terça-feira, 21 de dezembro de 2021

O velho conflito

 

O velho conflito

Entre as gerações, mas hoje mais grave do que nunca, por razões diversas, aqui expostas. Velhas verdades, novas verdades, que muitos disseram, (mais ainda do que os dos comentários expostos, havendo muitos outros que foram suprimidos dado o excesso de espaço ocupado), e que acrescentaram ao excelente texto de Helena Matos, que aponta, para mais, o incongruente de alguns trabalhos infantis pagos hoje, em nítida contravenção segundo a nova legislação, parece-me - os referentes ao meio artístico, por exemplo, que os mandatários de esquerda não se apressam em proibir.

Os reizinhos de hoje são os escravos de amanhã

Portugal passou rapidamente de país em que o trabalho infantil era um problema para nação que acredita que até à maioridade os jovens não podem fazer mais nada a não ser levantar um prato.

HELENA MATOs, Colunista do Observador

OBSERVADOR, 19 dez 2021, 07:26186

A notícia tinha variantes: “Três anos de prisão para homem que agrediu mulher e forçou filho menor a trabalhar.” (TVI) “O Tribunal da Relação de Coimbra (TRC) condenou a três anos de prisão suspensa um homem que agrediu a mulher e forçou o filho de 14 anos a ir trabalhar consigo nas férias escolares, em trabalhos de electricidade.”(JN) “Tribunal condena homem por forçar filho de 14 anos a trabalhar nas férias sob ameaça” (RTP)… Deixando os títulos e passando para as notícias, percebe-se que o “homem” não foi exactamente condenado por forçar o filho a trabalhar mas sobretudo pelo contexto de violência em que esse e outros factos aconteceram. Mas o que estes títulos revelam é uma estranheza não pela violência que rodeia o caso mas sim pelo facto de o homem ter forçado o filho a trabalhar. Insiste-se que o filho é menor como se tal impedisse que ele trabalhasse. Ora a lei de facto permite que um menor trabalhe.  Deixemos portanto este caso concreto que, repito, tem contornos de violência que o tribunal deu como provados, e passemos para a questão do trabalho dos adolescentes e jovens. Como passámos rapidamente de país em que o trabalho infantil era um problema real para nos tornarmos uma nação que acredita que até à maioridade os jovens não podem fazer mais nada a não ser levantar um prato da mesa e mesmo assim, quem sabe, ainda sob o grave risco de quebrarem as falangetas?

Sugerir em Portugal que um adolescente pode trabalhar nas férias ou ajudar no negócio familiar em horário extra-escolar equivale a acabar transformado num apologista do trabalho escravo de uma qualquer fábrica da Índia ou do Vale do Ave dos anos 80 do século passado. Tal como em muito outros assuntos, alimentamo-nos nesta matéria de dogmas que não resistem ao confronto com a realidade: em países muito mais ricos que Portugal é habitual os adolescentes e jovens terem trabalhos a meio tempo. Por exemplo, na comparativamente muito rica e regulamentada Noruega os adolescentes não só podem trabalhar como o fazem frequentemente. Claro que existe legislação sobre os horários, as actividades e até a fiscalidade a que (não) estão sujeitos mas vê-se como natural que um adolescente trabalhe nas férias. Mais relevante ainda, são os filhos da classe média e média alta quem mais ocupa estes trabalhos de meio tempo ou de férias, e isto é visto como uma mais valia na sua vida.

Em Portugal, defender ou simplesmente equacionar o interesse do desempenho deste tipo de trabalhos por parte dos adolescentes e jovens equivale quase a uma apologia do mau trato. A excepção a esta regra e a este preconceito é obviamente a participação em concursos, filmes, espectáculos e actividades desportivas, sobretudo se o desporto em causa for o futebol. Nesses casos toda a pressão familiar é tolerada, celebra-se como um acontecimento excepcional a contratação de jovens talentos mesmo que o jovem talento tenha quatro anos, como é o caso de Zayn Ali Salman, também conhecido como “Little Messi” contratado este ano pelo Arsenal, e aceitam-se os desmandos das famílias que algumas vezes competem na violência com o pai electricista pretexto para esta crónica.

Há duas ou três gerações as crianças e adolescentes eram tratadas em Portugal  como pequenos adultos e eram-lhes impostas responsabilidades de adultos, o que era manifestamente mau. Agora crianças e adolescentes são tratados como grandes bebés, o que manifestamente não é bom. Na verdade, a não ser viverem fixados nos diversos écrans que constituem o seu mundo, não se vislumbra outra actividade extra-escolar compatível com o seu estatuto de não-adultos.

Ora esta geração de filhos tantas vezes únicos, que são dispensados do contacto com os familiares idosos doentes porque se podem impressionar – se os pais vissem o que eles consultam on line eles sim ficariam impressionados – educados no meio de uma girândola de direitos sem deveres, habituados a ver desvalorizada a geração dos seus pais (os pais nunca estão à altura: a escola sabe sempre mais mais que eles, a televisão idem, as redes sociais mais idem ainda… já os pais esses nunca sabem nada ou o que sabiam perdeu a validade), esta geração, repito, terá um terrível despertar quando, uma vez saída sua redoma-selva virtual, descobrir as responsabilidades que lhe foram atirando para cima.

Diz-nos o Censos, agora dado a conhecer, que por cada 100 jovens portugueses, há 182 idosos. Desde 2008 que o crescimento das despesas com pensões vem sendo superior ao das receitas das contribuições. As pensões destes idosos estão a ser pagas com as contribuições que os adultos activos agora fazem. Logo, quando os adolescentes e jovens que agora são tratados como pequenos reizinhos chegarem à vida real cairão num mundo em que o proverbial conflito entre gerações deu lugar a uma disputa pelos recursos entre as diversas gerações, pois os impostos terão de subir, e muito, para que se possam pagar as pensões aos idosos. Não lhes invejo o destino.

CRIANÇAS   FAMÍLIA   LIFESTYLE   TRABALHO 

COMENTÁRIOS

Maria Narciso: A vivência plena da infância é  essencial para o desenvolvimento físico ,   cognitivo ,  emocional e social das crianças   impactando directamente na  construção de uma vida adulta saudável.  O que acontece  nesta etapa do desenvolvimento,  pode gerar traumas irreversíveis,  além de serem privadas de infância  plena   com sonhos,  brincadeiras e  educação. As crianças que  trabalham  carregam graves consequências para  a vida adulta   com impactos físicos, psicológicos e económicos,  além da perpetuação do ciclo de pobreza , repetido de geração em geração.          João Diogo: Excelente texto e e bem como diz, não lhes invejo o futuro.         maria silva: Trabalho nas férias nunca fez mal, antes pelo contrário.         Maria Narciso: Para amenizar o que vem por aí, evitando o desemprego em  massa, deve haver investimento em carreiras que envolvam criatividade e  relacionamentos, funções  que  a inteligência artificial ainda não  consegue reproduzir com precisão. Também  importa informar que a maioria das pessoas que ficarão sem emprego,  ainda não  têm competência necessária para os trabalhos que  surgirão, cabe aos Governos , Empresas, mudarem grandemente sua abordagem em relação à educação,  é  necessário uma constante  requalificação por meio da educação  online e os sistemas educacionais precisam de crescer com os sistemas  produtivos e portanto a saída passa necessariamente por investir na educação profissional com ênfase em matemática,  ciência …        Maria Emília Santos Santos: Acho melhor ensinar a profissão de electricista do que ensinar ideologia de género Pedro Pedreiro > Maria Emília Santos Santos: Apoiado!            Antes pelo contrário: Amanhã, a inteligência artificial vai eliminar as pessoas inteligentes - e os outros, se forem úteis serão escravizados, se forem inúteis serão eliminados e transformados em Soylent Green...           V. Oliveira: Muito bem Helena Matos. Artigo perspicaz! Desconhecia essa prática da Noruega, que é bem salutar em vários aspectos. Não haja a menor dúvida.            Liberal Assinante do Local: O destino é há muito conhecido, é a emigração, que comporta consigo uma dolorosa aterragem na realidade das coisas, não na realidade das "playstations" e das "redes sociais". Quanto às "merecidas pensões caviar" dos seus maravilhosos progenitores, o destino é a extinção do caviar. Que pena...          Antes pelo contrário: Quem nasceu depois do 25 de Abril não sabe que antigamente aquilo a que os esquerdistas "urbanitas" - ou seja que nasceram na urbe - passaram a chamar "trabalho infantil" não tinha nada que ver com a verdadeira exploração infantil que sempre existiu e continua a existir nos países do 3º Mundo que eles adoram... ...o que havia, eram duas situações distintas: As crianças que aprendiam de pequenas a cuidar da terra e dos animais, ou a tratar dos pequenos negócios familiares, ajudando os pais e o resto da família, e muitas vezes continuavam as actividades dos pais, e As crianças - em geral mais crescidas - que os pais mandavam aprender uma profissão, fosse padre, serralheiro, motorista, ou sopeira, em geral combinando eles próprios com as pessoas que iam tomar conta das crianças ou adolescentes, e ficando muito agradecidos a quem os albergava, alimentava, tinha a paciência de lhes ensinar alguma coisa e ainda lhes pagava algum salário. E - NÃO - isto não foi uma invenção do "Estado Novo", era o que já vinha de trás, provavelmente desde o início da era industrial ou até antes. Assisti eu, em adolescente, na província, DUAS vezes, à mesma cena que era a GNR - andavam sempre aos pares - ir a casa de famílias que não mandavam as crianças à escola, buscar as crianças - contra a vontade dos pais - para as levarem pela mão à Escola que era pública e gratuita. Mas foi através do trabalho que muitos rapazes aprenderam ofícios que lhes asseguraram o sustento. As raparigas, em geral aos 14 ou 15 anos procuravam arranjar lugar de criadas em alguma casa de família. E não se pense que só as pessoas "ricas" tinham criadas... A minha mãe, ao longo dos anos, teve várias, e depois de uma senhora Maria que esteve lá em casa muitos anos se ter reformado e voltado "para a terra", vieram sucessivamente três raparigas analfabetas da província, que a minha mãe ensinou e formou, e duas delas até se casaram e levaram dote e enxoval oferecido pelos meus pais! Nenhuma delas saíu de lá de casa sem saber ler nem escrever, cozinhar, passar a ferro, etc. Mas em casa dos pais onde viviam, só sabiam pegar numa enxada e tratar das galinhas e das cabras porque não havia mais ninguém que as ensinasse. E o trabalho não digo de crianças, mas de menores, nem era mal visto, nem era de maneira alguma pernicioso, a não ser quando havia abusos, mas esses, infelizmente, não desapareceram. Eu que estudei e fiz a faculdade, arranjei sozinho o meu primeiro emprego aos 15 anos, à margem dos estudos, pois queria ganhar algum dinheiro. Foi numa biblioteca, a fazer fichas de livros e a atender as pessoas. E fiz o resto do liceu e toda a faculdade a trabalhar, excepto num ano em que não arranjei emprego. Eu sei que já quase ninguém sabe do que eu estou a falar, mas o trabalho dá força e disciplina. E na minha opinião todas as crianças deviam ser ensinadas sobretudo a trabalhar. Pois mais até do que o estudo, é isso que lhes vai permitir passar de uma profissão a outra, adaptando-se a diversas situações, aprender coisas, e assegurar o seu sustento e o das suas famílias ao longo da vida! Uma nota, para quem desconhece outro fenómeno: é que havia Serviço Militar obrigatório, mas apenas para os rapazes. E na tropa, os que não soubessem, eram obrigados a aprender a ler e a escrever. A narrativa de que "o Estado Novo não queria que as mulheres soubessem ler" é uma mentira. Muitas não sabiam ler, era porque os pais não as tinham deixado ir à escola, e não tinham que ir fazer serviço militar... ...em vez disso, ou se casavam e o marido é que trabalhava e elas ficavam em casa, ou então ficavam solteiras e acabavam a tomar conta dos pais quando eram velhos. No fundo, viviam do trabalho na mesma.               Antes pelo contrárioAntes pelo contrário: Mais uma nota: antes de o dr. Mário Soares ter proibido os vendedores ambulantes, muita gente conseguia subsistir com pequenas profissões como engraxador, ardina, marçano, vendedores e vendedeiras de toda a espécie de frutas e legumes, peixeiras, o carro do "pitról", que também vendia carvão, petróleo para os candeeiros, álcool desnaturado, pavios, velas, e os "espevitadores" que era necessário utilizar de vez em quando para desentupir o buraquinho do fogareiro a petróleo, e ainda os amoladores que consertavam guarda-chuvas e afiavam facas e tesouras, limpa-chaminés, padeiros que distribuíam pão de bicicleta, a carroça da "Água de Caneças" com aquelas bilhas todas enormes com rolha de cortiça e rótulos de papel de diversas cores, umas vezes rosa, outras verde ou amarelo, mais os carteiristas, as profissões do Tejo e do Porto de Lisboa, e toda uma escala social de "meninas" que ia desde as que andavam ali pelo Intendente ou pelo "Caixidré", passando pelas dos bordéis, ou as do Parque Mayer, mais aquelas que se reformavam e passavam a "madames", ou arranjavam um cavalheiro que lhes punha casa, etc. Quase toda esta gente começava de pequenina...      Henrique Mota > Antes pelo contrário: Magnífico e real retrato desse ambiente. Creio que nos outros países da Europa a realidade não seria muito diferente, embora com as “nuances” das culturas vigentes. E não se evoque o Salazarismo. Que independentemente da questão da liberdade, que seguiu a tendência europeia e atrasou-se quando aquela mudou, do ponto de vista económico Portugal, estava comparativamente melhor que hoje.          Fernando Bernardo: Todos os dias vemos jovens a fazer coisas extraordinárias, D. Velhinha do Restelo, não sei como não morre com tanto fel.          delio morgado: Na Islândia é normal os adolescentes trabalharem nas férias, já os pais o  faziam              Fernando Prata: Excelente artigo. Estou completamente de acordo com a autora. A sociedade portuguesa está a sofrer com o paradigma da oferta versus procura, relativamente aos jovens. Como os jovens são cada vez menos, proporcionalmente, eles são vistos como "algo" cada vez mais raro e portanto o valor que a sociedade lhes atribui é cada vez mais alto. Esse valor traduz-se em deixar que os jovens façam e não façam o que bem lhes apetece, parecendo que só têm direitos e não têm quaisquer deveres. Tenho mais de sessenta anos e nos últimos anos tenho trabalhado com muitos jovens, dos quais posso dar muito boas referências e por isso, não gostava de colocar todos os jovens no mesmo "saco", mas é um facto, que a maioria tende para o desrespeito, a falta de educação, a falta de empenho nas actividades sociais, sejam o trabalho, o voluntariado ou até mesmo o estudo. Grande parte dos nossos jovens nasceu depois do ano 2000, e encontrou um país em ascensão económica, com dinheiro barato e todo o tipo de facilidades. Os pais que tiveram nessa época um aumento do poder de compra, tudo quiseram dar de bom aos filhos (como é óbvio!), o que faz com que grande parte dos jovens não faça ideia do que é viver com dificuldades.             Mário Bravo > Fernando Prata: Perfeitamente de acordo com o que é escrito. O que me arrepia, sempre e de modo intenso, é a falta de nível educacional dessa camada da população (os chamados " jovens "). Tenho 75 anos e se calhar é por aí que vai a minha revolta com esse comportamento. Fomos habituados e respeitar as senhoras e os senhores de certa idade.!! Hoje, temos receio de falar ou dizer algo de reprovação ou não concordância - seremos insultados ou até pior do que isso. Enfim  … fico triste.            Manuel Martins: Excelente análise.  A "geração mais bem formada de sempre " é uma falácia.  É sim a geração mais mimada e impreparada de sempre.  Não afirmo que não tenhamos jovens excelentes,  dinâmicos, cheios de talento, mas infelizmente a regra  não são esses.          Maria Narciso: Não  são as crianças que têm  de trabalhar ,  o feudalismo felizmente já foi erradicado há  muitos anos.

Temos de olhar para o futuro, a solução  não  passa por regredir.  É imperativo medidas que passam por reduzir a miséria e a desigualdade social aliada a um sistema educacional precário que  não  permite o desenvolvimento  social da população de  baixa  renda.            Antes pelo contrário > Maria Narciso: Se algum dia tivesses tido que trabalhar... não dizias essas baboseiras.         joao diasMaria Narciso: Aquilo que você escreveu é uma mão cheia de nada.         Manuel Rodrigues > Maria Narciso: É imperativo tomar medidas . Ajudar as crianças a  crescer física,  emocional e  mentalmente  Criarem  hábitos de trabalho e a sua independência  global Deixarmos de as infantilizar Abdicarmos de utopias e demagogias  tolas ...          Maria Narciso > Manuel Rodrigues: Sem dúvidas que  sim , mas tudo a seu  tempo. Por alguma razão  não  nascemos já  adultos, as crianças  têm  direito a serem crianças,  não se colocam filhos no mundo com a união  função  de trabalhar, a vida é  muito mais que isso.            João Afonso: Estão reunidas as condições para a tempestade perfeita. O declínio demográfico associado às mudanças sociológicas impostas pela esquerda radical, vão ter um resultado catastrófico. Os jovens são cada vez mais mal preparados para a via adulta e activa, e quando lá chegarem irão encontrar responsabilidades que nenhuma geração antes deles encontrou.   Portugal definha, está em declínio há décadas porque perdeu a alma.          Carlos Vito: Ontem vi imagens da vacinação das crianças e os cuidados extremos em distraí-las enquanto decorria a espera ou até mesmo durante a tomada da vacina. Além do acompanhamento personalizado e das palavras proferidas de apaziguamento, não fossem as criancinhas desmaiar, circulavam palhaços e animadores na sala. Pareceu-me ridículo. Lembro-me bem das vacinas que tomei na mesma idade, por exemplo o BCG e não havia nenhuma destas fantochadas. Cada vez mais se infantilizam os jovens e tratam como atrasos mentais! A idade adulta e responsável está cada vez mais longe, por isso alguns nunca a vêm a alcançar.          Candida Gil > Carlos Vito: Eu também vi e fiquei pasmada!!! As crianças com estas idades já tomaram várias vacinas que constam do plano nacional de vacinação e portanto já não deviam estranhar. Aquele aparato todo só demonstra como agora são tratadas as crianças ...como incapazes e sem capacidade de se proteger e como incapazes de raciocinar !             Antes pelo contrário > Carlos Vito: No meu tempo fazíamos fila no páteo da escola, em silêncio, pois ninguém podia falar nem andar aos pulos, e tomávamos a vacina um a um sem birras nem resmunguices. Era igual para todos. Sempre achei o melhor sistema. ………………………………………

 

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