quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Um texto de outros tempos


De Alexandre Sarmento, enviado pelo Luís, agarrado a um passado em que acredita, no repúdio de um presente que lhe parece assustador. O euro é hoje a moeda comum de uma Europa aparentemente comum, em que não o são as políticas económicas governativas. E menos ainda os propósitos orientadores desse passado “remediado”, contrariamente a este presente endividado e menos aplicado – na parte que nos toca, portugueses brandos. Mas democrático a valer, como se tem visto nas reivindicações grevistas que fazem o país crescer.

 

O texto de Alexandre Sarmento:

«Não obstante a guerra no Ultramar, Portugal conheceu, entre os anos 50 e princípios de 70, o maior crescimento económico da sua história contemporânea. Tal crescimento coincidiu, pois, com o das economias europeias mais desenvolvidas, crescendo até mais depressa em contexto particularmente próprio. As razões do fenómeno podem, sem pretensão exaustiva, ser enumeradas da seguinte forma:

1. Resolução do problema financeiro e monetário na sequência do conflito da I Guerra Mundial.

2. Crescimento económico «disciplinado» com base no equilíbrio do Orçamento de Estado, sem, com isso, estrangular a iniciativa particular.

3. Restrição, mediante o equilíbrio orçamental de Estado, da oferta monetária internacional para financiar os défices, e controlo da inflação ou da emissão do papel-moeda.

4. Baixa das taxas de juro para permitir o investimento agrícola e industrial favorável ao clima de confiança necessário ao investimento empresarial.

5. Crescimento da poupança ora pública (sustentada pelo equilíbrio orçamental) ora privada, acrescida do desenvolvimento do sistema bancário e do recurso às remessas dos emigrantes para permitir a livre circulação de dinheiro com vista a investimentos no sector empresarial.

6. Aumento da qualificação profissional com base no incremento substancial da «escolarização» primária, técnica e liceal, bem como dos postos e regentes escolares instalados em aldeias, igrejas, casas rurais ou lares domésticos aptos para o aprendizado das primeiras letras.

7. Abertura da economia portuguesa à economia europeia, com a adesão de Portugal, na condição de membro fundador, à EFTA (1959).

8. Contida participação no Plano Marshall (1947), o que permitirá a Portugal aderir à Organização de Cooperação Económica (OECE), assim como participar na União Europeia de Pagamentos (UEP), criada em 1950.

9. Acordo comercial, em 1972, com a Comunidade Económica Europeia (CEE).

Enfim, um processo que, em grande medida, só fora possível devido ao facto de, terminada a II Guerra Mundial, Portugal ter podido participar e usufruir do recurso europeu ao livre-cambismo ditado pelo “Acordo de Bretton Woods”. Porém, se quisermos ir mais fundo, basta recuar até ao último conflito mundial cuja extensão e respectivas consequências Oliveira Salazar traçara em 1942:

«Sem ousar prever a extensão do conflito e todas as suas consequências, o governo definiu logo no primeiro momento a atitude que se impunha: manter na medida do possível a normalidade existente, e isso importava na vida económica o emprego dos máximos esforços no sentido da estabilidade da produção e dos serviços, da moeda e do crédito, dos preços, vencimentos e salários.

(…) A actual geração viveu a outra guerra e tem ideia das injustiças, desgastes, anulações de capitais mobiliários, ruínas materiais e morais que se acumularam com se abandonar a economia à mercê dos acontecimentos. Dessa vez parte das culpas puderam ser lançadas ao próprio facto da guerra, em que intervínhamos activamente. Agora só devíamos ser desculpados naquilo em que os acontecimentos são superiores à vontade dos homens. Não se podia repetir a dolorosa experiência.

Para nos mantermos fiéis à orientação geral da maior estabilidade possível, tornava-se necessário ter mão nos dois elementos donde nascem comummente as perturbações – a moeda e as coisas. Quanto à primeira importava não infringir as regras técnicas com que se defende o seu valor: que se lhes tem obedecido deduz-se do facto de o escudo ser hoje uma das moedas mais estáveis e sólidas de todo o mundo.

Alexandre Sarmento

@União Nacional-Salazar

NOTA DA INTERNET:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O escudo português, cujo símbolo é o cifrão (https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7a/Cifr%C3%A3o_symbol.svg/15px-Cifr%C3%A3o_symbol.svg.png), era uma moeda de Portugal, por ocasião da proclamação da República, que veio substituir aquela que era designada por Réis. Foi a última moeda antes do euro. Durante esse período, deu igualmente origem a outras variações de Escudo nas dependências africanas do seu território ultramarino.

O código do escudo português segundo a norma ISO 4217 é "PTE".

A designação provém da própria figuração nelas representada: um escudo. Eram de ouro baixo, 18 quilates e valiam 50 marcos.

A quantia de 1000 escudos era também conhecida por "conto".

O escudo português foi substituído pelo euro a 1 de janeiro de 2002, dia em que as primeiras notas e moedas do euro entraram em circulação. A taxa de conversão entre escudos e euros foi estabelecida a 31 de dezembro de 1998, tendo o valor de 1 euro sido fixado em 200,482 escudos.

 

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