Em apoio de José Milhazes na sua animadversão pela Rússia, que os
seus detractores naturalmente atacam, com os seus saberes, eu apenas lembro os
terrores de Gulag, mais o que de
grave conta, a respeito das manobras a que ultimamente temos assistido – e recordo
também a frieza de Putin, que tanto
horror me causou, aquando do afundamento de um submarino russo “inafundável” - em
2000, leio, sobre “O desastre do Kursk”.
Duas Europas numa União Europeia
Não obstante muitos acreditarem que,
após o fim da União Soviética, a Rússia se iria aproximar da Europa, os seus
vizinhos europeus sempre olharam com cepticismo e desconfiança face a esse
optimismo.
JOSÉ MILHAZES, Colunista do Observador.
Jornalista e investigador
OBSERVADOR, 21 NOV 2021
Enquanto a parte ocidental do velho
continente não compreender ou não desejar levar em linha de conta as
particularidades históricas, políticas e históricas da parte leste, a unidade
da União Europeia poderá correr sérios riscos. A crise dos refugiados na
fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia é mais um exemplo disso.
Depois
da queda do Muro de Berlim, em 1989, a maioria dos países que fizeram parte da
zona de influência soviética desde 1945 aderiu rapidamente à União Europeia e à
NATO, devendo-se isso a factores com profundas raízes históricas que os
restantes membros da UE parecem ter dificuldade em compreender, embora a
resposta seja
simples.
Não obstante muitos acreditarem que,
após o fim da União Soviética, a Rússia se iria aproximar da Europa, os seus
vizinhos europeus sempre olharam com cepticismo e desconfiança face a esse
optimismo. Nos primeiros tempos, nas relações entre a Rússia e os
vizinhos foram curadas algumas profundas feridas do passado. Por exemplo, Moscovo reconheceu que foram os
serviços secretos soviéticos os autores do massacre de Katyn, onde milhares de militares e civis polacos foram
assassinados; aceitou
finalmente que o Pacto
Molotov-Ribbentrop, principalmente
os seus anexos secretos, constitui um verdadeiro crime contra a Polónia, Estónia, Lituânia e Letónia; comprometeu-se a respeitar a soberania e a
inviolabilidade das fronteiras das antigas repúblicas soviéticas e a não se imiscuir nos assuntos internos dos países que
fizeram parte do Tratado de Varsóvia.
Porém, a desconfiança começou a
voltar quando a Rússia tentou traçar linhas vermelhas à integridade territorial
e à soberania dos países vizinhos. O Kremlin chamou a si o direito de decidir
que países do antigo “campo socialista” podiam fazer parte da Aliança Atlântica
e que repúblicas da ex-URSS podiam pretender à adesão à NATO e à União Europeia.
Quando a Geórgia e a Ucrânia
manifestaram o desejo de aderir à NATO e à União Europeia, viram tropas russas
a invadirem os seus territórios em 2008 e 2014.
Isto foi um sinal de que o Kremlin, em política externa, pouco difere do Império Russo e da União Soviética,
o que levou a um aumento significativo da desconfiança dos países vizinhos face
à Rússia. Mais, estes passaram a temer que a União Europeia e a NATO possam chegar a acordos com
Moscovo sem terem em conta os seus interesses ou até os possam abandonar nos momentos críticos. Como o
digam os polacos, que já viram o seu país retalhado
numerosas vezes com a participação da Rússia.
Se
a isto juntarmos o
revisionismo histórico realizado por Vladimir Putin, concluiremos que há motivo de receios e medos.
Este receio tornou-se ainda mais
evidente durante a crise dos refugiados na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia. Enquanto países como a Polónia, Letónia, Lituânia e Estónia defendem a construção de muros na fronteira com a Bielorrússia e a Rússia, a parte
ocidental da UE, nomeadamente a França e Alemanha, não se mostrou disposta a
ajudar os seus membros orientais nessa tarefa. Escusado será dizer que isso foi visto como uma falta
de solidariedade e os países visados decidiram construir barreiras fronteiriças
sozinhos ou com a ajuda uns dos outros.
Outro
facto que irritou os dirigentes dos países da Europa do Leste foi a decisão de Angela Merkel,
chanceler interina da Alemanha, ter estabelecido contactos directos com Alexandre Lukachenko, sem os consultar. Um dos objectivos da provocação da crise dos
refugiados organizada pelo ditador
bielorrusso, visa obrigar a UE a reconhecê-lo como presidente
legítimo.
Toomas
Hendrik Ilves, antigo Presidente da Estónia, considerou que essa política no seio da União
Europeia já não é de hoje: “Infelizmente, vemos que [a EU] simplesmente não tem em conta Estados como os nossos, ou seja, a
Europa Oriental, a Europa do Leste.
Isto é particularmente evidente nos últimos anos, embora já ocorreu antes”.
E
deixa um aviso: “Mais tarde ou mais cedo, isso acaba mal, visto que a Estónia e
a Polónia não são Estados de segunda categoria”.
UNIÃO EUROPEIA EUROPA MUNDO RÚSSIA
COMENTÁRIOS:
Rui Alves: O Kremlin chamou
a si o direito de decidir que países do antigo “campo socialista” podiam fazer
parte da Aliança Atlântica e que repúblicas da ex-URSS podiam pretender à
adesão à NATO e à União Europeia. Refere-se à
Aliança Atlântica que insistiu em manter-se mesmo depois do Pacto de Varsóvia e
da ameaça comunista se dissolverem? E que passou as décadas seguintes pelo
mundo a fazer "invasões punitivas"? Refere-se à União Europeia que
fala em adicionar um exército comum a par da Aliança Atlântica? E que países
são esses onde a Rússia se intromete? Porventura serão os mesmos que a Aliança
Atlântica se tinha oficiosamente comprometido a não integrar, como garantia
para a dissolução do Pacto de Varsóvia? "The
decision for the U.S. and its allies to expand NATO into the east was
decisively made in 1993. I called this a big mistake from the very beginning.
It was definitely a violation of the spirit of the statements and assurances
made to us in 1990." Mikhail Gorbachev, em 2014 klaus muller >
Rui Alves: Pelos vistos, tens mau perder. Temos pena. Óscar Alhão: A Europa não quer saber da
Rússia, está mais preocupada em importar escurinhos. Harry Dean Stanton: Ai a Rússia é que tinha que se
aproximar da UE depois da queda do Muro?! Só falta dizer que foi a Rússia
que inventou a Guerra fria ou que não foram os americanos que ofereceram todo o
leste da Europa a Estaline no fim da II Guerra quando ainda precisavam da ajuda
do Exército Vermelho para segurar os Japoneses no Pacifico. E a própria
Europa para derrotar o nazismo. Fica bem evidente que a desonestidade
intelectual do Milhazes não tem limites quando recorre ao que se está a passar
hoje - 30 anos depois onde até parece que entretanto não aconteceu nada - para
tentar explicar porque é que a Rússia não se aproximou da UE depois da queda do
Muro?! Segundo a visão do Milhazes, claro. E não porque é que o
Ocidente não cumpriu com o que acordou com Gorbatchev para se aproximar e
ajudar uma Rússia completamente falida e destruída à conta do Tio Sam. E até
às escaramuças do Cáucaso, onde a CIA patrocinou todo o tipo de terroristas e
lunáticos como o Saakashvil para destabilizar Moscovo, o Milhazes recorre desta
vez. Mas se for preciso ainda vem aí outra vez dizer que nunca disse semelhante
coisa. Até a hipocrisia devia ter limites, Milhazes! O
Ocidente, os EUA e o seu braço armado para a política externa, a Nato,
atropelaram literalmente tudo o que combinaram com Gorbatchev e rapidamente
instalaram rampas de misseis à porta de Moscovo. Quando se tinham
comprometido a jamais! E isto já depois dos EUA com as grandes Democracias do
Petróleo também terem derrubado o Urso. O objectivo nº 1 de sempre! Fosse com
que aliado fosse. Calhou a ser com uns que até cortam jornalistas às fatias.
Uma moda dos Sauditas como outra qualquer. Alguém ainda se lembra da
crise dos misseis em Cuba?! Quando ainda nem sabíamos que era só uma
resposta aos próprios EUA terem instalado mísseis na Turquia que facilmente
alcançavam Moscovo. É a velha história da pimenta no rabo dos outros…O
Milhazes, melhor que ninguém sabe que a história da geriatria comunista foi a
história da rã que queria parecer maior que o boi. Que como o Milhazes diz,
metiam um homem no espaço mas não faziam um ferro de engomar. Moscovo nunca
representou qualquer ameaça para a UE mas a UE podia ser muito mais se depois
da queda do Muro tivesse realmente estreitado relações com Moscovo em vez de
continuar a servir Washington. Que até os líderes europeus escutam porque
todos sabemos que recursos naturais prosseguem hoje. Same old story. Era à
UE que cabia estreitar muito mais as relações com a Rússia, com um pé em cada
Continente, depois da queda do Muro. Até para evitar o encosto à China. Como
aliás se comprometeu! E a vários níveis que tanto ajudariam no
desanuviamento das relações com ex-países do Pacto de Varsóvia como no
crescimento da própria UE. Como nas energias! Ou agora na aprovação da
vacina russa que muito provavelmente até evitava muito do que já se está a
passar na Europa Central. Depois de mais que certificada por todas as grande
publicações científicas. Que o diga a América Latina. A Europa foi sempre
mais forte com a Rússia! C/ ou s/ EUA. Que nunca podiam ter sido
autorizados a montar armamento no nosso Continente às portas de Moscovo! Ainda
por cima, depois de terem rasgado os acordos antinucleares que tanta paz
trouxeram ao Mundo. Ninguém pode servir dois senhores e no caso da UE não tem
que servir nenhum. Para sair a ganhar mais! klaus muller > Harry Dean Stanton: Caramba, Harry! Estás cá com
um speed qui voutxi contá. Eu até teria várias boas respostas para o teu
texto, mas prefiro gastá-las numa ocasião em que não perturbe o aparente bom
momento criativo que se nota estares a atravessar. Harry Dean Stanton > klaus muller: Não te acanhes, Klaus. Podes dizer à vontade que
aprendeste mais história em 60’’ que no resto da tua vida. O problema não é
esse. O problema é que o Milhazes também conhece a história toda e sabe
perfeitamente que por mais nomes que chamemos hoje a Putin, ele nunca teve
outra opção para defender a Rússia. Custa mas é verdade. A
grande Rússia nunca foi propriamente um protetorado e a quem a governa cabe
defender os seus interesses. Como em qualquer grande Nação. Claro que o
ideal era isso ser compatível com os interesses do resto do Mundo. Mas o Mundo
nunca foi propriamente uma história de encantar. Já a UE podia e devia fazer
muito mais pela própria UE. E bastava deixar de ser tão subalterna aos
interesses dos EUA de uma vez por todas. Que também só prosseguem os seus
interesses e sabe deus como. klaus muller > Harry Dean Stanton:
Era capaz de
apostar em como, por volta do século XVII, a Rússia, se não foi andou perto de
ser um protetorado da Polónia. Mas posso estar enganado. Harry Dean Stanton > klaus muller: O Século XVIII a bem dizer é o
Século da proclamação do grande Império Russo ainda com Pedro, o Grande mas é
sobretudo o Século de Catarina, a Grande. Que integrou também a Polónia à
época. Ou parte com a Prússia. Mas onde já vão os Impérios. Mas a Polónia
também foi realmente um dos países europeus que agora ainda entrou primeiro na
Nato que na UE. E este facto sim é relevante para o que estamos aqui a falar. klaus muller > Harry Dean Stanton: Não é século XVIII, é século
XVII. Tive que ir confirmar e olha que
até em Moscovo os Polacos se refastelaram. Em Sampetersburgo, não, porque ainda
não existia. Elvis
Wayne > Harry Dean Stanton: Mete mais tabaco. Já te tinha
recomendado, mas tu já nem ouves ninguém. Os do Largo do Rato apanharam-te
bem...
Eduardo Abreu: As ambições territoriais dos russos não chegam ao
nível das ambições planetárias do seu vizinho chinês, predador dos recursos
naturais em quase todo o mundo e o maior poluidor do planeta. JM, quer comentar? Harry Dean Stanton > Eduardo Abreu: O trauma do Milhazes não é a
China mas a Rússia que o fazia andar com uma guita na algibeira caso
aparecessem rolos de papel higiénico à venda no mercado negro. Essa grande
Superpotência que passou toda a segunda metade do século XX a depor
governos legitimamente eleitos por esse Mundo fora para instalar os seus
fantoches que mais tarde ainda teve que derrubar para entrarmos no Século XXI
num clima de paz como o Mundo nunca tinha conhecido. Tirando uns terroristas e
uns fundamentalistas religiosos aqui e ali que só por acaso também foi essa
enorme Superpotência que os pariu quase todos. Tirando isto não sei de que mais
se possa acusar Moscovo. Talvez que o maluco do Saakashvili tenha passado
uns dias sem comer na semana passada. Julius Evola:
Vem o
propagandista da NATO de serviço. bento guerra:
Os russos têm
tecnologia, força e gás. A Alemanha não se pode permitir o confronto. Depois a
Merkel era da RDA e ainda deve ter um "chip" colectivista Pedro Violante: O que Putin e a China fazem é a
mesma e velha receita: Dois caudilhos agarrados ao poder e a enriquecer às
custas das populações dos respectivos países... mas para ter o apoio da
população, precisam que os seus países estejam sempre em estado de beligerância
para fomentar o nacionalismo patriótico...alimentado por muita mentira na
imprensa local. Assim a população desses países não questiona os respectivos líderes. A fraqueza da Europa fica mais
demonstrada a cada dia que passa...e sim, a Europa Ocidental não vai se
envolver em guerras por causa da Europa Oriental e Putin sabe disso. Grandes
Europeus? Morreram há muito...infelizmente os novos nem tem ciência do que é
isso. Por exemplo, Macron quer firmar-se como um grande estadista Europeu, mas
não consegue sê-lo nem no seu próprio país. PortugueseMan: E já agora como você sabe que
acompanho a indústria aeronáutica civil, uns dados interessantes: Dubai Airshow
A Airbus vende mais de 400 aviões a Boeing não atinge os 100. 72 boeings
vendidos para uma única companhia indiana e estamos a falar do modelo 737 Max,
que nem sei como uns têm a coragem de o vender e outros de o comprar. Se tirássemos
esta venda, a boeing não teria vendido praticamente nada. Estamos a falar do
último grande construtor americano de aviões civis que chegou a dominar o
mercado a nível planetário. O mercado russo e chinês vai fechar para a
Boeing em breve, dentro de uns anos a situação vai complicar bastante. Os
russos pegam no seu novo avião concorrente do 737 Max, com o seus novos motores
PD-14 e voam até lá. Mostram também o seu novo caça de 5ª geração. O que
acha que muitos dos países da OPEC (que agora já só se fala em OPEC+ porque os
russos entraram com força desde que os sauditas se lembraram de fazer um braço
de ferro com eles), andam a equacionar, agora que vêem os americanos a dizer
que largam tudo, Médio Oriente incluído para se dedicarem ao Pacífico? Eles
não são cegos, todos viram o que aconteceu aos sauditas e como o material
americano não os protegeu de serem atacados com mísseis. Vêm aí muitas
mudanças, coisa que lhe venho dizendo há uns tempos. Elvis Wayne > PortugueseMan: Os russos vão perder o braço de ferro com os sauditas.
Na Rússia têm que ir para o meio do nada com equipamentos complexos e ainda nem
falamos do permafrost que complica a construção de infraestruturas. Na terra
do Bin Laden é só fazer um furo no sítio certo (com pás e escravos do
bangladesh se for preciso). Os sauditas conseguem bancar muito mais que os
russos. Vão ganhar a guerra comercial. PortugueseMan: ...Quando a Geórgia e a Ucrânia manifestaram o desejo de aderir à
NATO e à União Europeia, viram tropas russas a invadirem os seus territórios em
2008 e 2014... Que grande tirada neste parágrafo. A escolha da palavra "manifestaram", para aquilo
que ambos os países fizeram para tentar entrar na NATO, está de facto mesmo
boa. Pois, se tivessem "manifestado"
de outra forma, não estariam como estão hoje. E a coisa ainda não terminou,
pois a "manifestação" vai
continuar, pela maneira como os ucranianos e "amigos" se andam a
mexer. ...estes passaram a temer que a
União Europeia e a NATO possam chegar a acordos com Moscovo sem terem em conta
os seus interesses ou até os possam abandonar nos momentos críticos. Que o
digam os polacos... Deviam ter pensado bem na coisa antes de as fazerem.
E claro, os polacos vão ter que pagar um preço. A começar pela energia que
consomem. Não se enfia um sistema de mísseis americano ali para proteger de um
míssil iraniano como você aqui há uns anos andava a defender. E terem ajudado a
empurrar os ucranianos para o abismo... Só distraído é que você apanha com esta
conversa, meu caro. ...a parte
ocidental da UE, nomeadamente a França e Alemanha, não se mostrou disposta a
ajudar os seus membros orientais nessa tarefa... É claro que não.
Parte da Europa, continua a querer a Rússia mais do seu lado, do que do lado
dos chineses. A Europa precisa de energia, e a Rússia é quem lhe pode fornecer
em quantidades massivas e de forma estável. A Europa sabe como a Rússia vê a
NATO. A Europa tem que gerir os interesses dos americanos e russos sem
se tornarem carne para canhão, como acontece em outros lados. Ninguém se devia
esquecer que americanos e russos, ainda não podem tratar de certas coisas
directamente. ...Outro facto que irritou os dirigentes dos países da Europa
do Leste foi a decisão de Angela Merkel... Esses dirigentes? os que andam a
arranjar a confusão e tudo fizeram para lixar as novas ligações energéticas da
Alemanha e que agora estamos todos enfiados num rico sarilho, onde os custos
astronómicos do gás são apenas uma parte do problema? ESSES dirigentes é
que estão irritados? As coisas que descubro consigo. ...E deixa um aviso: “Mais
tarde ou mais cedo, isso acaba mal, visto que a Estónia e a Polónia não são
Estados de segunda categoria”... Vai acabar mal. Acabou-se o acesso a energia
barata para certos dirigentes "irritados". E a energia é a base de
qualquer país. P.S. Não é engraçado que tanta gente, tal como você a dizer que
os EUA são uma boa alternativa para fornecer a Europa com energia e no entanto
vai agora uma frota RUSSA com diesel de emergência em direcção aos states? Então
onde andam as sanções? É só para o que lhes convém, não é? Milhazes
JoséAUTOR > PortugueseMan: Aos países vizinhos da Rússia
só resta baixar as orelhas e esperar que Putin seja misericordioso! Eu não
defendi que o gás americano pode substituir o gás russo, defendi a
diversificação de fontes. PortugueseMan > Milhazes José: ...Eu
não defendi que o gás americano pode substituir o gás russo, defendi a
diversificação de fontes... Se 40% do gás vem da Rússia, 60% vem de outro lado não é? Portanto quer
diversificar os 40% que vêm da Rússia. O resto para si não é tema. Não me atire
areia para os olhos. Acha que a Europa deficitária em energia, vai querer
que a Rússia canalize esta para a China? Que a China ainda se torne mais
competitiva com acesso a energia russa a preços mais baixos? Como é que na
Europa se pode criar mais indústrias pesadas se não temos energia? e a que
temos, a preços exorbitantes? Os americanos ainda podem defender o seu mercado,
produzindo para consumo interno. A Europa não. E você quer dar um pontapé aos
russos? julga que a energia é só para carregar telemóveis? Milhazes JoséAUTOR
> PortugueseMan: Pontapé aos russos! Você está a
assemelhar-se à propaganda russa. A Europa tem de ter poder de negociar. É uma
boa notícia para si: Putin decidiu aumentar o salário mínimo para 13.890
rublos, ou seja, 167 euros.
PortugueseMan > Milhazes José: ...Pontapé aos russos! Você está a assemelhar-se à
propaganda russa... Você quer diversificar os 40% da energia só porque vem
da Rússia e faz artigos sobre isso e eu é que pareço a propaganda russa. E você parece o quê? ...A Europa tem de ter poder de negociar... Poder negociar o quê? ...É uma boa notícia para si: Putin
decidiu aumentar o salário mínimo para 13.890 rublos, ou seja, 167 euros. E má notícia para os
americanos. Os motores que compram aos russos para conseguirem lançar satélites
militares para o espaço, vão ficar mais caros. E agora que me lembro, a
Boeing acabou de assinar um grande contrato no Dubai com o seu maior fornecedor
de titânio, a Rússia. Sem eles não há Boeings para ninguém. Vai ficar mais
caro. Os custos de produção acabaram de subir. Talvez se aplicarem sanções à
Rússia. Espere, eles já estão a aplicar sanções à Rússia. E a Boeing consegue
assinar contratos com eles? As coisas estranhas que acontecem neste mundo. Milhazes JoséAUTOR
> PortugueseMan: Argumentação fantástica! sem comentários. PortugueseMan >
Milhazes José: Claro que sem comentários. Mas gostei da sua
narrativa. Mas está a melhorar. Já há uns tempos que não fala na degradação da
economia russa. Que cada vez estão piores. A propaganda tem limites, não é? Tempos
mudam. klaus
muller > PortugueseMan: Custa-me estar sempre a contrariar-te, Man. É que se a Boeing desaparecesse, haveria
vários fabricantes de aviões americanos que adorariam que tal sucedesse para os
substituir: Cessna, Douglas, Lockheed, etc.. Olha, vai ver quanto é que só a
Lockheed vende de material aeronáutico militar e compara com o total dos russos
que tu achas que são o supersumo da indústria da aviação militar. klaus
muller > PortugueseMan: AAhh!, Man, e a Lockheed, por exemplo, por
contrato com o governo, não pode vender tudo o que poderia ter em carteira, ou
então os russos ficariam a saber tanto como eles. PortugueseMan
> klaus muller: Eu não digo que a Boeing vá desaparecer. Mas acho que
vai perder muita quota de mercado. Só há um fabricante a nível mundial que
compete com a Boeing e é a Airbus. A Boeing está a atravessar tempos muito
complicados e as más notícias vão continuar a chegar. Os russos e chineses vão
dar cabo de parte das vendas deles, agora nos próximos anos. Só com os mercados
internos de ambos. Não há fabricantes americanos alternativos que possam
substituir a Boeing. A Lockheed, da última vez que se meteu nisto, largou.
E adoro os aviões deles, a TAP teve o Tristar e como eu gostava daquele
avião. Mas o segmento civil do nível da Boeing e Airbus é de topo e além
de conhecimento e capital, tem que existir confiança no produto. A Boeing
arruinou a coisa com o 737 Max. E o regulador americano também está
comprometido. Mais, a Boeing está com problemas na sua nave starliner e outros
modelos como o 777x. É muito dinheiro em jogo. Nos próximos 4/5 anos já deve
dar para perceber como estará a Boeing. PortugueseMan > klaus muller: Nenhum fabricante pode vender
tudo o que poderia ter em carteira, seja de que país for. Tudo o que é
exportado é sempre inferior ao que fica em casa. Elvis Wayne > Milhazes José: Portugal, Itália e Espanha importam gás da Argélia. A França têm o nuclear.
A Alemanha só está nas mãos do Kremlin porque assim o quis. Podiam ter
construído pipelines a passar pela Península Ibérica ou podiam ter investido do
nuclear (em vez de fecharem as centrais todas feitos histéricos). Quanto à
Polónia e o resto dos países de Leste é mais complicado. Podiam (lá está)
investir no nuclear ou então correr o risco e estender pelos Balcãs adentro a
pipeline que já vai desde o Iraque até à Turquia. Tudo isto custa balúrdios e
leva décadas. Mas deviam ter pensado nisso antes de darem de caras com a
previsível chantagem de Putin. Rui Lima: Os novos ideólogos querem um
povo novo sem nacionalidade se os povos dos países ocidentais aceitam, aos
poucos que contestam foi dado o nome de populistas. No leste eles querem manter os seus valores
não aceitam que as suas terras haja mais mesquitas que igrejas. Também não
querem mudar de vida para integrarem povos com outra cultura .
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