De 41, ao texto anterior, de ANTÓNIO
CARRAPATOSO, não só sobre a vileza do parasitismo económico em que descambámos
como sociedade actual portuguesa, como desenvolvendo ainda outros
dados das políticas nacionais, merecedoras de excelentes críticas, a que não
faltou a condenação do tal Acordo Ortográfico para deficientes culturais, em que nos
revemos e não estamos para corrigir, por inércia dos que poderiam fazê-lo, e desprezo
dos que podem. Excelentes análises que merecem igualmente releitura, para meditação.
COMENTÁRIOS (de 41):
Américo Silva: A classe média produtora foi
absolutamente deixada para trás de modo irrecuperável pelo PSD, que acabou com
os pobres que trabalhavam e os transformou em miseráveis a viver de ajudas,
porque é impossível ter casa e constituir família com o que se recebe, mal por
mal vida airada de feiras, droga e subsídios. Ficaram os herdeiros, os
especuladores, os que vivem de suor alheio, diz o povo, quem não rouba ou não herda não vale uma merda.
Ana Maia > Carlos
Chaves: Caro Carlos, está distraído, este não é o Miguel
Carrapatoso, é o pai, o Antônio. E pensei o mesmo, tanta parra quando o jornal
nos dá cada vez menos uva...
observador censurado: O principal parágrafo será o seguinte: "Está
agora na altura ... dinamizando a democracia ...,
estimulando novos ... protagonistas (ou queremos continuar
a apostar e eleger os mesmos do passado?) ..." Salvo melhor opinião, Portugal
não tem futuro com a actual Lei Eleitoral. Para perceber a ausência de futuro basta olhar para a
Assembleia da República (AR). A esmagadora maioria dos deputados pertencem a
dois partidos (Partido Socialista e Partido Socialista Dois), não têm profissão
(há quantos anos se confundem com a mobília da AR?) e não representam nenhum
cidadão além da voz do seu dono.
João
Floriano: António Carrapatoso publica pouco aqui no Observador,
mas devia fazê-lo mais vezes. Hoje apresenta uma longa reflexão que merece uma análise
partimentada à semelhança da organização da crónica.
Identidade e Culturas nacionais Como bem diz, falar no assunto levanta
logo o coro habitual dos que interpretam malevolamente a identidade e a cultura
própria de cada país como o regresso dos nacionalismos. Há grande
interesse no esquecimento dessa identidade, substituindo-a por uma nova: o
cancelamento da História sendo a discussão sobre o nosso passado esclavagista e
racismo estrutural um assunto muito na moda. A Europa em geral e Portugal em particular
têm sido muito generosos na abertura das fronteiras a migrantes que depois
assassinam suecos em Bruxelas. Está em curso uma modificação da identidade e
cultura portuguesas e se não é propositada é pelo menos aproveitada pela
esquerda que nos tem governado (???) desde há quase 50 anos, com poucas
interrupções e que agora está mais próxima do comunismo do que alguma vez
esteve. O Estado «engole» a Nação quando o devia servir. Quando a cultura
e a identidade nacional são tema de conversa, a forma e o conteúdo não
são os melhores como o demonstrou um recente discurso de Marcelo Rebelo de
Sousa no Canadá em que a nossa identidade foi reduzida a caldo verde, bacalhau
e aos chutos do CR7. Como é possível manter a identidde cultural, essa cola que
é atacada todos o dias? A maioria é conivente por ser silenciosa.
Madalena Sa: Grande artigo! Um País
destruído pelos governos do PS! Só trabalham para os boys e nada se interessam
com o País e os Portugueses! No entanto, a culpa é dos Portugueses que votam
neles! Tudo isto se deve ao cada vez mais baixo nível de educação e instrução a
que se chegou!
Fernando Correia: Sim, concordo. O que falta neste diagnóstico é apontar
responsáveis e chamar “os bois pelos nomes”. E os principais responsáveis,
já para não ir mais longe, são aqueles que conscientemente “criminosamente”
arruinaram este país levando-o para a pobreza, real e de espírito, e são:
Guterres, Sócrates, Costa e o PS em geral, radicalizado à esquerda (pois nunca
vi nenhum país radicalizado à esquerda ser um país próspero)… e Marcelo, o
presidente-faz-de-conta. Nestes últimos anos os responsáveis pela pobreza real e mora de Portugal
são Costa (o manhoso) e Marcelo (o chalupa). José
Paulo C Castro > Meio Vazio: A única coisa que pode fazer um
povo pensar no seu futuro sem que sejam outros a decidir por ele. Sem isso, resta o sítio.
Carlos Chaves: Porque será que (quase) todos estamos a ver o que se está a passar, um país
a empobrecer e a embrutecer, às mãos dos socialistas e de um PR que
desprestigia o cargo que ocupa, e nada parece mudar nas intenções de voto e na
vontade de mudarmos de rumo? No final das contas não será a comunicação social
a grande responsável pela permanência de um regime lesivo aos Portugueses e a Portugal?
Não estará a esmagadora maioria da comunicação social a proteger e a esconder a
realidade que estamos efectivamente a viver? Este excelente artigo do Miguel está em perfeito
desalinhamento com a linha jornalística que o Observador tem vindo a adoptar,
felizmente ainda a par com alguns outros excelentes cronistas e comentadores,
que por aqui escrevem, mas épouco muito pouco, para o que seria necessário para
acordarmos deste pesadelo e para continuarmos a preservar a nossa cultura e
identidade!
F. Mendes: Infelizmente, devo dizer que
este artigo me parece um bom exemplo de "wishful thinking", no
tocante à possibilidade de darmos a volta a esta situação, mobilizando a
sociedade civil (onde está?) e mudando os actores políticos (idem). Até porque
há aqui erros factuais graves; por exemplo, ao atribuir-se um papel
significativo aos residentes não habituais (mais qualificados e com poder
económico) no crescimento descontrolado dos estrangeiros a residir em Portugal:
isto está muito longe de ser verdade, como de resto se conclui de uma leitura
minimamente atenta dos dados aqui apresentados. Pior ainda, já não são apenas
os mais qualificados que partem. Retomou-se a emigração de pessoas que
trabalham na construção civil e turismo, para dar alguns exemplos. O resultado é um nivelar por
baixo de salários, acelerado por largas massas de imigrantes não qualificados
que cá chegam diariamente, dispostos a trabalhar por um prato de sopa e a viver
em condições vergonhosas; as tais com que o "glorioso" 25 de Abril se
comprometeu a acabar. Contrariamente ao que o autor sugere, a identidade
nacional está mesmo em causa, não bastando já controlar a imigração que chega
às centenas por dia (desde há anos, a bandalheira é total, bastando ver o que
se fez com o SEF, hoje em agonia terminal). Haveria que fazer um esforço sério
de desincentivar as saídas e eventualmente recuperar quem partiu. Mas, estamos
a fazer precisamente o contrário. Numa palavra, vamos a caminho do nível de
vida da Croácia, com eventual paragem no da Bulgária. O Kosovo talvez nos safe
do último lugar, dentro de 10-15 anos.
Nuno Filipe: Gostei de ler o artigo, mas
gostava de ver “alguém“, diga-se comentador, pôr o dedo numa ferida que todos
sabem que existe e ninguém fala… quando se acabarem os “subsídios “ E SIM VÃO
ACABAR, os pobres ficam ainda mais pobres. Um dia o cântaro parte e depois
quando a violência for o corrente, a maior parte do país será semelhante àqueles
bairros sociais ao redor de Paris onde não há estado onde não há sociedade mas
onde há violência e terrorismo. Os supostos comentadores não falam disto…
Rui Lima: A resposta à sua pergunta é
óbvia, estamos a construir um país para os boys do PS, lendo nomeações e
ajustes sem concurso, tem chegado para dar um bom nível de vida à família rosa. Ana Maia > Américo
Silva: É claramente o seu caso que ao fim de 8 anos ainda tem
a pouca vergonha de falar no PSD. Vê-se logo quem é o seu dono (mesmo para quem
não é assinante e desconhece o que a sua casa gasta).
Kakuri
Kanna: Como artigo, concordo com a maioria do texto
estruturante e a proposta que faz, mas é necessário por vezes esmiuçar o que se
quer dizer com determinadas palavras e conceitos. "Para que essa mudança
aconteça, uma das nossas referências será a nossa Identidade Nacional, sem
nacionalismos nem proteccionismos." O que é ser nacionalista ou defender a identidade nacional? Sobre a língua e o "acordo"
ortográfico, estamos falados, destruiu a Língua Portuguesa e confunde os
jovens, os pais e avós, se tentam corrigir os filhos ou netos na escrita que
professores oportunistas criaram e destruíram! Refere-se a proteccionismos
como foi ensinado na Católica sobre o que supostamente Salazar defendia e
divulgaram sem verificar o quadro de então, onde Portugal era ameaçado por
todos os lados, ao tempo, no entanto as infraestruturas ainda estão aí, na
obra, no ensino como o IPOFG, HS Maria e H S.João, Hospitais escolares, o
Campus Universitário, o LNEC, o IST e tantos outros exemplo do Ensino não
único, depois todas a indústria como a Siderurgia, cimentos, a CUF, estaleiros
navais e "tutti quanti", é desse ressentimento que ouvi da boca de
alunos seus, alguns afinal emigrados, mas sem nada de exemplos concretos em
alternativa. Hoje proteccionismo do Estado, se existe é para
grupos ligados à partidocracia existente e clientelas no poder Central e Local,
empresas fictícias para os escandalosas e avultadas verbas dos ajustes
directos que são a regra, sem fiscalização, deveria ser feita pelo MP e
pelos Tribunais, esse pilar que também está nas mãos dos que têm o poder há
anos demais, e destruíram a classe média que não existe para Marx, nem para os
socialistas, ou leninistas/estalinistas
ou para os trotskistas que têm um peso demasiado para o país que quer e que
deseja, pelo que escreve. A
Lei Eleitoral é iníqua e perpetua o parasitismo da AR há muitos anos, mas quem
poderá fazer essa reforma Constitucional?
Joaquim Rodrigues: Portugal vai continuar a
caminhar para a cauda da Europa se não conseguirmos fazer as reformas, que se
impõem, para a conclusão das “tarefas de democratização” do “sistema” que herdámos
de Salazar/Cunhal. O “Sistema Político/ideológico” que nos rege, tem raízes nos 40 anos de
Salazar/Cunhal (farinha do mesmo saco), foi forjado no “Estado Novo”, na
“Estatização” da economia, no proteccionismo económico, no “rentismo”, no
condicionamento industrial, no Estado Fomentador, nos monopólios de Estado e na
“Centralização” Política e Administrativa dos poderes de Estado, no Estado
Central. O “sistema” que nos rege, preservou, até aos dias de
hoje, o “estatismo e o centralismo”, dois dos atributos típicos dos “Estados
Totalitários”, fascistas ou comunistas, que emergiram após a Primeira Guerra
Mundial. Esse “Sistema” perpetuou-se, em Portugal, por termos passado ao lado da
“onda liberalizadora e descentralizadora”, que percorreu a Europa Ocidental,
após a Segunda Guerra Mundial. Quando aconteceu o Golpe Militar do 25 de Abril,
promovido pelos militares, para acabar com a guerra colonial, como o único
partido organizado, nessa altura, era o PCP, o poder passou, directamente, do
Salazarismo para o Cunhalismo, no PREC, quando o PCP tomou de assalto o
Aparelho de Estado. Fez-se então (de forma atabalhoada) a descolonização, mas
ficaram por concluir as tarefas de democratização e liberalização do “regime
salazarista”, designadamente, a sua “desestatização” e “descentralização”. O
Cunhal, no PREC, encarregou-se de “branquear e certificar” os atributos
totalitários “estatistas e centralistas” do Estado Novo, porquanto, tendo como
guião o Estado Soviético, via neles a oportunidade de tomada e perpetuação do
poder pelo controlo do “Aparelho de Estado”. No pós-PREC, a “nova oligarquia” em
recomposição, dentro e fora dos aparelhos partidários, também eles centralizados à
imagem do PCP e da União Nacional, passou a ver, nesses atributos, agora já
devidamente “branqueados e certificados”, a oportunidade de controlo do Poder
Político e Económico do País. Sá Carneiro e Lucas Pires foram das raras e honrosas excepções que
lutaram pela democratização do regime, afirmando, como suas Prioridades
Políticas, a “Libertação da Sociedade Civil”, a “Livre Iniciativa Privada”, o
“Mercado e a Concorrência”, a “Liberalização da Economia”, a “Descentralização
Política do Estado” e o “Desmame da Oligarquia da mama do OE”, das “Negociatas
de Estado” e das “Rendas Monopolistas outorgadas pelo Estado”.
Quando Sá Carneiro, (após ter enfrentado, derrotado e corrido com os traidores,
emissários da “nova oligarquia”, no interior do partido), se preparava para
desestatizar (liberalizar) e descentralizar(regionalizar), foi assassinado. Estatismo e Centralismo, mantiveram-se assim, até aos dias de hoje, como
heranças intocáveis do Estado Novo e do PREC, e estão a condenar Portugal ao
lento, mas inexorável, definhamento, atraso e subdesenvolvimento. Andam por aí uns “intelectuais
da capital do Império” que, face ao descalabro, sentindo que é preciso fazer
alguma coisa, para que, o que para eles é essencial, continue na mesma, clamam
por “reformas”. Mas,
na verdade, das Reformas que são imprescindíveis para que o País se desenvolva,
eles fogem, que nem o diabo da cruz. O que eles queriam, era a
“quadratura do círculo”, reformas de fachada, um “parto sem dor”, baralhar e
dar de novo, mudando nem eles sabem bem o quê, uns quantos nomes (de
Ministérios e Secretarias de Estado), troca de competências siglas e
minudências, tudo e mais umas botas, desde que se mantenha aquilo que para eles
é essencial: os privilégios garantidos pelo “estatismo” e pelo “centralismo”. Sem “Liberalização da
Economia” (fim do Estatismo) e “Regionalização” (fim do Centralismo) Portugal, depois de ter
sido ultrapassado por vários países da ex-União Soviética, (foi ultrapassado há
tempos pela Hungria, a Polónia e agora a Roménia ) e vai ser ultrapassado, em
breve, pelas outras ex-Repúblicas Soviéticas que, quando aderiram à União
Europeia, estavam na mais pura das misérias. Portugal é hoje dos países
mais pobres, mais corruptos, com mais desigualdades sociais e territoriais,
mais “estatizados” e mais “centralizados” da Europa e vai tornar-se, em breve,
o País mais pobre da União Europeia. Portugal é viável sim, mas, para que não
caminhe de forma irreversível para o lento, mas inexorável definhamento, temos
de encontrar as formas de acabar com os atavismos totalitários, herdados de
salazar/cunhal e agora acarinhados pelos “Oligarcas da Corte”, que estão a
sufocar o País.
Maria Cordes: Nos anos 70, íamos a Madrid e o
nosso poder de compra era muito superior ao dos espanhóis. Agora, os
transportes são mais baratos, tudo o resto é incomportável para o nosso nível
de vida. Ficamos à porta dos restaurantes, a comer sanduiches.
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