quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Era bom que a demais juventude assim pensasse


Com o entusiasmo construtivo de Raquel Abecasis. Mas não me parece que assim seja, entre nós, com a Educação cada vez mais perdida, nas suas próprias rotundas, às voltas, a última proposta que leio, é sobre a possibilidade de os alunos passarem ao ano seguinte “cortados” em várias disciplinas, a seriedade e competência cada vez menos exigíveis, e, em consequência, os critérios de honestidade, de profissionalismo, cada vez mais arredios, numa sociedade que assentou na “esmola”.

Perdidos numa rotunda

António Costa propõe ao país o jogo das cadeiras. Se ganhar vai colocar as cadeiras do poder a jogo e quem se conseguir sentar primeiro torna-se o seu parceiro. Desta vez não há esquisitices.

RAQUEL ABECASIS Jornalista e ex-candidata independente pelo CDS nas eleições autárquicas e legislativas

OBSERVADOR, 16 nov 2021, 00:1723

O país que se celebrizou pelo excesso de rotundas tornou-se ele próprio uma grande rotunda, com indicações confusas e onde é difícil escolher a direção, até porque, como frequentemente acontece nas nossas estradas, as indicações que surgem a um dado ponto do caminho rapidamente desaparecem sem deixar rasto.

É assim que está o país a três meses de eleições. António Costa falhou. A geringonça falhou. Bloco de Esquerda e Partido Comunista deixaram os socialistas a meio da legislatura. As circunstâncias não podem ser mais favoráveis à afirmação de uma alternativa à direita. Os portugueses clamam por estabilidade e têm diante dos olhos o falhanço da solução à esquerda. Mesmo assim as primeiras sondagens mostram que, perante o cenário político atual, os portugueses optam pelo mal menor, António Costa.

É um retrato do momento que devia fazer tocar as campainhas à direita. Sobretudo no PSD. O que é que o maior partido da oposição tem para dizer às pessoas que procuram uma alternativa política clara, consistente, duradoura e mobilizadora? Que vai dar a mão a António Costa? É isto? O Dr. Rui Rio acha mesmo que isto mobiliza alguém?

Entretanto, António Costa vai fazendo o seu tricot político e propõe ao país o jogo das cadeiras. Se ganhar vai colocar as cadeiras do poder a jogo e quem se conseguir sentar primeiro torna-se o seu parceiro político. Desta vez não há esquisitices, o primeiro-ministro que fazia juras de amor à esquerda, a sua paixão de juventude, passou agora a ser um político maduro que está disponível a flirtar à direita.

Aos cenários políticos regressam agora soluções falhadas do passado. Governos minoritários, geringonças 2.0 e blocos centrais. A instabilidade passou a chamar-se miniciclo e o que parece cada vez mais certo, se à direita não surgir uma alternativa clara, é que a instabilidade política nos conduza ao abismo.

A gravidade do momento pede soluções arrojadas e corajosas. Quem não arrisca não petisca, como nos provou recentemente Carlos Moedas. Discursos mariquinhas e à defesa não convencem ninguém. O PSD tem obrigação de se apresentar a estas eleições com uma proposta ganhadora sob pena de, se não o fizer, se tornar um partido irrelevante, que não tem respostas para o país quando o país mais precisa.

Esta é a única forma de sairmos da grande rotunda em que o país se está a transformar. Deixem lá a conversa de quem casa com quem e ponham a esperança e a ambição em cima da mesa. Neste momento pouco importa o que acontece ao Ventura, à Catarina ou ao Jerónimo. Os portugueses querem é saber como é que o PSD pretende retirar o país da cauda da Europa e dar a volta à nossa economia anémica. Que respostas tem, para enfrentar os problemas do serviço nacional de saúde e assegurar a sustentabilidade da segurança social. Como pretende enfrentar o inverno demográfico e de que forma pensa tornar este país atractivo para jovens.

Os portugueses esperam um rumo claro, não querem acabar às voltas na rotunda.

CRISE POLÍTICA  POLÍTICA   PAÍS   ANTÓNIO COSTA   PSD

COMENTÁRIOS:

advoga diabo: O que realmente aflige RA é saber que o "se ganhar" que escreve roça a utopia, a questão é por quantos! O resto é conversa para avença.           Alberico Lopes > advoga diabo: Nunca percebi como é que gente desta vem aqui ao Observador mostrar a sua pequenez!            António Sennfelt: Quando era miúdo havia na saudosa Feira Popular, ali à Palhavã, uma atracção chamada o "Poço da Morte"! Era género de um grande cilindro metálico onde dois motociclistas giravam em sentido contrário a grande velocidade! O que os sustentava da queda era obviamente a força centrípeta sem a qual o desastre era inevitável! Ora hoje em dia infelizmente o nosso país não se encontra apenas perdido numa rotunda, mas sim perdido num autêntico "Poço da Morte"!  O que até agora nos tem aguentado  a girar sem cair no fundo do poço chama-se UE, essa tal entidade tão abominada pelos nossos esquerdistas de trazer por casa!            Alberico Lopes > António Sennfelt: Lembra-se do que esta gente dizia e como caricaturavam a MERKEL, com bigodinho à Hitler e tudo?  josé maria: E a única dúvida que vai ocorrer, na próxima eleição legislativa, é se o PS vai ganhar ou não com maioria absoluta... A direita é tão incompetente que, mesmo com o natural desgaste do poder do actual governo, permanece, desde 2015, na mó de baixo...            Dom Love > josé maria: A esquerda conseguiu minar a opinião pública com base em mentiras.  A maior de todas elas foi que Pedro Passos Coelho e o PSD nos colocaram numa crise imensa e empobreceram o país. Aproveitando a falta de cultura e de sentido crítico do povo português e contando mentiras, conseguiram reduzir a coligação PSD/CDS a uns 30 e tal %. Ora, combater mentiras, que são repetidas vezes sem conta, é um fardo difícil de sustentar. Por exemplo, o caro José Maria, que diariamente planta mentiras nas caixas de comentários, é mais uma evidência da propaganda rasteira que o PS e os radicais de Esquerda vomitam desde 2015.         Pontifex Maximus: Artigo factual mas que nos traz um problema irresolúvel para cima da mesa: o PSD. E infelizmente não chega dizer o óbvio sobre Rui Rio, a questão é apenas o Rangel ser incapaz de corporizar uma verdadeira viragem à direita. Já vi que daqui a dois anos talvez vote, por ora não vale a pena.            manuel soares Martins > Pontifex Maximus: Desculpe, mas AGORA é que devemos votar. Seja Rio ( lagarto, lagarto!) seja Rangel. Não seja Pontifex Minimus !              Alberico Lopes > Pontifex Maximus: Olhe que nunca se deve adiar o que queremos que aconteça e rapidamente! Por isso, vote no Paulo!               António Louro: Excelente.              Fernando Prata: Excelente, como habitualmente. Perante o cenário actual, é imperativo que Rui Rio seja vencido nas eleições internas do PSD e que termine este viver em águas mornas. Venha a direita democrática e assumida, com as propostas diferenciadoras que o país necessita. Só a direita gera riqueza, ao invés da esquerda, que só pensa em gastar o dinheiro que os alemães nos emprestam.               Alberico Lopes > Fernando Prata: O Rui Rio já era! Pode estar bem certo disso! O homem é tão inconsciente que nem se apercebe que nem para muleta do Costa serviu! Que falta de brio!            João Ramos: Dizer que António Costa é um mal menor é um autêntico sacrilégio, Costa é um mentiroso sem carácter e põe tudo à venda pelo poder, Costa foi e é um perigo para o país ponto final!!!             Alberico Lopes > João Ramos: Basta recordar o que disse António  numa entrevista na TV! Em que lhe disse cara-a-cara que ele era o centro de negócios de Lisboa!          Antonio Mieiro: Excelente, como sempre nos habituou!         Hipo Tanso: Mas poderemos nós acreditar nestas sondagens? Quem as faz? A quem pertencem as empresas que as fazem?              Maria Mole: Excelente          Vitor Batista: A maioria do povo gosta de xuxas  todos sabem o porquê....            bento guerra: É simples, a pouca massa que ganhamos, acrescida dos empréstimos, ou dava para crescer e reconverter a economia, ou para comprar votos. Como a política é vender votos, os espertalhões do PS aproveitam tudo o que os favoreça. Os tugas, como não pensam, gostam.          João Das Regras: Boa análise. O que falta à direita em Portugal é mostrar o que fizeram os Países do ex bloco de leste que nos ultrapassaram nos últimos 15 anos, e não foi com as respostas da esquerda. Não é preciso inventar nada, mostrem-se os resultados e que políticas foram adoptadas, para provar que há mais vida para além da política do igual para todos, o estado dá tudo e de borla, e somos todos felizes com ordenados estagnados e iguais, porque seremos todos pobres e assim não há invejas.           Fernando E: Muito bem. É urgente fazermos de Portugal um país europeu moderno, com salários justos, um Estado eficiente, com futuro para os jovens e segurança e bem-estar para todos. Não é preciso inovar, basta copiar o que de melhor fazem noutros países mais desenvolvidos.         João Floriano: Artigo muito interessante. De facto estamos perdidos numa rotunda que ameaça tornar-se um labirinto, rotunda muito por culpa do tricot de António Costa , excelente metáfora. Ideia perfeita de alguém calmamente tricotando habilidosamente um cachecol rectangular, já que o engenho não dá para mais e entretanto vai-se divertindo com quem anda à voltas na rotunda. António Costa está de olho sobretudo no rei da rotunda, Rui Rio. Este sempre foi maltratado e desconsiderado mas nunca perdeu a vontade de andar às voltas. Infelizmente nunca conseguirá sair e volta sempre ao local de partida. Entretanto o mestre do tricot só está preocupado em escolher a cor que melhor  combina com o rosa. Vamos a ver se não se  enreda  nas laçadas, como Medina se enredou em setembro.

 

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