terça-feira, 30 de novembro de 2021

Um parto normal

 

O da “Lei da Morte”- ou antes, da Matança. Será daqui a nove meses, segundo se lê – próxima reponderação, na próxima legislatura. Segundo parte dos comentários – atribuíveis, de resto, aos mesmos comentadores - estes preferem a antecipação, por cesariana bem-sucedida, está visto.

EUTANÁSIA

Marcelo volta a devolver ao Parlamento diploma sobre eutanásia

Marcelo Rebelo de Sousa devolveu, sem promulgação, pela terceira vez, o decreto sobre a morte medicamente assistida, pedindo a clarificação de algumas contradições. Decisão só na próxima legislatura.

JOSÉ CARLOS DUARTE: Texto

OBSERVADOR, 30/10/21 EUTANÁSIA 

A decisão de Marcelo foi tomada após a visita oficial a Angola

Marcelo Rebelo de Sousa vetou, esta segunda-feira, sem promulgação, o decreto que recebeu da Assembleia da República sobre a morte medicamente assistida, “envolvendo a eutanásia e o suicídio medicamente assistido”.

Em nota publicada no site da presidência, o chefe de Estado solicita que se clarifique duas “contradições”. Uma delas prende-se com a exigência de “doença fatal” para a permissão de antecipação da morte. O Presidente argumenta que essa exigência pode ser alargada para uma “doença incurável” mesmo que não seja fatal e ainda a “doença grave.

O Presidente da República pede, assim, que a Assembleia da República clarifique se é exigível “doença fatal”, se só “incurável”, se apenas “grave”, numa carta (que pode ver aqui) divulgada no site da Presidência. No caso de deixar de ser exigível a “doença fatal”, Marcelo pede que se repondere “a alteração verificada”, uma vez que corresponde “a uma mudança considerável de ponderação dos valores da vida e da livre autodeterminação, no contexto da sociedade portuguesa”. Frisou também que esta reponderação demorará nove meses — atirando a decisão, por isso, para outra legislatura.

Marcelo reforça que as suas convicções não tiveram qualquer peso na decisão.

Ainda no caso da doença grave ou numa incurável, Marcelo diz que o “legislador tem de escolher entre exigir para a eutanásia e o suicídio medicamente assistido – que são as duas formas da morte medicamente assistida que prevê, entre a ‘doença só grave’, a ‘doença grave e incurável’ e a ‘doença incurável e fatal’”.

Para mais, o chefe de Estado indica que o novo texto do diploma “ora usa ‘doença grave ou incurável’, o que quer dizer uma ou outra, ora define aquela como grave e incurável, o que quer dizer, além de grave, também incurável, ora usa ‘doença grave e fatal ‘, o que quer dizer que, além de grave e incurável, determina a morteNão apenas é grave, incurável, progressiva e irreversível, como acontece com doenças crónicas sem cura e irreversíveis. É fatal”.

“Em matéria tão importante como esta — respeitante a direitos essenciais das pessoas, como o direito à vida e a liberdade de autodeterminação –, a aparente incongruência corre o risco de atingir fatalmente o conteúdo”, prossegue o Presidente.

Num cenário em que a Assembleia da República optar por renunciar “à exigência de a doença ser fatal, e, portanto, ampliar a permissão da morte medicamente assistida”, tal significa que Portugal seguirá os países com uma “solução mais drástica ou radical”, como os Países Baixos ou a Bélgica. “Trata-se de saber em que bases se apoia a opção pela solução mais drástica e radical, se for essa a opção da Assembleia da República”, lê-se no diploma.

Marcelo reforça que as suas convicções não tiveram qualquer peso na decisão, destacando o juízo que formula é aquilo que diz corresponder ao “sentimento valorativo dominante na sociedade portuguesa”. E justifica que não suscitou a fiscalização prévia do Tribunal Constitucional por “haver prévias aparentes incongruências de texto a esclarecer” e por “desse esclarecimento decorrer, largamente, o tipo de juízo jurídico-constitucional formulável”.

A decisão de Marcelo foi tomada após a visita oficial a Angola, três dias após de ter recebido o decreto da Assembleia da República, prescindido-se de “prazos constitucionais mais longos”. “Seria constitucional, mas sinal de desrespeito, usar os prazos conferidos pela Constituição e decidir já depois de a Assembleia da República se encontrar dissolvida”, justifica o Presidente.

Há oito meses, Marcelo Rebelo de Sousa vetou o anterior decreto do parlamento sobre esta matéria, que o Tribunal Constitucional declarou inconstitucional por “insuficiente densidade normativa” do artigo 2.º n.º 1, que estabelecia os termos para a morte medicamente assistida deixar de ser punível, em resposta a um pedido seu de fiscalização preventiva.

Na sequência do veto, o Parlamento reapreciou o decreto e aprovou uma nova versão em 5 de novembro, com votos a favor da maioria da bancada do PS e de BE, PAN, PEV, Iniciativa Liberal, de 13 deputados do PSD e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Dois deputados socialistas e três sociais-democratas abstiveram-se. A maioria da bancada do PSD votou contra (sendo uma das exceções o presidente do partido, Rui Rio), assim como PCP, CDS-PP e Chega e sete deputados do PS.

Governo diz que cabe ao próximo Parlamento responder a Marcelo.

“O próximo parlamento terá que encontrar soluções para responder às questões do Presidente da República”, apontou o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Tiago Antunes, em declarações à CNN Portugal. O secretário de Estado lembrou que o Tribunal Constitucional já se tinha pronunciado “dizendo que havia questões onde a lei tinha de ser mais determinada” e considerou que a Assembleia da República “fez um trabalho no sentido de determinar esses conceitos”.

“O Presidente da República entende que esta determinação não é suficiente. O próximo parlamento terá de trabalhar esse aspecto”, disse ainda.

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar da bancada do Bloco de Esquerda, também reagiu ao veto. Na sua conta pessoal do Twitter, diz tratar-se de um “veto cínico”, acrescentando que não será “o cinismo presidencial a ter a última palavra”.

 “A eutanásia será legal, mais cedo do que tarde”, garante o bloquista, referindo que a “próxima legislatura limpará da nossa memória este desumano veto de Marcelo Rebelo de Sousa”.

EUTANÁSIA   SAÚDE   PRESIDENTE MARCELO   POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

José Dias: São por demais óbvias duas coisas: 1) a qualidade da legislação produzida pelo Parlamento deixa muito a desejar no que respeito a clareza e correcto uso da língua e dos conceitos, e 2) o Ti Celito aproveita a ocasião - quiçá até oferecida por quem só quer fazer de conta que quer - de, mais uma vez, arrastar os pés e atirar a questão para o dia de São Nunca ... à tardinha! No entretanto a "coisa" continua natural, e felizmente, a ocorrer para bem daqueles a quem se evita condenar à pena do sofrimento sem sentido ... e como estamos numa terrinha de "faz de conta", o que não se vê e de que não se fala não incomoda as "pessoas mais sensíveis". Os melhores entre os melhores ... pois!             Jose Castro: E qual o problema se fosse devido às suas convicções? Temos um PR só para fazer trabalho técnico tipo robot? É este o maior problema da direita, falta de imposição das suas convicções, quando as tem.          Jorge Lourenço > Jose Castro: "E qual o problema se fosse devido às suas convicções?" Porque o presidente serve o povo, que por sua vez votou nos partidos que aprovaram a lei em parlamento, e o PR veta devido as sua convicções? Ele só tem que assinar ou não se existir algum problema grave no documento a legislar, não pelas sua convicções. O Sr. calado era um poeta.           H Almeida: Sou habitualmente bastante crítico de MRS mas aqui, esteve bem. Independentemente dos motivos que alega, considero uma leviandade a pressa com que esta lei sensível foi levada de novo à AR e lá votada. Átila, o Huno: De facto, como definir por "doença incurável" uma qualquer patologia que, por conta dos progressos tecnológicos e científicos presentemente à disposição, possa revelar-se curável dentro de meses, dias ou horas? O que é "incurável" hoje pode ser curável amanhã, e, atendendo à irreversibilidade da chamada eutanásia (e, como é evidente, ao sofrimento suscitado em parentes e amigos dos pacientes a serem eutanasiados), é da mais elementar sensatez desvirtuar a propaganda parlamentar e exigir esclarecimentos técnicos cabais e rotundos. Depois de nova aprovação do diploma em causa, alguns parlamentares, nomeadamente afectos às bancadas do PêÉsse, do BêÉ e do P.A.N., encheram os telejornais com a garantia (barulhenta, mas vazia) de que as aporias em questão haviam sido solucionadas; como seria de esperar, e tendo em conta os intervenientes em causa, era fácil de prever que assim não fosse. No fundo, não queriam perder o comboio da demagogia e, antes que fossem chegadas as Legislativas, prestaram-se a este acto infame e baixo. Grato ao sr. Presidente da República por renovada manifestação de equidistância institucional.        Liberal Assinante do Local > Átila, o Huno: E sai mais uma hostiazinha consagrada e "equidistante"! Ainda não reparou que a lei agora sabotada fala em "doença fatal", e não em "doença incurável"? A que propósito vem para aqui falar em "doença incurável"?           Átila, o Huno > Liberal Assinante do Local: Se uma determinada doença é necessariamente fatal, então define-se por "incurável". Nem toda a doença incurável é fatal; mas toda a doença fatal é incurável. Portanto, a dificuldade subsiste: como definir uma doença por "necessariamente fatal" se, à luz dos conhecimentos tecnológicos e científicos de que dispomos, uma doença que é "necessariamente fatal" hoje pode não o ser amanhã? A menos que acredite que a consumação da eutanásia deve somente pressupor que uma doença seja "potencialmente fatal" - o que abriria um precedente rumo à adopção de práticas hoje em vigor na Bélgica ou nos Países Baixos. Aliás, o que é a vida, senão uma condição "fatal"?           Liberal Assinante do LocalÁtila, o Huno: É claro que as doenças fatais são incuráveis, se não fossem incuráveis não seriam fatais! Andamos a brincar com as palavras, é só isso. Sabe lá você o que se passa na Bélgica ou na Holanda... Quando alguém tem uma doença fatal, só existe o hoje, não tem nada que ser condicionado pelos seus sonhos de uma cura. E essa pessoa sabe perfeitamente que ao pedir outra morte perde a "chance" de ter uma cura. Milagres é em Fátima, alguns de nós vivem neste mundo.          Átila, o Huno > Liberal Assinante do Local: Tendo em conta que a cura ou mitigação de determinadas condições patológicas somente se tornou possível por causa do sacrifício de alguns doentes, então, ao admitirmos a morte como hipótese primeira, estamos a agir em detrimento da investigação científica, assim, paradoxalmente, passando um atestado de óbito a todo e qualquer paciente que sofra ou venha a sofrer de doença dita "fatal".
Pois bem: e se, nas décadas de 80 e 90, milhares de seropositivos tivessem optado pela morte medicamente assistida, não continuaria a SIDA a ser, ainda hoje, uma condição "necessariamente fatal"? Ou seja: ao cristalizarmos a definição de doença "fatal", não estaremos, em última análise, a garantir que semelhantes doenças venham a permanecer fatais no futuro?
          Jorge Lourenço > Átila, o Huno: Aqui o problema é a continuidade do sofrimento daqueles que têm a doença, e que ficam à espera da cura para a tal "doença incurável". Aqui não é uma questão de convicções mas de aqueles que têm o problema escolherem quando acabar com ele, ou já ninguém é dono de si?         josé maria: Sou defensor da eutanásia, mas Marcelo tem razão. Os conceitos apontados pelo presidente são equívocos e merecem o devido esclarecimento, por forma a clarificar-se a ambiguidade detectada. Os deputados da AR, que reelaboraram a lei da  eutanásia, poderiam e deveriam ter sido rigorosos na delimitação dos conceitos em causa.            Liberal Assinante do Local > josé maria: Em nota publicada no site da presidência, o chefe de Estado solicita que se clarifique duas “contradições”. Uma delas prende-se com a exigência de “doença fatal” para a permissão de antecipação da morte. O Presidente argumenta que essa exigência pode ser alargada para uma “doença incurável” mesmo que não seja fatal e ainda a “doença grave”. Acha mesmo que este paleio faz algum sentido?         Gil Lourenço > Liberal Assinante do Local: Faz sentido!           pedro lopes > Gil Lourenço: O Marcelo está a empatar até dissolver a assembleia, na esperança que na próxima legislatura existam menos apoiantes da eutanásia e assim dar um veto de gaveta na assembleia ou ver a lei rejeitada na próxima legislatura. Portugal é um país triste, infelizmente a lei não vai ser aprovada.           Liberal Assinante do Local > Gil Lourenço: Doença fatal é aquela que provoca a morte garantidamente. Conversa mole é a do presidente da república.         Gil Lourenço > pedro lopes: E por que razão se aprovou uma lei à pressa em final de legislatura?         Gil Lourenço > Liberal Assinante do Local: Não, não é conversa mole...nem vou explicar isso porque há aqui comentários que já o fizeram e bem.          Liberal Assinante do Local: São muitos milhares de votos que as esquerdas vão ganhar. Bem, pode ser que alguns deles sejam desviados para a IL, não pode ser tudo mau! As chances de uma nova maioria de esquerda em Janeiro já eram elevadíssimas, mas o talentoso Selfito conseguiu aumentá-las. E sai uma hostiazinha consagrada.           Lourenço de Almeida > Liberal Assinante do Local: É caso para se dizer que "valores mais altos se alevantam". Como o Marcelo nunca escondeu como actuaria em casos relacionados com a vida, duvido que se percam votos para a esquerda por ter feito aquilo que sempre se soube que faria.            Liberal Assinante do Local > Lourenço de Almeida: Não meu caro, os votos irão perder-se porque há mesmo muita gente que quer este assunto resolvido.            Gil Lourenço > Liberal Assinante do Local: Acha mesmo que as pessoas estão agora preocupadas com isso? Acha que é prioritário?          pedro lopes > Gil Lourenço: Para muita gente é prioritário.         Liberal Assinante do Local > Gil Lourenço: Obviamente. Eu não estou a dizer que são milhões aqueles que querem o assunto resolvido, mas milhares são certamente. Não vai ser votando no CDS ou no PSD que o vão resolver. Olhe, quem sabe se isto não é um bom empurrão para a IL?         Gil Lourenço > pedro lopes: Qual é essa gente? Contabilizou? Para muita gente é prioritário que o estado dê um SNS como deve ser e não que os mande matar...

Gil Lourenço > Liberal Assinante do Local: Se as pessoas votarem na IL só por isso...                Lourenço de Almeida: Finalmente posso não me arrepender de ter votado no Marcelo. Nunca escondeu o que pensava sobre o assunto e foi assim que ganhou as eleições. Independentemente disso, agradece-se que quem tem o poder actue de acordo com as suas convicções que nunca escondeu! Parabéns e obrigado Sr. Presidente!             Ediberto Abreu: Triste fado o nosso, termos um presidente que vota segundo a sua religião. Quando diz que é o presidente de todos os portugueses, deve estar a gozar com o pagode. Eu quero decidir quando devo acabar o meu sofrimento...não é um Deus que ele adora que deve decidir por mim, caramba...chega de tanta hipocrisia. Para que não haja dúvidas e ataques disparatados, declaro que detesto a esquerda política o que prova que isto não deve ser uma medida de esquerda, mas sim uma medida de bom senso e de respeito para com o semelhante.             Gil Lourenço > Ediberto Abreu: Mas faz sentido a clarificação dos conceitos! Pensa que isto é a rebaldaria como na Holanda ou Bélgica?            Luis Fonseca > Ediberto Abreu: Com a actual lei você não vai decidir quando vai acabar com o seu sofrimento. Você vai poder manifestar essa intenção (já o pode fazer) mas é o Estado que vai decidir se o seu desejo se concretiza ou não. Não é uma questão de liberdade individual porque, em última instância, será sempre o Estado e funcionários do Estado a decidir se tem direito a morrer ou não. Serão promovidas enormes injustiças, principalmente nos casos em que esse mesmo Estado decidir que você, à luz de uma lei mal desenhada, não tem direito a morrer.       Jorge Lourenço > Luis Fonseca: Claro que é o Estado que decide no caso daqueles que não podem sair da cama do hospital, aos outros resta saltarem da ponte ou ficar na linha do comboio, que aí sim, é uma morte mais condigna para um sofrimento que muitos já não suportam. Viva ao Presidente de alguns portugueses e dos selfies.             Estevao Pape: Muito bem! Eles querem lá saber se é grave, incurável ou fatal… interessa lhes é desistir da vida dos outros, alegando as liberdades pessoais, enquanto nos prendem à pobreza e nos tiram a liberdade financeira através da corrupção e de encher o estado com amigos e com gastos supérfluos         Diogo Carvalho > Estevao Pape: Sinceramente não percebo o medo de algumas pessoas da liberdade de escolha dos outros.        Gil Lourenço > Diogo Carvalho: Liberdade de escolha em relação ao quê? Ser o Estado a decidir sobre a morte ou familiares ou sobre o que acontece na Bélgica e Holanda... Já existe liberdade: quem se quer suicidar...

 

Premonições, talvez


Mas conhecimento político também. De André Abrantes Amaral e Comentadores, neste caso específico da China e o resto do mundo. De toda a maneira, são avisos para os que se vão dando conta, devagarinho, com adaptações e resmungos… O pior são os “de repentes”, nos inesperados da História...

 

Os desafios, perante um possível colapso chinês

Quando a economia chinesa entrar em crise, vamos ouvir que a culpa é dos mercados, não do governo chinês que incentivou a dívida e a desconformidade entre o que se produz e o que se precisa. 

ANDRÉ ABRANTES AMARAL

OBSERVADOR, 28 nov 2021

Não há volta a dar: economias dirigidas pelo poder político originam dívida e economias endividadas geram pobreza e caos. Independentemente disso, os governos precisam de crescimento para se manterem no poder e insuflam a economia com incentivos na busca de resultados rápidos. Nas democracias, os governos fazem-no para vencer eleições; em algumas ditaduras, para os regimes se manterem de pé. Nas democracias, e apesar dos incentivos contrários como a actual política monetária do BCE e da FED, as correcções ainda se fazem mesmo que a conta-gotas. Traduzem-se em pequenas recessões, ligeiras crises que procuram adiar uma outra maior e mais grave. Nas ditaduras, essas correcções são impossíveis porque a fuga para a frente (que quando não resulta numa guerra se pode traduzir num crescimento económico ímpar e imparável) não pode ser posta em causa. Nas ditaduras só resta uma decisão e essa é continuar a andar mesmo que à beira do abismo.

A China é um país imenso, muito maior que os EUA, que a própria UE ou a Rússia. Por essa razão tem aguentado a política dirigista de Pequim. Os líderes comunistas descobriram que com um incremento da actividade económica evitariam o destino dos dirigentes da URSS. Desconheciam que o desenvolvimento económico (o poder comprar-se um bem de primeira necessidade depois de já se ter outro, o querer um melhor emprego que o anterior, o aventurar-se num negócio por conta própria e vê-lo crescer, em suma, o simples facto de se querer viver melhor que no passado) é um vício. As pessoas gostam de melhorar. Faz parte da nossa natureza e pouco há a fazer contra ela. Foi essa mesma natureza humana que forçou os oligarcas comunistas de Pequim a expandirem para o resto da China as políticas inicialmente previstas para as regiões especiais. Também desconheciam que quando se planeia ao milímetro a vida de milhares de milhões de pessoas, o plano não corre bem. As reacções são impossíveis de prever e as consequências desastrosas.

Cidades vazias, bancos públicos endividados a par de empresas de construção e do sector imobiliário na mesmíssima condição, dados estatísticos enganosos, corrupção ao mais alto nível, mas também nos meios intermédios e mais pequenos, obras públicas monstruosas, ineficientes e com um impacto ambiental capaz de fazer corar os ocidentais mais cépticos das alterações climáticas, declínio demográfico e uma população desejosa de mais e de melhor, a China não está preparada para uma crise económica como a que teria de atravessar para corrigir tantos erros. As notícias sobre a Evergrande, a segunda maior empresa imobiliária na China, são apenas mais um sinal negativo que a reacção de Pequim nos pode levar a pensar o pior.

Em Abril passado a China Huarong Asset Management, uma empresa estatal de gestão de activos criada para fazer face à crise financeira que atingiu a Ásia em 1997, foi intervencionada e salva pelo poder político chinês. Ora, esta não foi a decisão que Pequim tomou relativamente à EvergrandeHá quem entenda que não estamos perante uma mudança sobre o entendimento de como o Estado deve intervir nestas situações, mas que, ao contrário do que sucede com o sector bancário e financeiro, o imobiliário não é considerado estratégico e, por essa razão, os governantes em Pequim decidiram que é da responsabilidade dos poderes e empresas locais resolver problemas como o da Evergrande. Mas há uma outra leitura que também podemos fazer e que se resume num ponto: a China tem demasiadas Evergrande. O governo central não tem condições para as salvar a todas e daí procura circunscrever os fogos que vão surgindo na esperança que estes não se propaguem. Pelo menos ao mesmo tempo. Foi nesse sentido que o Banco Popular da China já veio garantir que a Evergrande é um caso isolado e que as restantes empresas imobiliárias chinesas são sólidas.

Mas nesta crónica não quero apenas fazer uma leitura económica sobre o que se passa na China. É minha intenção deixar também um alerta sobre o modo como nos deslumbramos com o sucesso alheio, mesmo que aparente e sem base de sustentação. O Ocidente também vacilou nos anos 50 quando houve quem duvidasse se o modelo soviético não seria melhor que a economia de mercado. A URSS conseguiu a bomba de hidrogénio pouco depois dos norte-americanos, lançou com sucesso o primeiro míssil balístico, adiantou-se na corrida espacial com o Sputnik 1 e 2 e, finalmente em 1961, ao enviar o primeiro homem para o espaço. À semelhança do sucede agora com a China, na época os EUA (e o Ocidente) estavam preocupados, seriamente preocupados com o avanço tecnológico soviético que era acompanhado de alguns sucessos económicos, naturais se tivermos em conta a guerra que terminara há poucos anos. Mas isso é fácil de dizer agora porque sabemos, como é fácil avaliar as decisões de Churchill na Segunda Guerra, agora que temos a certeza que deram certo. O problema é quando se desconhece o fim da história. É nessa altura que é preciso acreditar nas vantagens do que temos: que a liberdade é um valor natural do ser humano e, como natural que é, produz melhores resultados a longo prazo. Não só uma comunidade mais rica, mas também mais saudável e sustentável onde apraz viver.

A China tem sido apontada como um gigante (que é) que vai mudar o mundo e pôr termo ao domínio ocidental (o que muito provavelmente é verdade). Mas a China não é governada por seres superiores capazes de antecipar todas as crises e de planear um país próspero e isento de problemas. Por muito grande que a China seja, por muita aptidão que os chineses tenham, não é possível que uns iluminados governem de forma satisfatória a vida de milhares de milhões de pessoas. Essa tentativa já foi feita e viu-se o que aconteceu. A própria China aplica esta receita há séculos e os resultados não foram os melhores. Não há milagres; apenas seres humanos que vivem as suas vidas.

É assim que um dos desafios que a China nos coloca não é tanto o da sua supremacia, mas o do seu possível colapso ou, quanto mais não seja, o de uma grave crise económica. A acontecer, esta alastrar-se-á às economias ocidentais, gerará convulsões sociais na China e, provavelmente, alguma instabilidade política em Pequim. Dificilmente um país com uma população em declínio entra em guerra. Historicamente, a China foi mais invadida que tentou tomar posse de territórios estrangeiros (as intervenções contra a Índia nos anos 60 terminaram logo que a China controlou o que queria, apesar de poder ir mais longe) o que nos leva a crer que dificilmente invadirá países terceiros. No entanto, uma correcção económica ao nível de um gigante como a China pode ter resultados inesperados. Além do económico, a instabilidade política pode ser o outro desafio que a China nos pode colocar nas próximas décadas.

CHINA    MUNDO

COMENTÁRIOS

Maria Ribeiro: O crescimento do PIB em 2021: 10,5% na Rússia, 7,1% nos USA, 7,9 na China, 4,3 na UE (mais ou menos o crescimento português). O BCE emitirá títulos de dívida (NGEU), de 5 a 30 anos, de 1.800 mil milhões, e comprará dívida (PEPP) de 1.850 mil milhões. Em Portugal temos 277,5 mil milhões de dívida pública (e outro tanto de dívida privada).Continuamos com um sindicalismo das 1ª e 2ª revolução industrial, vamos entrar na 5ª revolução industrial, entraremos na computação quântica, as máquinas induzirão o aumento da sua própria produtividade aumentando a sua eficácia. Até 2030 o negócio da robótica atingirá 260 mil milhões/ano. Será um processo que englobará pessoas, máquinas e sistemas. As pessoas terão a visão estratégica e dotarão a inteligência artificial de dados. A maior parte do emprego será lúdico. A internet dá coisas, as Big Data, a Machine Learning com algoritmos, a Deep Learning, a computação em nuvem, juntamente com a energia renovável, os veículos autônomos, a robótica, o controlo individual pelo Big Brother, moldarão o futuro próximo. A Suécia avança para os 4 dias de trabalho (descanso às 5ªs feiras) no futuro a produtividade não terá nada a ver com a quantidade de trabalho humano. Trabalharemos até mais tarde deixando tarefas rotineiras.      Pedromi: Não me admiraria que o modelo chinês começasse a colapsar...um modelo que não olha a meios (económicos, políticos, ambientais, qualitativos, etc, etc...) para atingir fins, sempre assente na destabilização do ocidente (sim, é o nosso modelo), não me merece a mínima consideração/admiração.     Claudia Mealha > Maria Ribeiro: Que visão de futuro terrível - com a perda total da nossa privacidade e propósito de vida. A moeda digital emitida pelos bancos centrais é o objectivo último dos certificados digitais covid- um pretexto sanitário movido a pânico e medo para abrir o caminho para o Admirável Mundo Novo. Desgraçado futuro de escravos “felizes”.    Antonio Mendes: O problema não é tanto da China mas do PCC. Tipicamente os partidos comunistas evoluem de uma suposta ditadura do proletariado para uma ditadura do partido depois para o seu secretário geral seguido da família do líder até uma monarquia. Com a perpetuação de Xin o PCC está na penúltima fase. Antes de terem adoptado o capitalismo este percurso era facilitado pela pobreza do país mas agora tal já não é fácil. Por isso o PCC precisa de recorrer ao imperialismo e esse é o verdadeiro perigo. Porém os novos-ricos Chineses sabem que isso seria o seu fim e poderão provocar uma revolução como na Rússia de Gorbachev. Esperemos que sim, mas para isso é necessário manter a supremacia militar do Ocidente.           João Ramos: A China para disfarçar os seus problemas internos e o descontentamento que daí advém, poderá ter como objectivo criar situações que tendam a unir o seu povo  mas que nada têm que ver com a resolução dos seus problemas, daí o possível conflito com Taiwan, por isso o Ocidente (EUA) deverá ser muito firme nesta questão e em outras, e caso o consiga isso poderá ter influência numa favorável evolução política na própria China  Fernando Fernandes: Curioso artigo. Com algumas coisas não concordo: A China é menor que a Rússia e EUA e, mais de metade do seu território, é deserto. Tem falta de alimentos e, em matéria ambiental, esqueceu que todas as ilhas do que dizem ser seu mar territorial, foram feitas em atóis de coral, ou seja, um crime ambiental de que poucos falam. Por fim um aspecto não referido: A China só entrará verdadeiramente em dificuldades quando o Mundo se unir e deixar de comprar "made in RPC". Mas como os interesses instalados, o lucro a qualquer custo e Estados endividados, irão continuar a despejar lixo em nossa casas...          Manuel Paleta Do Carmo > Fernando Fernandes: Exacto         FranciscoTavares de Almeida: Concordo com a possibilidade de uma crise económica na China, e que esta - que poderá nem ser crise no sentido corrente mas apenas uma forte diminuição do crescimento económico - pode afectar a superestrutura política. Onde me situo no pólo oposto ao autor é que, no caso de verificar que a crise não pode ser evitada, Xi-Jinping que não parou de acumular poder, como tantos autocratas na história, pode optar por provocar um conflito externo. Dizia magistralmente Isaac Asimov que a violência é o último refúgio dos incompetentes. Atrevo-me a dizer que também o é dos poderosos que se sentem ameaçados por forças que não conseguem controlar. A China para disfarçar os seus problemas internos e o descontentamento que daí advém, poderá ter como objectivo criar situações que tendam a unir o seu povo mas que nada têm que ver com a resolução dos seus problemas, daí o possível conflito com Taiwan, por isso o Ocidente (EUA) deverá ser muito firme nesta questão e em outras, e caso o consiga isso poderá ter influência numa favorável evolução política na própria China.         maldekstre estas kaptilo > Fernando Fernandes: Hum... na realidade a China é maior (embora marginalmente) do que os EUA. E se retirarmos o Alasca (o Havai é residual) a diferença já é mais significativa. Quanto a área desértica, ela é comum em quase todos os grandes países, Rússia, China, EUA, Austrália, etc. De resto, tem toda a razão.             Fernando Fernandes > maldekstre estas kaptilo: Tem alguma verdade. Mas os desertos na China são tremendamente grandes Gobi - 1.295.000 em km² e o deserto de Taklamakan é o segundo maior deserto arenoso do mundo que tem 370.000 km2 , confinando os 1300kk de habitantes a uma zona restrita (circulo) perto do pacífico. A China invadiu o Tibete e tem vindo a querer o ocupar partes do norte da India, na esperança de trazer água em abundância para esses desertos (a norte e oeste).          João Diogo: Excelente análise.     bento guerra: A China não entra em crise, porque controla a maioria dos parâmetros, excepto qualquer desastre imprevisivel. Taiwan virá por um qualquer esquema de "bullying" em que os chineses são fortes e pacientes         Nuno Filipe > bento guerra: E Taiwan tb são fortes e pacientes.         José Santos: Vai ser um desafio e peras. A população chinesa, ao contrário do que nos dizem, não despreza o seu governo nem se vê como oprimida, mas em troca da sua lealdade, o PCC dá-lhes crescimento económico. Por outro lado, muita gente no partido não vê com bons olhos a condição vitalícia da liderança de Xi. Temo que perante o colapso a única solução da liderança para manter o poder seja criar união da forma mais fácil. Se eu vivesse em Taiwan, não estava descansado. E  olhando para o estado dos EUA, não vejo como vão dissuadir uma guerra

 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

O dedo nas feridas


Por Helena Matos e vários comentadores, a esperança distante, como sempre, numa reabilitação capaz.

Cenas dos próximos meses

PSD-Belenenses SAD a jogar com o PS-Benfica. Carlos Moedas a decidir quem convida para almoçar. PS a perguntar: o que fazer com este Rio?

HELENA MATOS, COLUNISTA DO OBSERVADOR

OBSERVADOR, 28 nov 2021, 08:11

Eleições de 2022? Vamos ter o PSD-Belenenses SAD a jogar com o PS-Benfica. O Belenenses SAD acabou a jogar com nove jogadores. Já o PSD alienou em poucos anos o eleitorado que fez aparecer e crescer o Chega e a IL. No caso do Belenenses, a culpa de tão bizarra apresentação em campo será da COVID. Já no PSD a explicação para tal auto-sangria encontra-se na particular idiossincrasia de Rui Rio: o homem que ocupa o seu tempo e gasta as suas energias a derrotar os seus  correlegionários enquanto aspira aliar-se com os adversários. O PS é obviamente o Benfica desta questão. Afinal a direita em Portugal não aspira a ter um projecto político mas sim a ser influencer: Rui Rio concebe-se como o sinal mais ou menos nas rubricas do Orçamento. Marcelo como o emoji coração da nossa vida política.

PSD: um partido que se deixou cair na tenaz PS-Chega. De um lado está o Chega, a afirmar que ou o PSD negoceia com o Chega ou não governará. Do outro o PS, deslocando toda a discussão para as propostas do Chega. O crescimento do Chega é a melhor notícia para o PS e não apenas, ou nem sequer, pela transferência de votos do PSD para o partido liderado por André Ventura mas sobretudo porque o PS mantém o PSD constantemente em estado de prevenção a provar que não defende por actos, palavras ou omissões o mesmo que o Chega. Durante a próxima campanha eleitoral o tema essencial da campanha não será portanto o desempenho do Governo ou o falhanço dos entendimentos dos partidos que o sustentavam mas sim o Chega e muito particularmente as explicações do PSD sobre a sua relação com o Chega. Antigamente tínhamos os idiotas úteis, agora temos os reaccionários úteis.

Carlos Moedas: ficou mais só mas não necessariamente pior. No almoço para que convidou Rangel, terá Carlos Moedas comido pastéis de bacalhau com queijo da serra, especialidade do restaurante onde Rangel e Moedas se deixaram ver na tarde da última quarta-feira? Se o pastel de bacalhau recheado com queijo, gastronomicamente falando, não faz sentido algum, na minha não muito modesta opinião (nestas coisas de receitas e experiências gastronómicas tenho certezas e embirrações para dar e vender!) do ponto de vista político a conversa é outra: com Rio reforçado, Moedas arrisca tornar-se um corpo estranho numa massa homogénea. Não porque Moedas fosse um rangelista mas sobretudo porque uma vez Rangel fora da corrida, Moedas fica mais isolado perante Rio. O que é uma forma de solidão que Moedas pode ou não conseguir transformar em protagonismo. Para já, o hábito penitencial da extrema-direita está a ser-lhe enfiado: o vereador na CML do PS, João Paulo Saraiva, não achou nada mais adequado para justificar a rejeição dos socialistas à proposta de Moedas para que o Programa de Renda Acessível da Câmara de Lisboa passasse a ter como requisito que os candidatos tenham residido na capital nos últimos 10 anos, do que invocar a xenofobia, o racismo e até “os confrontos entre várias pessoas de uma mesma região”. Como é óbvio há autarquias, algumas delas socialistas, que exigem não só que se seja residente no concelho há vários anos como estar ali recenseado, o que convenhamos é um requisito bem mais difícil de preencher. Mas o que para o caso conta foi o poder atirar-se com o anátema do costume para o lado do costume.

PS. O que fazer com este Rio? Para já o PS pode começar a dizer adeus ao sonho da maioria absoluta pois Rui Rio animado por aquilo que realmente o estimula – derrotar aqueles que dentro do seu partido não pensam como ele – será um adversário mais difícil para um António Costa hábil nos bastidores mas invariavelmente desajustado nas campanhas propriamente ditas.  O PS conta com Rio para continuar no poder. Com a naturalidade de quem muda de camisa, o círculo de António Costa que em 2015 exultava com o mundo novo aberto pelas negociações com a esquerda radical, anunciou em 2021, após ver o PCP e o BE chumbarem o Orçamento, que pretende negociar à sua direita e muito particularmente negociar com Rui Rio. Ferro Rodrigues com aquele zero absoluto de subtileza que se lhe conhece ao mesmo tempo que afirmava “Aconselhei sempre António Costa a não fechar as portas ao PSD” declarava “Paulo Rangel? “Não tenho ideia. Não conheço“. O PS já abriu a porta.

PS. Onde está Peng Shuai, a tenista chinesa desaparecida após denunciar ter sido violada pelo antigo vice-primeiro-ministro da China, Zhang Gaoli? Há um ano e meio era notícia o desaparecimento de Ai Fen, a médica que denunciou as condições de saúde em Wuhan e as tentativas das autoridades para encobrirem as mortes por Covid-19. Também tivemos os desaparecimentos da actriz Zhao Wei, dos empresários Jack Ma e Ren Zhiqiang... No mesmo mundo que revolve crimes praticados há séculos e que entrevê violências e agressões nos mais simples gestos, aceita-se como uma fatalidade a brutalidade do regime chinês. O frenesi activista em que vivemos é particularmente selectivo e a China sabe disso.

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS POLÍTICA PSD PS

COMENTÁRIOS:

Jose Infante: Porque será que o "CHEGA" aparece sempre no meio das conversas ????          Liberal Assinante do Local > Jose Infante: Estávamos a precisar de fascistas para termos tema de conversa! Só que nas minhas conversas eu chamo-lhe antes a Chaga!          maria silva > Jose Infante: Os xuxalistas e o rebanho do "viva a ovelha negra", gostam de se exprimir ofensivamente. E como são limitados precisam do Chega para descarregar.          Jose Infante > Liberal Assinante do Local: O anonimato é símbolo dos cobardes.         Mario Almeida: O frenesi activista em que vivemos é particularmente selectivo e a China sabe disso. Sim, é a China que o paga, daí a selectividade. Quanto ao resto, sim Portugal no seu melhor, entre Sófia e Caracas.      Joaquim Rodrigues: Não Helena Matos. Quem criou e fez crescer o “Chega” não foi o Rui Rio. Foi o habilidoso Costa! O habilidoso Costa, depois de, por “poucochinho”, ter traído o seu camarada Seguro e de, contra o que era a tradição democrática do PS e da “Governação” em Portugal, se ter aliado à extrema esquerda, BE e PCP, em vez de viabilizar o “Governo” do Partido democrático mais votado, traiu o País e o eleitorado democrata do PS. Mas então ele não estava farto de saber que havia “uma linha vermelha” que separava o BE e o PCP dos partidos democráticos? Claro que sabia. Como bom oportunista, aquela foi a escapatória que conseguiu arranjar, para tentar salvar a sua carreira política. Na verdade, ao “passar aquela linha vermelha” foi ele que criou as condições objectivas para que aparecesse o “Chega” que agora usa como balão de oxigénio para a sua sobrevivência. O “Chega” é um sub-produto do Costa. O habilidoso Costa, depois de ter traído o voto da maioria dos eleitores do PS, ao aliar-se, contranatura e contra qualquer lógica democrática, com os inimigos da liberdade, da democracia, da NATO e da União Europeia, ficou encurralado no “Gueto” em que se meteu. O caminho que escolheu para salvar a sua carreira política, tornou-se cada vez mais claro, foi o caminho da desgraça do País e do PS.O único Programa que o Costa conseguiu, até hoje, apresentar, foi o Programa das Reversões e esgotou aí o seu “reportório”. A partir de agora vai-se servir cada vez mais do “chega” e de todo e qualquer outro “expediente e habilidade” para se manter no poder.         Liberal Assinante do Local > Joaquim Rodrigues: A Chaga é boa para Kostas, porque divide a direita de forma insanável. Tem no entanto uma parte má, absorve boa parte do eleitorado do seu não tão fiel amigo, o PCP.          Vando Andrade > Joaquim Rodrigues: Verdade, mas o Costa pode fazer isso tudo porquê? Porque até o líder da oposição o apoia… porque carga de água é que o Rio (ainda antes das eleições) anuncia que vai apoiar o PS e assim oferecer mais 5 anos de poder ao Costa? Vamos ter de aguentar o Costa 11 anos, até outubro 2026… vamos ver é se o país aguenta até lá.           JFM Vando Andrade: Rio anuncia que vai apoiar um governo de Costa no caso do PS ser o mais votado, porque se tal acontecesse seria exatamente o que faria: negociar com o PS para evitar que Costa negocie com extrema esquerda. Rio sabe que Costa, depois de perder a geringonça, terá de fazer a mesma afirmação sobre o PSD, mais cedo ou mais tarde, se o PS tiver ambições de ganhar o centro. Mas nessa altura já Rio estará bem instalado na retórica que conta no pós crise política: a governabilidade ao centro, acrescentando-lhe ainda a mudança do modelo econômico para substituir um modelo falido que tem vindo a empobrecer o país.          Elvis Wayne: Ainda bem que Rio venceu a luta de galos interna. Facilita-nos muito mais o trabalho. Viva o CHEGA! Viva Portugal!           João Afonso: Não acrescentaria nada a tudo o que escreveu, a não ser na passagem em que escreve "O frenesi activista em que vivemos é particularmente selectivo e a China sabe disso". Siga-se o rasto do dinheiro, e divulgue-se quem financia o activismo que vivemos. Haveria enorme surpresa e escândalo. Afinal a transparência financeira não deveria ser selectiva!          Fernando Prata: Pena que a maior parte dos militantes do PSD andem a comer gelados com a testa. Antes das eleições, dizia na televisão, alguém bem conhecedor dos meandros do partido, que no PSD, é preferível comer alguma coisinha (migalhas deixadas pelo PS), do que encetar um combate a sério. Parece que tinha razão. Votar em Rio, é condenar o país a dez ou mais anos de estagnação e atraso. Estou para ver se, desgraçadamente, o Chega em vez de chegar a terceiro mais votado, não vai ficar em segundo. Por mim, pela primeira vez na minha vida já longa, não votarei PSD: pedro dragone: A "engolidela em seco" de ontem à noite resultou numa crónica atabalhoada. Quem rebentou com a base eleitoral do PSD e fez crescer o Chega, a IL e fez engordar o PS e a abstenção foi o radicalismo passista que, com as suas medidas "além da Troika", afugentou muitos milhares de votos da base eleitoral tradicional do partido. Não ter percebido isto decorridos mais de 6 anos após a ocorrência dos factos é sinal de uma muito grande (não escrevo para não ser censurado)...         Jorge Tavares > pedro dragone: "radicalismo passista"?! Você deve ser comunista ou neo-comunista.         S N > pedro dragone: Se fosse assim, o PSD de Passos não teria ficado à frente, bem à frente, do PS em 2015. E, sobretudo, não não teria perdido votos, muitas centenas de milhares de votos, de 2015 para 2019, depois de Rio ter substituído Passos. Entretanto, depois de Rio ter substituído Passos, surgiram a IL (Iniciativa Liberal) e o Chega e, mais do que terem surgido, aumentaram em muito o número de militantes e votantes, até ao ponto de o último partido ter passado a 3.º preferido segundo as sondagens - sempre com Rio como presidente do PSD. Tudo pode mudar nos próximos dois meses, mas, com base no que aconteceu até agora, não é possível fazer qualquer prognóstico favorável para esse partido, como bem notou ontem, entre tantos outros, o Sr. A. Ventura.          pedro dragone > S N: Ganhou em 2015 (coligado com o CDS) mas sem maioria parlamentar; e com uma quebra substancial de votação em relação a 2011. E daí em diante o PSD foi sempre a deslizar até bater no fundo, nas autárquicas que vieram a seguir, julgo que em 2017 (depois das quais Passos decidiu sair). O impacto "psicológico" dos cortes, que foram além do que era necessário e exigido pela Troika, fez-se sentir no eleitorado ao longo dos anos. E muita gente ainda não esqueceu...          S N > pedro dragone: Como bem sabe, o CDS "não existia" em 2015, como "não existe" hoje. Os votos anteriores no Dr. Portas iludiram, mas iriam evaporar-se rapidamente. O fogacho autárquico "do CDS" lisboeta em 2017 não passou de fantasia, apesar de a Dra Cristas imaginar que já estava a caminho de S. Bento          pedro dragone > S N: O CDS seguiu a mesma trajectória deslizante pelas mesmas razões (excessos austeritários do governo em que participou), agravadas pela saída de Portas e pelas ton-tices de Cristas. Hoje é um morto-vivo da política. No PSD, Rio conseguiu estancar a hemorragia. O Chega e a IL aparecerem numa altura óptima para crescerem pois beneficiaram do desastre pós Troika do PSD/CDS que deixou muitos milhares de pessoas descontentes e revoltadas e à procura de alternativas partidárias.            antonyo antonyo > pedro dragone: O Passos, que depois de baixar o déficit de Sócrates de 11% para 3% , passou pelo programa da Troika/ PS colocando o país a crescer e ganhou as eleições ! É desse Passos que fala ?         Elvis Wayne > pedro dragone: Está redondamente enganado se acha que foi a "troika" que pariu o CHEGA! ou a IL. Foi o PS e o PSb. Quanto aos "anti-passistas" estão lá todos, no bé, PC, PS e na comitiva do Rio.         Harry Dean Stanton: Pelos vistos a Helena hoje também acordou com um mau estar geral no corpo. Espero que não seja covid. Mas mais para o fim já consegue admitir que a maioria do PS ficou mais longe. Numa fase em que já devia estar a começar a sentir-se melhorzita e até a ver as coisas com mais clareza. E sim, hoje consegui ler a coluna quase toda e julgo que já nem valerá muito a pena estar a desejar as melhoras à Helena. Mais 24h e já ninguém se lembra do Rangel e qq recaída pode sempre usar a tenaz.          Liberal Assinante do Local: Helena Matos já vive na segunda edição do Bloco Central. Espere um pouco Helena, espere um pouco! Aqueles que ainda não lá chegaram, como eu, devem ir ler a doutora Margarida Abreu, para terem uma ideia melhor do que é o seu próprio país aqui e agora.         António Tomé: Iniciou-se a união tão ferozmente reclamada pelos adversários de RRio. Belo contributo!           Joaquim Rodrigues: Carlos Moedas a decidir quem convida para almoçar? Oh Helena Matos! Carlos Moedas é "... para pôr a funcionar..." não é para decidir seja o que for. Oh Helena Matos quem deu a vitória ao Moedas foi o Costa/Medina, que tiveram menos 26 000 votos que em 2017. E desses 26 000 votos perdidos pelo Costa/Medina, graças à sabedoria do povo de Lisboa, o Moedas só conseguiu captar cerca de 2000. O que quer dizer que o Moedas, para além de não se ter afirmado como uma alternativa mobilizadora, não conseguiu sequer capitalizar o descontentamento e evitar que o voto dos descontentes fosse parar à abstenção e a partidos menores. Com um candidato capaz de gerar confiança, de mobilizar o povo em torno de uma proposta credível e de capitalizar o descontentamento em relação às políticas de Costa/Medina, hoje, o PSD, teria uma maioria absoluta que, além de ter captado os 26 000 votos que o Costa/Medina perdeu, ainda tinha ido buscar mais uns milhares de votos que, por falta de alternativa credível, ainda foram parar aos socialistas.          Maria Augusta: Dramaticamente e depois de quase 50 anos desde a abrilada e nao saimos disto. O PS a usar o Estado e o bolso dos contribuintes portugueses a seu bel prazer, a falir periodica e repetidamente Portugal, a comunada a  ajudar no marasmo, no compadrio e no assalto despudorado e o Povo a viver cada vez pior. Mais de 2,5 milhoes de portugueses pobres, criados por este regime xuxo-comuna em quase meio seculo. E obra e um orgulho! Azar dos Távoras que não se possa imputar a Salazar tanta pobreza! Quanto aos indignados profissionais xuxo-comunas, toda a gente sabe que são selectivos nas suas "indignações" alucinadas e fanáticas. Com a China e os muçulmanos esta cambada não se mete, só se "indignam" com o Ocidente e o Capitalismo. Uma cor-ja!          Liberal Assinante do Local: Helena Matos já vive na segunda edição do Bloco Central. Espere um pouco Helena, espere um pouco! Aqueles que ainda não lá chegaram, como eu, devem ir ler a doutora Margarida Abreu, para terem uma ideia melhor do que é o seu próprio país aqui e agora.          josé maria: Goste-se ou não de Rui Rio, e eu não gosto, é hipócrita, falso, contraditório, incongruente e dissimulado, a verdade é que deu uma coça política à maior parte dos colunistas do Observador, incluindo, obviamente, a Helena Matos.         Liberal Assinante do Localjosé maria: Diz o roto ao nu... Ou diz o nu ao roto! Pobre Portugal "Rui Rio aspira aliar-se com os adversários" Parei de ler a crónica aqui. Tanta cegueira, cega quem lê.            José Costa: Rui Rio é um homem prodigioso! Conseguiu defenestrar metade do PSD e criar dois partidos à sua direita. É obra!        Maria Narciso: O que  importa  realçar, foi a vitória da Democracia, pautada pela liberdade de opinião e da vontade de cada um  Os Militantes anónimos mostraram que não se deixam intimidar nem coagir. Viva a Democracia !            Cisca Impllit: Enfadonho Portugal. Já tivemos, no passado, mais fases como esta! Insistimos na paralisia dos dias, só arrepiaremos quando partirmos o que nos resta da cabeça e esfarelarmos a cara toda.    Anibal Augusto Milhais > Cisca Impllit: Foi mesmo por isso que foi feito o 25 de Abril, para não continuarmos a partir o que nos restava da cabeça, e a esfarelarmos, a cara, a pernas, braços, mãos a combater uma guerra perdida em três frentes, e continuarmos orgulhosamente sós! Enfadonha deve ser a sua vida Cisca! Viva Portugal, Viva a Democracia! Viva o 25 de Abril! Viva Portugal unido e independente!        advoga diabo: Apesar de se terem atirado para o chão, Rangel, o "ultimo dos moicanos" perdeu para o, pasme-se, por aqui inimigo público nº1, Rio. Derrotas sucedem-se, amargura acumulada, desespero, fuga para a frente sob forma de populismo que HM tão bem conhece por dentro e recorrentemente pratica. Uma toxicidade que aconselha distância!           Elvis Wayne > advoga diabo: O Rio aguentou-se, será que o teu chefe Kosta conseguirá fazer o mesmo? O PS é um pântano traiçoeiro, a raposa goesa sabe isso muito bem...         bento guerra: Costa vai ganhar as eleições, pois tudo lhe é favorável e até acrescento, tudo foi elaborado entre ele e Marcelo, para ser assim. Resta ver a que velocidade se deteriora a histeria sanitária e a mediocridade económica. Pode até sair-lhe uma maioria absoluta.Mas,se não ,já pode ignorar das chantagens da extrema-esquerda         Keep it Simple: E sobre Marcelo a receber Rangel no momento em que este anunciava a sua candidadtura e se vivia o processo de chumbo do orçamento? Nada a dizer? E sobre o entusiasmo descarado dos órgãos de comunicação social na promoção de Rangel? Nada a dizer? Até o Observador se tem dedicado a derrubar Rui Rio. Nota-se à légua! Não voto em Rio. Mas lembro-me que ele disse que um dos seus objetivos era afastar o bloco e o pc da área do poder. Talvez seja isso que os comentadores, jornalistas etc. não querem. Também noto muito preconceito e snobismo em relação a Rio e total desconto a outros apoiantes de Rangel de quem ninguém fala... Nestes aspetos, o Observador é mais um que não conseguem sair do marasmo. Tudo isso dá força aos extremismos, mas essa é que é a agenda.  Portugal podia ser melhor, mas esta mentalidade tacanha, snob e pobreta é...          Ahmed Gany > Keep it Simple: Rio disse que o objectivo dele era substituir o BE e o PCP, para o PS (continuar) governar o país.         José Neto: Dedico o meu comentário ao "post scriptum". Faz muito bem a Helena Matos em recordar, de vez em quando, as indignidades maiores deste mundo. Os desaparecimentos de pessoas na China - que muitos campeões dos direitos humanos desvalorizam e a comunicação social rapidamente esquece - estão entre essas indignidades. Outra, gravíssima, que está em crescendo diário mas não abre telejornal nenhum, é o atrofiamento a que os talibã do Afeganistão sujeitam as mulheres desde foram autorizados a governar o país.               Keep it Simple > José Neto: Não se fala do Afeganistão porque a retirada ignóbil foi obra da administração biden, que é adorável. Se fosse o trump, ainda agora teríamos a comunicação social cheia de gente de bem a denunciar os talibans como terroristas.  É o mundo dividido entre os nossos - os bons; e os maus - os que não pensam como nós!          João Floriano > José Neto: A última notícia que eu dei conta sobre as mulheres no Afeganistão é que não terão assento no governo. Também ninguém com os cinco alqueires bem medidos alguma vez pensou que os taliban iriam ter ministras. Vejamos algo de positivo: se não lhes cortarem as cabeças, já não é mau de todo.          J Ferreira > João Floriano: Ainda esta semana passou num num canal ( National ou Odisseia ) não sei precisar, uma reportagem sobre o Afeganistão atual. Uma das cenas foi a de uma mulher enfiada dentro daqueles panos azuis, ajoelhada e a ser arreada com toda a força em plena praça pública como castigo por ter falado ao telefone com um homem. Já não me lembrava destas cenas desde há 20 anos. Mas sobre essas coisas os wokes, metoos feminismos e outros movimentos esquerdolas não se indignam.  Joaquim Rodrigues > José Neto: O problema, o grande problema com que evitamos a todo custo confrontarmo-nos é a semelhança dramática entre Lisboa e Kabul, na relação com o resto do território dos respectivos países, nas décadas de 50 e 60 do século pssado.           Alfaiate Tuga: A eleição do líder do PSD é um jogo  lá deles, eles saberão qual o melhor para servir os seus interesses sejam eles quais forem, coisa muito diferente é a eleição dos deputados que constituirão a próxima assembleia da república, neste caso é um jogo nosso, de todos os portugueses, e não estou nada convencido que tenha vencedor antecipado. Do PC, BE e PS já conhecemos o programa, pois não pode ser nada de muito diferente do que defenderam e fizeram  nos últimos anos, do PSD espero para ver, mas pode dar-se o caso de como apregoa o Rio ir pescar eleitorado ao PS e não afastar muitos eleitores do PSD e com isso garantir uma vitória ( maior número de deputados) , se assim for tenho muitas dúvidas da possibilidade de criar uma nova geringonça, o PC não quer, e então o Rio pode mesmo vir a ser chamado a formar governo, depois vai negociando à esquerda e direita para ir aprovando legislação no parlamento, falta também sabe quantos deputados vai eleger IL e Chega. PS, o Rio tem muitos anticorpos dentro do PSD , mas nas próximas eleições quem vai votar é o povo, e esse vê nele uma qualidade muito rara na classe política, seriedade, vamos ver quanto vale a 30 de janeiro.         Carlos Quartel: Uma boa caracterização de Rio, de facto mais motivado para as lutas internas do PSD do que em apresentar um programa de governação. Em seis anos nunca se preocupou em fazê-lo e , ainda hoje,  votar Rio é votar por palpite. Mas o mal de uns é o bem de outros. Hoje há champagne no Chega e na IL e grande banquete no PS. Há sempre que tirar algo positivo das situações e o positivo desta eleição de Rio é o muito provável definhamento de PC e BE, tornados desnecessários às manobras de Costa. Agora tem o amigo Rio, sempre às ordens. Sobreviveremos ....        Vitor BatistaCarlos Quartel: Valha-nos ao menos isso, pc e bloco não contarem para o placard.               Elvis Wayne > Vitor Batista: Olhe que não, o bé é traiçoeiro. Para que acha que andaram a investir tanto capital político na indoutrinação massiva da juventude nas escolas? O PC vai desaparecer (como já está a acontecer ao CDS), já o bé, qual úlcera varicosa, vai estar lá, pestilento e encarniçado, sempre sugando os impostos aos mesmos, é o que é.         Américo Silva: Rui Rio ganhou, o Chega ficou com maior margem e o PS com menor margem. Se o objectivo for derrotar o PS, o que não me parece possível, foi o melhor resultado. Parece impossível que Rio, sem carisma, tenha enterrado o cavaquismo de vez, dado uma boa bordoada nos passistas, e posto o Marcelo ao espelho, a olhar a sua própria falta de senso.            Pontifex Maximus > Américo Silva: Mas o Rio não fez parte do cavaquismo? Ainda ontem as imagens das televisões mostraram-no até à saciedade!          Américo Silva > Pontifex Maximus: Cumprimentos. Talvez tenha razão, mas a faca afiada com que apunhalou Santana foi novamente desembainhada contra Rio, e o pior que pode acontecer é atacar alguém à traição e deixá-lo vivo, como é o caso.            S N > Américo Silva: Não se preocupe: o cavaquismo pode morrer, mas a obra de Cavaco Silva enquanto primeiro ministro vai inexoravelmente manter-se, por ter sido o (2.º) período de maior crescimento económico em toda a história de Portugal. Basta lembrar que não havia autoestradas e quase tudo o que temos hoje de moderno no país até Cavaco.Quanto à pretensão de um (Rio) substituir o outro (Cavaco), só se for por impacto de algum meteorito.  Está tudo muito baralhado, mas mediocridade ainda não se confundirá com excelência, acho eu.            Américo Silva > S N: Cumprimentos. Em 1990, o maior crescimento anual do PIB com Cavaco foi 7,86 %, em 1971 foi de 10,49%. Já em 1993, igualmente com Cavaco, o crescimento foi negativo de -0,69%. A destruição da economia já estava a dar frutos             S N > Américo Silva: Sabe certamente que os dados que indicou não põem minimamente em causa o que eu me limitei a lembrar, sem necessidade de concretizar, porque são tantos os elementos estatísticos oficiais sobre isso, aliás sublinhados internacionalmente como excepcionais. Cumprimentos            Pedra Nussapato: Para não variar, cheira-me que HM está outra vez enganada; Rio tem muito mais chances de fazer um bom resultado contra Costa do que Rangel.            Ahmed Gany > Pedra Nussapato: O CHEGA (e o IL) ainda vão baralhar as contas.