«Ora esguardai, como se fôsseis
presentes, uma tal cidade assim desconfortada e sem nenhuma certa fiúza de seu
livramento, como viveriam em desvairados cuidados, quem sofria ondas de tais
aflições? Ó geração que depois veio, povo
bem-aventurado, que não soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro de tais
padecimentos! os quais a Deus por Sua mercê prouve de cedo abreviar doutra
guisa, como acerca ouvireis.» - FERNÃO LOPES, Crón. D. João I, cap. CXLIX
Helena Matos tomou uma certa expressão poética como início da sua crónica, que me fez
lembrar Fernão Lopes, embora só
pelo tom poético – apelativo e comovidamente animista em Fernão Lopes, sendo o da cronista bem exclamativo e
hiperbólico de imagística sarcasticamente indignada – para além do contraste -
subentendido em HM - na referência
à geração que “depois virá”, não bem-aventurada, como a que refere FL sobre a que “depois veio”, e de que ele fez parte, ultrapassadas as
agruras famintas aquando do “cerco de Lisboa” pelos castelhanos, segundo o teor
da sua crónica.
O assunto das crónicas, não é idêntico naturalmente, Helena Matos uma vez mais debruçando-se sobre
manipulações e traições de um governante de hoje, de quem dependemos, Fernão Lopes lembrando um
feito antigo que pusera em risco a independência portuguesa, e que um povo
corajoso embora esfomeado, ajudara a defender. Os muitos comentadores se
encarregaram de descodificar o sentido da magnífica crónica de HM.
Digamos que é
muito pedir
Não, o PS não quer dialogar com a
direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem
na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.
HELENA MATOS, Colunista do Observador OBSERADOR, 14 nov 2021
Ó muros derrubados! Ó tabus desfeitos!
Ó História descongelada! E claro, ó educação de adultos! Sim, educação de
adultos, ou já esquecemos que a educação de adultos foi, em Outubro de 2015, um
dos assuntos invocados pelo PS para provar como era muito mais fácil e natural
o entendimento dos socialistas com a sua esquerda do que com a direita?
Infelizmente nunca se apurou o que separava o PS do PSD ou do CDS em tal
assunto por segundos elevado a grande questão da pátria.
Creio
que tal desinteresse mediático sobre a educação de adultos não se deveu à falta
de vontade em aprofundar o tema por parte dos jornalistas nem sequer ao
entusiasmo que nas redacções deste país se experimenta perante tudo o que
coloque as esquerdas no poder. A explicação na minha opinião é bem mais
da ordem da psicologia do que da política pois algures no nosso cérebro soava o
aviso: isto é uma farsa. E era. Em Outubro
de 2015, o PS, ou mais precisamente os mesmíssimos dirigentes socialistas que
agora, em 2021, querem fazer “consensos partidários mais vastos e densos” com a
direita, representaram diante dos nosso olhos uma farsa, a farsa das
negociações com os vencedores das legislativas, Passos Coelho e Paulo Portas.
A
delegação do PS ora se apresentava sem propostas, como aconteceu na reunião
surreal que teve lugar a 9 de Outubro de 2015, em que a delegação do PS,
chefiada por António Costa e integrada por Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno
Santos, Carlos César e Mário Centeno, nem se esforçava em disfarçar o ar de
quem estava a fazer um frete. Ora pré-anunciava, com declarações tonitruantes
de um António Costa agastado e irado com Passos Coelho, que as negociações eram
inconclusivas.
Ao fim de duas semanas tornou-se evidente
que António Costa decidira que os seus interlocutores eram o BE e o PCP e que
as negociações com PSD e CDS não tinham passado de um exercício de
preenchimento de calendário. Seis anos
depois vários dos protagonistas deste simulacro de negociações apresentam-se
com a determinação de quem viveu uma epifania e anunciam que querem negociar
com a direita. Não, não querem. Querem sim usar a direita para se manterem na
liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.
A clivagem dentro do PS é o elefante
na sala que não queremos ver. Os
socialistas passaram do enredo policial de Sócrates para os muros derrubados de
Costa sem um minuto de reflexão, sem debate e, pior que tudo, sem dúvidas. À
excepção da demissão de Sérgio Sousa Pinto do Secretariado Nacional do PS, em
Outubro de 2015, e da tentativa de Francisco Assis, tratada quase como uma
heresia, de organizar, em Novembro de 2015, um almoço na Mealhada com os
militantes socialistas que discordavam do acordo entre PS, BE e PCP, os
socialistas públicos e publicados vestiram com fervor a pele da nova situação:
num dia juravam pela inocência de Sócrates, no outro pela queda do muro entre
as esquerdas. De caminho, as medidas de austeridade tomadas entre 2011 e 2015
passaram a ser culpa dos credores que nos emprestaram o dinheiro de que
desesperadamente precisávamos e do governo que teve de adoptar as medidas que o
PS negociara quando o país faliu.
O PS é hoje um partido caudilhístico: segue sem dúvidas os seus líderes, sobretudo e muito
particularmente os mais arrogantes e autoritários, como Sócrates e Costa. É o poder que
une o PS. Se lhe
faltar o poder vão sobrar as perguntas e expor-se as fracturas que são enormes
e em alguns casos dotadas de arestas afiadas: uma boa parte do PS está mais
próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro. O que
António Costa agora pretende ao mostrar-se disponível para negociar à direita é
o mesmo que pretendeu ao negociar à esquerda em 2015: preservar a sua liderança
e adiar o momento em que o PS olhe para si mesmo. Em 2015, podia ver as
acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia
perguntar: afinal o socialismo é isto?
PS. “SEF será extinto até 11 de janeiro de 2022“; “Governo quer GNR, PJ e PSP a assumir as funções do SEF já a partir de
janeiro.” Vamos directos ao assunto: como é possível que alguém
completamente descredibilizado como é o caso de Eduardo Cabrita esteja a
conduzir uma alteração legislativa desta monta? As competências do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras foram repartidas pela PSP, GNR e PJ. A legislação em
que o PS contou com o apoio do BE detalha com maior rigor o funcionamento de
uma comissão cheia das ONG do costume junto da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (era para se chamar
Serviço de Estrangeiros e Asilo mas o BE não gostou do nome) do
que explica como se vai garantir o mínimo de operacionalidade a esta estrutura
em que se retalhou o SEF.
Não
sabemos ainda a que velocidade seguia o carro em que viajava Eduardo Cabrita
quando foi atropelado mortalmente o trabalhador Nuno Santos
mas sabemos bem o preço que estamos a pagar por António Costa ter mantido
Eduardo Cabrita em funções: legislação
a granel e ideologia a rodos. Vale tudo desde que o ministro não caia. Por fim, uma pergunta: o ministro Eduardo Cabrita, que
com aquela clarividência que se lhe conhece avisava há um ano que colocar
a hipótese da existência de uma rota de migração ilegal de Marrocos para o
Algarve nos poderia fazer “cair no ridículo”, já admite que a rota existe? Ou tem de perguntar primeiro
aos comissários da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo como se pode
referir a tal assunto?
COMENTÁRIOS:
Isabel Gomes: Cabrita
tem as Costa(a) quentes! Porque será? Mario Almeida: O que António Costa agora pretende ao mostrar-se se
disponível para negociar à direita é o mesmo que pretendeu ao negociar à
esquerda em 2015: preservar a sua liderança e adiar o momento em que o PS olhe
para si mesmo. O
PS ainda não fez nem vai fazer porque o que vai ver ao espelho é
verdadeiramente horroroso. Que
o PS não veja nem queira ver é natural. Que os portugueses aceitem ser
desgovernados por uma pandilha destas começa a ser um caso de estudo
sociológico (à espera de autorização do Prof. Boaventura). Este bando vai ganhar novamente as eleições e isso diz
mais dos portugueses que do bando. João Pedro:
Tem razão. O PM é sempre muito manhoso. O
que ele quer mais uma vez é enganar o ceguinho do Rui Rio com putativos
entendimentos à direita e assim continuar a afundar o país no pântano da
miséria e do total desgoverno. O PS sempre só soube governar para os boys,
enquanto houver dinheiro, mas nunca soube gerar riqueza. A única solução é
buscar alternativas em massa e abalar de uma vez por todas os muitos parasitas
do 'Xuxalismo", que só querem xuxas e tachos e não fazerem a "ponta
de um corno".
Carlitos Sousa: Helena Matos, como de costume, a
dizer-nos a verdade, sem encenações, nem contemplações... Não, o PS não
quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a
direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça
fracturou: o PS. Uma boa parte do PS está mais próxima do BE do que do
PS de Guterres ou Seguro.
Em 2015, podia ver as acusações de
corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o
socialismo é isto? Bravo
! Quem poderia dizer melhor ?! O
zé povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de olhos ao PSD
é encenação. Costa estará sempre focado na Extrema-Esquerda ! Jose Infante: Simplesmente claro, só não entende quem não quer.
Parabens Helena Matos. Manuel
Ferreira21: Excelente
análise da HM. Reitero, o PS deve ganhar sem maioria e ser governo para
conduzir o país a nova pré-bancarrota, só com uma vacina destas o povo coloca o
PS no mesmo lugar do PS grego e Francês. Há boas notícias: o BE já vai ficar
irrelevante e o PCP ficará como umas múmias para recordação. É preciso ir
votar, se não gostarem do PSD,CDS e IL votem no Chega. João Lopes: Excelente análise de Helena Matos. Ana Torres:
A direita que
deixa de ser frouxa, que se levante no dia 30 janeiro que vá
votar... PSD, CDS, IL, CHEGA, Mas que vote! Antes pelo contrário > Ana Torres: IL não é direita, aliás não é
coisa nenhuma: "Queremos prosseguir os nossos sonhos, queremos
liberdade para nos realizarmos, afastando-nos de um caminho para a
servidão." "A nossa inspiração e ambições implicam o
reconhecimento do carácter genérico, gradualista, transitório e evolutivo deste
Programa, que reúne o sentido das propostas recebidas num processo colaborativo
e constantemente aberto a permanente atualização." Isto é o quê??? Não é coisa
nenhuma...
J Ferreira > Antes pelo contrário: Eu resumo da seguinte maneira: IL de direita na economia, de
extrema esquerda nos costumes. Mas pronto, na medida que se opõe ao socialismo.... pedro dragone:
O país vive há 10
anos governado por políticas inspiradas numa guerrilha ideológica entre
extremos. Tudo começou em 2011 quando um grupo de “rapazolas” anunciava que
queria ir além da Troika e abria uma guerra de ódio inter-geracional que, entre
outos mimos, tratava os mais idosos por “peste grisalha” e, euforicamente,
proclamava as virtudes do que chamavam de “destruição criativa”. Com era
inevitável, a chamada “terceira Lei de Newton” (lei da acção e reacção) não se
fez esperar e, em 2015, abriu um período de mais 6 anos de radicalismos, desta
vez de sentido contrário, a que convencionou chamar-se de geringonça. Foram 10
anos de guerrilha política e demência governativa, 4 à direita e 6 à esquerda,
que não podem de forma alguma repetir-se. O país precisa de regressar ao centro
que é onde está a governabilidade, a moderação e a estabilidade de que tanto
precisa para os tempos difíceis que se avizinham. Julgo que o povo já o
percebeu de uma forma clara! Por isso, acredito que no dia 30 de Janeiro irá
dizer sem hesitação “Morte a todos os radicalismos! Passismo e Costismo/Pedro
Nunismo nunca mais!”
Joaquim Rodrigues: O habilidoso COSTA, depois de ter traído o seu
camarada Seguro e de, contra o que era a tradição democrática do PS e da
“Governação” em Portugal, se ter aliado à extrema esquerda, BE e PCP, em vez de
viabilizar o “Governo” do Partido democrático mais votado traiu, de forma
descarada, o eleitorado democrata do PS. O habilidoso Costa estava farto de saber que havia
“uma linha vermelha” que separava o BE e o PCP dos partidos democráticos! Aquela foi a escapatória que
conseguiu arranjar, para tentar salvar a sua carreira política. Na verdade, ao “passar aquela
linha vermelha” foi ele que criou as condições objectivas para que aparecesse o
“Chega” que depois usou como balão de oxigénio para sobreviver e agora vai usar
como “espantalho fascista” para tenter tirar votos ao centro/direita. O “Chega” é um sub-produto do
Costa. Agora, o habilidoso Costa, engendrou mais uma
artimanha para, aproveitando o momento da aprovação do Orçamento de Estado,
tentar uma “saída limpa” do “Gueto” em que se meteu. Na verdade, o Costa já tinha
decidido o chumbo do OE quando começou a campanha eleitoral para as
Legislativas na campanha das Autárquicas. Costa já há muito que, ardilosamente, tinha decidido
“trabalhar” para o chumbo do Orçamento de Estado. Para isso contou e conta com as
seguintes habilidades: 1) a acusação aos companheiros de viagem, a quem deu
boleia, de empanarem a "geringonça", vitimizando-se e deixando-os
apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos partidos do centro/direita,
que ele esperava agravar, com os resultados das Autárquicas; 3) o uso e abuso
da "Bazuka", como instrumento de chantagem sobre os eleitores, usado
já nas Autárquicas, mas que vai servir para “metralhar” os eleitores sobretudo
agora nas Legislativas; 4) a cumplicidade do Marcelo que, armado em “Maquiavel”
de trazer por casa, anda à procura de usar o capital político que, com
“selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência, para deixar um “lacaio
“seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel. A verdade nua e crua é
que o “habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório programático” nas
“reversões” e, para além disso, não tem qualquer “Visão”, qualquer
“Estratégia”, qualquer “Programa Político” para oferecer aos portugueses. Ele
que, sendo 1º Ministro há mais de seis anos e membro de um Partido que nos
últimos 25 anos esteve quase 20 no poder, não foi capaz de fazer um Programa de
Emergência pós Covid e teve que ir contratar um “Costa e Silva” qualquer para,
a partir do nada, fazer a famigerada “Bazuka” de onde só sai mais “Estatismo” e
mais “Centralismo”, contra a sociedade civil e a livre iniciativa privada. O
único Programa que o Costa conseguiu, até hoje, apresentar, foi o Programa das
Reversões e esgotou aí o seu “reportório”. A partir de agora vai-se servir de
todo e qualquer “expediente e habilidade” para se manter no poder. Este Costa
só é possível porque antes existiu um Sócrates, relativamente ao qual, a nossa
“classe política”, não tem coragem nem verticalidade para fazer o obrigatório
julgamento político, sem o qual, nunca teremos em Portugal, uma democracia minimamente
saudável. José
Ramos: O PS, o PS que em
fins de 1974 pôs fim à "unicidade sindical", o primeiro avanço rumo à
"república democrática e popular" totalitária, e que, durante 1975,
ajudou frontalmente e com denodo a combater a instalação de uma ditadura
moscovita em Portugal - havia os outros, os maoistas, meia dúzia de
trotskistas, os "revolucionários", já com um pé no terrorismo, e até
os "terceiro-mundistas", que viam na africanização do país um notável
progresso civilizacional, mas que um PCP trataria de comer ao pequeno-almoço
rapidamente e em força -, o PS expulso da "festa" na "FNAT"
no 1º. de Maio de 1975, o PS que foi expropiado do jornal República, tomado de
assalto por esquerdopatas, o PS da Alameda e, mais tarde, o PS que entrou com
determinação na Europa livre, democrática e próspera, esfarrapou-se e anda por
aí em frangalhos. Este PS, o de hoje, é um coio de neo-trotskistas ou pior, que
em nome da suposta pureza da "esquerda" (da totalitária, da
anti-democrática e anti-mercado), rebentam com o país e com as liberdades que
restam. Depois há os outros, que se estão nas tintas para tudo, sobretudo para
a "pureza", desde que se abotoem com negócios duvidosos e lugares
para a família, mulheres e concubinas: o PS caverna de Ali-Babá. José Miranda > José Ramos: Magnífica análise! Cipião Numantino:
Difícil o exercício de hoje da nossa
estimada HM. De facto torna-se difícil escrever sobre uma coisa que não existe
fisicamente. Como
assim, perguntarão? O PS não existe, é isso? Calma, calma, vamos por partes.
Não existe um P/S, mas sim vários P/S,s! Existe o PS do poder de tipo confraria
do "para os amigos tudo e para os restantes aplique-se a lei" ou do
"quem se mete com o PS leva". Existe, depois, o P/S dos quadros
intermédios, tipo aqueles que pontificam nas Juntas de Freguesia e quadros
intermédios de grandes ou médias empresas. Passamos depois para um outro P/S
composto por pensionistas bem pagos e muitas vezes reformados antes dos 50 anos
e, finalmente, o P/S do funcionalismo público e "ofícios
correlativos". A restante mole humana que vota eventualmente PS, não conta
para estas contas, passe a redundância. Votam P/S como antes votaram Ca..vaco.
Voltaram ao P/S como depois deram de frosques para Pa/ssos Coelho. Um
eleitorado maleável que vai desde o simples assalariado até pequenos e médios
empresários. Não me vou alongar, assim, muito sobre este PS. Como consequência
directa volto, portanto, ao 1º. PS. Longe vão os tempos da ideologia, onde
pontificavam os Zenhas ou até, já mais tarde, por exemplo An/ tónio Ba/rreto.
Assaltado o poder, valia tudo. So..cialismo na gaveta, Fontes Luminosas e por
aí vai. Eram os tempos das manifs, onde se pensava menos com a cabeça e bem
mais com o coração. De resto havia, à época, um denominador comum que era o
medo do assalto ao poder por parte do P.C.P e da instauração do escatológico
regime soviético. Mas os tempos mudaram. Hoje interessa a todo o custo manter a
turba sob controle, pois é disso que depende a proximidade em relação ao pote
do estado. Daí a pulsão do Pin..ócrates 44 para a mexicanização do regime que
tem sido, aliás, igual cavalo de luta para An/tónio Co.sta e "sus
muchachos". O gesto (ou a falta dele), a fala, a acção, a omissão, etc.,
tudo fica condicionado em prol da prossecução desse desiderato. A luta do poder
pelo poder. Só o poder acalma e nada mais interessa que o tão desejado poder.
Gente sem carácter ou ideologia aparecerá neste contexto, pois a nada mais
aspiram ou sequer lhes interessa. Duas palavras "o poder". Sigo agora
para o PS dos quadros intermédios: esta gente anda no terreno. Sabe de onde
partem os tiros e não se deixa levar por cantigas. Malta moderada que gosta
pouco de excessos e sabe bem que o seu inimigo principal é a com unada visível
e/ou encapotada. Obedecem às ordens centralistas, mas não deixam de pensar
pelas suas próprias cabeças. Destes não tenho nenhum receio e sei que estaremos
do mesmo lado da barricada. Passo agora para os pensionistas bem pagos. Esta
gente, no geral, e não sei por que carga d'água, convenceu-se que só a esquerda
lhes defenderá os privilégios. Geralmente gente inteligente, parecem ter ficado
cegos, surdos e mudos para as consequências e efeitos dos seus actos. Parecem
guerrilheiros, de arma aperrada, pronta a disparar sempre que lhes toquem nos
seus privilégios. Muitos deles (conheço alguns) reformaram-se antes dos 50
anos, com chorudas reformas. Mais esquerdistas que os próprios esquerdistas não
se consegue falar com eles. Por mim, aduzirei que falo bem melhor e
pressinto bem mais tolerância por parte de militantes comunistas, do que com
esta gentinha. Diálogo impossível. Votantes mais que efectivos nos Pedros Nunos
Santinhos desta vida. Nem sequer lhes interessa pêva, que o país pode ir a
caminho do abismo ou que estejam a sugar autenticamente o futuro de seus próprios
filhos e netos. Nada lhes interessa mais, do que a observação do extrato
bancário no fim do mês e constatarem que a "mesada" já lhes caiu na
conta. Temos, finalmente, o P/S dos FP´s e das empresas intervencionadas. Um
mundo à parte. Com a manutenção do status quo, sentem-se maravilhosamente bem
que tenham reduzido a um regime de semi-escravidão a restante população produtiva.
........//continua.... Marco
Gomes: Tudo se resume à educação , ou melhor, à falta dela, é necessário uma reforma
estrutural no modelo educacional , não há massa crítica, não há consciência
cívica, a indiferença reina, menos de metade votam, as pessoas não conseguem
perceber que são as politicas que governam as suas vidas, o laxismo instalou-se
para gáudio dos nossos governantes incompetentes que vingam na vida à custa dos
ignorantes e dos menos informados, um ciclo vicioso difícil de quebrar,
como é que é possível após 35 anos na União Económica e Monetária , termos
recebido mais de 160.000 Milhões ainda existirem 20% de pobres ? os que nascem
hoje já têm dívida para pagar nos próximos 30 anos, pobre país este....e há
cidadãos que não o mereciam, outros nem tanto! Joaquim Moreira:
Não posso
concordar mais com esta crónica, e que este resumo muito bem esclarece: Não, o PS não quer dialogar com a
direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem
na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS. E
que, no parágrafo final, acaba por fazer uma interrogação, que mais não é que o
reforço da sua conclusão! E que me leva a outro tipo de consideração. Na
verdade, perante esta realidade, as sondagens e a pública opinião, discutem se
vai ou não ter maioria absoluta na próxima eleição! Entretanto a CS, em geral e,
neste caso o Expresso, afirma com muita leveza, que “António Costa não tem
sorte com os ministros da Defesa”. E, de uma forma geral, com muitos dos outros
ministros, e com o da AI em especial. Como já há muito se sabia e que Helena
Matos, nesta crónica, nos recorda com muita sabedoria e até alguma ironia! Na
verdade, estamos a precisar de quem saiba governar, e não de quem seja muito
bom a aldrabar! Por mais que me digam que há muita ingenuidade no político que
nos fala verdade! E acreditar que, desta vez, o “nobre povo” não se vai deixar
enganar! Antes
pelo contrário: É
necessário tornar sustentável a economia portuguesa!!! As PMEs têm dívidas acumuladas de 177 mil milhões - a
comparar com as dívidas das grandes empresas, que são 75 mil milhões, menos de
metade, segundo o Banco de Portugal, Bol. Estatístico, Cap. A.20., vejam o
quadro. A
Balança Comercial registou no ano passado um défice de 14,3 mil milhões, no ano
anterior de 20 mil milhões, segundo o INE. "As exportações de bens diminuíram 10,3% em 2020
(-6 145 milhões de euros) em termos nominais, face ao ano anterior, atingindo
53 757 milhões de euros. O valor das importações de bens totalizou 68 146
milhões de euros, resultado do decréscimo de 14,8% (-11 832 milhões de euros)
relativamente ao ano anterior." "Os maiores défices continuaram a verificar-se com
Espanha (-8 453 milhões de euros), Alemanha (-2 709 milhões de euros) e China
(-2 500 milhões de euros), e o maior agravamento do saldo foi registado nas
transações com o Brasil (aumento do défice de 598 milhões de euros)."
Fonte: INE International Trade Statistics - 2020 Issue year: 2021 E como se
isso não bastasse, por causa do Covid, há neste momento 3.041.117 trabalhadores
e 173.829 empresas a receber complementos da Segurança Social a título de
medidas temporárias , que custam ao Estado 3,9 mil milhões - Vejam a página das
Estatísticas da Seg Social. Isto
significa que há pelo menos 3.041.117 trabalhadores que não produzem riqueza
suficiente para assegurarem o seu sustento, e 173.829 empresas a consumir
recursos!!! Mais
a Dívida Pública de 270 mil milhões, que registou um aumento de 44 mil milhões
desde 2015, incluída no endividamento geral do Estado, Particulares e Empresas,
que soma... 744 mil milhões. Na
minha opinião, tornar Portugal sustentável só poderia ser conseguido através de
uma acção de saneamento da economia, com um plano nacional de falências, que
obrigasse empresas que consomem recursos e subsídios a serem vendidas ou fechar
as portas - a começar pelas empresas públicas - de forma a libertar esses
recursos e trabalhadores, associado a um plano industrial que tivesse em vista
uma maior autonomia e a redução das importações. Porque o aumento das exportações não é algo que
possamos controlar, pois depende da penetração dos nossos produtos noutros
mercados, da nossa capacidade para fornecer esses mercados, etc. tudo factores
exteriores. E
trazer para cá empresas porque oferecemos vantagens fiscais, e salários mais
baixos - enquanto os lucros dessas empresas vão para o exterior, também não é
solução! Portugal
tem a dimensão da Bélgica, da Suécia, e da Áustria, e de muitos outros países
europeus que são rentáveis - e não há razão, com todas as ajudas que temos
recebido, para continuarmos a ser insolventes e a manter dependentes e
parasitas, à conta das mentiras e miragens do "socialismo"!!! Duarte
Correia > Antes pelo contrário:
Dos poucos comentadores que, em vez de
blá, blá, blá´s, produz ideias com verdadeira substância e inteligibilidade…………………………………
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