segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Quem pode, pode


 Caso de Israel, há muito. Mas esses apenas lutam pelo seu espaço.

Não é o caso da Rússia, amante do espaço alheio – rígida, em todo o caso, com os terrenos de antigas colónias, de países antigos, em demonstração de generosidade “punhos de renda” – fora do seu alcance imediato, pelo menos o mais visível….

I - Israel aprova plano para duplicar número de colonos nos Montes Golã

Os Montes Golã tomados por Israel à Síria já têm cerca de 25.000 colonos e o investimento israelita de 280 milhões de euros poderá colocar mais 23.000 colonos no local.

AGÊNCIA LUSA Texto

26 dez 2021

Os Montes Golã foram conquistados por Israel à Síria durante a guerra de 1967 e anexados em 14 de dezembro de 1981

ATEF SAFADI/EPA

O Governo israelita aprovou, este domingo, um plano para duplicar o número de colonos nos Montes Golã, uma área estratégica tomada à Síria em 1967 e anexada há 40 anos.

O Governo votou a favor de um plano de investimento sem precedentes nos Montes Golã para aí duplicar a população israelita”, disse o primeiro-ministro, Naftali Bennett num comunicado.

No final de um Conselho de Ministros extraordinário, realizado nos Montes Golã, o Governo deu luz verde a este plano, cujo custo ascenderá a mil milhões de shekels (cerca de 280 milhões de euros).

De acordo com o plano, 7.300 unidades habitacionais serão construídas nos próximos cinco anos, nos colonatos ali existentes, além de dois novos colonatos, Assif e Matar, que poderão acolher 6.000 casas.

Este projecto deverá ser capaz de adicionar um total de 23.000 residentes israelitas à população atual das Colinas de Golã.

Cerca de 25.000 colonos israelitas vivem agora nos Montes Golã, lado a lado com cerca de 23.000 drusos (membros de uma pequena comunidade religiosa autónoma, que afirmam ser na sua maioria de origem síria, embora tenham o estatuto de residentes em Israel).

O plano também inclui investimentos em infraestruturas, sistemas médicos e educacionais, bem como ajuda para agricultores e indústria.

Os Montes Golã, conquistados por Israel à Síria durante a guerra de 1967, foram anexados em 14 de dezembro de 1981 e constituem hoje um território estratégico para os dois países, que ainda estão tecnicamente em guerra.

Em março de 2019, o ex-Presidente dos EUA Donald Trump assinou uma ordem executiva que reconhecia oficialmente a soberania de Israel sobre os Montes Golã, numa decisão denunciada pela Síria como um “ataque flagrante” à sua soberania.

“Nem é preciso dizer que os Montes Golã são israelitas”, disse este domingo Bennett, sublinhando a importância do “reconhecimento de Trump e o facto de o Governo de Joe Biden (atual Presidente dos EUA) ter garantido que não houve mudanças nesta política”.

Em fevereiro, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Montes Golã eram “muito importantes para a segurança de Israel”, mas que “as questões de legalidade (eram) de ordem diferente”.

Em junho de 2019, um novo colonato foi inaugurado na parte anexa dos Montes Golã, com a designação em hebraico de a Colina de Trump, em homenagem ao ex-Presidente norte-americano.

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COMENTÁRIO:

josé maria: A História é irónica...

II - Putin ameaça o Ocidente com as exigências feitas sobre a Ucrânia. NATO tenta reunião com Moscovo

Vladimir Putin quer ver a NATO impor limitações aos países da ex-URSS que não impõe à Rússia e os Estados-membros não concordam. A NATO quer reunir com Moscovo a 12 de janeiro.

AGÊNCIA LUSA: Texto

OBSERVADOR, 26 dez 2021

O Presidente russo ameaçou o Ocidente com "medidas técnico-militares adequadas"

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou este domingo que irá ponderar várias opções se o Ocidente não corresponder à sua proposta de garantias de segurança que impede a expansão da NATO para a Ucrânia.

No início deste mês, a Rússia propôs à NATO a assinatura de um acordo de garantias de segurança que previna a adesão à organização de países provenientes da ex-União Soviética. Moscovo fez esta proposta num ambiente de tensão sobre o aumento das tropas russas perto da fronteira da Ucrânia nas últimas semanas, o que alimentou o medo ocidental de uma possível invasão.

Do lado da NATO, o secretário-geral Jens Stoltenberg disse ter convocado o Conselho da NATO/Rússia para 12 de janeiro e estar em contacto com Moscovo nesse sentido, indicou este domingo um funcionário da Aliança Atlântica em Bruxelas.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avisou Putin, numa videochamada no início de dezembro, que a Rússia iria enfrentar “graves consequências” se atacasse a Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia negou a intenção de lançar uma invasão e acusou a Ucrânia de traçar planos para tentar retomar o controlo dos territórios mantidos pelos rebeldes e apoiados por Moscovo, o que a Ucrânia rejeitou.

No sábado, mais de 10.000 soldados russos voltaram às suas bases após exercícios de um mês no sul da Rússia, especialmente perto da fronteira com a Ucrânia, numa escalada de tensão.

Putin exortou o Ocidente a agir rapidamente para atender às suas exigências, avisando que Moscovo terá de tomar “medidas técnico-militares adequadas” se o Ocidente continuar seu curso “agressivo” no “limiar” do país.

Instado a especificar qual seria a resposta de Moscovo, Putin afirmou, em declarações na televisão estatal russa, que “poderá ser diversa”. “Dependerá das propostas que os nossos especialistas militares me enviarem”, acrescentou.

Os Estados Unidos e os seus aliados recusaram-se a oferecer à Rússia o tipo de garantia sobre a Ucrânia que Putin deseja, citando o princípio da NATO de que a adesão está aberta a qualquer país qualificado. Concordaram, no entanto, iniciar negociações sobre segurança com a Rússia no próximo mês para discutir as suas preocupações.

Putin adiantou que as negociações com os Estados Unidos terão lugar em Genebra. Paralelamente, também estão previstas negociações entre a Rússia e a NATO e são esperadas discussões mais amplas sob a égide da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

Nas suas declarações na televisão este domingo, Putin disse que a Rússia apresentou a sua proposta na esperança de uma resposta construtiva do Ocidente.

Não fizemos isso apenas para vê-lo bloqueado… mas com o propósito de chegar a um resultado diplomático negociado que seria fixado em documentos juridicamente vinculativos”, acrescentou o líder russo.

A Rússia anexou a Península da Crimeia da Ucrânia em 2014 e logo depois deu seu apoio a uma rebelião separatista no leste do país. Ao longo de mais de sete anos, o conflito matou mais de 14.000 pessoas e devastou o coração industrial da Ucrânia, conhecido como Donbas.

Secretário-geral da NATO anuncia reunião com a Rússia para 12 de janeiro

Nos últimos meses, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, ofereceu-se várias vezes a Moscovo para retomar o diálogo no órgão de cooperação criado em 2002, actualmente suspenso devido ao conflito na Ucrânia. No entanto, as autoridades russas ainda não responderam à intenção de Stoltenberg.

Para a reunião, a NATO “está em contacto com a Rússia”, limitou-se a indicar o funcionário da Aliança Atlântica, indicou a fonte, sob anonimato.

Nos últimos sete anos, a NATO tem denunciado frequentemente a anexação da península da Crimeia ucraniana pela Rússia, em março de 2014, exigindo respeito pela soberania territorial da Ucrânia.

A Rússia e o Ocidente acusam-se mutuamente de provocações e têm vindo a fortalecer as respetivas capacidades militares nas fronteiras comuns.

Em meados deste mês, a Rússia apresentou dois tratados, um para os Estados Unidos e outro para a NATO, resumindo as suas exigências para uma redução da escalada. Os textos proíbem o alargamento da NATO, em particular à Ucrânia, e limitam a cooperação militar ocidental na Europa de Leste e na ex-URSS, sem impor medidas semelhantes à Rússia.

A reunião de 12 de janeiro será a primeira proposta por Stoltenberg desde o anúncio das exigências russas. Para o mesmo dia está também agendada uma reunião do Comité Militar da NATO, que reúne os Chefes do Estado-Maior de Defesa dos 30 Estados membros.

Quinta-feira passada, Stoltenberg reafirmou o seu apoio à Ucrânia e a sua determinação em proteger todos os aliados da NATO contra as acções da Rússia, afirmando ainda que está aberto ao diálogo com o Presidente russo, Vladimir Putin.

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COMENTÁRIOS:

N Antunes: Já não há paciência. Estas tácticas não são diplomáticas e lembram sempre situações pré bélicas.

Sioux Boumerang: A rússia deu o seu apoio a separatistas ucranianos , vá lá lusa vocês conseguem, agora é só dizer também que a europa e os americanos apoiam os terroristas todos na síria ,  inclusive o isis , vá lá lusa vocês conseguem , será? LOL !

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