Em país de
desordem. Texto enviado pelo Luís, sobre as exigências do seu ídolo em relação a um país pouco escrupuloso em
trabalho, método e ordem, e que pode servir de exemplo hoje. Gostei de ler e
de guardar, e por isso o agradeço ao Luís, pois serve de exemplo hoje.
Entretanto,
assisti ontem a um programa televisivo francês sobre os problemas climáticos
actuais e sua repercussão nos Países Baixos, e as revolucionárias obras de
engenharia terrestre e naval para tentar aguentar por mais uns tempos ainda um
país há muito vivendo na hipótese da sua condenação como território sólido. E comparei.
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«Entretanto é
nomeada uma comissão para fiscalização dos trabalhos de levantamento, cuidado
do Ministro que tudo previa, fiscalização que pela primeira vez sobre trabalhos
de tal natureza.
Por portaria de 12 de Dezembro de 1938, foi então criada a Comissão de Fiscalização dos
Levantamentos Topográficos Urbanos (C. F. L. T. U.) Enquanto as empresas
adjudicatárias preparavam os planos gerais de trabalhos e iniciam o
levantamento das plantas, a C. F. L. T. U. procede, por intermédio de delegados
seus e das câmaras municipais, à delimitação das superfícies a levantar em cada
povoação nos termos já indicados. A tarefa não é fácil, porque, além de faltarem elementos de informação
que permitam uma fixação conveniente dos limites dessas superfícies, nem sempre
a finalidade do trabalho a realizar é compreendida pelos interessados. Certo é
também que as dificuldades económicas de muitos municípios impedem, de momento,
que os limites das superfícies a levantar abranjam zonas de reconhecida
utilidade, o que obrigará a adiar esse trabalho para mais tarde. No gabinete,
em colaboração com as empresas adjudicatárias, estudam-se e elaboram-se não só
a relação dos sinais convencionais a adoptar, mas também os modelos de
impressos de cálculo e de cadernetas a utilizar. Logo que os primeiros
trabalhos de campo se realizam, inicia-se a sua verificação.
A C. F. L. T. U., mantendo desde
o começo, a despeito de reclamações, o
princípio de que a sua acção fiscalizadora se deveria considerar como
colaboração activa com as empresas adjudicatárias, exerce a sua acção não só
verificando, no campo e no gabinete, dando todos os esclarecimentos para que
essas operações sejam conduzidas de molde a obterem-se os resultados desejados.
Com a adopção deste critério se evitou que os trabalhos apresentados pelas
empresas adjudicatárias pudessem ser rejeitados depois de concluídos. Apesar de todos os esforços feitos, tanto pelas empresas como pela
fiscalização, o ritmo de execução dessas plantas foi, a princípio, muito lento,
mercê de circunstâncias várias, em que figura, quanto às empresas, a falta de
pessoal habilitado a corresponder às exigências da fiscalização.
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Entretanto a Comissão mandava proceder
também à verificação de plantas topográficas que algumas câmaras municipais
possuíam, levantadas anteriormente à publicação do caderno de encargos.
Dessas plantas, muitas revelaram, a uma simples análise visual, que haviam
sido levantadas sem obedecer aos mais elementares preceitos técnicos; outras,
com melhor aparência, mostravam, após a sua verificação, que não tinham as
condições e o rigor suficientes para sobre elas se estabelecerem quaisquer
projectos. Umas e outras foram, por isso, consideradas sem condições de
aproveitamento para fins do estabelecimento dos planos gerais de urbanização
das povoações a que diziam respeito.
Tendo sido examinadas e
verificadas pela C. F. L. T. U. as plantas topográficas de duzentas e quinze
povoações, somente dezoito, ou seja 8,4
por cento do número total, foram benevolamente consideradas aproveitáveis, e,
mesmo assim, depois de nelas serem introduzidas determinadas correcções. Os
números indicados justificam plenamente a necessidade de manter um organismo fiscalizador dos levantamentos de plantas
topográficas.
Em
consequência da rejeição dessas plantas, preciso se tornou aumentar o número de
povoações a levantar e delimitar as novas superfícies a abranger nos seus
levantamentos.
Por isso, quando, em 1941, houve necessidade de prorrogar o prazo de execução
da empreitada, o Ministro das Obras Públicas e Comunicações fez depender essa
concessão de aceitação, por parte das empresas adjudicatárias, do levantamento
das plantas topográficas de mais duzentas e oito povoações, pelos preços
unitários da primeira adjudicação. E assim se chegou ao número de trezentas e
sessenta e uma povoações.
(Continua)
(Parte
XL de …) 15 Anos de Obras Públicas – 1.º Vol. Livro de Ouro
1932-1947 (040)
(Fonte: 15 Anos de Obras Públicas – 1.º
Vol. Livro de Ouro 1932-1947 – Levantamentos Topográficos Urbanos – Raul da
Costa Couvreur – Presidente da Comissão de Fiscalização dos Levantamentos
Topográficos Urbanos)
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