Mudam-se as vontades, conforme as
necessidades. Mas a questão da Ucrânia devia ser igualmente ponto assente, como
diz Zelensky, zangado, e com razão, que eles é que estão ali, no terreno da
luta, com muitas armas de cá, é certo, mas os corpos deles, de lá, é que servem
de travão, sozinhos, bem o sabemos, e o nosso afecto deve parecer-lhes imbuído
de cinismo, para nossa vergonha democrática…
Entrada da Suécia na NATO, a moeda de
troca para a Turquia fazer parte da União Europeia
Turquia aceitou dar luz verde para a
entrada da Suécia na NATO, mas não sem antes garantir que ganha apoio
importante para ser membro da UE. E "esse não é um problema para a
NATO", diz Stoltenberg.
OBSERVADOR, 11
jul. 2023, 00:39 9
A Turquia deu esta segunda-feira
luz verde à entrada da Suécia na NATO. “Um passo
histórico”, disse Jens
Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, em
conferência de imprensa, depois da reunião entre Turquia, Suécia e NATO.
Mas esta cedência da Turquia, que sempre mostrou resistência à entrada da
Suécia, não surge sem o Presidente turco,
Recep Tayyip Erdogan, garantir que também pode ganhar alguma coisa. No fundo, a
entrada da Suécia na NATO aparece como uma moeda de troca para Ancara conseguir
a entrada da Turquia na União Europeia, pretensão
ambicionada desde 2005, ano em que foi apresentada a candidatura. Mas
a Rússia já avisou: a Turquia está a
tomar “decisões provocadoras”. “Os eventos
das últimas semanas, infelizmente, demonstram claramente que a Turquia está
gradualmente a passar de um país neutro para um país hostil”, adiantou
fonte ligada à defesa russa à agência TASS.
Durante a conferência de imprensa que
aconteceu na tarde desta segunda-feira, Jens
Stoltenberg explicou que a Suécia aceitou ajudar a Turquia no caminho para a entrada
na União Europeia. E, questionado sobre as consequências dessa adesão, o
secretário-geral da NATO disse apenas que “esse
não é um problema para a NATO, é um problema para a União Europeia”. “O que a Suécia concordou hoje [esta segunda-feira],
como membro da União Europeia, foi apoiar activamente os esforços para
fortalecer o processo de adesão da Turquia à União Europeia”, acrescentou.
“Desde
a última cimeira da NATO, em Madrid, a Suécia e a Turquia trabalharam em
estreita cooperação para abordar as legítimas preocupações de segurança da
Turquia. Como parte desse processo, a Suécia alterou a sua constituição,
alterou as suas leis, alargou significativamente a sua cooperação
antiterrorismo e retomou as exportações de armas para a Turquia”, explicou
ainda.
Já o primeiro-ministro sueco, Ulf
Kristersson, falou, também esta segunda-feira, numa “sensação muito positiva”. “É o nosso objectivo há muito tempo.
Acredito que tivemos uma boa resposta e demos um enorme passo para a adesão”
à NATO, confidenciou.
Ainda antes da reunião, do lado da
Turquia, Erdogan já tinha deixado o aviso e fora bem claro: “Apelo aos que mantiveram a Turquia à
espera, à porta da União Europeia, durante mais de 50 anos, que preparem o
caminho para a Turquia e nós preparamos o caminho para a Suécia”.
A Turquia espera, de facto, há mais
de 50 anos, pelo momento em que receba autorização para fazer parte da União
Europeia. Apesar de ter sido só em 2005 que a candidatura
começou a ganhar alguma esperança, com o início de negociações, este país
apresentou a primeira candidatura à CEE ( Comunidade Económica Europeia) em
1959. Depois renovou-a em 1987. E, mesmo com estas duas primeiras
candidaturas, nunca chegou a ser considerado como candidato formal — isso só
aconteceu em 1999. O processo tem sido muito lento e, em 2016, as negociações
pararam.
A
possibilidade da entrada da Turquia na União Europeia, como troca para a
entrada da Suécia na NATO, foi, aliás, uma questão afastada por vários líderes
que participam na cimeira da NATO, que começa esta terça-feira. Um
dos líderes que negou comentar essa hipótese foi precisamente António Costa,
considerando os temas “diversos”. “É natural que cada país procure
defender os seus interesses de acordo com aquilo que são as melhores condições
que se apresentam em cada momento”, disse o primeiro-ministro, na véspera da
cimeira, já na Lituânia.
Tal como António Costa, também o
chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que as duas questões não estavam
relacionadas. Em Berlim, Scholz declarou que a “Suécia reúne todos os
requisitos de adesão à NATO” e que a adesão da Turquia à UE não tem qualquer
ligação com o assunto.
“Momento histórico”. As reações à
decisão da Turquia
Depois do anúncio da luz verde da Turquia
para a entrada da Suécia na NATO, começaram a surgir as reacções. Do lado do
Reino Unido, Rishi Sunak disse que este é um “momento histórico”. “Suécia,
estamos ansiosos por recebê-la na Aliança”, escreveu o primeiro-ministro
britânico.
E o Presidente norte-americano também
falou sobre o assunto, dizendo estar pronto para trabalhar com a Turquia e para
receber a Suécia. “Estou ansioso por receber o primeiro-ministro Kristersson e
a Suécia como nosso 32.º aliado da NATO”, acrescentou, em comunicado divulgado
pela Casa Branca. Joe Biden quis ainda agradecer a Jens Stoltenberg “a firme
liderança”.
GUERRA NA UCRÂNIA UCRÂNIA EUROPA MUNDO NATO UNIÃO EUROPEIA TURQUIA MÉDIO
ORIENTE SUÉCIA
COMENTÁRIOS (9)
Jorge Rodrigues Valente: A
Turquia será um país problemático para a UE. No entanto, deixaram entrar a
Hungria (país de adoradores de ditaduras sanguinárias) e estamos a ponderar
deixar entrar outro país pior que a Hungria: a Sérvia. Seria de mais fácil
integração a Hungria, Sérvia, Rússia, Turquia, Correia do Norte, Cuba,
Argentina, Brasil, Nicarágua, Irão, Etiópia, Eritreia, Líbano, Síria, África do
Sul, Moçambique, Líbia, China fazerem uma aliança económica e militar (criaram
assim um Mundo bipolar) e iriam entender-se. Invadir um país pacífico e não dictatorial
é que é errado, ao contrário do que defende o idiota bêbado, corrupto e ladrão
de nove dedos brasileiro. Quem defende o argumento de que "Onde um não
quer, dois não brigam", nem sei porque chamou a polícia para libertar a
Sede dos Três Poderes", em Brasília. Deixava lá os selvagens e até poderia
ceder 30% do território brasileiro a esses selvagens para garantir a ordem e
progresso. Carlos
Costa: Agora, é um grande amigo do ocidente,
este ditador que todos se esquecem que fez uma autêntica purga na Turquia. Grande
amigo que ele é. Vai ser lindo ver a Turquia na EU, vai vai. Aqueles que
queimaram o Alcorão na Suécia que se ponham agora a pau, já que vai haver livre
circulação. António
Monteiro > Carlos Costa: Bom dia. Se
este ditador chantagista, conseguir enfiar a Turquia na UE é a desgraça para os
Europeus, vejam
o que se passou em França, é uma pequena amostra do que se passará sempre que
eles quiserem. João
Das Regras: Se
a Turquia alguma vez entrar na UE então a Europa como a conhecemos acaba. Um
país muçulmano com mais de 80 milhões de habitantes passa a bloquear as políticas
que não se coadunem com o Islão. Depois chorem que já vão tarde. Pontifex Maximus: Veremos onde chegará o sangue frio do Orban, deixado
sozinho na arena contra o mundo! GateKeeper: Erdogan não dá um único passo, um que seja, sem lhe
"oferecerem" um sapato; como os sapatos devem ser
"oferecidos" aos pares...Para bom/boa entendedor(a), 1/2 palavra
basta, certo?! José
Vaz: No dia que a Turquia entrar na união
europeia vou viver prós Açores, sempre é longe desta porcaria de Europa e ainda
por cima é bonito. Álvaro
Venâncio: Erdogan, mais um Putin?? Francisco S Ferreira: Não é um problema para a NATO, certo? Nunca foi
problema para os EUA ou para a multiculturalista Grã Bretanha. É apenas mais um
problema para nós, filhos de europeus. Depois malhem naqueles que falam da
grande substituição... Razão tem a articulista de hoje no Obs ao falar numa
Grande Desresponsabilização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário