sábado, 4 de dezembro de 2021

Ouçamos o hino:


https://youtu.be/akLA3M-2y-k

E agradeçamos -  quer ao atencioso coro de Nagasaki, no seu português correcto, e canto sóbrio, quer ao Dr. Salles que soma e segue, no seu propósito reconstrutor de um mundo que vamos deixando fugir, das brumas da memória

PORTUGAL E O JAPÃO

 HENRIQUE SALLES DA FONSECA

A BEM DA NAÇÃO, 04.12.21

Corria o ano de 1543 quando Fernão Mendes Pinto e Francisco Zeimoto chegaram à ilha japonesa de Tageshima e…

tudo começou

… até os japoneses perceberem que nós éramos comerciantes e não piratas. Assim, vendo grande utilidade na nossa presença, atribuíram-nos a gestão de Nagasaki onde estabelecemos uma feitoria. Ali aportava a «nau do trato» que, por concessão do nosso Rei, procedia à comercialização da prata japonesa na China (através da já nossa Macau) e sedas e porcelanas chinesas no Japão.  Este, o trato (comércio) que foi de grande proveito a portugueses, chineses e japoneses. A ponto de ainda hoje Nagasaki celebrar Portugal.

O porto de Nagasaki fez 450 anos, no dia 20 de novembro, e para comemorar o feito, o coro masculino daquela cidade cantou o hino nacional português para simbolizar a importância de Portugal na sua história, uma vez que foi o povo português que abriu as portas de Nagasáqui ao mundo, em 1571.

https://youtu.be/akLA3M-2y-k

Mas – e há sempre um «mas» que muda as coisas – no período filipino, os Dominicanos espanhóis de Manila (sua sede no Oriente) quiseram expulsar os Jesuítas portugueses do Japão (sediados em Nagasaki) e tantas fizeram que Toiotomi Hideiochy (equivalente a Primeiro Ministro) se zangou e expulsou os católicos do seu país. Na sucessão de intrigas religiosas se enquadram as piores consequências dentre as quais a penalização pelo fogo dos que a Santa Sé reconhece como «os 16 mártires do Japão» que, curiosamente, são 18.

Eis como no Império do Sol Nascente – a que então chamávamos Cipango – o catolicismo foi substituído pelo calvinismo com os holandeses a esfregarem as mãos de contentes.

Mas é Portugal que ainda hoje os japoneses celebram.

Apaguemos os telejornais e honremos os nossos maiores.

Tags: história

COMENTÁRIOS

 Rui Bravo Martins  04.12.2021  12:48: Comovedor e Honroso. Ainda bem, que este ano, este tema tenha sido falado em algumas redes sociais, mas completamente ignorado quer pelo Governo quer pela Comunicação Social.

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