sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Razões louváveis


As apresentadas por Alexandre Homem Cristo sobre mais este filme em que o governo de António Costa nos mergulha, desta vez com as vacinas das crianças, a que a maioria dos pais não aderiu com mais uma manipulação da concertação escolar, com ensino inicial à distância e outros malabarismos que, ao invés do que dizem as Graças Mouras e Cia, mais uma vez prejudicam o andamento deste país num sentido construtivo, fingindo uma preocupação com a saúde das gentes que não é mais que manobra interesseira e opressiva. Um excelente texto de AHC, como são os variados textos dos comentários que aquele mereceu.

Mudar a estratégia e manter escolas abertas

O governo associou a vacinação de crianças com a normalização da vida escolar. Fez mal e, com baixa vacinação, inventou um problema. Agora, tem de mudar a estratégia, para não ter de encerrar escolas.

ALEXANDRE HOMEM CRISTO            OBSERVADOR, 30 dez 2021

A evolução da pandemia e a estratégia do governo colocam um dilema no horizonte: depois de adiar o arranque do 2º período de aulas para dia 10 de Janeiro, o Governo deve manter as escolas encerradas mais tempo, face à evolução da pandemia? Eu sei que isto soa ao dilema do costume e que, em Janeiro de 2020, a questão também se debateu intensamente. Mas as diferenças, hoje, são muitas. Por um lado, as de contexto: a população adulta e adolescente está vacinada e a variante dominante da Covid-19 causa menos doença grave, mesmo se é muito mais contagiosa. Por outro lado, para além das eleições legislativas a 30 de Janeiro, existe uma diferença política substancial: o Governo tinha uma estratégia para manter as escolas abertas que assentava na vacinação das crianças a partir dos 5 anos de idade — e, tudo indica, essa estratégia falhou.

Os dados conhecidos revelam que a vacinação das crianças, até ao momento, tem tido pouca adesão. Em Portugal continental, nas idades de 10 e 11 anos, apenas cerca de 25% das crianças terá sido vacinada — muito abaixo das expectativas das autoridades públicas. Quando for a vez dos mais novos (entre os 5 e os 8 anos), é razoável estimar que a adesão possa ser ainda inferior. É o que sugere a experiência na Região Autónoma da Madeira: do total de crianças entre os 5 e 11 anos de idade (14.715), apenas 8% foi vacinada (1190), sendo que, mesmo entre as crianças pertencentes a grupos de risco, a adesão foi muito baixa — 27% (321). A menos que a situação conheça uma viragem dramática e inesperada, podemos estar confiantes de que, no dia 10 de Janeiro, haverá uma percentagem muito baixa de crianças vacinadas.

Esta baixa adesão tornou-se um problema político, criado pelo próprio Governo. Recorde-se que, na véspera de arrancar a vacinação das crianças abaixo dos 11 anos, o primeiro-ministro salientou a importância da vacinação para devolver a normalidade à vida das crianças e acabar com as suspensões do ensino presencial. Recorde-se, também, que o ministro da Educação se havia pronunciado no sentido de uma vacinação “rápida e extensa” das crianças a partir dos 5 anos, sublinhando o seu desejo de que tal se verificasse até ao início das aulas em Janeiro, no sentido de garantir segurança nas escolas. Ou seja, no seu discurso, o governo associou a vacinação com a normalização da vida escolar. E, por isso, cometeu o mesmo erro duas vezes. Primeiro: usou a normalização da vida escolar como argumento para vacinar. Perante uma população infantil que não é grupo de risco, tratou a vacina como uma protecção não tanto contra a doença, mas sobretudo contra os confinamentos (que são decisões políticas) — e não convenceu as famílias. Segundo: fez depender a percepção de segurança nas escolas com a vacinação alargada da população estudantil. E, agora, com a baixa adesão das famílias, fica encurralado pelo seu próprio argumento se quiser (como acredito que queira) abrir as escolas — tem de convencer as comunidades escolares que, afinal, a vacinação não é condição necessária para as escolas serem espaços seguros.

No plano argumentativo, parece um beco sem saída. Mas não é — todos os problemas têm solução. E, neste caso, a solução passa por mudar de estratégia e adequar as respostas das políticas públicas às características da população e da variante Ómicron. Ou seja, aceitar que, perante um vírus que causa menos casos de doença grave, os confinamentos deixam de ser uma medida eficaz e proporcional, sobretudo no caso de uma população tão vacinada como a portuguesa — sendo preferível que a população se imunize naturalmente, como sugere Manuel Carmo Gomes. Aceitar que, com tantos casos de infecções e uma maioria deles assintomáticos, os períodos de isolamento têm de ser encurtados — como já se aplica nos EUA e se equaciona por cá. Aceitar que, pelos dados apurados, o encerramento das escolas é uma medida com efeitos educativos, sociais e sanitários tão graves que o prejuízo ultrapassa largamente o eventual benefício de confinar no contexto actual. No fundo, aceitar que não se pode continuar a olhar para a pandemia com os mesmos olhos de 2020 e que, cada vez mais, temos de nos adaptar, ajustar as regras e viver com um vírus que se tornará endémico.

O dilema resume-se em duas frases. O governo associou a vacinação de crianças com a normalização da vida escolar, fez mal e, com a baixa adesão às vacinas, inventou um problema. Agora, tem de mudar a estratégia, para não ter de encerrar escolas. Terá o Governo a coragem necessária para assumir tal mudança de estratégia? Num contexto de eleições legislativas, a pergunta, para ser justa, tem de ser acompanhada de outra: terão os partidos, da esquerda à direita, a lucidez e a seriedade para não fazer da campanha eleitoral uma exploração do medo da população, que impediria tal mudança de estratégia? Temo o pior. E, se as escolas se tornarem campo de batalha para ganhar votos, perderão os do costume: os alunos.

CORONAVÍRUS   SAÚDE PÚBLICA   SAÚDE   ESCOLAS   EDUCAÇÃO

COMENTÁRIOS:

Ar: NY health commissioner admits they released misleading numbers on kids to media, who then published a bunch of scary headlines, to "motivate pediatricians and parents to seek the protection of vaccines." Propaganda. It's called propaganda. @YALiberty- 29 Dez 21   -     Comissária de saúde de Nova Iorque admite que foram dados números aos meios de comunicação social relativamente a crianças que levaram a uma leitura falsa da realidade. Os media publicaram um conjunto de notícias assustadoras para "motivar a procura da protecção das injecções por parte de médicos pediatras e pais." Propaganda. Isto chama-se propaganda. @YALiberty - 29 Dez 21

NY health commissioner: "Os números que fornecemos de admissões pediátricas hospitalares não tinham como intenção fazer crer que as crianças estavam a ter uma epidemia de infecções. Estes números que nós reportámos no nosso alerta de saúde eram números baixos, baseados em 50 hospitalizações e agora dei-vos números maiores mas ainda são números baixos. É mesmo para motivar a procura da protecção das injecções por parte de médicos pediatras e famílias."         Ar: canadiancovidcarealliance      THE PFIZER INOCULATIONS FOR COVID-19    MORE HARM THAN GOOD         The Pfizer 6 month data shows that Pfizer's COVID-19 inoculations cause more illness than they prevent. Plus, an overview of the Pfizer trial flaws in both design and execution.           Apontador dos FRO€$: Hoje um amigo disse-me: “Já reparaste no movimento de ambulâncias desde que as “v a c i n a s” começaram a ser administradas?” Fiquei a pensar no assunto e aí, por intermédio de conhecidos, cheguei à fala com uma enfermeira do INEM que me confidenciou haver muitas mais chamadas resultantes de AVC´s, enfartes, embolias, etc. e em pessoas muito mais novas que o habitual para este tipo de eventos. Coincidências!? Basta olhar para os colapsos em campo no futebol e outros desportos de alto rendimento. Mas ninguém precisa de acreditar em mim. Façam as vossas próprias pesquisas. Falem com bombeiros, enfermeiros, médicos e agentes funerários do vosso círculo de contactos e tirem as vossas próprias conclusões. [r u m b l e . c o m / vrekga-populao-mundial-sob-ataque-assassinato-e-genocdo.h t m l]          josé maria > Apontador dos FRO€$: Enfim... Quando o pensamento alucinado chega a esse ponto de delírio...         Apontador dos FRO€$: Se depender “deles”, isto nunca irá acabar. Enquanto as pessoas, que “eles” vêem como OV€£HA$ continuarem a obedecer, os INT€R€$$€$ “deles” estão salvaguardados. O certificado N A Z I nunca fez sentido para estas v a c i n a s “leaky”. É apenas um pretexto para a instauração de um Sistema de Crédito Social como na C h i n a. Se o “normalizarmos”, estaremos a pactuar com a tirania e a permitir a discriminação e segregação das pessoas em “castas”. Felizmente, muitas das OV€£HA$ estão-se a aperceber que foram enganadas e já começam a não dar para esse P€DITÓRIO. Não é à toa que, para “testar as águas” começaram a falar nessa ideia abjecta, imprópria de um País democrático, da vacinação obrigatória. [r u m b l e . c o m / vrb0hm-est-a-comear-a-parecer-se-muito-com...-genocdio.h t m l]         Apontador dos FRO€$: As crianças estão a ser as maiores vítimas desta histeria colectiva. Na Suécia as escolas nunca fecharam e os miúdos não têm de passar horas seguidas de máscara. Isto é "tortura" e esses inocentes estão a pagar uma factura elevada por causa dos hipocondríacos cobardes que aparentemente devido ao medo de morrer até deixaram de viver.           josé maria > Apontador dos FRO€$: Suécia encerra escolas secundárias para travar pico da pandemia Jornal de Negócios, 3/12/2020 Interessa, aldrabão ?         Gustavo Costa > josé maria: Na Suécia houve escolas secundárias parcialmente fechadas durante um curto período. Igualzinho a Portugal. PS: Parcialmente porque as aulas práticas e técnicas foram mantidas.           Fernando Regio: Segundo a Unicef morreram 12000 crianças e adolescentes abaixo dos 20 anos a nível mundial com o Sars número 2 positivo. Desses, 58% correspondem a óbitos reportados entre os 10 e 19 anos de idade, 42% dos 0 aos 9 anos de idade. Dados de Dezembro de 2021. O que indica, devido ao número amplamente residual, que a larga maioria eram jovens e crianças já com patologias associadas.         josé maria:  Nos EUA, a realidade é esta, Alexandre: The upshot is that children overall are somewhat less protected from the virus than adults. In the week ending Dec. 23, about 199,000 childhood cases were reported nationally, a 50 percent increase compared with the beginning of December, according to the American Academy of Pediatrics. In interviews, hospital leaders and critical care doctors said that nearly all the children hospitalized with Covid had one thing in common: They were unvaccinated or undervaccinated. The New York Times, 28/12/2021 Hospitais pediátricos dos EUA sobrelotados devido à variante Ómicron Sic, 28/12/2021 Hospitalização de crianças dispara nos EUA e cria novos temores da ómicron A média de sete dias de hospitalizações diárias de crianças entre 21 e 27 de dezembro subiu mais de 58% nacionalmente na última semana e chegou a 334 Exame,30/12/2021 Está a ver Alexandre? Convém ter os pés assentes na Terra e não andar com a cabeça na Lua. Antes de se pronunciar sobre a manutenção ou o fecho de escolas, informe-se adequadamente, para não ter que voltar a dar o dito por não dito...           Fernando Regio > josé maria: Study was conducted by Jeevan Raksha, a public-private initiative involving Proxima, a management firm, and the Public Health Foundation of IndiaOut of the 166 persons who died of COVID-19 during the week between August 16 and 22 in Karnataka, only two were children, aged 14 and 15. No child below the age of 10 died because of COVID-19 during the period.These were the findings of a study on mortality patterns in the southern States of Karnataka, Kerala, and Tamil Nadu, conducted by Jeevan Raksha, a public-private initiative involving Proxima, a management firm, and the Public Health Foundation of India. The 14-year-old girl from Bengaluru Urban who died was a diabetic, and she passed away within 24 hours. Vossa excelência continua todo feliz da vida a falar de assuntos que não domina. Cuide-se.          josé maria > Fernando Regio: Agosto ? De que ano? Fonte da notícia ? Pode saber-se ou é um segredo negacionista muito bem guardado?           josé maria > Fernando Regio: The U.S. is seeing a higher number of kids in hospitals, as omicron spreads across the country, Rochelle Walensky, director of the Centers for Disease Control and Prevention, told MSNBC."Most of those children are not yet vaccinated," Walensky said Wednesday. "So the message here is: Get the children vaccinated Arkansas Online, 30/12/2021 Interessa?         Gustavo Costa > josé maria: Em Portugal a realidade é: 1,8 milhões de pessoas com menos de 20 anos. Zero em UCI. Zero! Em 5 semanas houve 1 (um) internamento em UCI nessa faixa etária! Vou repetir: Há zero crianças em risco de vida com Covid19.  Zero. Nada, Niente. Rien. Percebeu ou quer um desenho?            Ma Ria: teste           Fernando Regio: Porque houve pouca adesão na vacinação de crianças? Porque as crianças não precisam de serem vacinadas contra o sars número 2, não correm risco especial e existem muitos pais que ou já tiveram os filhos positivos ou conhecem colegas dos filhos que estiveram. As crianças estão em desenvolvimento físico ainda, é até saudável terem contacto com alguns vírus         José Paulo C Castro: Acho que há uma secreta vontade do governo em aferir a capacidade das escolas e famílias na modalidade de ensino à distância. A capacidade digital das escolas está a melhorar e esta é uma ocasião única para o justificar e sem introduzir grande prejuízo ao ano escolar (é o início do 2° período...). E porquê? Porque já se observou que há algum potencial de poupança de custos futuros na educação por via desta modalidade. Rentabilizam-se professores por vários agrupamentos e abrem-se opções para um maior leque de disciplinas diferenciadas. Principalmente no secundário, mas também já no 3° ciclo e profissional. Se a experiência for curta e terminar mesmo antes de 30 de janeiro (duas semanas apenas) ainda vai a tempo de parecer um sucesso do governo para ajudar nas urnas. Também há um risco de produzir descontentamento e ser abortada por razões eleitoralistas, mas algo me diz que o plano inicial seria esse. O que vai decidir tudo são os números e o encontrar de uma narrativa que explique a decisão da forma mais conveniente ao PS. Os focus group devem estar a ser todos consultados...           Chapada de luva branca recheada de mão peluda: A culpa vai ser dessas crianças não vacinadas! De pequenino é que se torce o complexozinho de inferioridade, desde novos têm que se moldar e se habituarem às circunstâncias de uma nação socialista. Portanto, culpa neles! E ainda têm sorte de já não se poder bater nas crianças, por isso, não se queixem! Podem é passar a culpa aos pais por não os terem vacinado e fermentarem um ódio vitalício por eles, que essa coisa de famílias unidas e funcionais também não é cá dos socialismos.           bento guerra: É verdade que não é só Portugal que está envolvido na asneira da Omicron, mas vários países já perceberam que caíram na própria armadilha, Ou seja, a sucessivos confinamentos, em rede  que estagna as sociedades. Tratar os frágeis e viver com o vírus, terá de ser o caminho (como com milhares de outros vírus)           FME: Graça Freitas já veio informar que não acredita na imunidade de grupo natural porque pode aparecer uma nova variante pior. Não se percebe a correlação entre uma coisa e a outra. A nossa batalha neste momento é com a Ómicron e não com uma variante futura que desconhecemos. Além disso a imunidade de grupo é sempre um benefício para acabar com a pandemia. A grande aposta do PS para esta campanha eleitoral foi precisamente demonizar ao máximo a variante Ómicron. Se lermos os comentários do José Maria neste fórum percebemos facilmente esta estratégia. Uma variante super contagiosa (ou que obrigou ao negócio dos testes depois do das vacinas) mas que não provoca doença grave. Para o governo, esta variante é um trunfo eleitoral. Milhares e milhares de contágios, mas com os números hospitalares muito baixos devido à ação do governo. Uma aposta oportuna para a campanha eleitoral do governo (ver discurso Natal primeiro ministro). Mudar de paradigma nesta altura corresponderia em mandar abaixo a estratégia do PS para esta campanha eleitoral. Isso não vai acontecer, e o bode expiatório para manter estas medidas do governo sem alterações será, como tem sido sempre, a DGS. Graça Freitas tem mostrado ao longo desta pandemia ser uma personalidade muito em linha com o governo e totalmente controlável por António Costa (ou pelo PS) e que fará aquilo que for melhor para o governo. A. H. Cristo escreveu que teme o pior, não obstante, se tivesse escrito que a gestão das escolas em janeiro será aquela que mais interessar à campanha eleitoral do PS, teria acertado no Euromilhões.            João Floriano > FME Bom dia FME Vai tudo ficar tranquilo porque na pior das hipóteses as escolas passam a ensino à distância e vai ser muito fácil arranjar justificação para tal decisão que será mantida até à realização de eleições. Certamente será evocado o motivo de janeiro ser um mês particularmente frio e amigo da variante omicron. Nunca vi um estudo sério sobre o modo como têm decorrido as aulas à distância. Se as associações de pais não têm levantado problemas até agora, porque haverão de protestar em janeiro? E as culpas neste momento não vão para os pais porque ia causar muito incómodo. Afinal de contas num governo habituado a sacudir as culpas seja do que for, a responsabilidade da baixa taxa de vacinação recai toda nos  pais.           FME > João Floriano: É verdade, mas pode eclodir no meio da campanha eleitoral uma mudança de paradigma no combate ao Ómicron em alguns dos países da Europa que habitualmente seguimos. Se na Alemanha, por exemplo, decidirem dominar esta variante através da imunidade de grupo natural, Portugal, ou melhor, o governo, fiel seguidor da medidas sanitárias na Alemanha vai ficar numa situação complicada se não fizer o mesmo por cá. A estratégia das medidas do governo estarem a ganhar à Ómicron ia para as calandras.  Esta possibilidade da imunidade de grupo natural com a variante Ómicron (creio que é bastante provável, nem que seja para os governos se livrarem desta espiral negativa em que se encontram) iria obrigar à abertura das escolas e mandaria o plano de vacinação dos mais jovens para a sarjeta. Daí, Graça Freitas já ter vindo comunicar que não acredita na imunidade de grupo naturalA política e as medidas sanitárias estão cada vez mais parecidas com o futebol, e aquela máxima do Mesquita Machado do Guimarães está cada vez mais atualizada: "O que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira!"  Costa era o DDT, deixou de ser. A maioria de Medina em Lisboa deu numa derrota. O diabo da Ómicron pode na verdade ser um Santo. Abrir as escolas para espalhar a Ómicron em vez de as fecharem pode ser afinal o mais acertado. Finalmente, os negacionistas, afinal, podem ser outros.       Francisco Bandeira > FME: A Graça Freitas não acredita na imunidade de grupo mas acredita numa vacina limitada como sabemos, temos na mesma contágio e contagiados entre vacinados, e que já está ultrapassada para esta variante.           José Tomás > FME: Tudo certo, mas essa máxima não era do Mesquita Machado, mas do Pimenta Machado. Honra lhe seja feita! Bom Ano Novo!           Chapada de luva branca recheada de mão peluda FME: A grande aposta do PS para esta campanha eleitoral foi precisamente demonizar ao máximo a variante Ómicron. Se lermos os comentários do José Maria neste fórum percebemos facilmente esta estratégia. Esta merece ser devidamente salientada! Muito boa visão do assunto.            Quinta Sinfonia > João Floriano: Bom dia Floriano “Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega” esta é a situação do governo. Chegados aqui, não há soluções indolores para Costa. Apesar de tudo, julgo que fechar as escolas não vai ser a estratégia, mais que não fosse por causa dos famosos computadores, onde andam eles? Era um tema perfeito para a oposição…            João Floriano > Quinta Sinfonia: Bom dia Quinta. Veja só o poder da CS. Eu não tinha ideia que a vacinação da gaiatada estivesse a ser um flop como atesta o texto de Alexandre H.Cristo. A sensação que se tem quando vemos as notícias é que está  a ter aceitação. A propósito de temas quentes para  a oposição: acho  tudo muito morno. FME > João Floriano: Se a imunidade natural passar a ser uma estratégia de alguns países europeus com esta variante, a oposição poderá ter aí um tópico para se inspirar. Quer queiramos, quer não, a pandemia está implícita na campanha eleitoral e influência o voto de muitos portugueses.           Fernando Pereira Quinta Sinfonia: Concordo, mas se não fecharem, lá para as tantas vai haver tanta gente de quarentena que vai dar quase ao mesmo. Mesmo passando a quarentena de 10 para 5 dias, se houver10x ou 20x mais casos, é muita gente em casa.            FME > José Tomás: Votos de um excelente Ano Novo 2022!          Quinta Sinfonia > FME: FME, exactamente. A pandemia que parecia ser o escudo protetor de Costa pode afinal vir a ter um efeito bumerangue 🙂 Aguardemos.          Quinta Sinfonia > João Floriano:  Claramente. Não há uma discussão livre nos media sobre as medidas tomadas, quem discorda simplesmente não tem direito de antena,  estão todos imbuídos num espírito de defensores do interesse nacional como se só houvesse um… uma machadada na credibilidade e independência dos media que só vem demonstrar a fragilidade das nossas democracias ocidentais.         Quinta Sinfonia > Fernando Pereira: Vão ter que se atravessar e assumir as consequências … finalmente 🙂          FME > Quinta Sinfonia: Imagine a "europa" a desconfinar apostando na imunidade natural (creio que em janeiro somos o único pais europeu com eleições) e o governo PS a defender as restrições contra uma importante faixa da população (creio que até já "somos" a maioria) a pedir o regresso a uma vida normal tendo em conta os danos patogénicos da variante Ómicron. Como diz o João Florêncio, a oposição continua num silêncio ensurdecedor. Felizmente temos o Pedro Simas e o Manuel Carmo Gomes para darem na cabeça dos especialistas do governo. Nesta altura a luta deveria estar ao rubro com o PS a anunciar o diabo da Ómicron e a oposição a defender que deveríamos aproveitar a pouca eficácia da Ómicron para obtermos a imunidade natural. Mas não, muito calculismo, muito calculismo que até mete impressão. A relação política entre o governo e a oposição é feita como se estivessem dentro de uma biblioteca! Enfim, que tristeza.           Joaquim Albano Duarte:  Aí vem o discurso irresponsável do costume, há vírus? Não há problema, as escolas mantêm-se abertas por razões sociais, etc. Nem depois de ter visto o que aconteceu o ano passado, com ambulâncias à porta dos hospitais à espera de lugar altera este discurso absolutamente irresponsável. Não me esqueci do ano passado, os alunos a trabalhar nas escolas com distância social de 20cm, muitos sem máscara e os seus pais trancados em casa em segurança e depois ao final do dia chegavam os seus filhos acompanhados com o vírus espalhando-o! Enfim!      Chapada de luva branca rechada de mão peluda > Joaquim Albano Duarte: Vou-lhe explicar com muita calma como se fosse um velho com a 4ª classe: Esta variante não é tão mortal como a do ano passado. Na África do Sul a quantidade de infectados até já está a baixar, já "todos" ficaram infectados e imunizados (e lá não há muitas vacinas) e agora o vírus já não tem muito quem infectar. E as hospitalizações e mortes estão muito mais baixas do que nas outras vagas. É um vírus diferente! Isto é assim: Ou se estuda e se sabe do que é que se está a passar na realidade, ou se tem medo. Que vote outra vez PS nestas eleições, pode ser que seja a última vez que o faça nos poucos anos que lhe restam na vida. E se entretanto precisar de assistência médica urgente e o SNS o deixar pendurado a morrer sozinho num corredor de hospital... PARABÉNS!        Gustavo Costa: Caro Alexandre, uma nota: no dia 10 de janeiro não haverá nenhuma criança vacinada - algumas terão apenas a primeira dose. As regras só mudam para quem tem a vacinação completa há mais de 14 dias. Como o intervalo entre doses é de 6 a 8 semanas, só haverá crianças com o processo completo dentro de mês e meio a 2 meses. Nessa altura já o surto de Ómicron estará reduzido a uns resquícios.  E creio que as medidas de confinamento de assintomáticos (a maioria das crianças tem muito poucos ou nenhuns sintomas) estarão eliminadas muito antes disso. Hoje há motivos para ter esperança. Ainda que não venha do Ministério da Educação. Chapada de luva branca recheada de mão peluda > Gustavo Costa: Muito bem observado! Obrigado.

Vamos à luta


Mas com verdadeiro saber, colhido nos livros e não fruto só de mesquinhos pensamentos resultantes das nossas frustrações, em face das múltiplas desordens causadas pela deficiente gerência governativa. Bem faz Paulo Tunhas em nos esclarecer. Oxalá pegasse a moda dessas leituras e outras, as próprias fábulas o demonstram, como a de La Fontaine “L’Avantage de la Science”, que revela como os letrados se safam melhor, embora isso não seja assim tão taxativo, pelo menos por cá, onde até estamos mais habituados às maroscas compensadoras, mas o certo é que somos um povo complexado, julgo que também por essa falha na literacia. Que o Senhor nos ajude, se não quisermos nós fazê-lo. Mas ficamos gratos a PT e muitos comentadores, conhecedores da realidade e tentando ajudar-nos a percepcionar melhor os nossos conflitos e a envergonhar-nos da tal estagnação - embora outros haja que apenas se divertem a ironizar contra os seus parceiros de diferente área política, mas tudo isso serve para aclarar os pontos de vista ...

 

A política, o conflito, o populismo

Só um conflito aberto de projectos e de programas entre as forças políticas pode trazer consigo o desenvolvimento económico e cultural. Pelo contrário, a sua confusa indistinção provoca a estagnação.

PAULO TUNHAS

OBSERVADOR, 30 dez 2021

 PSD, PS, Bloco de Esquerda, Chega, PCP, Iniciativa Liberal, CDS. Como é que estas entidades, os partidos políticos, existem para nós, que tipo de realidade lhes atribui o cidadão comum no dia-a-dia e quando se chega ao momento de votar? Sem entrar nos arcanos da sociologia e da chamada “ciência política”, a resposta é simples:. são a encarnação de pontos de vista diferentes e de variável clareza sobre o que a sociedade é, sobre o que deve ser e, em larga medida, sobre a sua história. E, detalhe importante, pontos de vista que entram em conflito uns com os outros, nos três planos indicados: passado, presente e futuro. O conflito, no domínio político, é inerente à noção de ponto de vista, já que nenhuma demonstração perfeita, capaz de assegurar um acordo universal, é possível nestas matérias.

É isto, entre outras coisas, que a boa filosofia política – aquela que se ocupa verdadeiramente da vida política e que a procura tornar inteligível – tenta trazer à luz do dia, elucidar. Qual a natureza do conflito político? Quais as paixões – ou, se se preferir, as emoções – que nele se inscrevem? Qual a sua relação com a liberdade? Quais os bons conflitos – e quais os maus conflitos? E qual o lugar do conflito político na sociedade: no centro ou na periferia?

Um volume, organizado por Diogo Pires Aurélio e André Santos Campos, publicado no ano que agora acaba, lida com todas estas questões. Intitula-se Machiavelli’s Discourses on Livy. New Readings (Brill) e é, surpreendentemente, a primeira obra colectiva dedicada à análise exclusiva de um dos maiores textos da história do pensamento político, os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, de Maquiavel. Certamente que várias outras questões são nele abordadas para além da noção de conflito, mas tal noção percorre o livro de uma ponta a outra. E a sua abordagem, por mais académica (no melhor sentido da palavra) que seja, ilumina excelentemente, mesmo para o não-especialista, o profundo pensamento do grande florentino. Tornar-se-á, sem dúvida, uma obra de referência para quem se dedica ao estudo de Maquiavel. Mas tem igualmente todas as condições para interessar aqueles que procuram pensar a política para lá dos costumeiros discursos edificantes.

O que nos diz Maquiavel sobre o conflito político? Primeiro, que ele é coextensivo à vida em sociedade. Não há uma génese histórica do conflito: ele faz, desde o início, parte integrante da sociedade. E o seu motor são as paixões humanas, nomeadamente o ódio, o medo, a ambição e a inveja, potenciadas pela memória e a imaginação. Paradoxalmente – é o golpe de génio de Maquiavel –, o conflito engendrado por tais paixões alarga o espaço da liberdade no interior da sociedade, já que a possibilidade da tirania se vê restringida pela oposição conflitual dos interesses dos “grandes” e do povo, propiciando leis favoráveis a um “viver livre”, um “viver político”, um “viver cívico”. Não significa isto, no entanto, que o conceito de conflito seja unívoco em Maquiavel. Há, naturalmente, bons e maus conflitos. São positivos os conflitos que contribuem para o desenvolvimento da sociedade nos seus vários aspectos, incluindo económicos e artísticos, e negativos aqueles que o inibem. A distinção entre ambos, supõe-se, deverá estar a cargo do juízo político.

Seja como for, o elogio da desunidade como elemento criador da liberdade levado a cabo por Maquiavel é indiscutivelmente um momento crucial, um ponto nodal, na história do pensamento político. É a desunidade que forma o maior obstáculo à vitória da tirania e que proporciona, através do conflito, as condições para o florescimento da sociedade. E esta lição vale muito para além dos contextos particulares que são o objecto da análise de Maquiavel: a república romana e a Florença sua contemporânea. Vale para os nossos dias como condição da existência de uma sociedade aberta.

Resta uma pergunta: deve o conflito dar-se no centro da sociedade – digamos, nos nossos dias: deve ele ser representado na disputa entre os principais partidos?ou ser relegado para a periferia – mais uma vez, nos nossos dias: deve ele exprimir-se apenas nas franjas do sistema político? É, de um certo modo, a questão do populismo que aqui aflora. Pois se a dimensão conflitual da política – conflito de visões sobre a sociedade, conflito de projectos – é abandonada pelas principais forças políticas, estiolando no seu seio, ela retorna fatalmente, como todo o recalcado, na periferia partidária, e retorna magnificada, sob a forma de um mau conflito.

De um certo modo, é este o tema de um outro excelente livro publicado também este ano por Alexandre Franco de Sá, Ideias sem centro. Esquerda e direita no populismo contemporâneo (D. Quixote). O que o autor nos mostra, depois de uma rigorosa análise de alguns conceitos fundamentais da filosofia política – incluindo uma muito pertinente discussão das relações entre democracia e liberalismo –, é que o chamado populismo não representa o avesso da democracia, mas sim uma possibilidade que intimamente a habita: há uma continuidade entre a democracia e o populismo.

É tomando por base essa continuidade que Alexandre Franco de Sá distingue populismo de esquerda e populismo de direita. O primeiro, que foi abundantemente teorizado por alguns dos seus defensores, centra-se numa visão agonística da sociedade, segundo a qual o povo é algo de profundamente heterogéneo que apenas recebe a sua unidade através da oposição às elites. Dito de outra maneira: o povo é uma construção operada por um processo radical de antagonização, por um conflito exacerbado. Os antepassados do populismo de esquerda contemporâneo seriam os populistas russos do século XIX, na sua associação ao niilismo e ao terrorismo. As análises propostas são detalhadas e ocupam-se eficazmente da nossa actualidade. A nova esquerda populista, nota acertadamente o autor, pouco tem a ver com o marxismo, por múltiplas razões que não cabe aqui referir.

Por sua vez, o populismo de direita – que, igualmente, nada tem a ver com o fascismo ou o nacional-socialismo – assenta numa concepção inteiramente diversa do povo. Naquelas que são talvez as páginas mais originais do livro e aquelas que deveriam suscitar maior discussão, procura-se mostrar que tal populismo prolonga um “populismo originário” que se apresentaria em certas formas do populismo americano do século XIX. O “populismo originário” basear-se-ia na ideia de uma “comunidade pré-política” prévia a qualquer antagonismo. A sua natureza seria essencialmente reactiva e seria a consequência da rejeição permanente do passado por parte das elites.

Tal como em relação ao volume organizado por Diogo Pires Aurélio e André Santos Campos, limitei-me, com grande pena minha, a alguns traços muito gerais. Mais. Seleccionei esses traços gerais em função da questão que mais particularmente me interessa: qual o lugar que deve ocupar o conflito político nas democracias liberais – o centro ou a periferia? A resposta, quanto a mim, não merece dúvida: o centro. Só um conflito aberto de projectos e de programas entre as forças políticas mais significativas na sociedade pode trazer consigo o desenvolvimento económico e cultural. Pelo contrário, a sua confusa indistinção provoca a estagnação. E, com a estagnação, essa espécie de centro reificado, tornado numa coisa sem vida, incapaz de conflitualidade, possibilita que os populismos periféricos de esquerda e de direita venham a ocupar o espaço que antes era o lugar liberal das democracias em nome de uma democracia diferente, iliberal. Alexandre Franco de Sá dá-nos, muito judiciosamente, o exemplo do Brasil de hoje, onde os populismos de esquerda e de direita se digladiam, tomando destrutivamente conta de tudo, e isto, vale a pena notá-lo, numa sociedade que contém em si uma extraordinária riqueza cultural.

DISSIDÊNCIA POLÍTICA   POLÍTICA   FILOSOFIA POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

Manuel Cabral: Notável! Uma nota de pé de página: o populismo norte-americano de século XIX é muito diverso - socialmente e ideologicamente - do populismo russo dos «socialistas revolucionários». Os célebres SR, tb conhecidos por «narodniki», pugnavam pela distribuição da terra à maneira de Tolstoï mas sem bombas... Em contrapartida, serviram de muleta aos bolcheviques quando estes se apoderaram do poder e por estes foram rapidamente exterminados...            Joaquim Moreira: Com todo o respeito pelo interesse da filosofia, esta solução interessa mais aos filósofos do que à democracia! Na opinião de um comum cidadão, mais importante do que a discussão, é a procura da solução! Naturalmente, que o conflito faz parte da vida em sociedade, o que não quer dizer que o conflito facilite o encontro do melhor caminho para a prosperidade! Devo dizer, em abono da verdade, que interessa muito mais, aos filósofos e aos cientistas sociais. Para quem os conflitos e as brutais discussões, são um grande lenitivo para as suas profissões! E são também um excelente alfobre de artistas, onde se geram muito dos políticos populistas! Mas esta justificação, explica muito bem a dificuldade que esta gente tem em compreender o actual líder da oposição!            Cisca Impllit: O populismo é fonte de conflito  espúrio,  a mim me pareceFalta à crónica, como conclusão, do exemplo do Portugal de hoje, onde reina o populismo de esquerda (PS, PCP, BE) contra a democracia liberal (PSD, CDS, IL).                josé maria: Gostei bastante deste texto, mas tenho para mim que o grande confronto ideológico da actual modernidade é entre capitalismo liberal e social-democracia. É aí que vai prosseguir a nova frente de confronto entre duas formas antagónicas de gestão capitalista. A social-democracia genuína, ou seja a gestão regulada da economia, pela intervenção estatal, procedendo à justa redistribuição dos rendimentos, é o caminho de sociedades mais equitativas e socialmente harmoniosas. Os partidos ecologistas também terão um papel relevante, a desempenhar, nesta nova modernidade progressista. Adam Smith, esse, não tem lugar na nova história do futuro.            José Paulo C Castro > josé maria: Adam Smith continua correcto há vários séculos. A diferença é que há quem confunda regulação com distorção do mercado. A brutal capacidade de endividamento público é que tem protegido os que o distorcem. Na realidade, é uma venda lenta do futuro. No tal mercado, mesmo que lhe chamem regulado... Uma das previsões mais certeiras de Smith foi a de que as zonas com comércio marítimo, litorais, iriam concentrar a riqueza num caso de liberalização global. Isso é verdade, independentemente do modelo do país, e explica a litoralização urbana extrema que se viveu a partir do meio do século XX, com o consequente abandono relativo de zonas interiores sem comércio fluvial. O corolário da previsão de Smith é que a riqueza se concentra nos hubs do mercado por onde passar o meio de transporte de mercadorias mais barato por kg. À atenção do menino da TAP socialista que quer ser PM: será derrotado por Adam Smith...           josé maria > José Paulo C Castro: O Adam Smith está tão certo como aqueles que conseguiram prever a Grande Depressão de 1920, enquanto manifestação benevolente da sua mão invisível... Depois teve que vir o Keynes reparar as malfeitorias sociais da sua ideologia desregulada... Sempre que Adam Smith ressuscita depois, mais tarde ou mais cedo, lá tem que vir o Keynes remediar os seus desatinos...          José Paulo C Castro > josé maria: O que Keynes faz é inflacionar artificialmente os preços para criar procura e oferta. Continua a respeitar as regras do mercado e apenas cria uma ilusão (inflação) que esconde a mão invisível corretora (deflacionária).  Adam Smith nunca disse que os mercados eram estáveis se estivessem sob acção de concorrência imperfeita por estímulo financeiro. A correção de Keynes só resulta em mercados nacionais com moeda própria.           Manuel Cabral > josé maria: Curioso que fale em «justa redistribuição dos rendimentos»... Quem determinaria tal «justiça»? Se conhecesse a obra de Marx saberia que ele era bastante liberal e sobretudo especificamente contra o proteccionismo económico...             josé maria > Manuel Cabral: A justa redistribuição de rendimentos faz-se por via da fiscalidade, de salários condignos, relativamente às possibilidades remuneratórias das empresas, e pela atribuição de apoios sociais às pessoas carenciadas, não é nada de especialmente inovador numa visão genuinamente social-democrata da política. A mim, não me interessa o que o Marx pensava ou deixava de pensar sobre a questão, que aqui estou a debater, não ligo nada a argumentos de autoridade.             Manuel Cabral > José maria: Eu não perguntei por que via é que o Estado se mete a redistribuir! O sr. falou de uma «justa» distribuição de rendimentos. Ora, quem é que diz o que é «justo»?           bento guerra: Eu voto em quem vier abanar esta paz podre, que nos está a levar à próxima crise.        Américo Silva: Os partidos são a materialização de grupos predadores que competem pelos recursos. Em 2022 será previsível um aumento da instabilidade política, Costa só poderá ser primeiro ministro com a abstenção do PSD, ou Rio com a abstenção do PS. A inflação vai fazer-se notar, diminuindo o poder de compra de mais de três quartos de portugueses, enquanto os 15% mais ricos vão ter a sua fortuna muito aumentada com o PRR. A conflitualidade vai aumentar.                antonio rodrigues > Américo Silva: Calma ainda não houve  votação.

 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A pedra é precisa


Para o muro de A. Costa. Ou para a pedrada no charco que A. Costa nos atirou do seu muro. O certo é que o discurso dele é sempre muito positivo, muito revelador da sua reconstrução do país, até mesmo a económica, pois que jamais deixa os seus créditos por mãos alheias. Quer o poder e tê-lo-á, nem servimos senão para brincarmos no charco, tudo o resto é deferência e anuência. E passado, estamos acomodados, figuras várias por cá passaram e atiraram a sua pedrada, não vale a pena relembrar Mário Soares e os seus discursos monocórdicos de primeiro coveiro, vários foram esses, continuemos.

O muro do qual António Costa está refém

É errado pensar que o diálogo reformista entre PS e PSD implica um Bloco Central. Essa é uma falácia que permitiu aos radicais sequestrar os moderados. Tudo com a cumplicidade de Costa.

LUÍS ROSA

OBSERVADOR, 27 dez 2021

1O que temos conseguido demonstrar desde as últimas eleições legislativas não foi só ter acabado com o ‘arco da governação’, foi ter conseguido derrubar o último resquício do muro de Berlim”. A frase é de António Costa e foi repetida ad nauseam desde 2015 — e, apesar da queda do Governo pelas mãos do seus parceiros, ainda hoje é dita por Costa.

Deixando lado todo o contorcionismo histórico que a alusão ao muro de Berlim comporta na boca de António Costa, o que me interessa abordar é precisamente um outro muro que o líder do PS construiu com a sua geringonça: o muro que impede o diálogo entre os moderados porque ao promover uma aliança com as forças extremistas do PCP e do Bloco de Esquerda, deixou de ser possível aos socialistas dialogarem de forma estrutural com o PSD e outras forças da direita moderada como o CDS ou a Iniciativa Liberal.

É claro que tudo começou com a diabolização do Governo de Passos Coelho por parte de António Costa — e, consequentemente, do diálogo construtivo que se estabeleceu entre aquele Executivo e o PS de António José Seguro. Como bom político (ou politiqueiro), Costa viu ali uma boa oportunidade de atacar Seguro e conquistar apoios internos no PS. Daí que tenha rasgado todos os acordos feitos entre Passos Coelho e Seguro mal chegou ao poder no PS.

A geringonça foi só a oficialização da diabolização do diálogo entre as forças moderadas do PS e do PSD. Esse foi o muro construído por António Costa — e do qual está agora refém. Parece que só a maioria absoluta o salvará.

2Este ano, tivemos em forma de livro um bom exemplo desse diálogo vivo entre os moderados: “As Sete Estações da Democracia” (Dom Quixote) de Maria João Avillez. A autora ‘coloca’ Marcelo Rebelo de Sousa a falar sobre o seu quase irmão político António Guteres, Paulo Portas a analisar sem fel (bem pelo contrário) os mandatos presidenciais de Marcelo, Durão Barroso a mostrar como a direita deve assumir sem complexos o legado de Cavaco Silva, José Miguel Júdice num lúcido escrutínio de António Costa (“o oportunista-mor do reino” é todo um tratado) e Santana Lopes a abordar o seu ‘pai’ político Francisco Sá Carneiro.

Todos os retratos — nascidos de entrevistas conduzidas por Maria João Avillez — são úteis, sérios e muito informativos, nomeadamente para as gerações mais novas que não viveram os ciclos históricos analisados.

Os retratos que me interessam mais para o efeito deste artigo são aqueles feitos por dois socialistas — e que dão um tom claramente contracorrente à obra face ao muro erguido por António Costa. Refiro-me à análise sem preconceitos ideológicos de Francisco Assis sobre o legado político dos governos de Pedro Passos Coelho e à retrospetiva extraordinária que Sérgio Sousa Pinto faz da carreira política de Mário Soares — e não apenas dos últimos anos da sua vida que tanto jeito dão à extrema-esquerda.

3Começando por Assis e por um ponto prévio claro: deve ser a primeira análise honesta de um socialista sobre o Governo de Passos Coelho. Em primeiro lugar, porque, apesar de contextualizar a crise financeira de 2009/2010 como mundial, não deixa de assumir a responsabilidade própria de José Sócrates na chamada da troika. E, por outro lado, porque recusa os dogmas que António Costa tentou vender ao país como bom “oportunista-mor”: que Passos destruiu (ou tentou destruir) o Estado Social, que Passos só queria que o Diabo chegasse para ir mais longe que a troika, que o crescimento económico se iniciou em 2016 (e não em 2014)…

Enfim, Assis rejeita de forma clara a “demonização absoluta” de Passos Coelho e do seu legado. Porquê? Porque “não serve ninguém”.

Ou seja, a radicalização de um partido que sempre foi moderado como o PS não serve o país porque corta pontes e canais de comunicação com os adversários políticos. Mas serve quem quer destruir o rival para acumular poder — e impedir que a alternativa democrática óbvia ao PS se reconstitua e se posicione para quando o ciclo político mudar.

4Para os jovens do PS que andam no Twitter entusiasmados com as políticas identitárias e com a radicalização da linguagem política promovida por António Costa, que adorariam ver Pedro Nuno Santos e João Galamba a imitarem Catarina Martins e Mariana Mortágua e que pensam que ser liberal ou conservador é sinónimo do fim do Estado Social e de colocar crucifixos nas escolas e nas repartições públicas — para esses jovens impressionáveis será muito estranho ouvir Sérgio Sousa Pinto a definir Mário Soares com uma palavra simples mas poderosa: “liberdade”.

Será mesmo muito estranho para aqueles jovens perceber que Soares lutou contra Salazar mas também se opôs a Álvaro Cunhal e ao PCP e a todos os partidos (UDP, LCI/PSR e outros grupúsculos semelhantes) que vieram dar origem ao atual Bloco de Esquerda.

E é precisamente esse o lado mais interessante da abordagem de Sousa Pinto: recordar que foi Soares quem impediu no Verão Quente de 74/75 que os comunistas e a extrema-esquerda militar mudassem a roupagem da ditadura para um vermelho vivo com foice e o martelo amarelo. Precisamente por isso, Soares é sinónimo de democracia, de pluralismo e de tolerância.

Esse exercício não é apenas histórico ou retrospetivo. Pelo contrário, e como Sousa Pinto tem dito de forma consistente nos últimos anos, há aqui uma forte ligação ao presente político. Não só pela Geringonça e o seu presente momento de auto-destruição mas também porque alguns dos comentadores atuais mais influentes do espaço público têm precisamente origem nesse pensamento extremista.

Por outro lado, Sousa Pinto recorda que Soares percebeu desde o início que a democracia só faria sentido se fosse aliada e promotora da prosperidade económica de um povo que, apesar dos avanços económicos do marcelismo, viveu os primeiro dias de liberdade em 1974 em pobreza e iliteracia generalizada e com baixos índices socio-económicos. E foi por essa prosperidade que Soares lutou, defendendo a economia de mercado contra a economia planificada e dirigista que a extrema-esquerda sempre defendeu.

Tudo isto junto serve para Sousa Pinto denunciar uma “aldrabice histórica”: a de que o PS é agora um “verdadeiro partido de esquerda” quando “foi justamente contra” o PCP e as forças que deram origem ao BE que o “PS afirmou a sua fortíssima identidade de partido socialista e democrático”.

Mas também leva o socialista, o que não é de somenos, a recordar o “patriotismo” demonstrado pelo PSD em 1984 quando se aliou ao PS de Soares para constituir o Governo de Bloco Central que aplicou o segundo resgate da democracia.

5O que Assis e Sousa Pinto nos dizem é que o pior erro de António Costa e da sua Gerigonça foi precisamente a radicalização política. O regresso do “lado certo da história” e da ideia de que a direita é sinónimo de ideias maléficas que visam destruir as conquistas sociais da democracia.

Assis e Sousa Pinto estão à frente do seu tempo em termos de partidários — o que, em política, nem sempre é positivo. Os dois já têm razão hoje quando dizem que o modelo económico está esgotado e que “ou mudamos ou acabaremos numa Suécia fiscal implantada numa Albânia económica.” E por isso mesmo defendem (como muitos outros na sociedade civil) um diálogo reformista entre as forças moderadas.

Enfatize-se que tal não significa um Bloco Central. Implica, sim, uma interação entre PS e PSD (e outras forças moderadas) que permita construir soluções estruturais que contribuam para uma nova fase de prosperidade que nos faça crescer claramente acima da média europeia. Só assim o centro-esquerda e o centro-direita deixarão de estar sequestrados pelos radicais.

O problema é que o PS só lhes dará razão daqui a uns anos e só depois de António Costa e do seu natural sucessor Pedro Nuno Santos se esgotarem politicamente.

Na realidade, Maria João Avillez acabou por fazer um exercício premonitório. Por muito que ainda possa demorar a chegar, o país necessita como pão para a boca de um diálogo construtivo entre as forças moderadas. Só assim é que o centro político se conseguirá reinventar.

6Uma última palavra sobre Maria João Avillez. Carlos Gaspar retrata-a muito justamente como a cronista da democracia” devido à qualidade, relevância e consistência do seu trabalho desde 1974/75. Acompanhou (e em lugar privilegiado) o período revolucionário. Conheceu de perto os pais fundadores da democracia (Mário Soares, Sá Carneiro e Freitas do Amaral), além de Álvaro Cunhal. Relatou como poucos as diferentes fases de desenvolvimento do regime democrático e escreveu os três livros mais importantes sobre a vida política de Soares baseados em entrevistas/conversas que qualquer estudante de jornalismo deveria ler com toda a atenção.

Teve, e tem, todo este sucesso com uma prática jornalística muito pouco comum em Portugal. Assumindo perante as fontes a sua visão sobre o país mas sem nunca ceder um milímetro na sua independência e imparcialidade. Num país em que as diferentes gerações jornalísticas continuam a ver como um problema que os jornais assumam de forma transparente pensamentos e visões ideológicas claras perante os leitores, isso não é coisa pouca.

E é o melhor elogio que se pode fazer ao trabalho de Maria João Avillez.

Um Bom Ano Novo com saúde e sucesso para todos os leitores.

CRISE POLÍTICA    ANTÓNIO COSTA   PS   PSD

COMENTÁRIOS:

PSD

Maria Narciso: Se os portugueses  derem uma maioria absoluta, o PS não  fica refém de ninguém  e teremos uma governação  estável  por 4 anos .         Apontador dos FRO€$: A 30 de Janeiro estará em jogo o nosso futuro colectivo. “Aqueles que renunciam à liberdade em troca de promessas de segurança acabarão sem uma nem outra” – Voltaire. Portanto a questão é: devemos continuar a permitir o fascismo sanitário vigente traduzido na segregação de pessoas através do certificado N A Z I e na violação grosseira de vários dos artigos vertidos na Constituição da República Portuguesa?          Fernando Regio : A realidade é que o tipo de reformas que são necessárias em Portugal não são do interesse nem do PS e nem do PSD, têm máquinas demasiado encrostadas. Então vai-se brincando ao progressismo das alterações climáticas, cor da pele, ou aquele humanismo primário em que todos ajudam o próximo, género de mãos dadas a cantar o kumbaia. O verdadeiro humanismo não é dar de comer a quem tem fome hoje, amanhã vai ter fome outra vez, é educar para que tenha a ideia de que conseguir                          cursos para ter a sua comida quando tem fome é o verdadeiro e único valor.            João Afonso: A responsabilidade de António Costa na radicalização e no extremismo do regime democrático, é imensa, contudo não está sozinho na sala. Convém lembrar que o PR amparou o governo geringonço até ao limite da indignidade, e se Costa foi a "mãe" da IL e do Chega,  o actual líder do PSD foi o "pai". Numa democracia de gente digna, a Geringonça deveria ter sido denunciada e alvo de oposição contrastante, a bem do regime e da liberdade. Pelos vistos, a "oposição" optou por ficar calada (porque os portugueses não gostam de quem diz mal !!!) à espera que o desgaste trabalhasse sozinho. Para se ter o poder, não basta esperar que ele nos caia no colo, é preciso lutar por ele, pois só assim é merecido.           Manuel Rodrigues: O oportunista mor da  Nação  está a chegar a um beco sem saída. Inviabiliza a ligação à  esquerda , agride a  direita,  Resta o impasse , a estagnação, até novo veredicto popular. Os portugueses podem não ter literacia bastante, mas não são  tolos. Calmamente esperemos por   30  de Janeiro de 2022            João Afonso > Manuel Rodrigues: Não foram esses mesmos portugueses (a maioria que votou) que, pelo seu voto, reafirmaram a Geringonça em 2019? E não são tolos! São o quê, então?

Carlos Oliveira: Muito assertivo.            Maria Tubucci: Tudo certo, mas... Uma personagem egocêntrica e manipuladora que constrói 1º um muro à direita depois um muro à esquerda, basicamente, um muro todo à volta, ficando dentro de um poço. Alguma vez Costa poderá ser a solução para os problemas que criou? Acho que não, até porque o país nunca lhe interessou só o poder, e a politiquice rasteira, para fazer a consolidação do poder socialista na máquina do estado. Com este ps com ideias irracionais de distribuir o que não há, o empobrecimento continuará, os melhores imigrarão deixando Portugal cada vez mais pobre.          Miguel Eanes: Na Alemanha, pais que muitos da direita gostam de dar como exemplo, o último governo de Merkel, foi um bloco central, coligação da CDU com o SPD, ou seja o PSD e PS. Só em Portugal é que não pode ser porque é assim e assado. Com gente desta nunca sairemos da cepa torta e nunca haverá reformas.          José Miranda > Miguel Eanes: Com gente que compara a situação política da Alemanha no tempo de Ângela Merkel, com um bloco central em Portugal, é que nunca sairemos da cepa torta...             Hel_Marques Marques > Miguel Eanes: Será que existe na Alemanha actual algum partido comunista de inspiração soviética? Repare que não estou a inventar nada. E será que os alemães alguma vez tiveram essa realidade de serem lacaios da URSS? ………………

FME: No outro dia falei com o meu amigo dinossauro comunista cunhalista, que me disse que o comunismo defende hoje o modelo social-democrata dos países nórdicos. Evidentemente torci o nariz, mas ele insistiu que a ideologia comunista evoluiu. Comunismo Social-Democrata. Bem, já no outro dia as pequenas do BE também vieram com a mesma ideia da social-democracia. Se tal vier a confirmar-se, ou seja, a transformação do comunismo em social-democracia, o PSD passará a situar-se na extrema-direita, e o PS na direita moderada.  O que acontece é que não nos podemos guiar pelas politiquices do século passado. A política mudou, o mundo mudou. Talvez a mudança maior que a sociedade digital nos trouxe foi a bipolarização de tudo, incluindo da idiotice. Um filme deste Natal na Netflix “Não Olhem Para Cima” com um elenco recheado de bons atores faz precisamente uma sátira a esta bipolarização. Costa bipolarizou a política  portuguesa através de dois blocos: o bloco da esquerda e o bloco da direita. Voltar atrás vai ser difícil. O Chega será o grande travão ao bloco de direita, já que Rio e a IL excluem-no do bloco de direita. Mas será que o vão mesmo excluir se a maioria de deputados na AR for de direita incluindo o Chega?........

João Floriano > Quinta Sinfonia: O CHEGA vai sempre viabilizar um governo onde o PS e a esquerda não estejam. Portanto não será por  André Ventura que  Rui Rio não forma governo.  Vamos a ver e já agora ouvir a entrevista de Rui Rio na CNN. Parece-me que é hoje. Tenha uma noite descansada.           Quinta Sinfonia > João Floriano: Mas isso então é desacreditar tudo o que o André Ventura tem dito:  -“Ventura recusa 'geringonça' de direita. Chega só viabiliza PSD se estiver no Governo” - “Líder do Chega apresentou moção onde recusa a repetição da solução dos Açores na Assembleia da República, rejeita a moderação, promete lutar pelos 15% e critica "lavar de roupa suja" no partido.” Parece que afinal eu dou mais crédito às palavras de AV que você 🙂 Uma noite descansada para si também e se não voltarmos a dialogar, desejo-lhe um excelente ano, excepto politicamente falando               FernandoC: Mais uma vez, um texto excelente. Votos de Próspero Ano Novo.          Ahmed Gany: Esperem pela convulsão no dia 30 de Janeiro!           Alberico Lopes: Excelente texto, Luís Rosa!              João Ramos: Tudo com a cumplicidade de Costa e já agora de Marcelo, é salutar não esquecer para que não haja enganos…              Filipe Paes de Vasconcellos: A saída do Impasse! Portugal está num Impasse (que saudades de Sá Carneiro!) do qual não se vislumbra qualquer saída nos próximos 5 anos. A única solução que me pareceria capaz de alterar este panorama político, e derrubar o muro de que fala era, fosse qual fosse o resultado das próximas eleições de 30 de janeiro, a constituição de um governo de unidade nacional, à semelhança do governo italiano, presidido por uma personalidade como António Horta Osório. Os recursos vindos da União Europeia seriam geridos de forma profissional e não partidária e, o presidente da República marcaria indelevelmente de forma positiva o seu mandato.            Alberico Lopes > Filipe Paes de Vasconcellos: Desculpe, Filipe! O seu comentário peca por um pecado grave: quando, no final, escreve que "o presidente da República marcaria...." está mesmo a acreditar que o ACTUAL PR, o PR das selfies e dos abraços, e do mergulho no fim do ano, tem sequer esteca para alguma atitude capaz de influenciar qualquer política que ajude o País a sair do beco em que se encontra? Não! O actual  PR deixou-se enredar na politiquice rasteira do Dr. Costa e como tal ficou sem qualquer possibilidade de poder intervir! Aliás, ninguém me tira da cabeça que o dr. Costa já lhe terá feito ver que "quem tem telhados de vidro tem que ter cuidado com as telhas que podem ser quebradas"! E refiro-me, claro, às ligações perigosas de Marcelo com os seus "compagnons" Salgados e companhia! E ainda: veja esta nomeação do vice-almirante para a chefia da Armada, que o PR vai concretizar hoje, e que demonstra bem a falta de senso de Marcelo! Algum dia se viu um chefe de um ramo das Forças Armadas ser saneado pelo min.da defesa e, ao contrário do que afirmou o PR, afirmar taxativamente que não sai por vontade própria? Só espero que nenhum membro de qualquer ramo vá assistir a este espectáculo deprimente e indecoroso!         David Pinheiro > Filipe Paes de Vasconcellos: Ninguém quer um governo tecnocrata. Infelizmente...           Filipe Paes de Vasconcellos > Alberico Lopes: É para mim evidente que Marcelo, desde o caso de Tancos ficou refém do Costa. No entanto, pode ser, ainda tenho esperança que lhe dê um golpe de asa, demonstrando assim ser independente e tê-los no sítio.            José Paulo C Castro > Alberico Lopes: As forças armadas passaram, com este governo e PR, pelos maiores enxovalhos possíveis, desde o caso dos comandos, ao de Tancos, a culminar nesta demissão por pressão mediática.  Hoje em dia, a imagem da instituição está muito afetada e o governo aproveita para a diminuir ainda mais.            Elvis Wayne > José Paulo C Castro: É bom que assim seja. Ao menos assim a tropa sempre se deixa de ilusões. O regime abrileiro está cada vez mais anquilosado e incrustado, parece o Estado Novo nos seus anos finais. Se nada for feito, aquela matilha só sai do poleiro à lei da bala e se tal infeliz desfecho for inevitável, convém que a tropa não esteja "enamorada" com a esquerda.          João Alves > Alberico Lopes: Uma correção. O Sousa de Belém se há coisa em que é mestre é na politiquice rasteira  e pacóvia de que o Costa é um aprendiz medíocre.             José Miranda > Elvis Wayne: Portugal não será uma Venezuela, porque está na Europa. PNS, um dos muitos infiltrados  do BE no PS, e que aparentemente domina o partido, tem todo o estilo do Maduro. Ele e o BE sonham com um regime ditatorial, em que a maioria vive na miséria, todos dependem do Estado e eles mandam em tudo.          Américo Silva: A extensão do artigo demonstra as dificuldades do cronista com a tese. Rui Rio seria uma excelente alternativa a Costa, o pior é que votamos em partidos, e no PSD Rui Rio está em minoria.            Elvis Wayne > Américo Silva: Votar na dupla Kosta/Rio? Jamé!              bento guerra: Poder, tachos, empregos, votos, manteiga aos estrangeiros que mandam ,conversa ilusória para os eleitores mais pobres e menos letrados ou preguiçosos mentais. E muita sorte.           Domingas Coutinho: Excelente e corajoso artigo. Escalpeliza com clareza e isenção o que tem sido o papel de António Costa e o perigo que as suas escolhas representam para a Democracia em contraste com o legado de Mário Soares. As ideias lúcidas de Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto são aqui bem ressaltadas. Subscrevo o elogio a Maria Joao Avilez como jornalista que passou connosco todos estes anos e que teve o privilégio de entrevistar os grandes intervenientes na nossa História do pós 25 de Abril. Obrigada e bom ano.         António Lamas: Grande texto do  Luís Rosa. O "livrinho" da MJA devia ser o companheiro de travesseiro do  Costa e do Rio Rio.           João Ramos > António Lamas: E de Marcelo…         Carlos Quartel: Pouco acrescenta ao que já todos sabemos. Não vinca, com a intensidade que merece, a monstruosidade da geringonça, trazendo para a área do poder os inimigos jurados da democracia pluralista e em liberdade. Esse é o pecado, indesculpável, cometido por Costa, que se viu num beco sem saída, depois de defenestrar Seguro. PC e BE não enganaram, nem tentaram enganar ninguém, viram uma oportunidade influenciar a vida no país e aproveitaram-na. Tomam isso por seu dever, implantar o seu sistema e qualquer caminho é válido. Na ausência de força militar, de capacidade para mobilizar massas para a revolução, esta foi a via que Costa lhes ofereceu, aterrorizado com a hipótese de terminar aí a sua carreira política. O gesto foi tão grave, que estaríamos agora a cantar a internacional nas escolas e quartéis, não fora a posição geográfica a integração e a dependência  da Europa. Como bem viu Mário Soares, que tudo fez para acelerar essa integração, sabendo dos perigos internos dos sonhos de maoístas e leninistas de vários tons. Foi o pai da liberdade, mas criou no seu seio o ovo da serpente .....           Vitor Batista: Caro Luis Rosa, o progresso de um País mede-se pela escolha dos seus líderes, e quando Portugal escolhe Kosta certamente que não será preciso dizer mais nada! Como em tudo na vida cada um tem aquilo que merece, fruto das suas escolhas.