Segundo texto, excelente texto, de JOÃO MARQUES ALMEIDA. Sobre a história
das guerras no Médio Oriente, para melhor arrumarmos as ideias: de 1948 a 1973, com os países árabes; de 1978 até aos dias de hoje, e a prever
muitos de amanhã, com os movimentos
terroristas (apoiados pelo Irão: Hezbollah
no Líbano, Hamas em
Gaza.
O problema é o fascismo iraniano
O Irão é o
grande problema do Médio Oriente. Faz guerras, provoca revoluções, apoia
movimentos terroristas e impõe uma ditadura
totalitária à população (onde jovens e mulheres são verdadeiros heróis).
JOÃO MARQUES DE ALMEIDA
Colunista do Observador
OBSERVADOR, 18 out. 2023, 00:2139
1979 é um ano chave para se entender
muito do que se passa no Médio Oriente e em Israel. Em
Fevereiro desse ano, deu-se a revolução iraniana com a subida ao poder do
regime Islâmico radical e do supremo leader, Ayatollah Khomeini. Em Março do mesmo ano, Israel e o Egipto assinaram um tratado de paz.
Deu-se então a grande transformação na política do Médio Oriente.
Entre 1948 e 1973, todas as
guerras de Israel foram com os países árabes sunitas e vizinhos de Israel, com o Egipto, com a Jordânia, com o Líbano e com a
Síria. A partir de 1985 até hoje, todas as guerras de Israel
foram com os movimentos
radicais e terroristas apoiados pelo Irão, com o Hezbollah, no Líbano, e com o
Hamas, em Gaza.
Desde o tratado de paz com o
Egipto, em 1979, Israel fez a paz com mais cinco países árabes, a Jordânia, em 1994, com Marrocos e o Sudão, em 2020, e os Acordos de Abraão com os Emirados Árabes Unidos e com
o Bahrein, também em 2020. Estavam ainda a decorrer negociações entre Israel e a Arábia Saudita para estabelecerem
relações diplomáticas.
Na Palestina, em 1993 e em 1995, Israel e a OLP assinaram um
tratado de paz, criando a Autoridade Palestiniana. Com o Hamas, Israel nunca assinou um tratado de paz. Dos vizinhos árabes, Israel nunca assinou
tratados de paz com o Líbano e
com a Síria. O que é que o Hamas (Gaza), o Líbano (Hezbollah), e a
Síria têm em comum? São armados,
financiados e controlados pelo Irão.
Só há uma conclusão a retirar. Entre Israel e os países árabes que não
estão sob influência do Irão, a tendência são os tratados de paz. Entre Israel
e os movimentos terroristas e os países sob influência do Irão, repetem-se as
guerras.
O Irão
tem a ditadura mais violenta e o regime mais radical do Médio Oriente, é
profundamente anti-americano, anti-europeu, e quer a destruição de Israel. O Hamas e o Hezbollah prosseguem e mesma
agenda radical e revolucionária, impondo regimes de terror e culturas de
fanatismo sobre as populações que controlam.
Mais,
desde a revolução de 1979, o Irão esteve directa ou indirectamente em guerras
com mais países árabes do que Israel, com o Iraque, com o Egipto, com a
Jordânia, com o Líbano, com a Arábia Saudita e com o Íemen.
O Irão é o grande problema do Médio
Oriente. Faz
guerras, provoca revoluções, apoia movimentos terroristas e impõe uma ditadura
totalitária à sua população (onde os jovens e as mulheres são verdadeiros
heróis). Ao contrário, Israel é uma democracia pluralista, onde
a população luta pelos seus direitos e liberdades, como se viu nos últimos
meses. Agora vai ter que combater
pela sua segurança contra movimentos terroristas apoiados por uma ditadura
fascista Islâmica.
Por causa de um ódio cego aos Estados
Unidos, à democracia liberal, misturado com algum anti-semitismo, as esquerdas
radicais europeias estão ao lado dos fascistas islâmicos. Nunca perdem uma
oportunidade para estar do lado errado da história.
MÉDIO ORIENTE
MUNDO IRÃO ISRAEL
COMENTÁRIOS (de 39)
Rui Lima: Não é
necessário chamar fascismo a tudo o que contraria os nossos valores, o Irão é
uma ditadura islâmica o grave é que não há um país onde essa religião seja
dominante que seja uma democracia, ou exista liberdade religiosa, ou a mulher
seja dona do seu destino. Para esses crentes ela existe para ter filhos para o
combate religioso . O que é extraordinário é, perante esta realidade, a
esquerda e as feministas estão do lado dos barbudos. João Floriano > Rui Lima: A esquerda ou as esquerdas na Europa, porque há desde a
esquerda mais moderada até à mais radical sempre estiveram do lado errado da
História. Para a esquerda europeia o monstro da Maldade são os Estados
Unidos, tal como para o mundo árabe é Israel. Esse ódio ideológico aos
Estados Unidos, à NATO e à Europa liberal cega-os completamente. A França
está de mãos atadas e teme a reacção dos islâmicos no seu território. A França
perdeu o controle e não tenho dúvidas que Le Pen vai chegar ao Eliseu. Mas depois
o que fará? Tristão: Atenção, que o Hamas é sunita, sendo contudo também
apoiado pelo Irão. Conheço alguns elementos da esquerda intelectual, a
chamada esquerda caviar, que foram passar uns tempos ao Irão, vieram muito
convictos, que afinal o Irão não era aquilo que se dizia e que estávamos
perante uma cultura milenar. Que deva ser interessante uma visita,
não tenho dúvidas, acho que o povo até é uma simpatia, mas aquele regime é
atroz… brigadas à paisana para analisar transgressões à moralidade, entre elas
ver se o véu está devidamente colocado? Não, muito obrigado. São de facto a
raiz do mal naquela região … aliás vejo as imagens nos países árabes e só se
vêm homens, aquilo são sociedades completamente doentes… Ricardo
Pinheiro Alves: O uso da
palavra "fascismo" é incorrecto porque se refere a uma doutrina e a um regime concreto
que nada tem a ver com o Irão e é perigoso porque está alinhado e alimenta
frases como o "Hamas
é de extrema-direita" de Catarina Martins e de muitos outros que há
décadas tentam identificar todas as ditaduras com o fascismo para esconderem as
ditaduras socialistas. Algumas características totalitárias do regime
iraniano estão bem mais próximas do comunismo do que do fascismo, pelo que
seria mais correcto se o titulo fosse "O problema é o comunismo
iraniano". João Floriano: Totalmente de acordo com o conteúdo da crónica. Por
vezes dou por mim a imaginar o que seria o Médio Oriente sem Israel. Penso que a hegemonia do Irão seria total e à
semelhança do que faz no seu próprio país, iria repetir a brutalidade e a
barbárie assassina que exerce sobre o povo iraniano. Israel é o grande
obstáculo a essa hegemonia. Só que aniquilar Israel significa fazer o
mesmo ao Irão. Se se sentirem perdidos, nem os Estados Unidos vão segurar
Israel.
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