segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Talvez o desprezo seja a razão


Desprezo dos muitos “peritos” por um país, na sua menoridade a vários níveis. Mas um país que tem em seu poder, escritores da dimensão política satírica, de HELENA MATOS, não merece as arremetidas desses a quem HELENA MATOS condena, associando-os aos que por cá exibem a sua explosiva moda de pseudo decência pensante, pretendendo apagar um passado de glórias reais, desse povo (ou outro parecido) que partiu outrora do lugar que esses buscam hoje, afincadamente – não para educar como foi então, mas provavelmente para destruir, como se vai vendo… Mas desprezo me merecem esses tais do eficiente – e ridículo, naturalmente - Grupo de Trabalho da ONU.

O embuste sistémico

Vacinam-se crianças contra uma doença que quase não as afecta. O país cai para a cauda da Europa mas o Governo lança a regionalização. Uns peritos da ONU declaram-se chocados com o racismo sistémico .

HELENA MATOS         OBSERVADOR, 12 dez 2021

O embuste da regionalização. Em 2025, todos os países que chegaram à UE depois da queda do muro de Berlim já terão ultrapassado Portugal, à excepção da Bulgária (Portugal devia patrocinar a Bulgária por nos fazer o extraordinário favor de ainda ser pior que nós. Os protagonistas de amores impossíveis tinham sempre Paris para recordar os dias em que tinham sido  felizes. Portugal tem sempre a Bulgária para se convencer que é possível ter números piores). Dito doutro modo, em 2025 estaremos na cauda da UE. Mas felizmente, além da referida Bulgária, teremos a regionalização para nos poupar ao confronto com tão constrangedora realidade e, não menos importante, reforçar António Costa como um político hábil. Numa sala cheia de autarcas, durante o XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, António Costa declarou que vamos ter a regionalização. É claro que esta depende da avaliação que se fizer sobre as alterações nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) mas o primeiro-ministro já deixou claro que essa avaliação vai ser positiva. Obviamente também há que ouvir o povo mas depois de dois anos de pandemia e meia dúzia de unanimismo os eleitores perceberam que na política tal como na pandemia se têm de portar bem.

Em resumo, depois de ter desperdiçado uma conjuntura económica excelente sem ter feito uma única reforma, tendo aliás promovido tudo aquilo que impede qualquer reforma, António Costa prepara-se para fazer mais uma geringonça, ou seja criar uma engrenagem  que permita manter o PS  no poder A regionalização vai ser o cimento dessa geringonça. Costa terá um aliado venerando e obrigado na figura de Rui Rio. Obviamente a regionalização não resolverá problema algum do país e acrescentará camadas na máquina do Estado. Mas o embuste da regionalização vai distrair o país de si mesmo.

O embuste do racismo sistémico. É dos livros: os peritos da ONU que visitam Portugal partem sempre chocadosOs últimos chocaram-se com a presença do “passado colonial” e afiançam que “Portugal ainda tem uma narrativa colonial tóxica”. Já tivemos peritos da ONU chocados com a austeridade ou com os despejos (infelizmente nunca se chocaram com as medidas que levaram o país à falência ou com as consequências do congelamento das rendas). Agora, e como não podia deixar de ser, temos os peritos da ONU chocados com o racismo em Portugal. Afinal para cada fase da agenda da esquerda temos os peritos da ONU adequados!

Os peritos que agora nos visitaram integram o Grupo de Trabalho da ONU sobre Afrodescendentes, identificação que em si mesma gera alguma confusão pois, segundo a ONU Newsas especialistas deste grupo “não são contratadas pelas Nações Unidas e nem recebem salários”. Apesar  da sua indefinida situação laboral, as especialistas nesta sua viagem a Portugal  trabalharam muito e muito rapidamente: chegaram a 29 de Novembro e a 8 de Dezembro já davam uma conferência em que se declaravamsurpreendidos e chocados com os relatos sobre brutalidade policial, mas também com a presença do passado colonial português.Como tinham chegado a tais conclusões enquanto viajavam entre Lisboa, Porto e Setúbal? Na verdade, os membros da delegação, que umas vezes são tratados como “as especialistas” e outras como “os peritos”, encontraram-se com os activistas do costume e repetiram-lhe quase ipsis verbis o argumentário e as reivindicações, nomeadamente a de alteração dos programas de História e respectivos manuais que pelo tom das declarações produzidas nenhum destes peritos alguma vez viu à frente.

Para compor o ramalhete das indignações à medida, em tudo o que mexia estes peritos entreviram racismo: morreu um preso numa cadeia portuguesa? É racismo. Um táxi recusa-se a entrar na Cova da Moura? É racismo. A propósito desta ida de táxis à Cova da Moura não posso deixar de sugerir aos peritos que, da próxima vez que vierem a Portugal, se instalem num hotel próximo da Cova da Moura. Desse modo constatarão os inúmeros problemas que afectam os residentes da zona, sejam eles afrodescendentes, celtiberodescendentes ou visigododescendentes: insegurança em algumas ruas; falta de transportes públicos; um centro de saúde a funcionar num prédio de habitação; uma saída da estação de comboio (a da Damaia) fechada (há mais de dez anos!!!) precisamente para o lado da Cova da Moura e da Damaia de Cima… (A outra sugestão é que aproveitem a permanência nessa zona para abordarem as diversas expressões do  racismo entre afrodescendentes e  entre afrodescendentes e ciganos. Acreditem que vão ter matéria para vários relatórios.)

Todo o arrazoado dos peritos não passaria de um conjunto de mistificações rotineiras — a colagem dos peritos da ONU às teses da esquerda (ou vice-versa) tornou-se uma rotina sobretudo no campo dos direitos humanos — caso não tivesse consequências e estou certa que vai ter: segundo aqui se informa  “estes peritos vão em 2022 apresentar um documento completo sobre a visita a Portugal ao Conselho de Direitos Humanos. Obviamente lá teremos então a reivindicação de mais um observatório, de mais uma comissão, de mais cargos… tudo legitimado pelo rótulo “peritos da ONU”.

Por fim e porque há que descarbonizar, vamos poupar-nos a viagens inúteis: se o peritos da ONU vêm a Portugal fazer de megafone das teses do senhor Mamadou, podem muito bem ficar em casa bastando-lhes mandar de lá as opiniões próprias e alheias devidamente assinadas. Pelo menos contribuíam para a salvação do planeta como agora é moda dizer.

O embuste da protecção das crianças. Enquanto se lança uma campanha de vacinação para crianças contra a COVID, doença que praticamente não afecta as crianças, cresce, sem que isso cause qualquer perturbação, o número de crianças internadas por infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR) que está na origem das bronquiolites. Em Portugal, cerca de 20% das admissões hospitalares de crianças com menos de dois anos têm como motivo uma bronquiolite aguda. Apesar do seu elevado contágio até  agora não se fechou nenhuma creche por aí existirem crianças infectadas com o vírus sincicial respiratório. Não se isolou ninguém por ter um irmão, um colega ou um filho com bronquiolite. Por mais estranho que tal pareça a quem veja o estado de pânico provocada pela COVID, nos Cuidados Intensivos não existem crianças com COVID mas sim com bronquiolites. Entre Julho e Dezembro, tiveram de ser ventiladas trinta das crianças internadas no Hospital de Santa Maria com bronquiolites. A  maior parte delas tinha menos de um ano, como explicou o pediatra intensivista Francisco Abecasis, na SIC. Se queremos mesmo proteger as crianças temos de falar de bronquiolites e não de COVID.  Mas é como se nas perguntas dos jornalistas e nas respostas dos políticos apenas existisse espaço para a COVID.  O embuste tornou-se o novo normal.

REGIONALIZAÇÃO   PAÍS   RACISMO   DISCRIMINAÇÃO   SOCIEDADE   CORONAVÍRUS   SAÚDE PÚBLICA   SAÚDE POLÍTICA 

COMENTÁRIOS

Castro: Excelente, mas faltou referir o embuste das "alterações climáticas".           Don Duarte de Bragansa: De acordo com a SIC o Rendeiro vai ficar na prisão de Gauteng, onde um cuzinho branco não permanece inviolado durante mais de dois dias e por sete matumbos pretos de cada vez. Três vezes por dia. Viva o Rei de Portugal!            Jorge Tavares: É a criminalização do passado. Os que viveram no séc. XVI ou no XVIII, não pensavam como um activista radical dos tempos de hoje, nem tinham os seus hábitos. A essa diferença, chamava-se antigamente "História". Agora, chama-se "crime" - porque segundo esses combatentes da guerra cultural, só por criminalidade é que o passado não é igual ao presente. Para os revisionistas radicais, não há "intercâmbio de culturas". Tudo do passado é reduzido ao "império", retratado como uma espécie de nazismo intercontinental, onde só terá havido escravização e genocídio. Só nosso, nunca dos outros: querem ensinar a História aos portugueses, como se no século XVI tivéssemos sido uns nazis, entre uma generalidade de povos fofinhos, já na fase de convívio pacífico de algum fórum internacional.         Maria Augusta: Não há  milagres, com uma população maioritária e cre-ti-na-mente xuxo-comuna do 26 de Abril, queríamos  o quê? -Enriquecimento? -Desenvolvimento em função de um sector privado que seja o motor poderoso de uma Economia que cria emprego e riqueza e que não  seja parasitada por um Estado macrocéfalo que carrega de impostos as empresas e as pessoas? -Melhor SNS? -Melhor Educação? -Maior apoio aos verdadeiramente pobres? -Melhor Democracia? Lamentavelmente não é possível.  Resta-nos a cauda da Europa, estamos lá bem, é o nosso lugar por merecimento e direito. Um orgulho!         Duarte Correia: A região andaluza talvez seja maior do que Portugal. Bem vistas as coisas, Portugal é uma região, um canito que quer ladrar com voz grossa como um cão a sério.       Ediberto Abreu: Cada vez que vejo o Costa até os pelos da nuca se eriçam...tenho receio que ele prometa mais alguma coisa...          vitor Manuel > Ediberto Abreu: Não é preciso prometer mais. Com a ratificação do dito Acordo de Mobilidade da CPLP, haverá dias muitíssimo piores. Mas esta canalha de povo que unicamente se preocupa-se com o próprio umbigo, só tem o que merece.  Enquanto não transformarem a maior parte do país numa gigantesca Cova da Moura, não descansarão.        Álvaro Venâncio: Excelente.  MCMCA A: Costa sempre resolveu os problemas criando comissões e agora vai fazer o mesmo no país paralisado: vamos criar a regionalização. Sempre a empurrar com a barriga para a frente satisfazendo clientelas com tachos. Relativamente às vacinas é paradigmático do estado doentio de uma sociedade que não tem pejo de afirmar usar as crianças como escudo dos mais velhos. É o vale tudo. Quanto ao racismo as orientações da ONU vão no sentido de criar uma guerra racial e não de a evitar. Primeiro potenciando uma imigração extensa de África e depois instigando ódios entre as diferentes tribos humanas. O mundo tem gente a mais e não existe uma guerra de extermínio envolvendo países ocidentais (as últimas guerras europeias envolveram os Balcãs e foram de pequena extensão quando comparadas com a WW I e II). É tempo de vir mais uma em ambos os lados do Atlântico para remover da face da terra umas centenas de milhão se possível. A política da ONU visa uma diminuição da população mundial e disso não existem dúvidas: desde os programas educacionais para crianças e jovens onde a disforia sexual é usada sem critério para catalogar e tratar hormonalmente pessoas, impedindo-as de vir a ter filhos, até à instigação de ódio racial em países onde ele é minímo.             J FerreiraMCMCA A: Pois olhe que isso da diminuição da população ( ocidental ) já me passou pelo pensamento tendo em conta o que vejo a acontecer.          Jorge Tavares >MCMCA A: O socialismo sempre teve necessidade de colocar as pessoas, umas contra as outras. Empregados contra empregadores Inquilinos contra senhorios Novos contra velhos Mulheres contra Homens Residentes contra turistas Professores contra os pais dos alunos etc, etc, etc       f Teixeira: Não somos um país racista mas, com o esforço de Mamadous e BE's em geral, com toda a publicidade que conseguem, vamos tornar-nos racistas. Eles vão acabar por conseguir o que querem: ter razão, nessa altura vai acabar tudo à batatada e os Mamadous também vão levar. Depois queixem-se, nessa altura terão razão!            Lourenço de Almeida: tem 100% de razão em tudo o que diz neste artigo.            S Belo > Joaquim Rodrigues: Palpita- me que a regionalização vai aumentar exponencialmente o número de comensais à  mesa do orçamento.            Simplesmente Maria: Há um belíssimo animal que de tão acossado vive em permanente alerta. Cumpre a meritória e democrática tarefa de lançar o aviso para a comunidade dos perigos irreversíveis do embuste. Esse animal é a suricata. Também nos humanos há pessoas de inteligència superior e sentidos bem despertos como a autora,  que cumprem a tarefa social de denunciar e avisar a comunidade para o perigo do embuste. Muito obrigada!         Gonçalo Leite: Não acho que a regionalização tenha que ser um embuste e que vá aumentar as camadas de estado. É tão velha a ideia da regionalização como a ideia que não é necessário e basta descentralizar, ora nunca tivemos uma regionalização, e tivemos inúmeras promessas de descentralização que nunca foram cumpridas. Então vejo que a regionalização é o único caminho que temos para nos vermos livres do centralismo de Lisboa, que há anos que não deixa os restantes Portugueses viverem e desenvolver o seu território sem o Ámen de Lisboa. Sim também não podemos confiar no António Costa e no Rui Rio, mas pelo menos tentamos fazer de forma diferente, permitindo tentar resultados diferentes. Se servir para retirar o funcionalismo público de Lisboa, já é uma grande vitória.          João Floriano > Gonçalo Leite: Deveria ser como diz mas levantam-se algumas questões: os centros de decisão criados devido à regionalização terão capacidade para levantar as suas próprias verbas e promover o seu desenvolvimento ou vão continuar a olhar para Lisboa e a fazer o seu orçamento consoante o que lhes é enviado? Pode também acontecer que o poder central se sinta «desobrigado» de apoiar as regiões. Nesse caso o desiquilíbrio seria ainda maior do que é hoje. O funcionalismo público não vai sair de Lisboa nem dos locais onde comodamente se instalou. Vão ser criados mais funcionários públicos para promover a ligação entre as regiões e o poder central, além de que haverá um aumento acentuado do pessoal «regionalizado». Se já temos verdadeiros caciques locais, o seu número certamente aumentará com a regionalização.         J. Saraiva: Relativamente aos peritos da ONU, uma das coisas que vieram avaliar foi (segundo o que disseram) a afrofobia "Aversão ou hostilidade por África, ou quem é Africano"... - Um Angolano, Moçambicana brancos, podem ser alvos de afrofobia? - Se forem, podem utilizar o SOS Racismo por serem Africanos? Tendo em conta, que tenho brancos e negros na minha família, uma vez perguntei a uma negra se poderia utilizar o SOS Racismo. Ela disse-me que não, porque sou branca e devo se entender criar um SOS Racismo para brancos. - Os Uigures que estão em campos de trabalhos forçados na China, são alvos de racismo? E as castas na Índia? Mesmo, mesmo, o que eu acho é que muitas vezes os piores racistas, são os falsos anti-racistas, e que estes peritos têm a importância que lhes dermos.           Amilcar Alhão: Os países que deixaram o socialismo, estão mais ricos. Nós, que abraçamos entusiasticamente o socialismo, estamos mais pobres. Qual é a surpresa??? Quanto ao racismo, só posso dizer que INFELIZMENTE não o somos, ou quando somos não somos o suficiente. E é fácil de comprovar a desgraça dessa lacuna pelo que tem sucedido ao Ocidente, à Europa, e a Portugal em particular. Somos demasiado benevolentes e tolerantes para quem só nos ataca, nos quer mal, nos prejudica, pessoas que recebemos sem termos qualquer obrigação para tal, e para os seus aliados, os traidores da Esquerda.        João Floriano > Amilcar Alhão: Mas continuamos a dar palco a estes mentirosos, eles sim, verdadeiros racistas. O grupo da ONU que veio passear a Lisboa e tirou as brilhantes conclusões que aqui podemos ler, deveria ter sido confrontado sobre o processo de recolha de informação. Em vez disso elaboram um documento com uma série de inverdades que certamente será muito útil para uma certa figura menor/menoríssima da política nacional pedir um gabinete de apoio aos direitos humanos com orçamento próprio………………………………Tiddly Winks: Parabéns mais uma vez por dizer as verdades nuas e cruas. A das bronquiolites  é um facto que é verdadeiro visto já se ter passado mais de um caso na minha família.  Quando aos “peritos” da ONU, quem liga a este órgão estafado e que hoje se tornou um porta voz da Extrema Esquerda?         Paulo Cardoso > Tiddly Winks: O progressismo da extrema esquerda começa a tomar conta da esquerda moderada e mesmo do centro. A ONU, o parlamento europeu e mesmo o fórum económico mundial, são um espelho dessa realidade. A ONU, apesar de estafada, ainda tem muito visibilidade. O progressismo é ávido de visibilidade. A ONU será cada vez mais, o palco preferencial dos progressistas e, ao mesmo tempo, aquele que vai proporcionar a catequização de mais fiéis. Eu não me encontro assim tão tranquilo.          Zé Pagador: Parabéns pela denúncia do logro…………………………………………….

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