quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Fernão Lopes, de caminho


«Ora esguardai, como se fôsseis presentes, uma tal cidade assim desconfortada e sem nenhuma certa fiúza de seu livramento, como viveriam em desvairados cuidados, quem sofria ondas de tais aflições? Ó geração que depois veio, povo bem-aventurado, que não soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro de tais padecimentos! os quais a Deus por Sua mercê prouve de cedo abreviar doutra guisa, como acerca ouvireis - FERNÃO LOPES, Crón. D. João I, cap. CXLIX

Helena Matos tomou uma certa expressão poética como início da sua crónica, que me fez lembrar Fernão Lopes, embora só pelo tom poético – apelativo e comovidamente animista em Fernão Lopes, sendo o da cronista bem exclamativo e hiperbólico de imagística sarcasticamente indignada – para além do contraste - subentendido em HM - na referência à geração que “depois virá”, não bem-aventurada, como a que refere FL sobre a que “depois veio”, e de que ele fez parte, ultrapassadas as agruras famintas aquando do “cerco de Lisboa” pelos castelhanos, segundo o teor da sua crónica.

O assunto das crónicas, não é idêntico naturalmente, Helena Matos uma vez mais debruçando-se sobre manipulações e traições de um governante de hoje, de quem dependemos, Fernão Lopes lembrando um feito antigo que pusera em risco a independência portuguesa, e que um povo corajoso embora esfomeado, ajudara a defender. Os muitos comentadores se encarregaram de descodificar o sentido da magnífica crónica de HM.

Digamos que é muito pedir

Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.

HELENA MATOS, Colunista do Observador         OBSERADOR, 14 nov 2021

Ó muros derrubados! Ó tabus desfeitos! Ó História descongelada! E claro, ó educação de adultos! Sim, educação de adultos, ou já esquecemos que a educação de adultos foi, em Outubro de 2015, um dos assuntos invocados pelo PS para provar como era muito mais fácil e natural o entendimento dos socialistas com a sua esquerda do que com a direita? Infelizmente nunca se apurou o que separava o PS do PSD ou do CDS em tal assunto por segundos elevado a grande questão da pátria.

Creio que tal desinteresse mediático sobre a educação de adultos não se deveu à falta de vontade em aprofundar o tema por parte dos jornalistas nem sequer ao entusiasmo que nas redacções deste país se experimenta perante tudo o que coloque as esquerdas no poder. A explicação na minha opinião é bem mais da ordem da psicologia do que da política pois algures no nosso cérebro soava o aviso: isto é uma farsa. E era. Em Outubro de 2015, o PS, ou mais precisamente os mesmíssimos dirigentes socialistas que agora, em 2021, querem fazer “consensos partidários mais vastos e densos” com a direita, representaram diante dos nosso olhos uma farsa, a farsa das negociações com os vencedores das legislativas, Passos Coelho e Paulo Portas.

A delegação do PS ora se apresentava sem propostas, como aconteceu na reunião surreal que teve lugar a 9 de Outubro de 2015, em que a delegação do PS, chefiada por António Costa e integrada por Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos, Carlos César e Mário Centeno, nem se esforçava em disfarçar o ar de quem estava a fazer um frete. Ora pré-anunciava, com declarações tonitruantes de um António Costa agastado e irado com Passos Coelho, que as negociações eram inconclusivas.

Ao fim de duas semanas tornou-se evidente que António Costa decidira que os seus interlocutores eram o BE e o PCP e que as negociações com PSD e CDS não tinham passado de um exercício de preenchimento de calendário. Seis anos depois vários dos protagonistas deste simulacro de negociações apresentam-se com a determinação de quem viveu uma epifania e anunciam que querem negociar com a direita. Não, não querem. Querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.

A clivagem dentro do PS é o elefante na sala que não queremos ver. Os socialistas passaram do enredo policial de Sócrates para os muros derrubados de Costa sem um minuto de reflexão, sem debate e, pior que tudo, sem dúvidas. À excepção da demissão de Sérgio Sousa Pinto do Secretariado Nacional do PS, em Outubro de 2015, e da tentativa de Francisco Assis, tratada quase como uma heresia, de organizar, em Novembro de 2015, um almoço na Mealhada com os militantes socialistas que discordavam do acordo entre PS, BE e PCP, os socialistas públicos e publicados vestiram com fervor a pele da nova situação: num dia juravam pela inocência de Sócrates, no outro pela queda do muro entre as esquerdas. De caminho, as medidas de austeridade tomadas entre 2011 e 2015 passaram a ser culpa dos credores que nos emprestaram o dinheiro de que desesperadamente precisávamos e do governo que teve de adoptar as medidas que o PS negociara quando o país faliu.

O PS é hoje um partido caudilhístico: segue sem dúvidas os seus líderes, sobretudo e muito particularmente os mais arrogantes e autoritários, como Sócrates e Costa. É o poder que une o PS. Se lhe faltar o poder vão sobrar as perguntas e expor-se as fracturas que são enormes e em alguns casos dotadas de arestas afiadas: uma boa parte do PS está mais próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro. O que António Costa agora pretende ao mostrar-se disponível para negociar à direita é o mesmo que pretendeu ao negociar à esquerda em 2015: preservar a sua liderança e adiar o momento em que o PS olhe para si mesmo. Em 2015, podia ver as acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o socialismo é isto?

PS.SEF será extinto até 11 de janeiro de 2022“; “Governo quer GNR, PJ e PSP a assumir as funções do SEF já a partir de janeiro.” Vamos directos ao assunto: como é possível que alguém completamente descredibilizado como é o caso de Eduardo Cabrita esteja a conduzir uma alteração legislativa desta monta? As competências do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foram repartidas pela PSP, GNR e PJ. A legislação em que o PS contou com o apoio do BE detalha com maior rigor o funcionamento de uma comissão cheia das ONG do costume junto da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (era para se chamar Serviço de Estrangeiros e Asilo mas o BE não gostou do nome) do que explica como se vai garantir o mínimo de operacionalidade a esta estrutura em que se retalhou o SEF.

Não sabemos ainda a que velocidade seguia o carro em que viajava Eduardo Cabrita quando foi atropelado mortalmente o trabalhador Nuno Santos mas sabemos bem o preço que estamos a pagar por António Costa ter mantido Eduardo Cabrita em funções: legislação a granel e ideologia a rodos. Vale tudo desde que o ministro não caia. Por fim, uma pergunta: o ministro Eduardo Cabrita, que com aquela  clarividência que se lhe conhece avisava há um ano que colocar a hipótese da existência de uma rota de migração ilegal de Marrocos para o Algarve nos poderia fazer  “cair no ridículo”, já admite que a rota existe? Ou tem de perguntar primeiro aos comissários da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo como se pode referir a tal assunto?

CRISE POLÍTICA   POLÍTICA   PS

COMENTÁRIOS:

Isabel Gomes: Cabrita tem as Costa(a) quentes! Porque será?           Mario Almeida: O que António Costa agora pretende ao mostrar-se se disponível para negociar à direita é o mesmo que pretendeu ao negociar à esquerda em 2015: preservar a sua liderança e adiar o momento em que o PS olhe para si mesmo. O PS ainda não fez nem vai fazer porque o que vai ver ao espelho é verdadeiramente horroroso. Que o PS não veja nem queira ver é natural. Que os portugueses aceitem ser desgovernados por uma pandilha destas começa a ser um caso de estudo sociológico (à espera de autorização do Prof. Boaventura). Este bando vai ganhar novamente as eleições e isso diz mais dos portugueses que do bando.         João Pedro: Tem razão. O PM é sempre muito manhoso. O que ele quer mais uma vez é enganar o ceguinho do Rui Rio com putativos entendimentos à direita e assim continuar a afundar o país no pântano da miséria e do total desgoverno. O PS sempre só soube governar para os boys, enquanto houver dinheiro, mas nunca soube gerar riqueza. A única solução é buscar alternativas em massa e abalar de uma vez por todas os muitos parasitas do 'Xuxalismo", que só querem xuxas e tachos e não fazerem a "ponta de um corno".           Carlitos Sousa: Helena Matos, como de costume, a dizer-nos a verdade, sem encenações, nem contemplações... Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.  Uma boa parte do PS está mais próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro. Em 2015, podia ver as acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o socialismo é isto? Bravo ! Quem poderia dizer melhor ?! O zé povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de olhos ao  PSD é encenação. Costa estará sempre focado na Extrema-Esquerda !             Jose Infante: Simplesmente claro, só não entende quem não quer. Parabens Helena  Matos.        Manuel Ferreira21: Excelente análise da HM. Reitero, o PS deve ganhar sem maioria e ser governo para conduzir o país a nova pré-bancarrota, só com uma vacina destas o povo coloca o PS no mesmo lugar do PS grego e Francês. Há boas notícias: o BE já vai ficar irrelevante e o PCP ficará como umas múmias para recordação. É preciso ir votar, se não gostarem do PSD,CDS e IL votem no Chega.               João Lopes: Excelente análise de Helena Matos.          Ana Torres: A direita que deixa de ser frouxa, que  se levante  no dia 30 janeiro que vá votar... PSD, CDS, IL, CHEGA, Mas que vote!         Antes pelo contrário > Ana Torres: IL não é direita, aliás não é coisa nenhuma: "Queremos prosseguir os nossos sonhos, queremos liberdade para nos realizarmos, afastando-nos de um caminho para a servidão." "A nossa inspiração e ambições implicam o reconhecimento do carácter genérico, gradualista, transitório e evolutivo deste Programa, que reúne o sentido das propostas recebidas num processo colaborativo e constantemente aberto a permanente atualização." Isto é o quê??? Não é coisa nenhuma...          J Ferreira > Antes pelo contrário: Eu resumo da seguinte maneira: IL de direita na economia, de extrema esquerda nos costumes. Mas pronto, na medida que se opõe ao socialismo....           pedro dragone: O país vive há 10 anos governado por políticas inspiradas numa guerrilha ideológica entre extremos. Tudo começou em 2011 quando um grupo de “rapazolas” anunciava que queria ir além da Troika e abria uma guerra de ódio inter-geracional que, entre outos mimos, tratava os mais idosos por “peste grisalha” e, euforicamente, proclamava as virtudes do que chamavam de “destruição criativa”. Com era inevitável, a chamada “terceira Lei de Newton” (lei da acção e reacção) não se fez esperar e, em 2015, abriu um período de mais 6 anos de radicalismos, desta vez de sentido contrário, a que convencionou chamar-se de geringonça. Foram 10 anos de guerrilha política e demência governativa, 4 à direita e 6 à esquerda, que não podem de forma alguma repetir-se. O país precisa de regressar ao centro que é onde está a governabilidade, a moderação e a estabilidade de que tanto precisa para os tempos difíceis que se avizinham. Julgo que o povo já o percebeu de uma forma clara! Por isso, acredito que no dia 30 de Janeiro irá dizer sem hesitação “Morte a todos os radicalismos! Passismo e Costismo/Pedro Nunismo nunca mais!”             Joaquim Rodrigues: O habilidoso COSTA, depois de ter traído o seu camarada Seguro e de, contra o que era a tradição democrática do PS e da “Governação” em Portugal, se ter aliado à extrema esquerda, BE e PCP, em vez de viabilizar o “Governo” do Partido democrático mais votado traiu, de forma descarada, o eleitorado democrata do PS. O habilidoso Costa estava farto de saber que havia “uma linha vermelha” que separava o BE e o PCP dos partidos democráticos! Aquela foi a escapatória que conseguiu arranjar, para tentar salvar a sua carreira política. Na verdade, ao “passar aquela linha vermelha” foi ele que criou as condições objectivas para que aparecesse o “Chega” que depois usou como balão de oxigénio para sobreviver e agora vai usar como “espantalho fascista” para tenter tirar votos ao centro/direita. O “Chega” é um sub-produto do Costa. Agora, o habilidoso Costa, engendrou mais uma artimanha para, aproveitando o momento da aprovação do Orçamento de Estado, tentar uma “saída limpa” do “Gueto” em que se meteu. Na verdade, o Costa já tinha decidido o chumbo do OE quando começou a campanha eleitoral para as Legislativas na campanha das Autárquicas. Costa já há muito que, ardilosamente, tinha decidido “trabalhar” para o chumbo do Orçamento de Estado. Para isso contou e conta com as seguintes habilidades: 1) a acusação aos companheiros de viagem, a quem deu boleia, de empanarem a "geringonça", vitimizando-se e deixando-os apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos partidos do centro/direita, que ele esperava agravar, com os resultados das Autárquicas; 3) o uso e abuso da "Bazuka", como instrumento de chantagem sobre os eleitores, usado já nas Autárquicas, mas que vai servir para “metralhar” os eleitores sobretudo agora nas Legislativas; 4) a cumplicidade do Marcelo que, armado em “Maquiavel” de trazer por casa, anda à procura de usar o capital político que, com “selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência, para deixar um “lacaio “seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel. A verdade nua e crua é que o “habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório programático” nas “reversões” e, para além disso, não tem qualquer “Visão”, qualquer “Estratégia”, qualquer “Programa Político” para oferecer aos portugueses. Ele que, sendo 1º Ministro há mais de seis anos e membro de um Partido que nos últimos 25 anos esteve quase 20 no poder, não foi capaz de fazer um Programa de Emergência pós Covid e teve que ir contratar um “Costa e Silva” qualquer para, a partir do nada, fazer a famigerada “Bazuka” de onde só sai mais “Estatismo” e mais “Centralismo”, contra a sociedade civil e a livre iniciativa privada. O único Programa que o Costa conseguiu, até hoje, apresentar, foi o Programa das Reversões e esgotou aí o seu “reportório”. A partir de agora vai-se servir de todo e qualquer “expediente e habilidade” para se manter no poder. Este Costa só é possível porque antes existiu um Sócrates, relativamente ao qual, a nossa “classe política”, não tem coragem nem verticalidade para fazer o obrigatório julgamento político, sem o qual, nunca teremos em Portugal, uma democracia minimamente saudável.            José Ramos: O PS, o PS que em fins de 1974 pôs fim à "unicidade sindical", o primeiro avanço rumo à "república democrática e popular" totalitária, e que, durante 1975, ajudou frontalmente e com denodo a combater a instalação de uma ditadura moscovita em Portugal - havia os outros, os maoistas, meia dúzia de trotskistas, os "revolucionários", já com um pé no terrorismo, e até os "terceiro-mundistas", que viam na africanização do país um notável progresso civilizacional, mas que um PCP trataria de comer ao pequeno-almoço rapidamente e em força -, o PS expulso da "festa" na "FNAT" no 1º. de Maio de 1975, o PS que foi expropiado do jornal República, tomado de assalto por esquerdopatas, o PS da Alameda e, mais tarde, o PS que entrou com determinação na Europa livre, democrática e próspera, esfarrapou-se e anda por aí em frangalhos. Este PS, o de hoje, é um coio de neo-trotskistas ou pior, que em nome da suposta pureza da "esquerda" (da totalitária, da anti-democrática e anti-mercado), rebentam com o país e com as liberdades que restam. Depois há os outros, que se estão nas tintas para tudo, sobretudo para a "pureza", desde que se abotoem com negócios duvidosos e lugares para a família, mulheres e concubinas: o PS caverna de Ali-Babá.          José Miranda > José Ramos: Magnífica análise!           Cipião Numantino: Difícil o exercício de hoje da nossa estimada HM. De facto torna-se difícil escrever sobre uma coisa que não existe fisicamente. Como assim, perguntarão? O PS não existe, é isso? Calma, calma, vamos por partes. Não existe um P/S, mas sim vários P/S,s! Existe o PS do poder de tipo confraria do "para os amigos tudo e para os restantes aplique-se a lei" ou do "quem se mete com o PS leva". Existe, depois, o P/S dos quadros intermédios, tipo aqueles que pontificam nas Juntas de Freguesia e quadros intermédios de grandes ou médias empresas. Passamos depois para um outro P/S composto por pensionistas bem pagos e muitas vezes reformados antes dos 50 anos e, finalmente, o P/S do funcionalismo público e "ofícios correlativos". A restante mole humana que vota eventualmente PS, não conta para estas contas, passe a redundância. Votam P/S como antes votaram Ca..vaco. Voltaram ao P/S como depois deram de frosques para Pa/ssos Coelho. Um eleitorado maleável que vai desde o simples assalariado até pequenos e médios empresários. Não me vou alongar, assim, muito sobre este PS. Como consequência directa volto, portanto, ao 1º. PS. Longe vão os tempos da ideologia, onde pontificavam os Zenhas ou até, já mais tarde, por exemplo An/ tónio Ba/rreto. Assaltado o poder, valia tudo. So..cialismo na gaveta, Fontes Luminosas e por aí vai. Eram os tempos das manifs, onde se pensava menos com a cabeça e bem mais com o coração. De resto havia, à época, um denominador comum que era o medo do assalto ao poder por parte do P.C.P e da instauração do escatológico regime soviético. Mas os tempos mudaram. Hoje interessa a todo o custo manter a turba sob controle, pois é disso que depende a proximidade em relação ao pote do estado. Daí a pulsão do Pin..ócrates 44 para a mexicanização do regime que tem sido, aliás, igual cavalo de luta para An/tónio Co.sta e "sus muchachos". O gesto (ou a falta dele), a fala, a acção, a omissão, etc., tudo fica condicionado em prol da prossecução desse desiderato. A luta do poder pelo poder. Só o poder acalma e nada mais interessa que o tão desejado poder. Gente sem carácter ou ideologia aparecerá neste contexto, pois a nada mais aspiram ou sequer lhes interessa. Duas palavras "o poder". Sigo agora para o PS dos quadros intermédios: esta gente anda no terreno. Sabe de onde partem os tiros e não se deixa levar por cantigas. Malta moderada que gosta pouco de excessos e sabe bem que o seu inimigo principal é a com unada visível e/ou encapotada. Obedecem às ordens centralistas, mas não deixam de pensar pelas suas próprias cabeças. Destes não tenho nenhum receio e sei que estaremos do mesmo lado da barricada. Passo agora para os pensionistas bem pagos. Esta gente, no geral, e não sei por que carga d'água, convenceu-se que só a esquerda lhes defenderá os privilégios. Geralmente gente inteligente, parecem ter ficado cegos, surdos e mudos para as consequências e efeitos dos seus actos. Parecem guerrilheiros, de arma aperrada, pronta a disparar sempre que lhes toquem nos seus privilégios. Muitos deles (conheço alguns) reformaram-se antes dos 50 anos, com chorudas reformas. Mais esquerdistas que os próprios esquerdistas não se consegue falar com eles. Por mim, aduzirei  que falo bem melhor e pressinto bem mais tolerância por parte de militantes comunistas, do que com esta gentinha. Diálogo impossível. Votantes mais que efectivos nos Pedros Nunos Santinhos desta vida. Nem sequer lhes interessa pêva, que o país pode ir a caminho do abismo ou que estejam a sugar autenticamente o futuro de seus próprios filhos e netos. Nada lhes interessa mais, do que a observação do extrato bancário no fim do mês e constatarem que a "mesada" já lhes caiu na conta. Temos, finalmente, o P/S dos FP´s e das empresas intervencionadas. Um mundo à parte. Com a manutenção do status quo, sentem-se maravilhosamente bem que tenham reduzido a um regime de semi-escravidão a restante população produtiva. ........//continua....          Marco Gomes: Tudo se resume à educação , ou melhor, à falta dela, é necessário uma reforma estrutural no modelo educacional , não há massa crítica, não há consciência cívica, a indiferença reina, menos de metade votam, as pessoas não conseguem perceber que são as politicas que governam as suas vidas, o laxismo instalou-se para gáudio dos nossos governantes incompetentes que vingam na vida à custa dos ignorantes e dos menos informados, um ciclo vicioso  difícil de quebrar, como é que é possível após 35 anos na União Económica e Monetária , termos recebido mais de 160.000 Milhões ainda existirem 20% de pobres ? os que nascem hoje já têm dívida para pagar nos próximos 30 anos, pobre país este....e há cidadãos que não o mereciam, outros nem tanto!           Joaquim Moreira: Não posso concordar mais com esta crónica, e que este resumo muito bem esclarece: Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS. E que, no parágrafo final, acaba por fazer uma interrogação, que mais não é que o reforço da sua conclusão! E que me leva a outro tipo de consideração. Na verdade, perante esta realidade, as sondagens e a pública opinião, discutem se vai ou não ter maioria absoluta na próxima eleição! Entretanto a CS, em geral e, neste caso o Expresso, afirma com muita leveza, que “António Costa não tem sorte com os ministros da Defesa”. E, de uma forma geral, com muitos dos outros ministros, e com o da AI em especial. Como já há muito se sabia e que Helena Matos, nesta crónica, nos recorda com muita sabedoria e até alguma ironia! Na verdade, estamos a precisar de quem saiba governar, e não de quem seja muito bom a aldrabar! Por mais que me digam que há muita ingenuidade no político que nos fala verdade! E acreditar que, desta vez, o “nobre povo” não se vai deixar enganar!          Antes pelo contrário: É necessário tornar sustentável a economia portuguesa!!! As PMEs têm dívidas acumuladas de 177 mil milhões - a comparar com as dívidas das grandes empresas, que são 75 mil milhões, menos de metade, segundo o Banco de Portugal, Bol. Estatístico, Cap. A.20., vejam o quadro. A Balança Comercial registou no ano passado um défice de 14,3 mil milhões, no ano anterior de 20 mil milhões, segundo o INE. "As exportações de bens diminuíram 10,3% em 2020 (-6 145 milhões de euros) em termos nominais, face ao ano anterior, atingindo 53 757 milhões de euros. O valor das importações de bens totalizou 68 146 milhões de euros, resultado do decréscimo de 14,8% (-11 832 milhões de euros) relativamente ao ano anterior." "Os maiores défices continuaram a verificar-se com Espanha (-8 453 milhões de euros), Alemanha (-2 709 milhões de euros) e China (-2 500 milhões de euros), e o maior agravamento do saldo foi registado nas transações com o Brasil (aumento do défice de 598 milhões de euros)." Fonte: INE International Trade Statistics - 2020 Issue year: 2021 E como se isso não bastasse, por causa do Covid, há neste momento 3.041.117 trabalhadores e 173.829 empresas a receber complementos da Segurança Social a título de medidas temporárias , que custam ao Estado 3,9 mil milhões - Vejam a página das Estatísticas da Seg Social. Isto significa que há pelo menos 3.041.117 trabalhadores que não produzem riqueza suficiente para assegurarem o seu sustento, e 173.829 empresas a consumir recursos!!! Mais a Dívida Pública de 270 mil milhões, que registou um aumento de 44 mil milhões desde 2015, incluída no endividamento geral do Estado, Particulares e Empresas, que soma... 744 mil milhões. Na minha opinião, tornar Portugal sustentável só poderia ser conseguido através de uma acção de saneamento da economia, com um plano nacional de falências, que obrigasse empresas que consomem recursos e subsídios a serem vendidas ou fechar as portas - a começar pelas empresas públicas - de forma a libertar esses recursos e trabalhadores, associado a um plano industrial que tivesse em vista uma maior autonomia e a redução das importações. Porque o aumento das exportações não é algo que possamos controlar, pois depende da penetração dos nossos produtos noutros mercados, da nossa capacidade para fornecer esses mercados, etc. tudo factores exteriores. E trazer para cá empresas porque oferecemos vantagens fiscais, e salários mais baixos - enquanto os lucros dessas empresas vão para o exterior, também não é solução! Portugal tem a dimensão da Bélgica, da Suécia, e da Áustria, e de muitos outros países europeus que são rentáveis - e não há razão, com todas as ajudas que temos recebido, para continuarmos a ser insolventes e a manter dependentes e parasitas, à conta das mentiras e miragens do "socialismo"!!!      Duarte Correia > Antes pelo contrário: Dos poucos comentadores que, em vez de blá, blá, blá´s, produz ideias com verdadeira substância e inteligibilidade…………………………………

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