passa todos os dias em todas as praças financeiras do mundo: Londres, Nova Iorque, Hong Kong, Frankfurt ... Os supostos jornalistas, agora pretensamente escandalizados com o que sempre souberem; empurram, de forma incessante, para cima dos otários – que, através do voto néscio, hão-de garantir a subsistência do podre regime, que, por sua vez, a eles os  mantêm – este continuado programa de propaganda e estupidificação, para que de "inconveniências" não se fale. Imagine-se agora que os portugueses acabam a tomar nota e a debater coisas que para "nada interessam". Como por exemplo, sei lá: 
"O Conselho das Finanças Públicas (CFP) alerta para um “risco de desvio significativo” do ritmo de ajustamento estrutural da economia portuguesa em 2020, avisando que a evolução programada da despesa no OE2020 “não cumpre o valor de referência” "António Vitorino, ex-ministro da Presidência e da Defesa do Governo de António Guterres, entre 1995 e 1997, e actual director-geral da Organização Internacional para as Migrações, é acusado de estar envolvido num esquema de corrupção e branqueamento de capitais. Em causa estão mais de 35 milhões de euros da petrolífera estatal venezuelana PDVSA." "Há uma luta pelo poder na Mouraria. Bengalis são dos que mais crescem em Portugal" "Uma rixa em Lisboa, na zona da Mouraria, fez vários feridos. Duas pessoas foram esfaqueadas e outras duas baleadas. Estes incidentes envolveram cerca de 40 pessoas e ocorreram na Calçada da Mouraria. O motivo terá sido a eleição de um líder religioso." "Desacatos similares anteriores não foram noticiados" "2019: ano recorde da imigração para Portugal. Nunca houve tantos imigrantes a viver em Portugal "
."Mais de quatro mil Enfermeiros solicitaram à Ordem dos Enfermeiros a declaração para efeitos de emigração em 2019, um número recorde que triplica em relação a 2017 e representa um aumento de 64% face a 2018."
"Célula jihadista de Aveiro acusada em França por ligação ao Daesh Os dois marroquinos que receberam asilo político em Portugal." "Agredido motorista que chamou a polícia. A vítima terá sofrido uma forte pancada na cabeça e foi levada para o Hospital Amadora-Sintra. As agressões ocorreram na noite desta sexta-feira, em Massamá, no concelho de Sintra." "PSP da Amadora está a ser alvo de ameaças e de chamadas telefónicas a injuriar o efectivo. Intenções de represálias, contra polícias e filhos, manifestadas nas redes sociais." "Polícias apedrejados na Quinta da Fonte em Loures. Agressores colocaram caixotes do lixo a arder de forma a cercarem as autoridades." "Médicos obrigados a trazer papel higiénico de casa para centro de saúde" "Carlos Amaral Dias retido uma hora na ambulância. Nesse período, o psicanalista entrou em paragem cardiorrespiratória e acabou por morrer, um dos tripulantes não tinha a formação obrigatória e o veículo não tinha desfibrilhador, apesar de ser obrigatório." "Logo no primeiro dia da nova legislatura, o Bloco apresentou um projecto de lei para garantir nacionalidade portuguesa a todas as pessoas nascidas em Portugal" "Guterres recebe mensalmente uma pensão de 4.138,77 euros, que acumula com um vencimento anual de 227.253 dólares (cerca de 205 mil euros) na liderança da ONU." Os novos corruptos, que agora ocupam a manjedoura em Angola, devem dizer de uma vez por todas quanto é que, do que ela própria roubou, agora querem roubar à menina Isabelinha, para que ela lhes possa pagar  É uma vergonha que a menina Isabelinha tenha que andar a esconder-se dos novos assaltantes angolanos, e dos falsos moralistas esquerdopatas lusos, supostos jornalistas ao serviço do podre regime, por sítios de caca como Londres, Dubai e Rússia. A menina Isabelinha, que para mais é bem educada, lavada, civilizada e óptima gestora, tudo coisas que a esquerdopata ladra não tolera, deve regressar imediatamente a Portugal, que é a terra dela, pagar o que exigirem os novos algozes, e ser deixada em absoluta paz, a viver a sua vida como bem entender. Por mim, se a Isabelinha tiver nisso interesse, sugiro que se candidate a Belém ou que se disponibilize para integrar um futuro governo de gente competente, que eventualmente venha a libertar esta piolheira da ditadura marxista-fascizante.
MCMCA A > Teresa Vicente: Se fosse só o poder em Angola que foi entregue. Negociaram-se regimentos inteiros de tropas nativas de entre os quais o regimento dos Catangueses que era constituído por Catangueses descendentes de tropas de Moisés Tchombé e que asseguravam a frente leste de Angola. Esse regimento constituiu mais tarde a guarda do presidente J E dos Santos. Do mesmo modo com as tropas especiais e.g. comandos de gente nascida em Angola e que compulsivamente integraram as FAPLAS excepção feita aos Flechas (povos Koi San) que fugiram e integraram na sua maioria a SADF. Longa é a lista de desacatos que o exército português cometeu, sob o comando de Rosa Coutinho. De tudo o que mais me admira é o repetir ad nauseam o que se passa com Isabel dos Santos que pelos vistos o que fez mal foi ter multiplicado o que o pai lhe outorgou porque se olharmos para os detentores do poder em Angola nenhum nasceu com a fortuna que tem e que o que fez de diferente foi esbanjar o que conseguiu obter por benesses do presidente.
O que JE dos Santos fez foi semelhante ao que os primeiros reis fizeram para constituir os respectivos países: comprar lealdades com foros. Essa compra de lealdades permitiu que se constituísse uma classe nobre e posteriormente uma classe burguesa. Como é que queriam que um imenso território sem massa crítica e sem sequer uma elite constituísse um país? É que a saída dos portugueses, alguns deles negros da elite angolana e alguns deles de classe média, ficou o vácuo e o caos e por isso tudo indica que estes jornalistas estão ao serviço de quem quer o caos porque não apontam as baterias aos poderosos do mundo e.g., Soros (como é que um pobre refugiado húngaro se tornou num imenso magnata) e as imensas sujas de jogadas de bastidores da elite financeira. Não querem África em paz nem africanos com visão empresarial global.,E o nosso Ricardo Salgado que ao que consta fez desaparecer 14 bi sem realizar obra? E Berardo, Vasconcelos, etc etc. E que se passa na África do Sul onde a elite do BEE faliu as linhas aéreas sul africanas, a companhia de electricidade, etc etc e hoje estão imensamente ricos e com obra destruída e o que era um dos países mais ricos do mundo á beira da falência
Maria L Gingeira: Muito pertinente a questão que é levantada neste artigo de opinião da entrega de Angola ao MPLA. Porque é uma história que está por contar e que deu origem à guerra civil de 27 anos pós-independência que destruiu o país próspero de 1975. Depois o fim da guerra com a morte de Jonas Savimbi deu origem ao exercício do poder livre de oposição e que por sua vez resultou no que só estamos a querer ver agora, mas que foi a prática, de saque, de mais de 30 anos.
Alfaiate Tuga: Os tugas como regra geral só querem saber de bola e telenovelas, estão agora de barriga cheia com a novela angolana, mas como é apanágio da generalidade, ainda não perceberam que tal como a bola, esta novela angolana não acrescentará um cêntimo que seja à sua conta bancária, antes pelo contrário, a alguns vai diminuir o rendimento mensal, nomeadamente aos que vão ficar sem emprego com a saída do dinheiro angolano da economia portuguesa. Continuem a festejar os problemas dos outros que quando acordarem para os vossos já será tarde demais, restará apenas a miséria a que este governo nos está a conduzir...
Luís Faria: Não é preciso onda nenhuma, muito menos nova. Estes xuxalistas estão em roda livre. Podem fazer e dizer as maiores patetices e tropelias, das mais imbecis que tenho presenciado. Tudo é apagado, tudo é dissimulado. Tudo é explicado como tendo sido mal interpretado. Triste povo o nosso. Submisso, dependente, mas bem domado. Vai uma apostinha que nada disto se passava se em vez do F do Putin Costa, se tratasse de PPC? Miserável este país. República dos bananas, vendidos à esquerda.
Luis Castro: Talvez um dia se fale do perdão dos empréstimos a Angola. Sempre me questionei: Quanto valerá uma pessoa com a capacidade de poder perdoar um empréstimo. Enquanto alguns desfalcavam o Estado, Portugal emprestava dinheiro a Angola. Depois, perdoava.
Francisco Carvalho: EXCELENTE ARTIGO !!! DEVER CÍVICO DIVULGÁ-LO !!!  
Maria Emília Ranhada Santos: Como sempre, o que esta senhora escreve é tudo conteúdo útil, sem palha! Obrigada Dª. Helena! Após o 25 de Abril, cada uma das esquerdas querendo reivindicar a queda do regime para si, dava largas a todo o tipo de exageros, pisando e desrespeitando tudo o que não fosse extrovertido! Desde assaltar casas em todo o país, mas principalmente em Lisboa, quintas no Alentejo, matando e devastando animais, assando, comendo e deixando os restos para afrontar ainda mais os antigos donos! Em nome do proletariado, quantas atrocidades foram cometidas!  E o proletariado o que beneficiou? Quem são hoje os novos-ricos? Esse esquerdismo aceso, desejoso de substituir a ditadura por outra ainda pior, de matriz marxista, repudiada por toda a Europa, foi tomando conta de tudo,  e só não foi pior porque, se deu o 25 de Novembro, graças ao corajoso general Ramalho Eanes, o melhor e mais competente estadista que tivemos desde então até hoje, honra lhe seja feita! Os mesmos que faziam esta guerra surda (por causa da Pide), cá, em Portugal, eram os mesmos que a conduziam  em Angola, antes da independência, e como diz a cronista, obrigando-nos a apoiar o MPLA de Eduardo dos Santos. Foram muitas as traições e muito violentas, já nessa altura! Tudo isto é o resultado da infiltração marxista, que depois os incautos, não sabem gerir e acabam sendo engolidos, mesmo sendo contra. Muita  gente da juventude católica, aderiu ao comunismo, enganada, pensando que eles defendiam os pobres! Eu, pessoalmente fui muito assediada por eles, no sentido político, claro. Quando as pessoas percebem onde estão, já é muitas vezes tarde e se não tiverem alguém do seu lado que as oriente, acabam cometendo asneiras. Eles são terrivelmente astuciosos e traiçoeiros e quem não está bem seguro, embarca facilmente neste torpedeiro mascarado de felicidade. Hoje, Portugal é governado por um regime de ultra-esquerda, que se considera dono do país! O resultado? Está à vista: crimes e mais crimes, desordem, desautorização das autoridades policiais, professores e todos! Corrupção, ladroagem camuflada, agressões a médicos e enfermeiros no exercício das suas profissões, assassinatos uns atrás dos outros, ex-primeiros-ministros que deviam estar presos andam à solta, e tantos e tantos outros iguais à Isabel dos Santos ou piores, capazes até de mudar as leis, para culpar os inocentes e sobretudo os profissionais no exercício da sua profissão, repito! Tudo em nome das liberdades?!. Não, não é possível! Esperança ? Para quem acredita em Deus, sim, mesmo sendo roubados e explorados física e materialmente, a alma nunca no-la arrancarão. Para quem não crê, não deve desesperar, e sobretudo, esteja alerta, para não se deixar enganar.
d f: Excelente artigo. A menos que tivesse saído o euromilhões umas dez ou vinte vezes à Isabel dos Santos, o que é muito pouco provável, a origem do dinheiro sempre foi pública e notória. Virem agora falar disso e fingirem que descobriram alguma coisa de novo, é somente tentar agradar ao novo chefe. Numa ditadura autocrática, e ainda mais se for de matriz socialista, política, justiça e corrupção é uma só e a mesma coisa.
António Sennfelt: Excelente artigo e simultaneamente penoso de se ler! Toda a gente muito preocupada com o "Luanda Leaks" e com o facto de I. dos S. ter trazido uns milhares de milhões de euros para Portugal! Os euros eram muito sujos? E então, acham que na Suíça, no Luxemburgo ou no Lichtenstein, entre muitos outros refúgios de ladrões, o dinheiro será mais limpo? E o mais espantoso é que, entretanto, parece que até já se esqueceram de que tivemos um primeiro ministro que descaradamente roubou o seu próprio país!! E a malta que actualmente nos governa sempre a assobiar para o lado...  
António Rebelo: Pergunta a articulista como se pronunciará Isabel dos Santos em chinês. Ainda ninguém por estas bandas sabe, bem entendido. Porém, quanto ao apelido SANTOS, aposto forte que os chineses vão adoptar o modelo indiano. Quase todos os goeses antes Santos passaram a ser SANTOSH. A bem conhecida incapacidade dos anglófonos ante a pronúncia das línguas latinas...
Michel Sêco: Excelente artigo Helena Matos!
Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador: A maioria dos portugueses procurou obter uma formação muito melhor do que os "estudos portugueses" de Helena Matos - para que diabo  servirá uma porcaria de uma licenciatura destas? - pelo que e ao contrário dela, percebe o impacto negativo para a economia portuguesa do evento Isabel dos Santos e como tal prioriza-o em detrimento do mero caso de polícia das chapadas que o condutor do autocarro levou ou deu. 
MCMCA A > Combate aos BURROS e ANALFABETOS do Observador: É ao contrário do que você pensa porque falando tão mal dela o que ela tem de legal em Portugal (ao que consta é praticamente tudo) vai-se daqui para fora porque ela pensa, e bem, que quando todos fugiam de nós (não esqueço a amiga Dilma que perante o pedido de ajuda disse petulantemente que o Brasil só comprava dívida de países triplo A) ela veio e investiu. Agora mordemos na mão que nos deu o pão.
Madalena Magalhães Colaço: Já não se aguenta ouvir os comentários sobre o caso por serem todos iguais: que sim, toda a gente sabia e denunciou mas continuaram a bajular a família dos Santos...a Helena distingue-se porque clarifica o apoio dos políticos portugueses ao MPLA. Angola, nunca conseguiu diversificar a sua economia e está completamente dependente do petróleo para a sua sobrevivência e a Sonangol foi alvo de saque. Alvo de saque foi também a Petrobrás quando Lula da Silva dizia que o "petróleo é nosso" não deixando que se fizesse qualquer parceria. O resultado é que em 2007 a Petrobrás emitiu, segundo o FT, a maior emissão de obrigações para pagar as prospecções do pré-sal. Quando o preço do petróleo caiu em 2014, a porcaria veio toda ao de cima, e Lula obrigado a pagar os juros das obrigações emitidas deixou de pagar a tão famosa bolsa família. Na Venezuela exactamente a mesma coisa, e o país vive em miséria extrema. Ao contrário a Noruega quando nos anos sessenta começou a explorar petróleo, o desconhecimento sobre o sector era total, mas os políticos, de que ninguém sabe o nome, fizeram aprovar no parlamento as leis que chamaram os dez mandamentos, para proteger os cidadãos noruegueses. Hoje não só tem um conhecimento técnico avançado, que lhes permitiu diversificar a economia para outros sectores como constituíram o maior fundo soberano do mundo que dá garantia das pensões para qualquer norueguês. É esta a grande diferença dos políticos populistas que nos aldrabam constantemente. 
Pedro Ferreira: Excelente artigo. A par do caminho para nova bancarrota (DNA dos socialistas) assiste-se ao destruir da autoridade da família, do Estado e da matriz cristã, tudo  conforme a cartilha dos comunistas e socialistas. Como a insegurança vai começar pelos subúrbios de Lisboa, pode ser a nomenclatura instalada   acorde. Imagino a moral das forças da ordem. Como escrevia a Dra Helena, vamos ter cenas como em Paris.