segunda-feira, 31 de julho de 2023

E tudo isso já se subentende

 

No velho argumento “racional” pascalino de que “o coração tem razões que a razão desconhece”, o qual, evoluindo em termos de amadurecimento moral, tão expressivo hoje nos discursos da sensibilidade, descamba, por vezes, também, em saliência muscular, que as leis físicas da matéria demonstram possuir gabarito vitorioso nestes tempos essencialmente de afectos e de folclore, com, além disso, muitas tatuagens de permeio, para uma representatividade de saliência igualmente emotiva e muito pessoal, essa.

O que é isso de descolonizar o conhecimento? – Parte II

O paradigma identitário afasta a utilização de ferramentas aperfeiçoadas durante séculos, como o raciocínio lógico, a procura pela objectividade, o conhecimento como troca de argumentos e explicações.

PATRÍCIA FERNANDES Professora na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto

OBSERVADOR, 31 jul. 2023, 00:181

Em As Identidades Assassinas, o escritor Amin Maalouf procura compreender o fenómeno complexo da identidade, considerando o crescimento das animosidades civilizacionais que eram já notórias no final do século XX e que se agravaram no novo século. De acordo com Maalouf, o ressentimento que certas identidades sentem pela modernidade e pelo Ocidente deve-se ao facto de este ter avançado muito rapidamente, em resultado das enormes proezas científicas e tecnológicas da modernidade, enquanto as restantes civilizações pareciam estagnar – o que gerou um forte conflito entre modernização e identidade: “Como podemos modernizar-nos sem perder a nossa identidade?; Como assimilar a cultura ocidental sem renegar a nossa própria cultura?; Como adquirir o saber-fazer do Ocidente sem ficar à sua mercê?”

O avanço tecnológico e científico legitimou, de facto, o processo de colonização do século XIX, entendido como a missão dos europeus enquanto projecto civilizador, e deu origem à oposição entre povos civilizados e povos bárbaros ou primitivos – embora, e como sempre acontece no trama complexo da vida real, esta visão tenha convivido com uma romantização dos povos selvagens, muito na tradição de Jean-Jacques Rousseau e do seu elogio, no Segundo Discurso, à liberdade dos selvagens por oposição às dependências, sociais e materiais, dos civilizados.

Esta missão civilizadora do Ocidente partia da ideia de que os valores e o conhecimento europeus eram universais e objectivamente bons, pelo que deveriam ser adoptados globalmente, não só em termos ético-políticos (e é por isso que falamos em Declaração Universal dos Direitos Humanos), mas também em termos científicos, com as universidades a adoptarem os princípios, as teorias e os valores da ciência moderna. A consequência foi ter-se relegado para as margens outras tradições e formas de conhecimento – fenómeno que Boaventura de Sousa Santos designa como epistemicídio.

Como vimos na Parte I, é esta mentalidade colonialista que os estudos pós-coloniais pretendem desconstruir para que se possa afirmar uma descolonização completapelo que o argumento identitário exige o reconhecimento de que a Razão, a Ciência e o Conhecimento são fruto, não de conquistas humanas universais, mas do Ocidente e da branquitude. Como tal, os princípios de justiça social exigem uma revisão conceptual da natureza e conteúdo do conhecimento, bem como dos seus modos de produção.

As ferramentas do amo

A ideia de revisão conceptual é regularmente representada pela frase da poetisa Audre Lorde de que as ferramentas do amo nunca poderão desmantelar a casa do amo: para a visão identitária, é necessário amadurecer novas formas de falar e pensar para que o processo de descolonização se efective. E no que diz respeito ao conhecimento, isso passaria por abandonar aquilo que Grada Kilomba designa como os três mitos do Ocidente branco: o mito do universal, o mito da objectividade e o mito da neutralidade.

De acordo com o pensamento pós-colonial e descolonizador, o conhecimento tem um carácter essencialmente subjectivo, ou seja, o nosso modo de conhecer depende do modo pessoal como experienciamos a realidade e não pode, por isso, ser reconduzido a uma experiência universal. Já abordámos este argumento a propósito do conceito de lugar de fala e das chamadas standpoint theories, ou teorias do ponto de vista, que defendem a ideia de que a nossa posição social condiciona o modo como percepcionamos e experienciamos a realidade, pelo que a nossa identidade constitui a fonte de um conhecimento específico.

Partindo deste argumento, o que o pensamento pós-colonial defende é que 1) não é possível falar em conhecimento universal, na medida em que não há uma experiência única do mundo e da realidade; 2) se a experiência depende da nossa identidade também não somos objectivos quando fazemos ciência: limitamo-nos a formalizar a nossa experiência pessoal; 3) e isto significa que também não há neutralidade, porque a nossa visão depende dos interesses que são mais favoráveis à nossa identidade.

Este raciocínio está no cerne do pensamento pós-colonial, como podemos ver no manifesto do movimento Rhodes Must Fall.

É absurdo que pessoas brancas tenham alguma coisa a dizer sobre se a estátua deve permanecer ou não, pois elas nunca poderão empatizar com a violência profunda que é exercida sobre a psique dos estudantes negros. A nossa dor e nossa raiva estão no centro da razão pela qual a estátua está a ser questionada, logo esta dor e esta raiva devem ser respondidas de um modo que apenas nós podemos definir.

A consequência aqui defendida está em sintonia com a ideia de experiência subjectiva do mundo: só aqueles que são alvo de violência podem compreender verdadeiramente essa violência e por isso apenas estes podem decidir que actos são necessários para terminar/corrigir essa violência. E tratando-se de uma experiência subjectiva, as emoções assumem um lugar central na discussão pública: raiva e dor substituem as obsoletas ferramentas racionais centradas em argumentos e factos. Assim, continua o manifesto:

Deve ser sublinhado que a pressão para o diálogo acerca da estátua reflecte a normalização perturbadora da colonização e da supremacia branca na UCT. Que a presença de Rhodes seja vista como debatível mostra que a gestão [da universidade] não leva seriamente em consideração a terrível violência realizada contra as pessoas negras histórica e presentemente.

Importa reforçar a conclusão da perspectiva subjectiva: se tudo depende da nossa experiência pessoal, então o diálogo e o debate tornam-se inaceitáveis.

A impossibilidade de diálogo

Esta parece-me ser a mais perigosa consequência do argumento identitário: ele esvazia a possibilidade de diálogo. E não digo isto naquele sentido hoje quase trivial de que a sociedade está muito polarizada e as lutas culturais (que são identitárias) impedem o diálogo. Digo-o em sentido académico, não esquecendo que o fito dos movimentos pós-coloniais é descolonizar as universidades. Vejamos porquê.

O trabalho académico, independentemente da área a que nos referimos, traduz-se essencialmente num jogo de dar e pedir razões (para roubar a expressão de Wilfrid Sellars) sobre um determinado assunto. Essas razões podem ter um caráter mais quantitativo, como acontece nas chamadas ciências duras, e traduzir-se numa linguagem mais rígida, até numérica; ou podem ter um caráter mais qualitativo, e ganhar forma numa linguagem mais literária. Mas o jogo é o mesmo desde a Antiguidade, como Hannah Arendt chama a atenção em Verdade e Política:

 “A procura desinteressada da verdade tem uma longa história; a sua origem precede, de modo característico, todas as nossas tradições teóricas e científicas, incluindo a nossa tradição do pensamento filosófico e político. Penso que é possível fazê-la remontar ao momento em que Homero decidiu cantar as ações dos Troianos não menos que a dos Aqueus, e celebrar a glória de Heitor, o adversário e o vencido, não menos que a glória de Aquiles, o herói do seu povo. Isso nunca tinha acontecido antes [… e] é a raiz daquilo a que se chama objectividade – essa paixão curiosa, desconhecida fora da civilização ocidental, pela integridade intelectual a qualquer preço. Sem ela nenhuma ciência teria podido existir.”

Esta paixão pela integridade intelectual foi aperfeiçoando o jogo de pedir e dar razões, avaliando a força dos argumentos. O problema, quando passamos para uma perspetiva identitária, é que a avaliação deixa de ser feita à força dos argumentos para passar a ser feita à autoria dos argumentos. E quando fazemos esta passagem, aquele jogo deixa de ser possível. Utilizarei dois exemplos para tornar esta ideia clara.

O primeiro resulta de uma linha de trabalho recorrente no domínio identitário que é a exploração do racismo quotidiano, como Grada Kilomba faz em Memórias da Plantação. De acordo com esta perspectiva, os actos de racismo dependem de uma validação meramente subjectiva da vítima, não se exigindo qualquer prova que possa ser avaliada externamente. A consequência é que, se alguém objectar que não se tratou de uma situação de racismo ou questionar a interpretação que foi dada ao acontecimento, esse acto de objecção ou questionamento é entendido ele mesmo como um acto de racismo. Não há como avaliar a força dos argumentos, uma vez que o juízo tem uma validação meramente pessoal e aí só releva a autoria.

O segundo exemplo faz-nos regressar à polémica em torno da leitura de Os Maias, de Eça de Queiroz, realizada por Vanusa Vera-Cruz Lima em 2021. Propondo-se ler a obra a partir de uma lente pós-colonial, a doutoranda identificou uma série de passagens racistas e recomendou a utilização de notas pedagógicas pelos professores na sua lecionação. O mundo da análise e crítica literárias pode ser bastante fervoroso (até em Portugal) e, por esse motivo, não é surpreendente que a sua posição e sugestão tenham sido sujeitas a críticas e objecções. Trata-se, na verdade, do processo habitual de discussão literária (e que replica o domínio académico): as ideias são lançadas no espaço público e sujeitas a críticas (todos nós acompanhamos o trabalho permanente de João Pedro Marques) – é o tal jogo de pedir e dar razões. Mas a resposta de Vanusa, num seminário sobre a descolonização do cânone literário, é de título diferente: desvalorizou as críticas não por serem argumentos fracos, mas porque “as pessoas que me criticaram têm cor e têm classe, com muito privilégio”. A possibilidade de trocar argumentos fica assim esvaziada, pois o que releva é a autoria.

(O facto de Vanusa ter reconhecido, naquele mesmo seminário e com uma candura estarrecedora, que só tinha lido um (1) livro de Eça levanta toda uma outra série de reflexões que se prendem com o conceito de mérito, mas isso ficará para outro momento.)

Assim, o paradigma identitário (e quanto de Thomas Kuhn se aplica aqui?) afasta a possibilidade de utilizarmos as ferramentas que foram aperfeiçoadas durante séculos, como o raciocínio lógico, a procura pela objetividade, o conhecimento como troca de argumentos e explicações. Em contrapartida, deveremos valorizar as emoções e a interpretação pessoal e subjectiva para validar as experiências da realidade, sem que elas sejam sujeitas a discussão, dúvida, contraditório. Afinal, como Grada Kilomba diz, “explicar é fomentar uma ordem colonial.” Mas quando não podemos conversar sobre as coisas, o que resta é violência e é por isso que a fresta que o paradigma identitário nos abre para o seu mundo é tão assustadora.

PS: Entrevistei o poeta e crítico literário Eduardo Pitta na Festa da Poesia de Matosinhos, em janeiro de 2022. Cheguei nervosa, com medo daquele nome grande da crítica literária que parecia conhecer todos os grandes nomes e com medo de não conseguir dizer até ao fim, e sem corar, o poema “Nunca me tinhas dito: um quarto assim”. Mas o Eduardo foi uma simpatia e a lição que me marcou não foi literária, mas outra, ainda maior: discordando dos exageros sanitários que a pandemia ainda impunha, disse-me: “não se pode viver com medo”. Nesta frase estava, na verdade, toda a sua obra e toda a sua biografia, como contada em Um rapaz a arder. Era um espírito livre e corajoso e espero que tenha vivido até ao último momento sem medo de viver.

O mês de agosto será de descanso, para que nos possamos dedicar a leituras mais ligeiras e chegar a setembro intelectualmente mais revigorados para os exigentes desafios filosóficos dos nossos dias. Desejo a todos os leitores umas boas férias!

FILOSOFA POLÍTICA   POLÍTICA   RACISMO   DISCRIMINAÇÃO   SOCIEDADE   COLONIALISMO

MUNDO

COMENTÁRIOS:

Luis Miguel: O que estas pessoas querem é Poder e domínio. Querem poder descriminar e assumir o controlo das sociedades ocidentais, Enquanto as pessoas estiverem disponíveis para aceitar todo o tipo de disparates, sempre que alguém abana com a bandeira do racismo, descriminação, dores do passado… mesmo que totalmente injustificadas e fora da realidade, mas mesmo assim aceitarem a crítica e deixarem de dar e defender a sua opinião, então isto só pode caminhar para o nosso próprio abismo. Quando estas pessoas assumirem o Poder, tenham medo. Vejam o que se passa em várias cidades americanas e no Reino Unido. Vejam o que se passa em várias Universidades desses dois países. A descriminação, a violência, o racismo contra pessoas brancas foi normalizado nesses Países, ditos evoluídos. Por isso falem, discutam, denunciem, defendam os vossos interesses, não aceitem todo o lixo que diariamente nos é atirado aos olhos.

Paulo Silva: Juntemos o ressentimento do desvalido e do 'bom selvagem’ à ambição desmesurada dos que querem transformar o mundo, (para dele se vingarem), e teremos todos os Karl Marx, os Franz Fanons e os Boaventuras desta terra…

nota: o ênfase deste artigo na ‘subjectividade’ remete-me para um dos textos (1964) da intelectual de esquerda norte-americana, Susan Sontag, onde nos exorta a sentir mais do que a interpretar, (isto é, a racionalizar); como está em osmose com o ar dos tempos.

Sim


Derrotismo, comodismo, medo, timidez, cobardia, acefalia, zombaria, talvez, por aquilo que afinal deixou de merecer o respeito e devoção, mesmo sem ostentação, mas como algo ancorado no porto da educação – o amor da sua nação. Mas tais exigências não são mais do foro dos partidos oprimidos pela deslealdade e esperteza dos saloios opressores, amantes do capital que lhes vem parar às mãos, sem esforços de maior, e escrúpulos também não. Helena Matos bem o sabe expressar, através das comparações com os vizinhos peninsulares e as suas combinações à volta das eleições, e os seus comentadores apressam-se a elogiá-la com simpatia, pela sua sabedoria despida de fantasia...

A grande mistificação

Nem os independentistas catalães querem um referendo, nem o PP perdeu por não se ter afastado do VOX, nem as lições a tirar em Portugal são as que se dizem. O problema é outro. Chama-se derrotismo.

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 30 jul. 2023, 02:3555

 “Nem pensar!” – terão respondido os socialistas espanhóis às reivindicações do Junts de um referendo à independência da Catalunha.

A frase é bonita mas de real tem pouco, a começar logo pela própria exigência do referendo: os últimos a quererem o referendo a uma possível independência da Catalunha são mesmo os dirigentes do Junts, partido que obteve menos 137.591 votos nestas eleições. Sim, o PSOE depende para governar de um partido em perda que obteve uns escassos 392.634 votos, 1.6 % do total, contra os 530.225, ou seja 2.21 %, conseguidos em 2019.

Parece-me óbvio que daqui a uns meses, quando Sanchez for investido como chefe de governo com o apoio do Junts, logo se dirá que o líder dos socialistas espanhóis é um negociador tão hábil que conseguiu convencer o Junts a protelar o seu projecto de referendo. E assim seguirão neste faz de conta conveniente para ambas as partes.

A evidência deste faz de conta leva-me a um ponto em cuja defesa creio estar sozinha: é tempo de acabar com o tabu em torno dos referendos independentistas em Espanha. Não porque eu defenda a secessão de Espanha mas precisamente pelo contrário: afinal é precisamente a sua não celebração ou sequer discussão versus constante reivindicação que permite aos nacionalistas manterem o seu ascendente, não obstante os votos que obtêm nas urnas.

Há décadas que, na ânsia de conseguir paz, as sociedades democráticas têm alienado valores e princípios. Da agenda trans ao revisionismo da História ou à imposição de novas censuras é assim que tem sido. Obviamente, após cada concessão descobre-se que outras reivindicações já estão na mesa e assim sucessivamente até que um dia o que antes era impensável se torna a realidade. Como radicais que são, os nacionalistas em Espanha contam com o desgaste e cansaço da sociedade para transformarem em factos consumados o que antes era tabu.

Em resumo, em Espanha a direita que ganhou perdeu. A esquerda que perdeu não só ganhou como vai governar e sobretudo Sanchez vai aparecer como o grande negociador que apaziguou os nacionalistas.

É um faz de conta à vista de todos. Um faz de conta que se alimenta de uma série de dogmas que, com as devidas variantes, se pretende impor em Portugal.

O mais importante desses dogmas estabelece que a esquerda, no caso o PSOE, pode negociar com terroristas condenados por crimes de sangue (Bildu) ou foragidos à justiça como é o líder do Junts, não pode contudo negociar com o PP. Durante o debate com Sanchez, o líder do PP propôs-lhes assinarem um acordo: o que ganhasse, se ganhasse sem maioria absoluta, permitiria ao outro formar governo sem ter de fazer pactos. Sanchez não aceitou pela mesma razão que António Costa fez de conta que negociava com Passos Coelho enquanto montava a geringonça: o centro tornou-se tabu. E depois de o centro se ter tornado tabu é a possibilidade de um governo de direita que ela mesma passa a interdita. Como se faz isso? Diabolizando os acordos à direita. Sim, ao mesmo tempo que se normalizavam o fim do centro e as mais controversas alianças à esquerda, instituía-se que o partido charneira da direita não podia fazer alianças no seu bloco. As eleições tornaram-se assim numa espécie de jogo com regras diferentes consoante as equipas: a esquerda pode fazer alianças no seu campo, a direita não.

Não vale a pena discutir se o PP em Espanha governariam melhor sem ter de fazer acordos com o VOX ou o PSD em Portugal com o Chega porque pura e simplesmente não governam. Podem ser estimáveis grupos de reflexão mas governos não formarão certamente.

EXTREMA ESQUERDA    POLÍTICA    ESPANHA    EUROPA    MUNDO 

COMENTÁRIOS:De 55

Cisca Impllit: A mistificação? São como uma doença! É isto, preto no branco: o jogo está viciado, há muito tempo. Aliás, em minha opinião, Portugal é um País armadilhado. É só pensar um bocadinho. Muito bem, Helena Matos.                 Nuno Simões de Melo: A “direita” portuguesa anseia sempre pela aprovação da esquerda. Este complexo de inferioridade (pecado original da revolução que deu início ao actual regime) impede-a de se apresentar como um bloco alternativo ao PS e respectivos “compagnons de route”. O caminho existe, desde que haja coragem de o assumir. Não se podem aceitar “vetos” da esquerda às coligações à direita! Excelente artigo da Helena Matos, para os dirigentes dos partidos à direita reflectirem!            Fernando CE: Estamos fartos desta esquerda caviar em que se transformaram os dirigentes do PS, uma burguesia de Estado. Estragam o SNS em vez de o transformarem num eficiente Sistema Nacional de Saúde, mas depois recorrem aos Hospitais privados. Como Vasco Pulido Valente disse 1978, prefiro a burguesia económica â burguesia de Estado.               Fernando Cascais: Na entrevista desta semana do João Matos Fernandes ao Observador este foi peremptório em diferenciar as uniões à esquerda com as uniões à direita. Segundo o antigo ministro, as esquerdas radicais respeitam a CR e o estado democrático enquanto as direitas radicais têm como agenda acabar com o regime democrático… obviamente, dito por outras palavras mas o sentido é o mesmo. Só um aparte sobre esta entrevista, Matos Fernandes a falar do Partido Socialista fez-me lembrar um avençado do FCP (isto porque ele é do Porto) a defender um penálti inexistente marcado a favor da sua equipa num programa de desporto na CMTV. Impressionante, não arrisca o mínimo dos mínimos que possa suscitar um comentário desfavorável dos seus pares ou colocar em causa a sua militância. Uma falta de coragem assinalável. É gente desta que transforma a política                 Maria Tubucci: É verdade, uma grande verdade, HM. O esquerdismo ou marxismo transforma a sua derrota em vitória e a vitória do adversário em derrota e pior o adversário deixa. Consente esta perversão, deixa-se sequestrar, caindo no engodo do politicamente correcto, assim eles vão ganhando e corrompendo todo o tecido social. Tal com diz, quando é atendida uma reivindicação, já têm outras na calha, pois o seu objectivo é sempre o mesmo, dividir, para eles reinaram, como está à vista de todos em Espanha e em Portugal, nos dias que correm. Costuma dizer-se, quando vires as barbas do teu vizinho a arder põe as tuas de molho, o único caminho a seguir é: nunca fazer-lhes a vontade, afrontá-los sempre, nunca ser vencido pelo cansaço e nunca, mas mesmo nunca, dar-lhe qualquer razão, ser sabujo. No fundo nunca deixá-los pôr o pé em ramo verde, ou seja, há que ter coragem e determinação para os reduzir àquilo que na realidade são, uma praga de gafanhotos. Quem adormece em democracia acorda em ditadura, alguém disse, e é bem verdade.                Amigo do Camolas: Helena Matos vê mais sozinha que toda a direita junta: a esquerda não existe para ajudar a sociedade, a esquerda existe para ajudar a esquerda. E em vez da direita se preocupar com o Chega, deve é preocupar-se com a esquerda. E não é difícil fazerem bonito. É só fazer o que eles fazem. Falem do Lula - aquele que eles fizeram questão de pôr a falar na AR e fizeram o "L" todos sorridentes como se ele fosse um herói deles e da democracia. Façam "contra-correntes". Citem só as frases dele. Digam que com ele o amor venceu, o ódio e a vingança acabou e a democracia chegou mesmo ao Brasil: as pessoas já estão a ser presas e censuradas por pensar que têm liberdade de expressão; o ex-presidiáro presidente do Brasil já pode pregar ódio e vingança dizendo que "não descansa enquanto não fodher o Moro", que "certas pessoas são uns animais selvagens e precisam de extirpadas", que é contra as famílias, que "o agro-negócio é uma seita de fascistas", que "o Brasil viveu 4 anos de Nazismo" e que quem o critica (quase metade do País) "é uma cambada de fascistas que é preciso acabar com eles". E um Juiz do STF já pode assumir que ajudaram a acabar com o Bolsonarismo. Não é sobre isso que a esquerda, o Costa e todos os que fizeram o "L" querem falar. E não é o que seus facilitadores dos mídia querem ver conduzida a conversa. Mas é sobre isso que a direita deveria falar. Isso seria muito mais honesto: falar do que está acontecer com os seus heróis e não do que pode acontecer com o Chega ou o VOX.              Lúcia Henriques: A esquerda ibérica (será só cá?) descobriu uma maneira de governar: se  ganha, forma governo; se perde, junta-se com quem calhar e governa. Não tem linhas vermelhas, até se vangloria de derrubar muros, como disse o Costa.     Carlos Chaves: Caríssima Helena Matos, só lhe faltou dizer que essa grande mistificação, eu chamar-lhe-ia manipulação e mentira, é vergonhosamente alimentada pela esmagadora maioria da comunicação social. Ontem, por exemplo, ao ler a última edição do nascer do Sol constactei que é dos últimos jornais com notícias fora da amálgama que nos querem impor, com notícias contextualizadas com os reais problemas que estamos a viver e com crónicas e cronistas no lado certo da estória actual! Mas pergunto-me qual será a audiência do jornal nascer do Sol? Quantos jornalistas deste jornal são convidados para os painéis de opinião/análise política e dos noticiários das TV’s generalistas? Todos sabemos a resposta! Num tempo muito difícil, Sá Carneiro conseguiu uma maioria, um governo e quase um Presidente, como? Tendo um projecto motivador, realista, democrático e alternativo para a sociedade Portuguesa da altura, e a juntar a isto mobilizou e congregou toda a “direita” democrática da altura! Muitas vezes sozinho e contra todos! Não é preciso inventar a roda duas vezes, basta só fazer igual! O PSD de hoje deve fazer exactamente o que Sá Carneiro fez, construir uma alternativa credível com TODA a direita democrática, incuindo o CHEGA e o CDS. Se os Portugueses não quiserem e insistirem em continuar a “chafurdar na lama” e a comprometer o seu próprio futuro e o dos seus filhos e netos, então continuem, e terão o que merecem.                    Fernando Marques: A esquerda infiltra-se a gritar ou de mansinho, o povo só quer paz como diz a HM no texto, e quando dermos conta é tarde e já não há coragem nem força para abrir os olhos, também aqui no observador se vai notando essa infiltração, salvam-se alguns como a Helena, mas qualquer dia quando acordarmos não sei se estes bons e esclarecedores artigos iram aparecer…           albino ferreira > Fernando Marques: Verdade. Aqui no Observador vai-se notando a infiltração de esquerda            João FlorianoTristão: por causa dos fenómenos de rejeição que cria nos eleitores. CHEGA - 7,18%      IL - 4,91%    Bloco - 4,40%     PCP - 4,30% Explique-nos lá mas muito devagarinho, para ver se entendemos, como é que um partido que tem 7,18% nas eleições de 2022 enfrenta fenómenos de rejeição e o Bloco ou o PCP com percentagens muito mais baixas são um fenómeno de aceitação? Afinal qual é o seu lado Tristão? O do PSD não é de certeza absoluta. Não é devido ao CHEGA que o PSD não descola, é devido à falta de carisma e ao medo que o PSD tem da esquerda. O inimigo do PSD não é o CHEGA, é o PS e a restante esquerda. Se o PSD estiver em situação de formar governo, tenho quase a certeza que o CHEGA viabilizará esse governo em nome do interesse nacional. Essa narrativa da rejeição é uma invenção da esquerda, do mesmo modo que é culpar o CHEGA pela direita não chegar ao poder.              António Dias: Subscrevo na íntegra a excelente reflexão com que nos presenteou. Este artigo além de pedagógico é um hino a inteligência da argúcia política. Desmonta com clareza as narrativas dos idiotas úteis, que diabolizam o Chega para impedirem o centro-direita ao poder. Foi das melhores reflexões políticas que tenho lido. Lembro que há uma faixa importante de direita em Portugal tão legítima como a dos extremistas da esquerda, que não se vê representada pelo PSD , que é um partido social democrata Alguém de direita pode estar num partido onde o Pacheco Pereira milita ? O caminho faz-se caminhando. Tal como Itália , chegaremos a uma solução governativa de centro direita . A Meloní está a ser uma excelente PM                   António Sennfelt: Texto extremamente inteligente e extremamente verdadeiro!              José Paulo C Castro > Carlos Castro: Isso de chamar "contas certas" às actuais tem muito que se lhe diga. Se acabarem as cativações, como diz Medina, vamos ver a realidade. Aliás, já se vê no SNS e noutras partes do Estado.                  João Floriano: Muito triste mas é melhor enfrentar a verdade do que viver em negação, na mentira. Aceita, que dói menos. O que mais me custa é que é a própria direita que baixa a cabeça e os braços. O povo costuma dizer perdido por 10, perdido por100. A direita, a fofinha, obediente, sempre carente da aprovação da esquerda e sempre recebendo dela o escárnio, o desprezo e a falta de respeito, não arrisca. É por isso que eu votarei sempre CHEGA e nunca PSD ou CDS, que anda iludido com um impossível ressurgimento.             Censurado sem razão: Depois de mais este exemplo porque continuam a insistir no perigo da direita em acabar com a democracia, quando a esquerda acabou com ela há muito? Acham mesmo que vivemos em democracia? Em Portugal e Espanha já se instalou a ditadura. O povo, dado pela esquerda, até merrrrrrrda come. Impressionante.              Luis Barrosa: Concordo plenamente com a sua análise. Penso que muitos “da casa do Observador” não têm a mesma opinião e até a criticam. Parabéns               TIM DO Á: Tempos da esquerda corajosa e do vale tudo versus a direita fofinha inferiorizada e auto derrotada.              Rui Lima: Hoje o que chamam extrema direita será um partido identitário  que significa, semelhança, , compatibilidade, igualdade, parecença, similaridade… Falando na Europa com  os seus simpatizantes eles defendem os valores ocidentais a democracia a liberdade mas pensam que o seu modo de vida está a ser destruído por povos que chegam à Europa e não se integram . O PC é mil vezes mais anti-Ocidente que todos os partidos populistas da Europa juntos basta ver a sua posição no conflito Ucrânia Rússia onde ele é pelo o inimigo do Ocidente o Putin, além de ser contra a economia de mercado que é a nossa economia . O problema deste partidos populistas é que uma vez chegados ao poder se comportas como todos os outros .

.Ana Luís da Silva: Na mouche!

 

domingo, 30 de julho de 2023

Uma crónica de encher as medidas

 

De João Pedro Marques, sobre as opiniões ressabiadas de um dos espécimes woke, que os muitos comentadores se apressam em denegrir também. Quanto a mim, apenas me resta falar na espuma que Daniel de Oliveira investe nos seus discursos de uma seriedade sentida, de homem puro, tal como acontecia com um dos seus parceiros ideológicos da exaltação denegridora, Francisco Louçã, nos seus discursos espumantes de verborreia similar. A espuma, de resto, não engana, tal como o algodão….

Tantos enganos, Daniel Oliveira!

Os “crimes escondidos” da escravatura é um tesourinho deprimente da extrema-esquerda ao qual continuam a agarrar-se como lapa a rocha para justificarem a sua lengalenga militante e totalmente falsa.

JOÃO PEDRO MARQUES, Historiador e romancista

OBSERVADOR, 29 jul. 2023, 07:3874.

Sendo nos dias que correm o alvo político preferido da esquerda, não espanta que também Daniel Oliveira tenha vindo malhar em Carlos Moedas por causa da demora na concretização do memorial da escravatura. No entanto, Oliveira achou interessante fazer um longo preâmbulo — cerca de metade do seu artigo — para fustigar as costas do país antes de chegar ao assunto propriamente dito. Tendo eu escrito muito recentemente sobre o memorial e sobre as paranoias esquerdistas a esse respeito — a extrema-esquerda jura que ele está a ser boicotado — é esse preâmbulo, e apenas ele, que aqui e agora me interessa. E porquê? Porque transmite as confusões do costume, os lamentos e as acusações da praxe woke, e a teoria do duplo critério que a extrema-esquerda martela com insistência e que assenta em pura ignorância dos factos.

Daniel Oliveira começa por falar da Luisiana, onde algumas plantações se converteram em marcos evocativos do que foi a antiga escravidão nos Estados Unidos, e lamenta que em Portugal, que teve um papel tão importante no comércio de escravos, não se faça algo de equivalente. Ou, então, que não se siga o exemplo de Liverpool, que inaugurou, há 16 anos, um museu dedicado à escravatura. Ao invés, no nosso país, apegado “à fantasia da colonização exemplar”, nada disso se faz, o que Oliveira critica. Mas estará a pôr na sua balança crítica coisas de escala idêntica? Não está. Estabelecer um paralelo entre o sul dos Estados Unidos, onde chegou a haver 4 milhões de escravos negros, trabalhando duramente em plantações de tabaco, algodão, etc., e Portugal, onde, em simultâneo, houve apenas alguns milhares de escravos domésticos ou rurais é lançar poeira para os olhos das pessoas. Comparar o actual Reino Unido, de onde partiram perto de 31% do total dos navios negreiros, com o actual Portugal, de onde terão partido cerca de 4%, é gostar de mistificar as coisas.

E a mistificação não fica por aqui. Daniel Oliveira censura igualmente a Inglaterra, que foi o maior transportador transatlântico de escravos no século XVIII, por “só recentemente” se terem aí começado “a levantar vozes lembrando o relevo que (os ingleses) tiveram na expansão quase industrial do comércio de escravos”. Manifestamente, Daniel Oliveira não sabe do que fala. Nunca terá lido Wilberforce, Clarkson ou outro dos primeiros anti-escravistas britânicos e não faz a mais pálida ideia do que foi a campanha abolicionista na Grã-Bretanha. Ao contrário do que pensa, a questão do tráfico de escravos foi central para os britânicos durante mais de 100 anos, de finais do século XVIII a princípios do século XX, quando o tráfico feito por muçulmanos ainda subsistia no Índico. O assunto do comércio negreiro deu origem a uma campanha ideológica e política que tocou quase todos os sectores da sociedade britânica. Era a tal ponto difundida a discussão sobre o tema e tão generalizada a indignação que ele gerava, que um jornal português dessa época referia que, em Inglaterra, “quase todos os cafés e lojas públicas tinham tabuletas com petições para a abolição geral do comércio de escravos e os honrados abolicionistas quase forçavam os passantes a irem lá assinar os seus nomes. Tudo se agitava, tudo fervia, por este único motivo de humanidade.” Essa efervescência produziu inquéritos parlamentares que tornaram públicas as cruéis condições em que operava o então chamado “odioso comércio” britânico, alimentou discursos, publicações, sermões, petições assinadas por milhões de pessoas apontando o dedo acusador ao próprio país, culpado daquilo que começara a ser visto como um pecado que acabaria por suscitar a ira de Deus, e exigindo o seu fim imediato não apenas no Reino Unido — o que, efectivamente, aconteceu em 1808 — mas em todo o mundo.

Dizer que só agora é que se levantam vozes em Inglaterra para censurar o papel que esse país teve no tráfico é uma asneira de todo o tamanho. Não, não foi só a partir de 2007, quando a Câmara de Liverpool decidiu abrir um museu dedicado ao tráfico negreiro, que os ingleses começaram a “educar o público sobre a história e o legado da escravatura”, como pensa e escreve Daniel Oliveira. Foi a partir de 1787 quando a primeira das inúmeras petições abolicionistas ao Parlamento foi assinada por 60 mil pessoas iniciando uma campanha e um debate público que prosseguiu durante décadas. Na sua abissal ignorância da História, os militantes de causas woke julgam que descobriram o sentimento de aversão à escravatura e a noção de brutalidade e injustiça que ela acarreta, mas estão rotundamente enganados.

E também estão enganados no juízo que fazem sobre a forma como Portugal lida com o passado. Apoiando-se em dois ou três exemplos escolhidos a dedo, Daniel Oliveira sugere que Portugal é uma espécie de obstinada anomalia. Como ele diz, no contexto de uma alusão a pedidos de desculpa do primeiro-ministro e do rei dos Países Baixos pelo envolvimento desse país no tráfico negreiro, “só Portugal, com um papel muito superior nesse crime, continua a evitar enfrentar o lado negro do seu passado. Sempre que o reconhece é para dizer que é preciso contextualizá-lo no tempo. Mas só a parte má. Quando falamos das nossas glórias, pintamo-las com magníficos valores do presente.”

Esta afirmação é triplamente errada. É errada, em primeiro lugar, porque Portugal não evita esse lado negro do seu passado. Há muito que o estuda, o explicita e debate sobre ele (e sei do que falo porque o faço há décadas). Mas mesmo que assim fosse — e essa é outra razão para ser uma ideia errada — Portugal não estaria só nesse cuidado para não reabrir velhas feridas. Há vários outros países, antigos detentores de impérios coloniais e participantes no tráfico negreiro — a Espanha, por exemplo — que se recusam a alinhar de olhos vendados e cérebros vazios no muro de lamentações woke. E a afirmação é, ainda, errada — e aqui chegamos finalmente à teoria do duplo critérioporque se dizemos que é preciso compreender os acontecimentos lamentáveis do passado à luz dos valores e concepções da época, usamos precisamente o mesmo critério para falar dos acontecimentos louváveis. Não é verdade que pintemos as nossas glórias com “magníficos valores do presente”, diferentes dos valores com que foram olhadas e avaliadas pelos homens de antigamente. Não há duplo critério nenhum nem foi agora que nasceu o louvor do abolicionismo. Nem aqui nem em Inglaterra, o exemplo de que Daniel Oliveira se serve para afirmar essa sua tese. Não são os actuais ingleses que por motivos políticos e culturais “sublinham o seu papel pioneiro na abolição da escravatura”, como Daniel Oliveira imagina. São os actuais e os que foram contemporâneos dos acontecimentos. E não apenas os contemporâneos ingleses, mas os de todo o mundo, fossem eles portugueses, tunisinos ou japoneses. Em 1834, na época da abolição da escravidão um bispo britânico fez uma declaração profética: ““o mundo, envergonhado, imitar-nos-á (the world will be shamed into imitation)”. E tinha razão. A decisão britânica de libertar os cerca de 800 mil escravos que existiam nas suas colónias, pagando aos seus proprietários 20 milhões de libras — qualquer coisa como 42% do orçamento do estado — foi objecto de uma admiração generalizada. Foi louvada no seu próprio tempo e os homens que a levaram a cabo foram alvo de enormes elogios e induziram outros homens a fazerem o mesmo. O passado é um país estranho, mas não é um país cego nem estúpido.

A acusação de que usamos um duplo critério, consoante lidamos com a parte boa ou a parte má do passado, é, portanto, falsa e decorre da ignorância dos factos. Não há duplo critério nenhum, assim como também não há ocultação. “Passado colonial: glórias celebradas, crimes escondidos” foi o título que Daniel Oliveira deu ao seu artigo no Expresso. Essa dos “crimes escondidos” — supostamente escondidos, sublinhe-se — é um tesourinho deprimente da extrema-esquerda ao qual as pessoas dessa convicção política continuam a agarrar-se como lapa a rocha para justificarem a sua lengalenga militante, mas é totalmente falsa. Vivemos numa sociedade livre e aberta onde tudo é exposto, falado e debatido. Afirmo pela milésima vez que ninguém esconde crimes nenhuns, nomeadamente os que se prendem com a escravatura — e não serei certamente eu, que escrevo sobre o assunto desde a década de 1980, que quererei escondê-los. O papel de Portugal na história da escravatura é público, está explicitado e explicado em dezenas de livros, tem sido debatido de várias maneiras em centenas de artigos de jornal, podcasts, programas de rádio e de televisão. Não seria altura de os militantes woke aceitarem essa realidade evidente e acabarem com o seu teatro de sombras?

ESCRAVATURA     SOCIEDADE

COMENTÁRIOS DE 77

Lily Lx: Entretanto, Portugal importa 300 escravos de Cuba e o Daniel Oliveira não parece incomodado com o assunto.                 HUGO BELCHIOR: Louvo a permanente tentativa de explicar as coisas com factos e com rigor. Infelizmente, os fanáticos nunca aprendem.                    Maria Nunes: JPM, mais uma vez obrigada pelo seu artigo. DO é um fanático ignorante. Os woke não são mais do que um grupo de pessoas que querem impor aos outros uma nova ditadura do pensamento. Faziam melhor se se dedicassem a defender os que hoje são escravizados.                   Rui Lima: Não precisava desse magnífico artigo, ao Daniel Oliveira devemos apenas explicar que se não fosse o mundo ocidental hoje a escravatura ainda existiria, como foram as máquinas que puseram fim ao trabalho escravo assim o Ocidente contribui 2 vezes. Por isso defendo que as estátuas e museus que devem ser feitos devem ser para os inventores que permitiram o progresso humano, lembro que a mais de 95% esses homens e mulheres eram do mundo ocidental ou seja há uma dívida do resto do mundo para com a nossa civilização .                 João Floriano: Tentar conversar racionalmente com um woke é o mesmo que resolver o enigma da pescadinha de rabo na boca: não se sai do lugar e anda-se ali às voltas. Tentar conversar racionalmente com alguém tão fanático como Daniel Oliveira vai precisamente dar ao mesmo. Daniel Oliveira cristalizou, fossilizou já há demasiado tempo. Um dia quando alguém escrever o seu epitáfio poderemos ler: «Aqui jaz um presunçoso ridículo do Eixo do Mal. A seu pedido foi enterrado com palas.» Daniel Oliveira como muita da nossa esquerda instalou-se, arranjou o seu nicho de conforto e daí não mais saiu. Ganha o seu dinheiro do cimo do púlpito da superioridade moral da esquerda e ainda por cima da esquerda caviar. Daniel Oliveira não trabalha, Daniel Oliveira dá sermões aos palermas deslumbrados que vão na conversa. Não há argumentos que possam convencer gente como Daniel Oliveira que a sua narrativa woke está errada, total ou parcialmente. Ligue-se agora Daniel Oliveira a Mamadou Ba e amigos, os tais da Declaração do Porto e teremos o quadro completo.                José Carvalho: Pelo seu conhecimento e o seu discernimento, o Dr. JPM é uma figura incontornável para defender o País dessa seita de esquerdistas de mentes perturbadas, que já se atreve a "exigir" a censura dos manuais escolares, entre outros disparates. Quanto a Daniel Oliveira, não se trata de "enganos". Ele, e os que são como ele, borrifam-se para a verdade.                João Gomes: A escravatura dos dias de hoje encontra-se e países comunistas que inspiram há décadas esta esquerda desonesta, tais como China, Cuba, Coreia do Norte e ainda o farol político hoje denominado Federação Russa, onde centenas de milhares de soldados são enviados para uma morte certa e sem sentido. Disso não falam.                     Carlos Chaves: Caríssimo João Pedro Marques, um grande bem-haja pelo seu imenso, profundo, riquíssimo e verdadeiro trabalho em prol da verdade sobre o tema desta crónica! Obrigado por nos trazer a luz e a verdade. Pior do que estes candidatos a manipuladores da história é quem lhes dá voz, sabendo de antemão que estão a mentir deliberadamente para alimentarem uma escondida agenda política como sempre, de esquerda abjecta! Esse pasquim que dá pelo nome de Expresso, transformou-se num covil de esquerdóides, apostados em nos manter no socialismo a caminho da pobreza extrema!               José Paulo C Castro: Esse senhor acha que há crimes escondidos e de que não se fala, relacionados com escravatura e trabalhos forçados de origem política? Sendo um anterior militante comunista, devia começar por relembrar os gulags soviéticos e falar deles antes de ir buscar coisas anteriores ao século XX. E desculpas e penitência por isso, há alguma ? Pode começar por falar dos 300 médicos cubanos, cuja família não pode sair de lá e que têm de entregar a maior parte do salário a Cuba.               António Dias: Este Daniel é da tribo do Boaventura Sousa Santos . Não percebo como o expresso lhe dá espaço para escrever tantas alarvidades .Leu Gramsci e usa a mesma técnica para falar de temas fracturantes com o objectivo de ser polémico. Qualquer dia ainda vai atacar os egípcios que subjugaram os judeus durante 400 anos até ao êxodo ou vai excomungar os ingleses que emigraram para a América e chacinaram milhões de índios . Sem querer ser simplista afirmo que o passado glorioso do “Reino Unido de Portugal “ é para glorificar e ensinar nas escolas . A paciência de Jó , com que o JPM ensina os fundamentalista da cultura Woke é uma obra de caridade para ensinar ignorantes                Pontifex Maximus: Que esperar de um tipo que venerou Estaline se não um conjunto de asneiras? Por estas (Daniel Oliveira) e por outras (Sousa Tavares, etc.) é que há mais de dez anos deixei de ler o Expresso!               Gustavo Lopes: Obrigado pela sensatez com que expôs as limitações intelectuais dos esquerdistas ignorantes e populistas!!! E deste iluminado em particular…              klaus muller: Reparem que o Daniel Oliveira sempre teve a presunção que é mais inteligente que todos nós, principalmente se formos de direita. Ele acha e inclusivamente di-lo que nos "conhece muito bem". O azar dele é que nós também o conhecemos muito bem.                   António Sennfelt: Esse tal de DO é um cretino que preenche com toneladas de rebotalho mental vários e lamentáveis programas da "nossa" TV?               José Costa: Já agora, quem eram os africanos que arrebanhavam e sujeitavam compatriotas seus e os levavam para os "mercados" onde os compradores se abasteciam? Essa história não interessa? Afinal aqui também havia dealers e consumidores...                 António Sennfelt > António Sennfelt: Rectifico o meu anterior comentário:

Esse tal de DO é um dos vários cretinos que preenchem com toneladas do seu rebotalho mental inúmeros e lamentáveis programas de pseudo-cultura e pseudo-análise política que infestam os programas da "nossa" inenarrável TV?                  Maria da Assunção Gaivão: Muito louvável o seu artigo. Daniel Oliveira pertence a uma escumalha de gente que prolifera na Sic/Expresso e cujo objectivo é tentar influenciar e envenenar portugueses porventura ignorantes. Hoje Portugal importa médicos cubanos escravos , pagos ao regime opressor. Portugal lucra com tráfico negreiro!! Ah, ah…Que escumalha socialista é esta que subverte a democracia !      José Vaz: Caro cronista João Marques. Não perca tempo com o esquerdalha do Daniel Oliveira pois nunca disse nada de verdade e é um defensor de regimes totalitários e defende ainda Lenine e Estaline, para ele os gulags eram campos de férias por isso que esperar de um fanático deste? Não se misture com essa gente pois o meu caro está a anos luz de pensamento e intelectualmente do mesmo.                GateKeeper: Sinceramente, meu caro, o "COMÉRCIO" de vender "pérolas a porcos" não compensa, acredite. DO sempre foi uma "galinha da Índia pedrês". Pequenino, nunca se percebe bem se a predominância das penitas é branca, preta ou cinza. Terá meia dúzia de "adoradores/ras" que se revêem nos media do grupo impresa, nomeadamente, no "púgâmâ" da sic, em que partilha disparates diletantes com outras 3 nulidades armadas "ao milho miúdo" esquerdalho-woke. Os seus preciosos textos são pérolas inestimáveis, que não deve nunca "discutir" com a "animal farm" woke, sobretudo a sua piggy tail esquerdalha. Não se iluda, meu caro, esta gente, para nós, vale 0 [ zero]. Keep them coming!  paulo mariano: Excelente. Excelente. Excelente. O sr. Daniel Oliveira precisa de se cultivar. Rodar mais a cabeça. E, sobretudo fazer uma limpeza mental aos detritos ideológicos que habitam a sua cabeça, muito moldada pelo marxismo leninismo trostskismo maoísmo e aquelas esquerdas todas que só servem para criar grelhas mentirosas para analisar e fazer macumba com a Realidade.               JP Ribeiro: A preocupação do Daniel Oliveira, que partilha com toda a extrema- esquerda, é de diabolizar o mundo ocidental para nos enfiar pela goela abaixo mais marxismo militante. Julgo que até hoje só enganou o Balsemão cujo interesse é de aumentar tiragens.               José Vaz > Ricardo Ferreira: Eu no passado fiz xixi nas calças até aos 4 anos a parte do escravizar não me lembro talvez por já ter 50 anos perdi a memória. Eu só tenho vergonha pelo que eu faço de mal, logicamente que sinto vergonha alheia por exemplo cada vez que fala uma das pessoas da família Aveiro mas não vou pedir desculpa por eles serem tão básicos. Agora ter vergonha pelo que fizerem os nossos antepassados em determinada época com as leis e culturas da época é pateta e incoerente, você por acaso tem orgulho de tudo que os europeus construíram e levaram a um continente onde várias tribos se matavam e escravizavam umas as outras? Você vai pedir satisfações aos Árabes que ocuparam o sul do país durante 700 anos? Vai pedir desculpa aos espanhóis pelo nosso rei ter batido na mãe e ficarmos com terreno deles? Melhor até era melhor devolver tudo não? Vai amanhã à igreja da sua vila pedir que a igreja lhe peça perdão por tudo o que usurpou no passado? E por a santa inquisição ter queimado aquela sua bisavó que tinha uma verruga na cara que parecia mesmo um sinal de belzebu? E podia passar aqui a tarde a dar mais exemplos infindáveis, vocês wokes estão a destruir mais a sociedade que os nossos antepassados com a escravatura e quando acordarem será tarde               Miguel RamosRicardo Ferreira: Vergonha? os meus antepassados viverem em escravidão, oprimidos por uma nobreza e um clero absolutista durante séculos, antes disso foram mouros, romanos e vikings, não percebo por que tenho de ter vergonha de uma coisa que os meus antepassados não tiverem qualquer influência.                 Cupid Stunt: Muito bem! Obrigado pela lição de história e por colocar o palerma presunçoso no sitio.               jorge espinha: O Daniel Oliveira é um palerma que se julga inteligente porque costuma debater com dois tipos de direita que entre eles não enchem meio cérebro. É compreensível que saia dessas touradas convencido do seu génio.       Misshu: O Daniel Oliveira é um boneco insuflável irritante.               Vasco Matias: Após as inúmeras e consecutivas aldrabices de Daniel Oliveira porque é que alguém dá voz a tal criatura? E ainda lhe pagam para aldrabar?                 Carlos Pamplona: Excelente artigo, como sempre. De facto, é preciso ter muita paciência para explicar aos fanáticos aiatolás da extrema-esquerda que devem ir ao oculista. Talvez com desenhos ….     TIM DO Á: Não perca.tempo com uma pessoa parasita da sociedade que se sente na necessidade de inventar escolástica e inutilidades para justificar o que ganha da nossa sociedade e dos nossos impostos.             Pertinaz Acrescento… a dita criatura que responde pelo nome de Daniel Oliveira não se engana… mente deliberadamente…!!!                   A Toupeira: João Pedro Marques, sempre com artigos excelentes, não escreve para Daniel Oliveira ou para Balsemão ou o Expresso, escreve para todos os que já perceberam e os que ainda não entenderam o que faz mover Daniel Oliveira um hipócrita e ignorante ao que parece, mas é mais hipócrita do que ignorante alimenta a causa Woke e o neo-marxismo de Gramschi ou do velho Trotsky, é tão oportunista como Mamadou que já agora interessava saber de quem recebe a ONG que detém. As ONGs são organizações que se aproveitam dos Estados, ainda não conheci uma única que não fosse para enriquecer os membros do topo, sem nada fazer no seu objectivo, mesmo as que foram a África em Portugal, fizeram alguma coisa, mas demasiado despesistas, usando muitos voluntários, esses sim, com boas intenções como médicos e enfermeiros, as coisas depois de saírem de lá, voltavam ao mesmo, África substituiu o colonialismo com o neo-colonialismo com os novos sobas tribais mas a viver como ricos Europeus à custa da exploração e da pobreza dos seus povos, com a ajuda da Rússia e da RPC com exércitos de mercenários que assassinam e dizimam populações para as substituir,  mas a ONU de Guterres sabe por certo porque a ONU hoje é controlada por ditaduras comunistas e por grupos de interesses das alterações climáticas e da mudança energética, tudo para enriquecer ainda mais, os mesmos que fazem o tráfico de armas, drogas e pessoas.                J S: D. Oliveira é um doente e recebe como tal a nossa compreensão. Padece de uma mutação genética responsável por uma ligação anormal entre o cérebro e o intestino grosso, diagnosticada clinicamente pela recorrente produção de pensamentos de m*rda a propósito de tudo e de nada. Para a manifestação aguda da sintomatologia, o doente deverá herdar a anomalia de ambos os progenitores. Esta patologia manifesta-se na população por surtos, enquanto alguns dos por ela afectados lograrem reproduzir-se com membros da população não afectada. Todavia, a grande maioria dos que padecem da doença tendem a sentir-se atraídos sexualmente por elementos do mesmo género, pelo que é uma doença auto-limitada apesar dos surtos antes referidos. observador censurado > José Vaz: Salvo melhor opinião, é importante perder tempo com os Danieis Oliveira porque são eles que estão a doutrinar a sociedade portuguesa através das televisões e das escolas.             Paul C. Rosado: Muito bom. Mas a extrema-esquerda tem um problema com os factos e com a verdade. Nunca irá receber deles uma discussão séria. Só insultos.                  Maria Tejo > Tristão: O ponto da questão não é se tem pensamento de esquerda ou de direita? Se escreve bem ou mal? Se é cordial ou não? O ponto é se os argumentos são verdadeiros!!! Falsear o ponto de partida só descredibiliza o mensageiro e a mensagem.                 Fernando CE: Exageros esquerdistas. Em tempos , muitos dos actuais “woke” defendiam a democracia “popular” de Mao e Enver Hoxha. Mudaram apenas os disparates.