terça-feira, 31 de outubro de 2023

Já são consequências


Pelo menos cá por casa, da falta de cultura e educação que o pontapé no antigamente trouxe, com os cravos na farpela… Sim, os sucessivos governos também são culpados da irracionalidade desses exibicionismos estridentes - (aliás, de imitação do estrangeiro, na questão do ruído e da imagem provocadora, a merecer varapau), - pela indiferença com que, ab initio, trataram o problema da formação e da disciplina escolar e doméstica e que atingiram um clímax de irracionalidade e falcatrua, em tempos, nos cursos do diploma reduzidos aos mínimos de exigência…

Climáximo. Um exemplo do neo-marxismo e do populismo do bem

A Climáximo quer destruir o capitalismo para construir algo semelhante à utopia marxista e que levou à criação das piores ditaduras totalitárias na Europa. É o populismo no seu melhor.

LUÍS ROSA Redator Principal e colunista do Observador

OBSERVADOR, 31/10/23

 “O Governo e as empresa declararam guerra às pessoas e ao planeta. Estão neste preciso momento a matar milhares de pessoas, a despejar dezenas de milhões, a queimá-las vivas, a afogá-las. Estão neste preciso momento a condenar milhões de pessoas a câmaras de gás, só que, desta vez, os gases são de efeito de estufa e a câmara é o planeta inteiro. Chama-se a isso o colapso climático e é um acto de violência premeditado e coordenado.”

1Diz a literatura da ciência política contemporânea que o populismo caracteriza-se por apresentar soluções simplistas para problemas complexos e retratar o mundo num binómio maniqueísta do “eu” ou do “nós” contra o “eles”.

O “eu” ou “nós” são obviamente os bons da fita, os puros com as soluções messiânicas para problemas que duram há décadas mas em que ninguém tinha pensado ainda.

Já o “eles” são os maus, a elites corruptas, que se uniram (de preferência por razões conspirativas) para impedir que os problemas se resolvam. Se ninguém consegue ver a luz que os puros estão a ver, então é porque algo muito estranho ocorreu.

2Vem isto a propósito dos novos jovens activistas da emergência climática, nomeadamente da Climáximo, que têm marcado a agenda nas últimas semanas com os seus ataques a membros do Governo com tinta verde, cortes de estrada, ataques a obras de arte e destruição de propriedade privada. Tudo em nome da salvação do planeta — que vai “morrer” em poucos anos.

Basta visitar o site desses activistas para percebermos rapidamente que a Climáximo é um exemplo perfeito de populismo em versão de activismo ambiental.

A narrativa é simples de explicar. Há uma “guerra” em curso que foi declarada por “eles” contra as pessoas e o planeta. Os “eles” são o “Governo, as empresas e os ultra-ricos” (já vai perceber melhor o que é um ulta-rico, caro leitor). E as maiores vítimas entre as “pessoas” são naturalmente os jovens, que serão uma espécie de última geração antes do planeta se extinguir de um momento para o outro. “Nós somos as últimas pessoas que podemos travar a crise climática”, dizem.

A eco-ansiedade da narrativa dos jovens da Climáximo vê-se bem na alusão constante ao totalitarismo dos nazis (curiosamente, o estalinismo não tem a mesma sorte) com as referências explícitas às “câmaras de gás” dos campos de concentração ou ao “julgamento de Nuremberga”.

A ideia é comparar os governantes portugueses ou europeus actuais aos nazis Adolf Hitler, Himmler e aos criminosos de guerra que foram julgados em Nuremberga. Ou até mesmo a Adolf Eichmann, que foi julgado e executado em Israel.

Com tantas alusões (disparatadas, obviamente) ao genocídio do povo judeu entre 1939 e 1945, e como foi declarada uma “guerra” às “pessoas” pelo “Governo, empresas e ultra-ricos”, está claro que as propostas dos maus da fita consistem em “armas de destruição em massa”.

E que “armas de guerra” são essas? O novo aeroporto de Lisboa, expansões portuárias ou do terminal de GNL em Sines, a agricultura intensiva, novas centrais de produção de energia através de biomassa ou até mesmo o consumo de marcas de luxo ou o uso de aviões a jacto ou de iates particulares, entre muitas outras.

3Ao contrário dos maus, que “declararam guerra unilateral” às pessoas, a Climáximo pensa nas vítimas e, apesar de dizer que também está corajosamente em guerra, como nos filmes de Hollywood), já concebeu um plano de desarmamento, seguido de plano de paz”. 

O desarmamento é fácil e simples, como não podia deixar de ser: “100% de energia renovável e acessível até 2025” — ou seja, em dois anos; “serviço de transportes públicos gratuitos e também assente em energia renovável”, “sistema alimentar de emissões zero” e “habitação pública” para “garantir casa para todas as pessoas”, entre outras medidas.

E o plano de paz é uma espécie de joia da coroa das ideias da Climáximo. Limito-me a descrever as principais:

“Garantir saúde, educação, habitação, alimentação, energia renovável e transportes de forma gratuita e no sector público, para todas as pessoas”;

“Democracia energética” com três pilares: “sistema baseado em energias limpas”, de “propriedade pública” e “gerido democraticamente” (este último ponto não é explicado);

As “pessoas”, que serão “99% da população”, não têm de pagar a “transição justa” energética. Quem paga são os “accionistas e CEO’s das empresas fósseis”, com destaque para as “empresas de celulose” devido aos “danos associados aos incêndios” e à necessidade de pagarem “reparações sociais”.

E a minha ideia favorita: a “Justiça Transformativa” que irá “reformular o sistema jurídico, judicial e penal”. E o que é  a “Justiça Transformativa”? É a “reabilitação e reintegração das pessoas actualmente encarceradas”, recorrendo a “medidas de justiça transformativa” (claro!) “como instrumento de responsabilização para reconciliar os infractores com as suas vítimas e anular ou compensar os danos causados, sempre que possível”.

E, já agora, transferir o “financiamento actualmente alocado a prisões” para “programas sociais transformativos que permitam uma regeneração da sociedade”.

Assim, numa primeira leitura, acabam as prisões e alguém (não se percebe quem mas certamente que não serão entidades que hoje se chamam “tribunais”) irá executar medidas de “justiça transformativa” para fazer com que os infratores se reconciliem com as vítimas. Percebeu, caro leitor? Eu não, confesso.

4Vamos à questão sensível dos “ultra-ricos”. Quando um dos activistas da Climáximo partiu a montra da loja da Gucci na Av. da Liberdade a 21 de outubro, estava a protestar contra os “ultra-ricos.” E quem são esses seres infames que representam uma ultra-minoria da população mas que são os piores inimigos dos jovens activistas?

Nem mais nem menos do que todas as pessoas que ganhem acima de 150 mil euros brutos anuais. Não são quem ganha 1, 5 ou 10 milhões de euros por ano — uma ínfima parte da população portuguesa, refira-se. São, sim, quem ganha acima de 150 mil euros brutos anuais.

Mesmo dando o desconto de que os salários dos jovens são efectivamente e vergonhosamente baixos nos primeiros anos de qualquer profissão — e isso tem de ser combatido de forma prioritária por qualquer Governo —, fazer de uma pessoa ou um casal que ganhe 150 mil euros brutos anuais alguém que é “ultra-rico” é profundamente ridículo.

Se assim é, como é que a Climáximo classifica Cristiano Ronaldo — que factura várias dezenas de milhões de euros por ano — ou qualquer gestor de uma grande empresa? Como um super-mega-ultra-mesmo-muito-rico?

O mais extraordinário é que a Climáximo defende que tais ultra-ricos (não apenas o Cristiano Ronaldo mas sim quem tenha rendimentos acima dos 150 mil euros anuais) devem ter um escalão no IRS “com um taxação de 99%”. O que já está para lá do conceito socialmente aceite para descrever um confisco fiscal.

Estes alegados ultra-ricos são descritos da forma mais simplista que se possa imaginar. Como alguém que “voa em jactos e constrói bunkers para se proteger”. Desculpem? Com 150 mil euros de rendimentos anuais voam em jactos particulares e constroem bunkers em ilhas paradisíacas?! Por amor da Santa!

5Estas ideias da Climáximo só provam que o populismo não é exclusivo de Donald Trump ou da extrema-direita europeia, como Marine Le Pen, Matteo Salvini ou André Ventura. Bem pelo contrário, visto que, e falando apenas de Portugal, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português são igualmente populistas e demagogos.

E chama a atenção para outro facto que está a marcar a vida das sociedades europeias e norte-americana: não é só Trump e os trumpistas que estão a tentar (e a conseguir) capturar a causa ambiental, também a extrema-direita europeia está no mesmo caminho.

Se os apoiantes de Trump dizem vezes sem conta que aquecimento global é uma “invenção” e que nada deve ser feito, estão a capturar a causa ambiental pelo lado negativo. O mesmo se diga das forças de extrema-direita europeia que têm a mesma estratégia, sendo que o Chega opta pela via da dúvida.

É importante perceber que activistas anti-capitalistas como a Climáximo, que tem vários representantes de diferentes partidos políticos de extrema-esquerda, querem capturar o dossiê da emergência climática para se auto-proclamarem como inimigos das grandes empresas privadas do sector, como a EDP e a REN e do Governo.

A Climáximo quer destruir o capitalismo para construir algo que não é muito diferente da utopia marxista que levou à criação das piores ditaduras totalitárias, de inspiração comunista, que o planeta alguma vez conheceu.

Pior: Estes jovens não só se assumem como inimigos do capitalismo, como ignoram (ou não querem saber) que as melhores tecnologias (as do presente e as que estão agora a ser produzidas para o futuro) que permitem uma transição energética sustentável têm sido desenvolvidas pelo sector privado — e não pelos Estados….

Mas, pior do que tudo, estão a fazer com que a opinião pública, com o cidadão comum, se vire contra uma causa justa e essencial para o futuro de todos…

6O outro lado ideológico da Climáximo passa necessariamente pelo wokismo — o que não é necessariamente contrário ao que escrevi no ponto anterior. Se olharmos para o wokismo, concluímos que esse “eu” corresponde a um “eu” de tal forma exacerbado que numa versão neo-nilista se sobrepõe a tudo e a todos.

Se no marxismo-leninismo o “nós” é representado pelo partido único que se sobrepõe a tudo — ao Estado, ao país, à família e, em última instância, determina que personalidade que o “eu” deve ter.

Na ideologia woke, o “nós” é substituído pelo “eu.” Já não é a força do colectivo (do partido) que determina qual é a verdade que deve ser seguida pela comunidade. Agora, basta a força incomensurável do “eu” para um homem dizer que se sente mulher e tem a menstruação mensal, para tal ser verdade — independentemente de ser biologicamente impossível.

O “eu” e aquilo que o “eu” quer ser — seja binário, seja sem género, seja sem nome — é a nova versão da revolução que, no final do dia, tem em comum com o marxismo-leninismo a destruição da ‘ditadura’ dos costumes da burguesia.

Muita da argumentação, e até das críticas da Climáximo à actuação das autoridades de segurança, assenta no ultra-individualismo da ideologia woke.

Comparar sem qualquer tipo de fundamentação os julgamentos de Nuremberga ou o genocídio do povo judeu à emergência climática, comparar as regras de comunicação prévia que temos para todas as manifestações com regras do Estado Novo ou até alegar que as autoridades de segurança não podem impedir os seus protestos — quando a lei está claramente a ser violada — é tentar fazer com que o “eu” de cada activista da Climáximo se sobreponha às regras que há muito regem a nossa democracia.

E que, quer jovens activistas queiram, quer não queiram, têm de ser aceites por todos.

JUSTIÇA    AMBIENTE    CIÊNCIA

COMENTÁRIOS

Antonio Rodrigues: Tanta energia gasta com uma agremiação de crianças mal-educadas. Eu simplesmente punha-os de castigo, sem sobremesa, ou pior, sem telemóvel depois das 17h.               F. Mendes: Julgo que o LR passa ao lado do que é realmente a natureza deste "movimento". Posso estar enganado, mas tudo isto resulta de uma manobra inteligente de quem tenta despromover a real importância do combate às alterações climáticas, promovendo insidiosamente e ampliando na CS estes actos imbecis, que ridicularizam tentativas sérias de combater um problema muito grave. Digo isto porque as "soluções" propostas são de tal forma inexequíveis, que muita gente associa o que deveria ser um objectivo nobre a algo de inatingível e incompatível com o nosso nível e estilo de vida. Não me admiraria se uma direita à "moda de Trump" estivesse a financiar estes jovens palermas, uma versão moderna dos ignorantes idiotas úteis, simbolizados em Gretas e companhia.                    José B. Dias > F. Mendes: Acontece que aquilo que chama de "direita à moda de Trump" é liderada pelo genro de Francisco Louçã e composta pela rapaziada muito verde da falta de banho que pulula pelos "colectivos" e afins de génese blogueira ...                   Maria Nunes: Estes badamecos não passam de pequenos terroristas. O Estado devia agir em conformidade e cortar o mal pela raiz. E a CS não lhes devia dar tanta importância, que é o que eles querem              Fernando Cascais: Uma loucura. Chego à conclusão que o mundo idílico é um inferno.. Estes putos da Climáximo ou têm deficiências cognitivas ou fazem parte de alguma agenda maior e a deficiência cognitiva está a ser manipulada com outros objetivos.  Uma ou duas intervenções mais musculada da Polícia de Choque resolvia o problema rapidamente. Ainda sou do tempo em que a Polícia de Choque distribuía sem pejo valentes coças à base de cassetete nos festivais de música no antigo Dramático de Cascais. A malta dispersava num instante.                  Rui Lima: O Mundo sempre teve os seus loucos e fanáticos uns dos casos mais notáveis foi a praga da dança de 1518 na Alsácia ficaram a dançar ao longo de semanas até muitos morrerem mas estes tinham o mérito de não chatear os outros. Depois veio o período em que comportamentos anormais davam direito a um lugar num hospital psiquiátrico ou na cadeia, hoje andam todos à solta, só espero que não seja contagiante.

 

Proliferaram


Os anões, digo, metaforicamente. Ou então, é porque não leram o Micromégas, do Voltaire, para poderem relativizar. Ou mesmo as viagens de Gulliver e os seus liliputianos que nos mostram a mesma coisa, na questão das diferenciações. A cor da pele também origina idênticos parâmetros de avaliações e frustrações. Daí as mudanças nos livros, e nos filmes, por via das novas culturas… assépticas segundo o designativo certeiro de José Crespo  de Carvalho, que escreveu o texto, sem relativizar.

E assim se acaba com a beleza dos 7 anões

Sempre entendi Branca de Neve como a história de 7 seres que eram espelho de uma lição de inclusão de uma pessoa diferente, sobre as perspectivas negativas dos sentimentos de vingança e de inveja.

JOSÉ CRESPO DE CARVALHO Professor Catedrático; Presidente da Comissão Executiva – INDEG – ISCTE Executive Education

OBSERVADOR, 13 out. 2023, 00:095

Branca de Neve e os Sete Anões foi a primeira longa-metragem de animação produzida nos Estados Unidos, a primeira totalmente a cores no mundo, a primeira a ser produzida por Walt Disney e a primeira dos considerados Clássicos Disney. Fantástico e a comemorar e preservar. É história, é memória, e há um contexto.

A história que deu origem ao filme vem de um conto de fadas clássico originário da tradição oral alemã, que foi compilado pelos Irmãos Grimm e publicado entre os anos de 1817 e 1822, num livro com várias outras fábulas, intitulado Kinder-und Hausmärchen (Contos de Fada para Crianças e Adultos).

A história, ou fábula, relata a vida de um rei que vivia no seu reino com a sua a sua filha pequena, que se chamava Branca de Neve. O rei, como se sentia só após a morte da sua mulher, voltou a casar, achando que seria também bom para a sua filha ter nova mãe. A nova rainha era uma mulher muito bela mas também muito má. Não gostava de Branca de Neve que, quanto mais crescia, mais bela se tornava.

A rainha tinha um espelho mágico, ao qual perguntava todos os dias:

– Espelho meu, espelho meu, haverá mulher mais bela do que eu?

E o espelho respondia, inexoravelmente:

– Não minha rainha, és tu a mulher mais bela!

Mas um dia o espelho mudou a resposta e a rainha perguntando o mesmo de sempre ao espelho obteve como resposta:

– Tu és muito bonita, minha rainha, mas Branca de Neve é agora a mais bela.

E é assim que a madrasta decide perseguir e contratar um caçador para matar Branca de Neve, que foge para a floresta e se refugia na casa dos sete anões. E depois vem a maçã envenenada que a coloca a dormir. O Soneca, o Dengoso, o Feliz, o Atchim, o Mestre, o Zangado e o Dunga (o único sem barba) são personagens absolutamente incontornáveis do nosso imaginário infantil. São trabalhadores, dedicados e, apesar dos diferentes perfis, são seres humanos interessantes, generosos, acolhedores e que sabem onde está o lado certo do coração.

A história é a história de ajuda dos anões a Branca de Neve, a história dos males da inveja da rainha, a história da vitória da bondade, da ajuda desprendida dos anões a um ser estranho, diferente, que lhes entrou pela casa dentro (Branca de Neve), da perspetiva negativa da vingança, enfim, é a história do triunfo do bem sobre o mal.

E os anões estão do lado bom.

E tudo estava tranquilo. E as crianças continuariam e continuam a gostar da história. E a fábula está correcta. E tudo corria bem até que Peter Dinklage, um actor que deveria mais que agradecer o sucesso e o dinheiro que tem à Guerra dos Tronos, põe em causa os anões. Ou melhor, acha que a fábula está a estigmatizar os anões. Se não o dissesse, juro que nunca teria pensado nisto. Nunca. E porquê o estigma? Porque ele mesmo sofre de acondroplasia, uma forma de nanismo. E eis que fez emergir o papão dos estereótipos sobre anões.

Pessoalmente, e peço que respeitem a minha opinião, já que a história, a memória e o contexto não me parece que se respeitem, acho tudo isto absurdo. Totalmente absurdo. Sempre entendi a história da Branca de Neve e dos 7 anões como a história de 7 seres magnânimos que, não obstante diferentes, eram espelho de uma lição de acolhimento, de inclusão de uma pessoa diferente (ao contrário – e isto deve ser sublinhado – porque tão pouco conheciam “gigantes” como era Branca de Neve e, ainda assim, a aceitaram), sobre as perspetivas negativas dos sentimentos de vingança e de inveja.

A Disney cedeu a tudo isto e vai trocar os anões por uns seres especiais num novo filme. Ninguém sabe como ou quais. Mas a verdade, e como alguém que apanhei num post não identificado diz, “o mundo está a ficar sem encanto e sem senso do ridículo. Qualquer dia, as histórias das princesas serão queimadas em praça pública. E então será o fim do belo e a vitória do grotesco.”

Pior que isto serão as crianças e jovens da nossa sociedade porque estarão mais uma vez sem contexto a ser colocados numa bolha onde não há fábulas, não há pensamento, não há avaliação, não há diferença, não há tão pouco capacidade crítica ou de debate à volta de qualquer questão. Não haverá liberdade de opinião nem debate dessa opinião. Onde jamais saberão distinguir o bem do mal. Será tudo igual. Indiferente. Asséptico, pois então, como hoje se quer.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO     LIBERDADES     SOCIEDADE     DESENHOS ANIMADOS      CULTURA     WALT DISNEY     CINEMA     POLITICAMENTE CORRETO

COMENTÁRIOS (de 5):

João Floriano > PEDRO LOPES RIBEIRO: A única notícia animadora é que os filmes realizados de acordo com  a cartilha woke têm-se revelado flops na bilheteira. Eu ficaria muito triste se visse o papel do patinho feio ser feito por uma galinha pedrês.

PEDRO LOPES RIBEIRO: Óptima reflexão! A Disney (e tantas outras corporações e/ou instituições), está refém da cultura ditatorial "woke"  que, na sua praxis, adopta o conceito binário, manipulador e intolerante "Quem não é por mim é contra mim".  E se queremos deixar aos nossos filhos e netos um mundo melhor do que o que encontramos, não podemos ficar indiferentes perante os riscos e reais perigos dessa cultura.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

“Cantando e rindo”


Não  vamos mais. nem lá nem cá.

GUERRA NA UCRÂNIA

Alertas activos

I.Rússia redobra ataques em zona estratégica para ambos os lados no Donbass

A luta é feroz pelo controlo das zonas industriais a norte e a sul da cidade de Avdivka, onde existe uma fábrica de coque e uma pedreira, respectivamente.

AGÊNCIA LUSA Texto

OBSERVADOR, 29 out. 2023, 22:36  

O exército russo redobrou este domingo os ataques às tropas ucranianas que defendem o reduto estratégico de Avdivka, no sul do Donbass, uma batalha da qual também depende o sucesso da contraofensiva ucraniana em direção ao Mar de Azov.

O Estado-Maior ucraniano relatou 15 ataques inimigos nas últimas 24 horas em Avdivka, mas referiu que os russos ainda têm que fazer muito para fechar o corredor de vários quilómetros que leva reforços e suprimentos aos defensores da cidade.

A luta é feroz pelo controlo das zonas industriais a norte e a sul da cidade, onde existe uma fábrica de coque e uma pedreira, respectivamente.

Segundo a imprensa ucraniana, seis brigadas motorizadas russas fortemente equipadas, apoiadas por aviação e artilharia pesada, participam nesta ofensiva há três semanas.

“Os objetivos do inimigo são muito primitivos. Putin (o Presidente russo) precisa de algum tipo de resultado positivo, uma vez que durante muito tempo enfatuaram” a situação na frente, disse hoje num canal de televisão Mikhailo Podoliak, conselheiro da presidência ucraniana.

“Eles usam ataques frontais. Até tentam minimizar a perda de equipamento militar, já que qualquer coisa vale, enquanto a vida humana…”, referiu Podoliak.

Embora os relatórios de guerra russos não informem sobre o progresso da ofensiva em Avdivka, Kiev também relatou cerca de 20 ataques em Marinka, a outra cidade estratégica localizada ao sul da cidade de Donetsk.

Segundo o Exército ucraniano, as suas tropas destruíram uma coluna de blindados russos que se dirigia para Krasnogorovka, não muito longe de Marinka.

A Ucrânia entrou este domingo oficialmente no horário de inverno, sinónimo de baixas temperaturas, estradas intransitáveis e problemas logísticos para ambos os lados, o que significa que o tempo corre contra as ofensivas tanto dos ucranianos como dos russos.

A perda de Avdivka, localizada a uma curta distância do aeroporto de Donetsk, seria muito mais significativa do que a derrota em Bakhmut, a cidade tomada em maio por mercenários russos do Grupo Wagner.

É por isso que duas brigadas motorizadas ucranianas que lutaram em Zaporijia foram mobilizadas para evitar a sua queda.

Especialistas alertam que a derrota nesta batalha bloquearia as tropas ucranianas no sul e anularia os ganhos territoriais no norte.

Embora os meios de comunicação social não o refiram e o Presidente Volodymyr Zelensky exija nos seus discursos avanços contínuos, a realidade no terreno parece confirmar que a contraofensiva no sul abrandou e até congelou nas últimas semanas, com apenas oito ataques nas últimas 24 horas em mais de mil quilómetros de frente, de acordo com o Ministério da Defesa russo.

Para a Rússia, a ofensiva actual também é vital, uma vez que a atual taxa de produção da sua indústria militar não permitirá lançar outra ofensiva em larga escala até 2025, segundo analistas.

Mais de dois meses após a morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, a imprensa russa noticiou o regresso ao campo de batalha dos mercenários, com uma unidade do batalhão especial Arbat, que luta em Avdivka, composta exclusivamente por membros do grupo.

Fontes ucranianas também confirmaram a presença em Donetsk desses mercenários, que teriam concordado em assinar contratos com a Defesa russa.

GUERRA NA UCRÂNIA    UCRÂNIA     EUROPA      MUNDO      RÚSSIA-UCRÂNIA

II - Zelensky traz "boas notícias" da cimeira da paz, no que diz respeito a "novos pacotes de defesa e o desenvolvimento das relações com a UE"

No fim da cimeira pela Fórmula da Paz, que decorreu este fim de semana em Malta — tendo sido a terceira reunião neste formato organizada pela Ucrânia —, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ter “boas notícias”.

“Foi acordada uma declaração entre os Presidentes da cimeira — uma declaração básica e unificadora”, escreveu no Telegram. “Este é o sinal correcto. Aconteça o que acontecer no mundo, o mais importante é a unidade pela justiça para a Ucrânia e para todos os países e povos que possam ser objecto de agressão”.

Desta forma, Zelensky afirmou que já estão a ser preparados “passos importantes a dar nas primeiras semanas e novembro”. “De um modo geral, os meses de novembro e dezembro deverão ser significativos para a Ucrânia. Entre elas contam-se novos pacotes de defesa e o desenvolvimento das nossas relações com a União Europeia”disse.

HÁ 14H16:58 CAROLINA JESUS:

Homem ferido na sequência de ataque russo em Kherson morre no hospital

O homem de 46 anos que foi esta manhã transportado para o hospital, na sequência de um ataque russo à região e Kherson, acabou por morrer, informou o governador Oleksandr Prokudin.

“Infelizmente, não foi possível salvar a vida do homem. As lesões eram demasiado graves e ele morreu no hospital”, escreveu, citado pelo Kyiv Independent.

O homem terá sido atingido por um estilhaço na cabeça, quando se encontrava na rua, na aldeia de Novoberyslav.

O ataque feriu ainda uma mulher de 43 anos, que foi também encaminhada para o hospital, não havendo mais informações sobre o seu estado de saúde.

Há 14h16:37 CAROLINA JESUS; 

Ataque com drones atinge refinaria russa em Afipsky

Um ataque com um drone explosivo, pouco depois das 3 horas da manhã, deixou a refinaria de petróleo de Afipsky, na região russa de Krasnodarsk, em chamas, disse o canal Baza, no Telegram, citado pelo Kyiv Independent.

Segundo o mesmo, o incêndio foi controlado em menos de 30 minutos, não fazendo quaisquer vítimas.

Há 15h16:11 CAROLINA JESUS 

Medvedev diz que Europa se "castrou de forma sangrenta" ao abandonar acordo de petróleo russo

O antigo Presidente da Rússia e actual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, condenou a Europa por ter abandonado as importações de petróleo russo, dizendo que se “castrou de forma sangrenta e sem anestesia”.

“Esta cooperação está estragada ou congelada durante algum tempo”, disse, citado pelo The Guardian.

Há 15h15:56 AGÊNCIA LUSA: 

Kiev pede apoio a Madrid para adesão da Ucrânia à União Europeia

O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andri Yermak, pediu o apoio de Madrid no processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, numa reunião com a conselheira do primeiro-ministro espanhol para os Negócios Estrangeiros, Emma Aparici.

De acordo com um comunicado da presidência ucraniana hoje divulgado, o encontro, no sábado, teve lugar à margem de uma reunião em Malta, a nível de conselheiros, para discutir a “Fórmula de Paz” proposta por Kiev.

O comunicado refere ainda que Yermak transmitiu a Aparici o “sucesso” da Ucrânia na implementação das recomendações da Comissão Europeia (CE).

Além disso, o chefe de gabinete manifestou-se também esperançado em que a Espanha, no âmbito da presidência rotativa do Conselho da União Europeia, preste o seu “apoio” à adopção pela Comissão Europeia de uma decisão sobre a abertura de negociações de adesão da Ucrânia antes do final deste ano.

“A presidência espanhola da UE deve contribuir para esta decisão histórica”, declarou Yermak, que também falou com Aparici sobre a participação de Espanha na implementação do plano de paz ucraniano.

Por último, Yermak agradeceu a Madrid o apoio financeiro à iniciativa humanitária “Cereais da Ucrânia” e convidou a Espanha a participar na segunda cimeira deste programa, que se realizará em Kiev a 25 de novembro deste ano.

Há 15h15:55 AGÊNCIA LUSA 

Kiev pede apoio a Madrid para adesão da Ucrânia à União Europeia

O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andri Yermak, pediu o apoio de Madrid no processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, numa reunião com a conselheira do primeiro-ministro espanhol para os Negócios Estrangeiros, Emma Aparici.

De acordo com um comunicado da presidência ucraniana hoje divulgado, o encontro, no sábado, teve lugar à margem de uma reunião em Malta, a nível de conselheiros, para discutir a “Fórmula de Paz” proposta por Kiev.

O comunicado refere ainda que Yermak transmitiu a Aparici o “sucesso” da Ucrânia na implementação das recomendações da Comissão Europeia (CE).

Além disso, o chefe de gabinete manifestou-se também esperançado em que a Espanha, no âmbito da presidência rotativa do Conselho da União Europeia, preste o seu “apoio” à adopção pela Comissão Europeia de uma decisão sobre a abertura de negociações de adesão da Ucrânia antes do final deste ano.

“A presidência espanhola da UE deve contribuir para esta decisão histórica”, declarou Yermak, que também falou com Aparici sobre a participação de Espanha na implementação do plano de paz ucraniano.

Há 17h14:26 CAROLINA JESUS 

Rússia terá abatido mais de 100 soldados ucranianos em Yuzhno-Donetskover, nas últimas 24 horas

A agência russa RIA noticiou hoje, citando um relatório do Ministério da Defesa, que as forças russas abateram mais de cem soldados ucranianos em Yuzhno-Donetskover, nas últimas 24 horas.

“Unidades do grupo de tropas Vostok, em cooperação com a aviação e a artilharia do exército, repeliram quatro ataques de grupos de assalto da 58.ª infantaria motorizada, da 79.ª brigada de assalto aéreo das Forças Armadas ucranianas e da 128.ª brigada de defesa territorial nas áreas de Urozhaynoye, Novomikhailovka e Staromayorskoye da República Popular de Donetsk”, informou o relatório, citado pelo The Guardian.

Além disto, disse que “as unidades russas derrotaram a 72.ª brigada mecanizada das Forças Armadas ucranianas perto de Ugledar e da aldeia de Vodyanoye”, com “cerca de 130” soldados mortos e “um veículo blindado de transporte de pessoal, dois carros” destruídos.

Não houve qualquer informação sobre as perdas russas e os factos também não foram confirmados por fontes independentes.

Há 17h14:05 CAROLINA JESUS 

Lukashenko apela a negociações entre Rússia e Ucrânia

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, apelou a que a Rússia e a Ucrânia se sentassem à mesa de negociações, visto que “ambas as partes se encontram num impasse prolongado na linha da frente”, explica o Kyiv Independent.

Num vídeo de perguntas e respostas publicado na agência BelTA, Lukashenko disse: “Há problemas suficientes de ambos os lados e, no geral, a situação está agora seriamente bloqueada. Ninguém pode fazer nada e reforçar ou avançar substancialmente a sua posição”.

Segundo o jornal ucraniano, Lukashenko, que “permitiu que o território do seu país fosse utilizado como base para a invasão total da Ucrânia”, considerou também importante responder “ao apelo da Ucrânia para que a Rússia se retire do seu território, através de meios diplomáticos, para que ‘ninguém morra’”.

Há 17h13:37 CAROLINA JESUS :

Moscovo pode vir a confiscar activos europeus, se UE direccionar fundos russos congelados para a Ucrânia, diz presidente da Duma

O presidente da câmara baixa do parlamento russo (Duma), Vyacheslav Volodin, publicou hoje, no Telegram, uma análise aos gastos da União Europeia para ajudar a Ucrânia desde o início da invasão russa, alertando para possíveis cenários futuros.

Após dizer que já foram despendidos “85 mil milhões de euros para apoiar o regime criminoso de Kiev” e que “isto custou muito caro aos europeus comuns”, Volodin garantiu que, se “alguns políticos europeus, liderados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, num esforço para manterem os seus lugares e com base na má situação financeira dos seus países, começarem mais uma vez a falar em roubar os fundos congelados” da Rússia, “tal decisão exigirá uma resposta simétrica da Federação Russa”.

“Neste caso, serão confiscados muito mais ativos pertencentes a países hostis do que os nossos fundos congelados na Europa“, assegurou.

Além disso, o presidente da Duma referiu que “nos últimos anos, a situação na Europa” tem-se deteriorado “drasticamente”. “O índice de atividade empresarial da zona euro nos setores da indústria transformadora e dos serviços caiu para o seu nível mais baixo, o crescimento económico na zona euro diminuiu quase cinco vezes desde 2022, atingindo um nível recorde de 0,7%, e a maior economia da UE, a Alemanha, está a perder 0,5 por cento do PIB, entrando em território negativo”, escreveu.

Tal, segundo Volodin, tem levado a que “os políticos que são a favor da guerra” estejam a “ser substituídos por aqueles que se preocupam sobretudo com os problemas internos”.

Para sustentar esta declaração, o presidente deu os exemplos da Eslováquia, cujo primeiro-ministro, Robert Fico, cortou o apoio militar à Ucrânia, e da Hungria “onde o parlamento reelegeu Viktor Orban para um quinto mandato”, disse.

Há 19h12:30 Agência Lusa 

Moscovo diz ter abatido 36 drones das forças de Kiev

A defesa aérea russa abateu mais de 30 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado, indicou hoje o Governo de Moscovo.

Os sistemas de defesa aérea existentes destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia”, escreveu o Ministério da Defesa da Rússia no Telegram.

As autoridades locais do sul da região de Krasnodar, na fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu numa refinaria de petróleo nas primeiras horas de hoje, mas sem especificar a causa.

“As razões para o incidente estão a ser apuradas”, afirma um comunicado das autoridades locais, por entre alegações dos meios de comunicação social, de que o incêndio teria sido causado por um ataque de um drone ou por destroços de um drone abatido.

Os ataques com drones e os bombardeamentos nas regiões fronteiriças russas e na Crimeia anexada a Moscovo são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas nunca reconhecem a responsabilidade por ataques em território russo ou na península da Crimeia.

Por sua vez, a força aérea da Ucrânia afirmou hoje ter abatido cinco drones explosivos Shahed, de fabrico iraniano, lançados pela Rússia durante a noite.

Perto da linha da frente no leste do país, onde as forças ucranianas e russas estão envolvidas numa batalha pelo controlo, quatro polícias ficaram feridos quando um projétil disparado pelas tropas russas explodiu junto ao seu carro, na cidade de Siversk, localizada na província parcialmente ocupada de Donetsk.

Há 19h11:43 Edgar Caetano: 

Rússia terá tido perdas significativas em Adviivka

O relatório do Ministério da Defesa britânico diz que a Rússia terá sofrido elevadas perdas nos combates em Adviivka, em Donetsk – o número de soldados perdidos terá sido o maior desde o início do ano.

Este será o resultado dos combates “duros mas inconclusivos” que terão ocorrido nos últimos dias neste oblast da região de Donetsk, que a Rússia lançou recentemente um esforço ofensivo importante, para tentar recuperar o controlo daquela zona.

“A Rússia empenhou, provavelmente, elementos de até oito brigadas diferentes neste sector”, diz o Ministério da Defesa britânico, convencido de que estarão a ocorrer perdas significativas entre esses elementos.

Os “líderes políticos exigem que mais territórios sejam tomados, mas os militares não estão a ser capazes de ter sucessos na a

Aterrador


É um luxo vibrarmos com as guerras lá de fora. Afinal, temos esta nossa, para a qual os nossos Guterres fazem vista grossa. Helena Matos esclarece, com o brilho de sempre, por inútil que seja.

Pesso@s que andam por aí com filhos na barriga

No tempo da ditadura do género, do eu sou o que sinto que sou, das pesso@s, as grávidas mostram que a realidade biológica não se compadece com efabulações e que só as mulheres são mães

HELENA MATOS  Colunista do Observador

OBSERVADOR, 29 out. 2023, 00:3073

24 a 26 de Outubro de 2023. Tânia Pinto, de 32 anos, estava grávida de oito meses. Na terça-feira, 24, é informada numa consulta de rotina no Hospital Beatriz Ângelo que a filha não tinha batimentos cardíacos. Foi-lhe então administrada medicação para induzir o parto. Na quarta-feira, 25, Tânia deslocou-se até ao Hospital Beatriz Ângelo para realizar o parto, mas acabou por voltar para casa com o feto morto na barriga por não haver vaga nem pessoal para o realizar. Segundo o casal, os funcionários do hospital informaram que existiam casos mais urgentes e que teriam de voltar no dia seguinte ou permanecer naquela unidade “com outras mulheres grávidas ou recém-mães com os bebés”. Tânia optou voltar para casa com as dores de um parto induzido. A 26 o parto terá tido finalmente lugar.

Foi preciso uma mulher grávida andar durante dois dias entre casa e o hospital em trabalho de parto dum nado-morto para que se começassem a fazer perguntas sobre o que chamamos procedimentos habituais nestes casos. Por exemplo, será aceitável que uma mulher em trabalho de parto de um bebé morto fique internada numa enfermaria com mulheres que acabaram de ser mães e com os respectivos bebés? Aceitável ou não, acontece.

Há uns anos isto seria um escândalo. Agora é a rotina. Uma fatalidade. Saber qual o bloco de partos que está a funcionar na zona tornou-se um quebra-cabeças ou mesmo numa corrida de obstáculos. Entrámos em 2023 a fazer contas às centenas de quilómetros feitos por grávidas que apenas queriam ter acesso a um bloco de partos. Ora era uma grávida do Seixal que era levada para o Hospital Distrital de Santarém, a 100 quilómetros de distância. Mas que uma vez chegada a Santarém, e porque bloco de partos ia entrar em contingência pouco depois, por falta de anestesista, entrava novamente numa ambulância, desta vez com destino às Caldas da Rainha, a mais de 50 quilómetros de distância. Tudo somado são 150 km, mesmo assim menos que os 200 km feitos por outra grávida de Torres Vedras logo no início deste ano para conseguir ter uma consulta de urgência.

Este fim de semana estão fechadas as urgências de obstetrícia de Braga, Santarém, Vila Franca de Xira, Setúbal e Santa Maria em Lisboa. Já a urgência do Amadora-Sintra não só encerrou este fim-de-semana como vai manter-se fechada por mais cinco dias. Para o próximo há que actualizar estas informações. Manda a precaução que se evitem as mudanças de turno, as horas em que os serviços entram em contingência…

Quantas manifestações foram convocadas para protestar por estes sucessivos atentados contra as mulheres? Quantas vagas de indignação aconteceram? Não duvido que há alguns anos, o ministro da Saúde, sobretudo se não integrasse um governo de esquerda, perante casos como estes sentir-se-ia obrigado a dar explicações. Também tenho a certeza que o país estaria coberto de cartazes a chamar assassinos aos membros do governo. Mas como estamos com governos socialistas, há oito anos a contestação deu lugar a um processo de degradação do quotidiano envolto numa retórica que garante o inverso: nascer em Segurança no SNS, anuncia o Governo enquanto a insegurança aumenta para quem procura o SNS.  Não nascer no SNS  está a tornar-se uma tendência: no primeiro semestre de 2023, nos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, os partos nos privados aumentaram 20% em relação ao ano passado, no público também se registou um aumento mas apenas de 3%.

O fatalismo com que reagimos actualmente a tudo isto contrasta vivamente com a forma apaixonada com que num passado recente vivíamos o que designávamos como saúde materno-infantil. E contrasta ainda mais com a comoção com que actualmente se reage aos gestos machistas ou apresentados como tal, desde que praticados por um machista conveniente. (A questão da conveniência é fundamental e só ela explica que nos indignemos por causa do beijo que um dirigente desportivo espanhol deu a uma jogadora de futebol e simultaneamente se fechem os olhos perante a perda de direitos das mulheres nas competições desportivas por causa dos atletas transexuais.)

E, aqui, chego ao que me parece ser outro factor indutor da placidez com que vivemos a regressão no atendimento às mulheres grávidas: a grávida tornou-se uma espécie de arcaísmo. Quase um resquício doutras eras, como o apêndice. No tempo da ditadura do género, do eu sou o que sinto que sou, das pesso@s, as grávidas mostram que a realidade biológica não se compadece com tais efabulações. Cada grávida lembra que só as mulheres engravidam, que só as mulheres amamentam, que só as mulheres são mães.

A degradação do SNS, o fecho rotativo das urgências, a descoordenação entre as ambulâncias e os hospitais não afectam a todos por igual. As mulheres grávidas contam-se entre as primeiras vítimas do retrocesso civilizacional que estamos a viver no SNS. Uma grávida não é uma pesso@ que anda por aí com um filho na barriga, de urgência em urgência à espera que lhe digam que pode ficar. Uma grávida  é uma mulher. E as mulheres e os seus assuntos têm de voltar a ser discutidos e deixar de ser sacrificados a agendas do momento.

DIREITOS DAS MULHERES    DIREITOS HUMANOS    SOCIEDADE     SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE     PAÍS     SAÚDE DA MULHER     SAÚDE

COMENTÁRIOS (de 73)

Maria Augusta Martins: O povo quando conduzido pelos socialistas ou comunistas porta-se como um boi capado manso e cansado.                 Maria Nunes: Não sei qual será pior : o Governo incompetente ou este povo amorfo, que permite tudo e não tem um gesto de revolta.                Madalena Sa: Muito bom Helena Matos! Situação vergonhosa a que o PS conduziu este triste País! Não há palavras! No entanto, o povo gosta, vota neles!                         António Dias:: Artigo Pedagógico . Aproveito para aplaudir as corajosas declarações de HM, sobre Israel no contraditório ao Bernardino do PCP nas televisões                   Pedro Pereira:: Afinal parece que o diabo sempre anda por aí. Só ainda ninguém, disse ao Dr António Costa . Ele ( o diabo ) acompanha esta e outras grávidas, faz companhia aos que vão às urgências e esperam 12,14 e mais horas para serem atendidos ou vão para os centros de saúde à chuva e ao frio às 3h da manhã para poderem ter uma consulta . Ouvi dizer que os pais que não têm onde deixar os filhos, seja pq não há creches, como o Sr dr António Costa prometeu, ou aqueles que os filhos não têm professores tb o têm visto. Parece que o diabo tb tem aparecido àquelas famílias que não conseguem pagar a prestação da casa ou a renda , que não têm dinheiro para os medicamentos ou mesmo para dar de comer aos filhos, que não têm opções nenhumas quando necessitam de apoio para um familiar idoso que já não tem condições para ficar em casa, ou que necessitam por algum motivo de usar na Justiça. Só o Dr António Costa é que não vê o diabo, infelizmente parece que não há ninguém que lhe diga que ele anda efectivamente por aí .                Manuel Martins: Concordo com a cronista.  Gostaria de ter informação de qual a percentagem de grávidas que são estrangeiras e que apenas vêm a Portugal ter os filhos gratuitamente e  ainda para que nasçam portugueses? É que não há sns que aguente esse efeito de atracção...                   Mário Baptista: Morreu mais uma mulher por não usar o véu islâmico. Onde estão as manifestações?                   Filipe Paes de Vasconcellos: Entreguem -se! Mas será que a mulherzinha mais insuportável que já conheci como ministra, Marta Temido, não é chamada a assumir as suas responsabilidades? Mas será que o Costa e o Centeno , os tais das ditas contas “certas” que, desonestamente, defenderam as reversões para depois aplicar as brutais cativações de que há memória, sabendo e estando perfeitamente conscientes de que iriam destruir o SNS, a Educação, a Justiça, a Habitação… e depois, o tal Mourinho das…com as suas contas perfeitamente Erradas balda-se para governador do BP como um heróizinho . Porque não se entregam? Mas o socialismo é e sempre foi assim!                    Joao A: O SNS é inacessível a quem o paga (pelos tempos de espera). Está-se a transformar num mero serviço de caridade social para imigrantes e muito pobres - que continuarão a aumentar cada vez mais. Ou começam a comparticipar o que as pessoas gastam no privado por falta de SNS, ou não faz sentido continuar a enterrar tanto dinheiro num SNS que não nos serve,                 Rui Lima: Leio na capa de um jornal que o governo vai legalizar mais 600 000 imigrantes penso que a este ritmo nem a saúde nem a habitação vão  ser suficientes, são povos que precisam de mais cuidados médicos que o europeu, porque a genética não é toda igual. O europeu é o povo mais saudável do mundo apesar de todos os abusos no comer por isso é possível terem serviços SNS .  “Diabetes Federation, in 2022, 26.7% of adults in Pakistan are affected by diabetes “ se quase 27% dos adultos paquistaneses são diabéticos num país  com baixa esperança de vida, façam contas , com o tipo de vida ocidental   seriam   80% .   Esquecem a saúde gratuita a tempo e horas será só para quem tem dinheiro.            Paulo Almeida: Muito bem notada a hipocrisia da esquerda que organiza manifestações pelo povo da Palestina, mas não mexe uma palha por causa das mulheres e mães portuguesas mal tratadas. Isto só não esvazia esses partidos de militantes e apoiantes, porque a lavagem cerebral é tão grande desde pequenos. Um dia essas pessoas acordam e aí haverá chacinas              Tim do Á: Perda dos direitos das mulheres nas competições desportivas e até já nos concursos de beleza. Vai ser tudo dos homens; naturais ou operados.                    afonso moreira: A CS,- e sabe-se lá quem lá manda-, é que decide o que é importante e o que não é. A estratégia é a mesma da publicidade: martelar até à exaustão com produtos que serão salvíficos para a espécie e quem os rejeita é reaccionário por não estar na moda. O PS domina tudo como nunca, e o povo hipnotizado só acorda quando a máquina de propaganda não consegue esconder a crua realidade. Quem se atreve na CS a dizer-lhe que também ela é autora ou cúmplice do nosso estado?               Maria Tubucci: Bem observado Sra. HM. O país está a colher os frutos que a geringonça semeou. Não gostam? Para a próxima, em vez em emprenharem pelos ouvidos e votarem PS ou ficarem em casa refastelados no sofá, vão votar, e votar correctamente. Votar mal, tem consequências e não votar também, agora aguentem-se ou habituem-se, como diz o trafulha-mor.                    Tim do Á > Filipe Paes de Vasconcellos: Deviam estar todos presos e a família Nuno Santos a pagar os 2300 milhões de euros que colocaram na TAP com o dinheiro dos nossos impostos.                    Cisca Impllit: A esquerda grita, faz asneira um etc de coisas, mas quando governa a asneira transborda  e anestesia a malta mesmo sem anestesistas nos blocos de cirurgia e de parto.                  Amigo do Camolas: Tanto a atitude como o discurso dos socialistas é o mesmo, em termos dos mais "chulos", da esquerda e de todo o resto da função pública. É isso. Não importa qual o resultado de suas medidas, seus pedidos ou de suas intenções. Não importa se o privado funciona melhor. Não importa o quanto o povo é prejudicado. Esse pessoal não está nem aí se o povo paga impostos como nunca para sustentar a máquina pública e não receber qualquer serviço digno desse nome em troca. O estado é deles. Os cabides de emprego também. E o instrumento de dar e tirar serviços na saúde, na educação e na  imobilidade ao povo quando eles quiserem também. Esse pessoal tem toda uma coerência entre eles e o discurso parasita dos comunistas que até dá dó.                   Marco Teixeira: No tempo do Passos uma situação destas causaria um terremoto mediático. A comunicação social Portuguesa está instrumentalizada pelo PS                    José Carvalho Pedro Pereira: Há por aí alguém que possa mostrar um espelho ao Dr. António Costa?                    Tim do Á > Mário Baptista: É que as feministas gostam de ser escravas e objectos sexuais dos homens. Por isso acham bem.                  João Floriano: A grávida tornou-se uma espécie de arcaísmo. Aqui está a frase principal da crónica de hoje. Basta ver as poucas grávidas que encontramos nos transportes, nos supermercados, mesmo na praia, quando barrigas estriadas com o umbigo protuberante e brilhantes de esticadas eram exibidas orgulhosamente por cima do biquíni. Em 2022, pelos Santos Populares em Lisboa, o PR beijou para a fotografia a barriga de uma grávida. Mas aí havia glamour, coisa que não existiu no caso da grávida  Tânia Pinto que nunca esperou que a sua família saltasse para a CS e fosse tema de uma crónica de Helena Matos. E falo da família de Tânia porque também conhecemos o pai do bebé morto e soubemos que há mais 3 crianças em casa entre 1 e 5 anos. A Tânia e o marido merecem um destaque por  acreditarem que este ainda é um país onde se possa ter uma família numerosa. Somos governados pela esquerda, aliás duas esquerdas. A do PS que está a deixar o país num caos onde nada funciona,  Portugal transformado num país falhado pelo socialismo  e a extrema esquerda que se ocupa com agendas de m…… ,  que não interessam  a ninguém a não ser a eles próprios e à ideologia à qual são obedientes. Um abraço para a Tânia e sua família e mais sorte da próxima vez.            Pontifex Maximus: Se o problema das grávidas fosse o único do SNS (não estou a desvalorizar, naturalmente) estaríamos bem. No Hospital de Faro não dão alta a doentes. Oncológicos, não chegam a isso, simplesmente não marcam consultas regulares e quem quiser que se desenrasque no privado. E não, não acontece agora, há casos em que já acontece há dois anos. Que tristeza de país… Chegou o momento de uma vez por todas dizermos Chega e pelo menos tentar mudar este estado de coisas. Claro que se tivéssemos um presidente da república digno desse nome e não um idiota útil do socialismo, ainda haveria alguma esperança para os próximos tempos, assim resta esperar que o homenzinho gaste o rolo da máquina das selfies para ajustar contas no tempo devido.              Domingas Coutinho: Mas este exemplo que relata não é crime? E o Ministério Público não deveria investigar quem é o culpado??? E já agora o Sr. PM que diga em que ponto está a reforma do SNS que tão ufanamente apregoa.                  João Floriano > Manuel Lourinho: Vendo bem, o Manuel Lourinho também não acrescenta nada ao debate porque se limita a comentar um comentário. Eu concordo com a Maria Augusta: faz tudo parte do mesmo. Enquanto  a esquerda estiver no governo, continuaremos a afundar.                   João Floriano > Tim do Á: Os homens naturais e hetero têm  a vida muito complicada porque são associados ao heteropatriarcado opressor. Os homens do futuro são os gays e os trans. Do mesmo modo as mulheres hetero e «normais» de acordo com parâmetros obsoletos de antigamente estão também em maus lençóis para encontrar parceiros sexuais e companheiros à altura. Enfrentam a concorrência de gays e trans que lhes tiram lugares no desporto, nas competições de beleza e de um modo geral em cada vez mais sectores da sociedade porque a comunidade LGBTI reclama cada vez mais direitos.              João Diogo: Mais uma crónica excelente como é seu timbre, já agora não podíamos encerrar o país um ano e mandar os xuxialistas para Gaza com o " toneca Guterres" à cabeça.                Álvaro Venâncio: Subscrevo na íntegra.                     João Floriano > Tim do Á: 3.200 milhões, uma bagatela, uns trocados....... E não fica por aqui!                    Isabel Feijóo: Obrigada!! Uma vergonha, ao ponto a que chagámos! Muito  obrigada por defender quem sofre e não tem voz. As vozes quando se levantam têm que ser orquestradas e têm outros objectivos.