38 anos de idade.
855 golos na carreira, 36 em 2023, 17 na época 2023/24 e a estreia a marcar
na Champions da Ásia: Ronaldo inicia reviravolta do Al Nassr
Istiklol ganhava ao intervalo
mas português abriu caminho à reviravolta selada pelo inevitável Talisca (3-1).
Al Nassr soma décima vitória consecutiva, Ronaldo tem mais golos do que jogos
em 2023/24.
OBSERVADOR, 02 out. 2023, 21:02
Foi a vitória mais complicada de todas,
foi a vitória mais importante de todas, foi a vitória que deu origem à maior
série de todas. A dois minutos do final do playoff de apuramento para a fase de
grupos da Champions asiática, que chegava depois de duas derrotas consecutivas
a abrir a Liga saudita frente ao Al-Ettifaq e ao Al Taawon, o Al Nassr perdia
com o Al Ahli do Dubai e estava fora; a partir daí, tudo mudou. Mudou
nesse jogo, com Al-Ghannam a empatar antes da reviravolta nos descontos por
Talisca e Brozovic (após assistência de Ronaldo). Mudou daí para a frente,
com o conjunto de Riade a somar a partir daí nove triunfos consecutivos entre
Campeonato, Taça do Rei e Liga dos Campeões da Ásia. E era nesse contexto que
chegava a segunda jornada da principal prova continental, agora com uma receção
ao Istiklol, líder do Tajiquistão.
De
forma incontornável, Cristiano Ronaldo voltava a estar em destaque depois de um
descanso retemperador num jogo da Taça do Rei antes de marcar
um golo e fazer uma assistência na vitória frente ao Al-Tai por 2-1, sendo que esta segunda-feira o avançado voltou a ser
notícia por estar nomeado para o prémio de Melhor Jogador do Mês depois
dos cinco golos e três assistências em quatro jogos realizados na Liga.
Crédito Pessoal: O que é e para
que serve?
“Foi
uma jogada audaciosa, foi brilhante. Trazer um jogador da magnitude de
Cristiano Ronaldo para jogar aqui, na Arábia Saudita, foi, realmente, um choque
para o futebol mundial. Foi esse efeito que abriu portas para, seis meses
depois, jogadores como Benzema,
Kanté, Roberto Firmino, Neymar ou Malcolm
também viessem, para que esses jogadores tenham decidido vir jogar para cá. Foi
essa a visibilidade que o Cristiano trouxe. É lógico que, a partir do momento
em que, não só o jogador, como também a família vê que Cristiano Ronaldo está
aqui, com a família, que os filhos estudam em colégios daqui, também pensam ‘Se
eles vivem lá, nós também podemos'”, destacava Marcelo Salazar, director
executivo do Al Nassr, ao Globoesporte.
Mais
uma vez, foi o português que conseguiu fazer a diferença, marcando aquele que
foi o primeiro golo na Liga dos Campeões asiática (com o Persepolis ficara em
branco) e dando início à reviravolta do Al Nassr num encontro com algumas
semelhanças daquele que o Al Hilal teve no arranque da Champions com o Navbahor
Namangan, do Usbequistão. Mais uma
vez, foi o português que mostrou a diferença que é contar com um avançado com
as suas características na equipa num dia em que o futebol saudita foi mais
notícia pela recusa do campeão Al-Ittihad em entrar em campo frente aos
iranianos do Sepahan por motivos políticos.
Mesmo com Sadio Mané e Otávio de
fora, o Al Nassr não demorou a assumir o comando completo do jogo com uma
percentagem de posse acima dos 80% frente a um adversário que, depois do nulo
na receção ao Al Duhail, não demorou a mostrar que o grande objetivo em Riade
era também não sofrer. Assim, e entre as muitas aproximações que o conjunto
de Luís Castro foi conseguindo ao longo da primeira parte, a primeira grande
oportunidade acabou por surgir apenas à meia hora com Ghareeb a fazer a
diagonal da esquerda para o meio, a arriscar a meia distância e a acertar no
poste (30′). Depois, apareceu Ronaldo: primeiro atirou fraco para defesa de
Yatimov após assistência de Talisca (36′), a seguir surgiu em posição
privilegiada na área após desvio de Aymeric Laporte na sequência de um canto mas
falhou aquilo que não costuma falhar (40′).
O intervalo parecia destinado a chegar
mesmo com um nulo mas acabou mesmo por haver golos e logo onde menos se
esperava: na primeira ocasião em que chegou à área do Al Nassr, aproveitando
uma segunda bola que apanhou Talisca distraído no seu meio-campo, Senin Sebai conseguiu
de forma surpreendente colocar o Istiklol na frente (44′) com uma vantagem que
iria perdurar até ao descanso entre mais uma defesa fantástica de Yatimov a
cabeceamento de Talisca sozinho na área após cruzamento de Al-Ghannam (45+4′).
Se a pressão já era muita, tornou-se
ainda maior no segundo tempo e logo com três oportunidades claras em oito
minutos de Ghareeb (47′, ao lado), Ronaldo (50′, por cima) e Brozovic (53′,
defesa do guarda-redes). O golo parecia ser uma questão de tempo apesar de
alguma ansiedade que se começava a sentir numa equipa saudita que apostava no jogo
pelos corredores laterais com a entrada de Ayman Yahya. Quem conseguiria
desfazer a muralha? O do costume,
claro: após receber uma bola na diagonal na área, Ronaldo rematou, o remate foi
cortado por um defesa contrário de carrinho mas na recarga o português fez o
empate, dizendo depois ao público presente por gestos um “Calma, eu estou aqui”
quando voltou ao seu meio-campo (66′). A partir daí, a reviravolta era quase
“inevitável”, com Talisca, de cabeça, a fazer o 2-1 que fez suspirar de alívio
os adeptos do Al Nassr (72′), que começaram a fazer de vez a festa da vitória
com o bis do brasileiro após assistência de Ghareeb (77′) antes de verem ainda
Cristiano Ronaldo ficar perto do bis em duas ocasiões.
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