É do que trata o texto de tanto
interesse histórico, sobre os celtas e a sua civilização, superior, ao que
parece, à romana, que nos faz viajar pelas origens dos nossos povos das
próprias províncias, do Minho ao Algarve. Só o Dr. Salles para nos enfiar
nestes interesses arqueológicos, muito diversos dos que inspiravam os poetas do
passado, como Cesário Verde, preso a lamechices
ambiciosas de calibre ainda exploratório, profundamente reprovável:
Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas
ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!
Todavia, hoje, que assentámos praça, temos um primeiro-ministro a viajar-se
por essas Europas, não propriamente em busca das suas raízes, mas dos apoios e
pancadinhas nas costas, no seu trabalho de recolha de resultados frutíferos…
HENRIQUE
SALLES DA FONSECA
A BEM DA NAÇÃO, 15.12.21
O texto de Francisco Gomes de Amorim intitulado
«OS CELTAS» que publiquei em Maio de
2015, cuja (re)leitura sugiro vivamente em …
https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/os-celtas-1422373
… mereceu ao longo dos anos alguns
comentários de que destaco os seguintes:
Berta
Brás
31.05.2015 19:24: Curiosíssimo. Os bordados e trajes e profusão dos ouros
minhotos vêm então da costela céltica. Berta Brás
Pereira
B. Benjamim 18.09.2019 09:03: Os Minhotos e os Durienses -
Douro Litoral, etc expressam bem a cultura Celta tal como em algumas regiões da
Inglaterra , Irlanda , Escócia.
Pereira
B. Benjamim 18.09.2019 08:59: Prezado Sr. Amorim. Gostei da
descrição. Ando há + de 9 anos, desde que me aposentei a pesquisar e a escrever
sobre os Kolkoi
e Mysios/Fenícios , que presentemente
são considerados o povo que mais contribuiu para o desenvolvimento da sociedade
planetária, ao contrário dos Latinos/Sabinos/Etruscos e outros tribos
confederados, se limitaram a alargar as vias Celtas ou Fenicias, para poder
circular com as carroças de 2 ou 4 rodas , semelhantes às utilizadas pelos
Hunos. A aplicar pesados tributos, aos viandantes ou
comerciantes que viviam ou passavam nos territórios conquistas pela força.
Segundo contactos e pesquisas, efectuadas nos locais de origem e/ou assentamentos
permanentes Celtas - Suécia, Polônia, República Checa, Grão Bretanha, antiga
Galiza, não eram os tais bárbaros ou vândalos , como os Helenos e
Romanos os apontavam. Como sabe são
originários da Anatólia, rumaram pelo Danúbio até Escandinávia e outros via
Mediterrâneo em barcos, deslocavam-se pela via Atlântica até Irlanda e
Inglaterra, aonde chegaram no ano 8.000 a.C. conforme vestígios recolhidos
recentemente. No respeito aos Fenícios
são originários no Monte Tur Abdin, no
planalto Ariano/Iraniano, deslocaram-se para a Mysia, outros para Tyro em data
+/- 5.000 a.C. Tomaram vários nomes, tais como Sardanas etc, sendo os pioneiros na arte de bem navegar, muito antes dos Anatólios Aqueus ,
Jonios, Aeolios, etc, depois naturalizados Helenos, apos terem ocupado o
território dos Pelasgos. Muitos escritores do antigamente realçam os
seus feitos marítimos, que afinal são dos Fenícios, enfim
escreviam para agradar a quem lhes pagava. Aqui deixo um pequeno excerto, do
que irei publicar não para corrigir ou contrariar . Cumprimentos
Francisco
G. de Amorim 18.09.2019 13:38: Senhor Benjamim
Gostei muito dos seus comentários. Obrigado.
Assim vou aprendendo. Aceite um abraço Francisco
Anónimo
12.04.2020 17:56: Andamos a aprender uns com os outros
Tiago Machado 08.12.2021 10:43: Penso que,
hoje em dia, é aceite por toda
a comunidade científica (principalmente os nossos irmãos académicos galegos)
que a Cultura Celta é proveniente da região Ocidental da Península Ibérica
sendo uma continuidade do Megalitismo Atlântico que tem as suas raízes, talvez,
no Cromeleque dos Almendres que data de 6000 ac, o mais antigo da Europa. Eles navegaram até ás Ilhas Britânicas e
depois, por terra, ocuparam progressivamente toda a Europa Central e de Leste,
celtizando e miscigenando com os locais.
Henrique Salles da Fonseca
08.12.2021 11:14
PERGUNTA: Nesse processo ibérico, onde se enquadra Ofiuza?
Tiago Machado 12.12:
Ofiúsa seria um nome ainda mais
antigo dado à Lusitânia. Entendendo
Lusitânia como toda a Orla Atlântica desde o Algarve até à Galiza. Aliás, esta
Lusitânia é descrita por Estrabão
e Festus Avieno.
A Lusitânia Província Administrativa Romana foi desenhada num mapa
pelos romanos, com interesses políticos e económicos e não corresponde à Nação
étnica Galaica ou Celta que habitava a Lusitânia (Portugal+Galiza hoje em dia.)
Ofiúza é um nome muito arcaico que descreve a mesma região
mas está associada a uma lenda, que é a lenda das origens dos Lusitanos: foi um
povo que teve de abandonar as suas terras de origem (talvez no Norte de África,
talvez a Atlântida como afirma António Quadros no seu interessantíssimo livro
"Portugal, Razão e Mistério") devido a uma invasão de serpentes. E
era conhecido como o "Povo das Serpentes". Este povo de várias tribos veio habitar o Ocidente
Ibérico.
Nas
aldeias de Portugal ainda se fala, hoje em dia, de cobras voadoras que assobiam
sons estridentes. É um assunto ainda muito presente no imaginário
popular passando em de pais para filhos e de avós para netos em histórias e
lendas. Uma cobra alada não é mais que
um dragão. (simbologia presente no Escudo da Casa de Bragança ou até
mesmo no escudo da cidade do Porto).
É
sabido que para os Celtas as serpentes tinham um significado mágico e é uma
simbologia muito presente na arte céltica até 700 AC. De notar que em Portugal
e na Galiza as antigas cidades celtas (Cultura Castreja no Norte e Centro mas
não só- Google Citânia de Briteiros; Citânia de Sanfins; Castro de Santa Luzia;
Castro de Monte Mozinho ou Castro de Santa Trega na Galiza) são muito mais
antigas do que os acervos arqueológicos celtas da Europa Central. Assim
acontece também na Irlanda, Escócia e Ocidente da Inglaterra. Nestes países os
vestigíos celtas e Proto-Celtas são bastante mais antigos do que Lá Téne e
Halstadt.
Alguns estudiosos afirmam que a capital
da Ofiússa seria Ofir, um antigo Castro Celta agora
transformado em cidade. Mas é difícil encontrar evidência arqueológica
concreta.
O que sabemos é que algumas
grandes cidades portuguesas
foram fundadas ainda pelos celtas pela etimologia dos
seus nomes antigos e por evidências arqueológicas e documentação romana. Por
exemplo, Setúbal, chamava-se Cetóbriga (nome+sufixo "Briga"
que significa forte ou castelo em gaélico, gálico ou língua celta). O rio Douro chamava-se Dwr (significa água em Galês, Dour em Bretão, dialecto
celta da Bretanha, França). Depois temos Sintra (Cyntia); Mértola
(Myrtilys); Évora (Ebora);
etc.
* * *
Considero notável o conjunto
formado pelo texto base e pelos comentários transcritos. Creio que se pode
concluir ainda haver muita matéria a merecer estudo, desafio que aqui deixo a
quem se interesse pelo conhecimento das nossas raízes mais profundas. Por
exemplo, o que aconteceu entre Ofiuza
e o Cromeleque dos Almendres? E por onde andava Endovélico?
Dezembro de 2021
Henrique Salles da Fonseca
Tags: história
COMENTÁRIOS:
Anónimo 16.12.2021 19:16:
Muito, muito interessante, mesmo eu
sendo suspeito. Abraço
Maria
Eugênia 16.12.2021 20:01: Muito interessante! Gaia
poderá derivar de Gaelic, assim como a Galícia, o que leva a pensar que os
celtas tinham influência num arco a partir do País de Gales.
NOTAS DA INTERNET:
Endovélico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Endovélico é uma divindade Céltica da Idade do Ferro venerada
na Lusitânia pré-romana. Deus
da medicina e da segurança, de carácter simultaneamente solar e ctónico,
depois da invasão romana seu culto espalhou-se pela maioria do Império Romano,
subsistindo por meio da sua identificação com Esculápio ou Asclépio,
mas manteve-se sempre mais popular na Península
Ibérica, mais
propriamente nas províncias romanas da Lusitânia e Bética…
Povoado fortificado e Santuário de Endovélico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de São Miguel da Mota)
Nota: Não confundir com o Sítio
Arqueológico de São Miguel Arcanjo,
no Brasil.
O Povoado
fortificado e Santuário de Endovélico, igualmente conhecido como São
Miguel da Mota, é um sítio arqueológico que corresponde a um antigo povoado
fortificado e um
santuário à divindade pré-romana Endovélico,
situado na freguesia de Terena, no concelho do Alandroal,
em Portugal.
Foi
construído provavelmente no Século I d.C., durante o período romano, para
substituir um outro santuário ao Endovélico, conhecido como Rocha da Mina. Porém,
a ocupação humana do local remonta a épocas muito anteriores à conquista
romana, tendo sido encontrados vestígios do Neolítico e
do Calcolítico.
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