Nos cornos dos unicórnios
Na Web Summit, a tecnologia deu lugar
ao politicamente correcto; o PR deixou a performance dos calções de banho e
assumiu-se como stand up Presidente. Já o dono daquilo tudo recomenda-nos sol e
não 5G.
Helena Matos,
Colunista do Observador
Observador, 07 nov
2021
Em
2022, a família Mesquita Guimarães vai ser convidada a ir à Web Summit? Só pode. Não nos disseram durante não sei
quantos dias que a Web Summit quer ser palco de “discussões difíceis”? Que
devemos ser quem somos? Não ter medo?… Ou será que a expressão “discussões
difíceis” se deve traduzir por “discussões com guião pré-definido sobre
assuntos mediaticamente obrigatórios”?
(Último dia
da Web Summit, Marcelo sobe ao palco e faz uma performance de orador motivacional.
Vê-se que está feliz. Nada do que afirma o compromete. É só esperança e boa
vontade. O apresentador-motivador imaginário vai ser o novo boneco de Marcelo.)
Antes
de passarmos à hipocrisia das “discussões difíceis” devo fazer uma declaração
de interesse: embirro com unicórnios. Ao
contrário dos carrinhos, dos legos e das bonecas que me faziam sorrir quando
surgiam nos mais inesperados recantos do espaço doméstico, os unicórnios,
talvez por causa daqueles olhos de carneiro mal morto, nunca despertaram em mim
outro interesse que não fosse enfiá-los numa caixa qualquer à espera que a
mania passasse. Ora não só a mania não passou como extravasou das caixas dos
brinquedos para o país, que parece cada vez mais uma ficção de homens
infantilizados que ora andam à procura da bazuka ora anunciam o sonho de uma
Fábrica de Unicórnios.
(Tivemos o
Marcelo das selfies. Era no tempo
em que ao país anunciava que se virara a página da austeridade. O Marcelo das selfies nunca quis saber que página
outra era essa por onde agora corria a nossa vida: dívida público? Cativações?…
Marcelo sorria para os telemóveis. Vieram depois os mergulhos e os calções de
banho. O país ardeu. Morreram dezenas de pessoas. A degradação instala-se nos
serviços públicos. Desaparecem armas dos paióis. E Marcelo? Marcelo mudava
de calções de banho.)
Explicada
a minha embirração com os unicórnios, vamos às “discussões
difíceis” que Paddy Cosgrave, organizador da Web Summit, declara desejar.
Já referi uma que me parece crucial e, tenho a certeza, propiciaria um óptimo
painel na Web Summit, com ou sem unicórnios: como é possível que, 50 anos
depois de em Portugal se ter tornado facultativa a frequência das aulas de
Religião e Moral e de a Mocidade Portuguesa ter deixado de ser obrigatória, como
é possível, pergunto, que em 2021 dois alunos, por sinal excelentes alunos,
arrisquem reprovar porque não frequentam as aulas da nova doutrina, vulgo
Educação para a Cidadania? Dirão que a Educação para a Cidadania não está ao
nível da Religião e Moral ou da Mocidade Portuguesa. Estão
enganados. A Educação para a Cidadania está transformada
numa arenga doutrinária. Para mais os seus conteúdos não se
esgotam na disciplina propriamente dita e tornaram-se tópicos obrigatórios das
outras disciplinas! Ao mesmo tempo que aprendem cada vez menos matemática,
ciências, português ou geografia, os alunos das escolas portuguesas são cada
vez mais doutrinados.
(O
recurso cénico aos calções foi interrompido pela pandemia e
consequentemente pela irrupção do
terraço nas performances presidenciais:
os portugueses, a quem tinha sido dito que “não havia grande probabilidade de o vírus cá chegar” ou
que até teria consequências positivas para o país, que as máscaras davam uma falsa sensação de segurança ou que
pelo contrário deviam ser obrigatórias, confrontaram-se com mais um insólito
presidencial: Marcelo a comentar a sua própria quarentena, a partir do
terraço da sua casa.)
Como
é que 50 anos depois isto nos está a acontecer? E sobretudo como é que nunca se
avalia o resultado de tudo aquilo que nas escolas tem sido apresentado como um
avanço, uma libertação, um progresso e que algum tempo depois acaba num
desastre de que não se fala e que se ataca com medidas muito mais gravosas que
aquelas que se aboliram? Por
exemplo, durante anos e anos desautorizaram-se professores e funcionários.
Porque eram autoritários. Porque representavam um modelo de escola
ultrapassado. Os meninos deixaram de ser mal educados e passaram a ser vítimas
ou autores de bullying. Professores e funcionários espancados ou na melhor das
hipóteses desautorizados foi o resultado mais visível dessas celebradas
mudanças. Mas há
outros resultados, tão terríveis que nem se discutem. Por exemplo, a
transformação em matéria criminal a ser tratada pelo Ministério Público do que
outrora era uma questão de disciplina resolvida dentro da escola, entre alunos,
pais e professores. Esta criminalização do que se chamava mau comportamento
agora já não acontece apenas para os alunos com mais de 16 anos mas também para
as crianças e adolescentes. Vamos falar sobre isto ou esta é uma discussão
difícil que não cabe no âmbito das discussões difíceis que se devem ter?
A facilidade com que auto-denominados libertadores impõem a tirania em nome da
libertação seria uma discussão bem difícil. Porque não agendá-la para 2022? A
actualidade não pode ser maior: foi precisamente a contestação a este tipo de
doutrinação nas escolas que, já neste mês de Novembro, alavancou a vitória
republicana no estado da Virgínia. O mesmo em que Biden vencera. Ou será que
esta não é uma discussão como deve ser?
Por
exemplo, uma discussão difícil, como deve ser, é aquela que
propôs Ayọ Tometi, uma das
fundadoras do Black Lives Matter e oradora nesta Web Summit. Ayọ Tometi sobre as redes sociais disse uma coisa e o seu
contrário – por um lado as ferramentas são estruturalmente racistas (racismo
branco, evidentemente) e, por outro, o BLM cresce graças às redes
sociais. De fora desta discussão difícil,
quiçá por ser fácil, ficou a discussão sobre o apoio militante da senhora Ayọ
Tometi ao regime da Venezuela e muito particularmente ao ditador Maduro.
(Sendo para ele a política um palco, Marcelo precisa de objectos para contracenar, para se mostrar.
A caixa do multibanco a que se dirigiu sem necessidade alguma na noite em que o
orçamento foi chumbado foi o adereço perfeito para esse momento de stand up
presidencial.)
Outra discussão difícil mas que alguma
vez teremos de ter, queira ou não Paddy Cosgrave mantê-la, passa pelo
financiamento da Web Summit. Sim, já
se sabe que Paddy Cosgrave acha que nós portugueses nos bastamos com o sol: “Quem precisa de 5G, quando tem o sol? –
perguntou com aquela manha de quem já
nos topou a lusa fraqueza. Qualquer
estrangeiro que nos exalte o clima, a comida ou garanta a singularidade da
palavra saudade tem o seu viver praticamente assegurado neste país. Ora não só nós portugueses não nos alimentamos do sol
como tal não daria jeito algum ao senhor Paddy Cosgrave, pois se fôssemos
respiracionistas (assim se
chamam os defensores da alegada alimentação a partir do sol) não
lhe poderíamos pagar os 11 milhões de euros anuais a que
nos comprometemos para que ele mantenha a Web Summit em Lisboa. Paddy,
que definitivamente também não vive do sol, não só não faz borlas – veja-se o
que aconteceu no ano passado em que a Web Summit foi virtual mas o
financiamento se manteve real – como
vai expandir para outras cidades a Web Summit. Quem sabe nessas novas paragens confidenciará, como
fez em Lisboa em 2018: “A minha mulher disse-me ontem à noite que vamos
mudar-nos para Lisboa.” É só substituir Lisboa por Tóquio, Kuala Lumpur ou
Brasil e provavelmente antecipamos a próxima confidência de Paddy Cosgrave.
A outra discussão difícil em torno da
Web Summit é mesmo aquilo em que ela se está a transformar: uma feira cada vez
menos tecnológica e mais de desfile do politicamente correcto, em que se chama
discussões difíceis ao que simplesmente não passa de um discurso padronizado e
previsível.
(Não sei
que mais artefactos Marcelo trará a palco até ao fim do seu mandato mas sei que
aquele que Marcelo teme é o espelho. O espelho onde, quando estiver para deixar
Belém, se olhe e pergunte: o que é que eu fiz?)
EDUCAÇÃO LIBERDADES SOCIEDADE MARCELO
REBELO DE SOUSA PRESIDENTE DA
REPÚBLICA POLÍTICA WEB SUMMIT LISBOA PAÍS
COMENTÁRIOS:
André Ondine: Excelente
retrato de Marcelo e da classe política que tragicamente representa. De facto,
e escrevi-o aqui no dia da inauguração do Avante turbinado, ver os nossos
políticos (neste caso, Moedas, Siza e o inevitável Marcelo) no palco da Summit
é algo que mistura o patético com o embaraçoso. O nosso embaraço com a patetice
dos nossos queridos líderes, que querem pertencer ali à força. Por outro
lado, é deprimente ver que o Paddy Startup se transformou no cidadão lisboeta
típico. Estamos a perder a alma para as ciclovias tecnológicas e Lisboa está a
ser feita para os Paddys e a mandar embora que lhe dava alma. Artur
Mendes: A impaciência na luta dos milhares e
muitos milhares de jovens "gretas" e " gretos" que
mandam os governantes levar no ...." Serão os que daqui a meia dúzia de
anos serão eles a governarem o mundo, a dominarem os parlamentos a herdarem as
fortunas das indústrias poluentes.... Esperem... o Mundo será vosso!
Só que, muitos dos políticos e "que vós mandais levar... (...) faz
anos que desfilaram com os mesmos propósitos contra a poluição, as guerras e
as fomes... Esperem, o Mundo será vosso! J. Saraiva > Artur Mendes: Relativamente
à escolha da Greta, para representar a juventude que se preocupa com o
ambiente, a escolha é péssima. Não podia ser pior e contra produtiva, para a
importância do tema. A Greta tem síndrome de Asperger's, que entre outros
sintomas caracteriza-se por: - pobres interacções sociais (que se viu na falta
de educação no COP26, agressividade na comunicação entre outros); -
obsessão com que se dedicam a um tema, que lhes é querido. Se esta obsessão for
bem direccionada temos um Elon Musk, se for mal direccionada temos uma Greta. Acima
de tudo, não é compreensível é como os adultos, não colocam um travão neste
tipo de comportamento. Em termos de autismo, nem deve ser bom para ela. João Ramos: Muito
bem, Helena Matos!!! Cipião
Numantino: Contra o que me é habitualmente normal,
resolvi ler os comentários antes do excelente artigo da nossa estimada HM.
Donde, concluí, que já estava quase tudo dito e excelentes comentadores se me
anteciparam ao apontar as ridicularias do Selfies e a basbaquice dos
intervenientes políticos que nos calharam em sorte. Posto isto, e até porque HM
versou no seu artigo, algumas vicissitudes da prática woke e/ou cultura do
cancelamento (o que está a suceder à família Mesquita Guimarães é
simplesmente horroroso!), vou debruçar-me exclusivamente sobre este tema. E
nada melhor do que ripar da História para ajudar a situar todos os que me
lerem, no que está a suceder e, essencialmente, no que o provável futuro nos
reservará. Pois bem, todos já leram certamente algo sobre o célebre
episódio das bruxas de
Salém. Passado por volta do ano de 1692,
numa das várias colónias inglesas na América do Norte, ficou como paradigma
deste tipo de casos e irei tentar explicar a similitude do que ali se passou e
a atual cultura do
cancelamento. Para não me
alongar em demasia, resumo o historial de tais eventos. No rescaldo final foram
acusadas de bruxaria cerca de 200 pessoas, dessas, 30 foram consideradas
culpadas e, dentro destas últimas vítimas, 14 mulheres e 5 homens foram
executados e, pasme-se, 2 cães foram também mortos no processo (ai como algumas
alminhas simplórias se sentirão exclusivamente incomodadas com a morte dos 2
caninos!!!). Adiante. Constata-se assim, que a cultura do cancelamento em que vivemos tem muito de similar ao que se passou
em Salém. Basta um
qualquer esquerdoso apontar um pretenso defeito de carácter, que vai da censura
racial até um eventual ataque a minorias protegidas pela esquerda e, aí está, o
assassinato de carácter é mais do que certo. Lembram-se do que sucedeu, por
exemplo com o cantor Olavo
Bilac? Nem um mero interesse comercial
momentâneo lhe valeu! Está definitivamente cancelado pelos esquerdosos cá do
burgo e nem o subsequente pedido de desculpas lhe valeu de nada e, desde
então, está remetido ao limbo do ostracismo de onde, certamente, nunca mais
sairá. Constata-se assim que basta uma pequena acusação, uma frase mal
interpretada, um evento mal explicado, para se assistir à fatal acusação de
cancelamento de onde, ao que podemos assistir, não existe regresso possível. Em suma, exactamente o que sucedeu em Salém. E nem sequer aproveita a desculpa de que a violência usada é
incomensuravelmente menor do que a registada na caça às bruxas de Salém, já que
todos poderemos presumir que não matam ou trucidam porque não têm poderes para
isso. Pudesse a
esquerdalhada ter plenos poderes para tal, e o garrote ou mesmo a fogueira,
seria o destino dos infelizes acusados. Afinal as purgas dos regimes soviético
e chinês não está tão distante quanto isso e, de resto, nas Coreias desta
vida dão-se cidadãos importantes para repasto de cães e nas Venezuelas em curso
trucidam-se com evidência todos os recalcitrantes ou suspeitos. Regressando aos eventos de Salém, tudo começou com duas crianças a adoptarem
comportamentos estranhos. Retorciam-se e contorciam-se e o veredito, pois
claro, exercido condignamente pelos canceladores da época, foi que as crianças
estavam embruxadas. A partir dali foi o total regabofe. Juntaram-se a estas
outras crianças e adolescentes que, perante o auto pessoal gozo de possuírem em
mãos o poder da vida e da morte, passaram a acusar tudo e todos aqueles de quem
não gostavam. Mais pessoas surfaram a onda e vizinho de quem não se gostasse
bastava ser assinalado que tinha sido visto a mexer num caldeirão uns anos
antes, ou a título de brincadeira houvesse brincado com a temática da bruxaria
e, pronto, estavam completamente desgraçados. O próprio povo de Salém sente a pulsão de ver sangue. Um padre protestante
perante a fogueira que crepitava ante si, começa a entoar o padre-nosso e
estava mais que definido que quem o conseguia recitar na totalidade não poderia
ser considerado bruxo. Mas nada adiantou. O povão ignaro não estava pronto a
perdoar. Queria sofrimento e na volúpia dos seus sentimentos tenebrosos não
podia haver lugar ao entendimento e muito menos ao perdão. Quem me lê poderá estranhar o facto de ninguém, à época, ter pelo menos
pensado que tudo aquilo era excessivo e fazia pouco sentido uma acusação de
meros indícios e sem qualquer tipo de provas, originar uma horrível morte no
garrote ou na fogueira? Certamente que sim! Mas tal na época, como agora,
ninguém se atrevia a dar sinais contraditórios, sob pena de ser considerado
igualmente suspeito e acabar por ir parar à forca ou à fogueira. Em tais
situações, ordena o bom senso, que se mantenha o recato e se afivele a
prudência, já que o risco era enormíssimo. Assim, na dúvida, o melhor era mesmo
estar-se bem caladinho e não levantar ondas. Não vos faz lembrar nada o dito de
"quem se mete com o Peiesse, leva"? E pronto, sigo agora para as conclusões. Passado o medo e o terror
iniciais, o próprio povo foi-se apercebendo do que aconteceu. Olhem, tal como
sucedeu agora nas eleições locais no estado na Virgínia, habitual feudo dos
esquerdosos, e que inexplicavelmente perderam a eleição para os republicanos,
segundo se pensa, tudo porque ficaram escandalizados com o que sucedeu a uma
filha estuprada por um desses L T G B....+++...., sob a complacência das
autoridades locais. O brado foi imenso e o resultado foi o que estamos a
assistir. Pois bem, foi mais ou menos
isto que sucedeu em Salém. O povão deu-se conta do logro em que caíram e a
revolta contra os esquerdosos da época não se fez esperar. Por sua vez, as
autoridades aliadas aos puritanos, nunca quiseram dar o braço a torcer. Assim
tipo dos comunistas para quem é difícil confessar e aceitar que as suas vidas
são autênticos logros e, então, preferem situar-se no limbo da persistência
para não terem que aceitar que não passam de uns falhados patéticos. No rescaldo destes eventos, todas as pessoas que estavam presas foram
libertadas, com excepção de 5 muito pobres para quem as respetivas famílias não
pediram a absolvição, segundo se julga, por ainda terem medo de poderem também
vir a ser acusadas. Quase todos os libertos foram
indemnizados pelo estado e, finalmente, em 2001 o tribunal supremo de
Massachussetts, inocentou postumamente essas 5 pessoas. Salém encerra uma tremenda lição. De resto nem se tratou de um evento
singular pois foram diversos os casos deste tipo nas colónias inglesas e até em
toda a Europa com especial destaque para a Alemanha onde, de uma só vez, foram
queimadas 200 "bruxas". O que Salém estabelece é uma
espécie de ponto de viragem. E nunca mais surgiram acusações tão infundadas ou
sem que se tivesse estabelecido algumas regras formais e legais. Concluindo, a grande novidade do rescaldo dos eventos de Salém não foi,
propriamente, o horror estabelecido em tais julgamentos, mas sim a tomada de
conhecimento que o povão acabou por adquirir. E em complementaridade com
o que se passa com a cultura de cancelamento actual, o povão vai
sustentadamente registando o absurdo de tais situações. Ontem no estado da Virgínia, amanhã algures por aqui,
a coisa tende a mudar. Sabe-se bem que a media tradicional adora fazer
julgamentos de carácter. Uma informação aqui, outro detalhe ali e, pronto, a
vida de uma pessoa pode ficar virada do avesso. E é aqui que chegamos à informação descentralizada que está a colocar sob
cheque mate este tipo de coisas. Se é certo que, em especial a esquerdalha,
continua a "fazer sangue" (veja-se a monumental máquina de propaganda
xuxualista), o certo é que os Twiters, Youtubers, os Facebooks e outros, lhes
vão cavando a terra debaixo dos pés. Talvez daqui a muitos anos se
faça o historial dos tempos presentes e da actual cultura do cancelamento e do
paralelismo existente com os eventos registados em Salém. Nós, humanos, somos
seres gregários. E, disso mesmo, resulta que teremos que viver em sociedade. As
sociedades cada vez estarão mais e mais bem informadas e a mensagem esquerdosa
do cancelamento terá mais dificuldades em passar. Devemos ficar assim então
passivos, perante tal temática? Nem tanto assim! Parece-me até que não será boa
política a prática do Bocage que não mudava o gibão velho e surrado, tão só
porque estava à espera da última moda. Actuantes e vigilantes, sempre! Mas a
cultura do cancelamento e a própria mensagem xuxualista esquerdosa tem os seus
dias contados. E, tal como em Salém, é mesmo o povão ignaro que lhe dará o
competente golpe de misericórdia. Vamos esperar, para ver!... João Paulo > Cipião Numantino: Obrigado caro Cipião. Mais uma
vez excelente. Essa do Salem tb tem analogia com a psicose do COVID e das
*vacinas" João Floriano > Cipião Numantino: Cipião, que texto admirável,
sobretudo pela esperança que nos traz.! Esperemos que essa esperança se comece
a cumprir a partir de 30 de janeiro. O exemplo de Olav Bilac é a prova que
perante esta gente do cancelamento nunca devemos pedir desculpas nem baixar o
protesto. Gustavo
Lopes > Cipião Numantino: Que texto assombroso, caro
Cipião!!! Lê-lo é um conforto e um prazer, às vezes superior ao da leitura da
cronista!!! Hoje é um desses dias !!! Continue a massacrar a esquerda hipócrita
que pulula pelo mundo desta forma peculiar que o caracteriza!!! O meu MUITO
OBRIGADO!! Cipião Numantino > João Paulo: Tem tudo a ver, caro João Paulo. Os fundamentalismos esquerdosos
são muito variados. A "couvinhas" é um deles. No limite eles adoram infligir
sofrimento a todos os demais. José Afonso: Uma crónica esclarecedora e interpeladora,
em particular relativamente à Web Summit. Obrigado Maria Alva: Muito bem. A WS, efectivamente, é um palco das
vaidades, desde o Marcelo ao Almirante, ricamente financiado por 11milhoes. Maria Narciso: O unicórnio está ligado á pureza e á força. Os unicórnios são seres mágicos, conseguindo
transformar quaisquer tipos de substâncias impuras em substâncias
brilhantes, cheias de luz e de vida.
José Paulo C Castro: Além
da desautorização da escola como espaço disciplinador, ainda vamos ter a escola
transformada em correctora de comportamentos desafiantes da autoridade educativa
governamental. A iminente penalização de dois alunos brilhantes, por esse
motivo, revela como a escola está impossibilitada de disciplinar efectivamente
comportamentos abusivos, mas está obrigada legalmente a servir de correia de
transmissão no castigo governamental a quem desafiar a negociata do governo com
a FENPROF para ganhar horário lectivo a professores de disciplinas com menos
alunos e horários incompletos. Foi a obrigatoriedade desta nova disciplina, sem
professores específicos e aceitando qualquer um do corpo docente, que permitiu
isso. Se o benefício para os docentes for real, eles alinham em tudo: mais
bullying enquanto há mais horas na disciplina de cidadania. Nem percebem a
ironia. Andrade
QB: A Web Summit é tudo que Helena Matos diz sobre a
sua vacuidade, mas do que sobra, sobra a promoção de uma nova forma de
exploração. Bem fizeram os explorados da UBER em aproveitarem a Web Summit para se
manifestarem, mas que o politicamente correcto abafou. Não todas, mas são
tantos os casos dos unicórnios que suportam o seu negócio no modelo de cobrança
de proteção pela Máfia, que faz dos 11 milhões dos impostos dos portugueses um
subsídio à promoção da injustiça. Veja-se qual é o negócio da UBER e
quejandos, mas também das plataformas de distribuição de comida, de aluguer de
turismo local e rural, agora de reserva de mesa nos restaurantes etc.
Todos eles são negócios em que o investimento em instalações e equipamentos é
feito por outros, o trabalho é feito por outros e as plataformas levam, nalguns
casos até 30% do valor de venda e ainda ameaçam e convidam os utilizadores
dessas plataformas a chantagear os efetivos prestadores de serviço com as
ameaças de más avaliações. Tudo isto transporta ao alerta
de Helena Matos. Existe uma discussão urgente a que o politicamente correcto se
opõe e que é a da defesa da liberdade individual, de pensamento e expressão,
mas também de pelo menos poder lutar contra o ser subjugado e explorado por
trusts organizados. helder carvalho: "A Educação para a Cidadania
está transformada numa arenga doutrinária". Terá outro "mérito".
Senão vejamos: "Faz ou não parte do programa desta disciplina ensinar
a não ser enganado pelo sistema bancário, não ser burlado pelas seguradoras, não
ser roubado pelas finanças,..". Helena Matos, veja se não é importante
esta disciplina, ensinar um jovem a "... não ser roubado pelas
finanças,..". Se outro mérito não tem, terá este. Mas, não
seria mais simples ensinar o ministro das Finanças, como responsável máximo das
finanças, a não "roubar" o tuga? João Floriano: Helena Matos excede-se a cada semana. Quando pensamos
que não se pode pensar e escrever melhor, a surpresa acontece. Esta crónica
é simplesmente genial sobretudo na forma de apresentar um conteúdo que para os
mais atentos não é de modo algum uma novidade. Desta vez, e à semelhança de
um nosso colega comentador aqui nas caixas, é a minha vez de me
autoelogiar pelo meu apurado sentido crítico porque já tinha pensado
precisamente o mesmo sobre a web summit: uma pantomineira para endrominar o
tuga desprevenido. Ainda por cima pagamos para nos enfiarem um grandessíssimo
barrete até aos joelhos. Mas o politicamente correcto obriga a que não se
discutam os problemas que são verdadeiramente importantes mas
extremamente maçadores. Em vez disso vamos soprando bolinhas de sabão. O
politicamente correcto começou por ser um assunto ridículo, depois passou a ser
irritante. Estamos na fase do grotesco e evoluímos rapidamente para o nível de
perigo. Não sei se será esta a ordem correcta. Quanto ao nosso Presidente da
República, não sendo para aqui chamadas as suas qualidades como político,
não sei que mais poderemos esperar: um casamento romântico, um salto de
paraquedas cheio de adrenalina ou ser serrado pelo ilusionista do Circo
Cardinalli agora na altura do Natal? O número de meter a cabeça na boca do leão
não pode, porque se for um leão a sério o PAN não deixa. J. Saraiva: Excelente artigo! Quanto
ao comentário do sol do Paddy Cosgrave, alguém lhe devia ter perguntado se os
Portugueses são plantas. As plantas é que apenas precisam de sol e água, para
fazer a fotossíntese e sobreviver. O comentário além de palerma, é ofensivo. Hipo
Tanso: Helena Matos, as
suas crónicas deviam ser o tempero obrigatório do ócio domingueiro de todos os
portugueses! Ah, desculpem, e portuguesas! FME: O mundo é um palco onde todos nós somos atores.
O barroco, não
foi somente uma forma de arte era também uma forma de viver. A corte de Luís
XIV representou sem dúvida o expoente máximo do mundo barroco. Hoje, com as redes sociais e o
novo mundo digital, vivemos novamente num mundo barroco, talvez um neobarroco.
As televisões e as redes sociais são um palco onde todos nós somos
atores. O presidente Marcelo encarna muito bem esse papel neste mundo onde os
gordos têm perfis de magros, os desdentados não mostram os dentes e presidente
telefona em direto para o programa da Cristina Ferreira. Mas o presidente
Marcelo, é o personagem bom do novo barroco. Pode piorar? Pode. O José Castelo
Branco já mostrou intenções de se candidatar a Presidente da República. João Floriano > FME: Excelente comentário. Só uma ressalva. O barroco já
não é para aqui chamado. Afinal é uma corrente estética reacção à simplicidade
clássica e que depois desagua na beleza do neoclássico. Eu acho que estamos
perante um novo estilo: o
bacoco. Maria Nunes: Bravo
HM. Excelente e dismistificadora. Obrigada. Português indignado: Excelente artigo. Já temos poucos jornalistas em
Portugal com este espírito livre. Aproveitem. Alfaiate Tuga: Penso que a grande maioria das pessoas em geral e
visitantes em particular já percebeu que o lhes foi vendido como (…)um dos mais
importantes eventos mundiais de tecnologia, empreendedorismo e inovação (… ) é
afinal pura banha da cobra vendida por um charlatão. Então um evento com os
propósitos por eles próprios apontados, tem como oradores Marcelos, Martas
Temidos, Vice Almirantes, Moedas, Antónios Costas, etc, quem é que paga para ir
ouvir estas criaturas? valha-me Deus, não é à toa que este ano tiveram
praticamente metade dos visitantes que tiveram em 2019 , 40 mil este ano contra
70 mil em 2019. É mais ou menos o mesmo que uns que tem um evento de nome Rock
in Rio que depois acontece em Lisboa e chega a ter fadistas em cima do palco….
Ps. Não tenho nada contra o fado nem
contra Lisboa. Vitor
Batista: Paddy Cosgrave como bom cigano Irlandês
que é, conseguiu vender a banha da cobra por 11milhões de euros anuais, mas
isso nunca se tratou de uma web summit mas sim de uma feira de vaidades e do
politicamente correcto, como se viu este ano e como se vai ver até haver
dinheiro dos contribuintes, e esta transformação não é inocente, porque serve
muito bem os interesses da ideologia woke da esquerda parasitária e do
politicamente correcto a nível global. Numa palavra só: ridículo. José Dias: Subscrevo na íntegra. Marcelo
fez-me lembrar um qualquer tele-evangelista americano e seria interessante ler
as primeiras páginas do dia seguinte se o "espectáculo" tivesse sido
dado por Trump ou Bolsonaro ... nada como a isenção dos media. PS: se o BLM é um movimento
"anti-racista" então o KKK também terá de assim ser classificado ...
ambos pugnam pela defesa e pela supremacia de uma raça sobre todas as demais! Carlos Quartel: O caso é mais sério e vai além de Marcelo. O politicamente correcto, o
racismo anti-branco, a tentativa de reescrever a história, culminou agora com
essa super conferência de Glasgow , uma soma de declarações e hipocrisia,
destinada a enganar os crédulos.
Acabar com
automóveis, tractores e aviões, plantar árvores e andar a pé, eis o programa.
Palermice pegada, acarinhada por milhares de jornalistas fabricados a martelo
nas universidades da "discriminação positiva". Aqui não passamos de
uns macaquinhos de imitação, desejosos de estar na moda, suficientemente parvos
para pagar essas web summits (que passam totalmente ao lado da grande maioria
dos portugueses, diga-se). Quanto a Marcelo é parte activa nesse clima de
geringonça, com quem convive muito bem e que tentou , a todo o custo, manter. Neste
episódio, sem prazer mas com justiça, devo dizer que foi Costa que teve a
noção de que era tempo de parar. O deslizar para a Venezuela estava já a ser
insuportável. Não o fez por bondade ou por convicção, fê-lo por cálculo
carreirista. O que mais preserva é a manutenção de boa imagem em Bruxelas, para
possíveis voos europeus.
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