sábado, 7 de dezembro de 2024

Repúdio


O coração tem razões que a razão desconhece, disse-o Pascal, o certo é que nos afeiçoámos à COVID, puxando-a para nós com carinho, e ela corresponde, amiga da projecção que tomou, de alastramento faseado. Alberto Gonçalves é que a repudia com todas as veras, com o seu dedo crítico, e ficamos na dúvida sobre se se trata, ou não, de uma mistificação, para que nos não invejem esses do leste que sofrem destruições mais reais, nas pessoas, nos animais e nas coisas. Mas a crónica de AG é extraordinária, de densidade atacante – aos que promovem ferozmente a COVID e aos que se lhe sujeitam, submissamente. E há os que condescendem com ele e os mais críticos. Afinal, pandemias sempre as houve, esta é a dos nossos tempos sofisticados, que, de vez em quando, volta à baila...

A Covid longa e sem fim

Afinal os "negacionistas" tinham razão. Mas enquanto teste deliberado ou oportunista de engenharia social, a Covid resultou em cheio.

ALBERTO GONÇALVES Colunista do Observador

OBSERVADOR,  dez. 2024, 00:202 Colunista do Observador

Isto devia ser relevante ou, como se diz em português de feira, “impactante”. Criado há quatro anos no Congresso americano, o Subcomité para a Pandemia do Coronavírus atravessou duas legislaturas, envolveu trinta políticos de ambos os partidos e resmas de conselheiros científicos, entrevistou e ouviu os depoimentos de uma data de criaturas, realizou dezenas de reuniões e audições, analisou centenas de milhares de documentos e produziu um relatório de quinhentas e tal páginas, o maior e mais detalhado sobre o assunto.

O relatório, publicado esta semana, caiu que nem uma bomba, mas uma bomba de escasso poder destrutivo. Na verdade, pareceu um explosivo caseiro, fora do prazo e deixado à chuva. Por cá, então, não chegou sequer a ser um daqueles estalinhos com que se brincava no Carnaval e que, ao baterem no chão, soltavam um barulhinho discreto: “Pim!”. É pouco e é pena, já que em teoria o calhamaço tinha tudo para constituir um portentoso enxovalho dos maluquinhos que contestavam as visões institucionais acerca da Covid e sobretudo questionavam a inexcedível pertinência das respostas oficiais. Na prática, reconheço, a coisa saiu um bocadinho ao lado.

Lembram-se, por exemplo, dos tolinhos que atribuíam a origem do vírus ao famoso Instituto de Virologia de Wuhan, China? Paranóicos, evidentemente. Mas pelos vistos os paranóicos tinham razão. O relatório conclui ser muito provável que o bicho se engendrou ali por mão humana e co-financiada pelos EUA (ao tempo de Obama). Depois, houve o zelo de autoridades sortidas, incluindo o simpático dr. Fauci, para ceder às pressões do governo chinês e difundir patranhas alternativas.

Lembram-se das figurinhas que criticavam os “confinamentos” por julgá-los contraproducentes? Chalupas, claro. Mas pelos vistos os chalupas tinham razão. O relatório decidiu que os “confinamentos”, decretados “sem fundamentos científicos”, prejudicaram “desnecessariamente” a saúde física e mental dos indivíduos, a economia e, de “modo irrecuperável”, o desenvolvimento das crianças e dos jovens.

Lembram-se das cavalgaduras que desprezavam o “distanciamento social”, a pretexto da respectiva inutilidade? Trogloditas, bem se vê. Mas pelos vistos os trogloditas tinham razão. O relatório recorda que o metro e meio de distância ao próximo (ou seis pés, cerca de 1,82m, nos EUA), conforme o próprio dr. Fauci admitiu em 2023 e em Junho último, era um “número que apareceu”, um palpite aprovado sem debate ou responsabilização, uma crendice privada de suporte factual que serviu para encerrar lojas e impedir escolas de reabrir. E manter a ralé submissa, acrescentam os trogloditas.

Lembram-se dos doidos varridos que se revoltavam contra o uso de máscaras sob o argumento da inutilidade das ditas? Negacionistas, sem dúvida. Mas pelos vistos os negacionistas tinham razão. O relatório explica que a imposição dos farrapos no rosto fora legitimada por “informação” distorcida e estudos manipulados ou apenas inconclusivos, além de ser legalmente abusiva, genericamente ineficaz em adultos e, nos atrasos na linguagem e distúrbios comportamentais, adversa para crianças. O relatório compara os casos de propagação nos estados em que se forçou o farrapo com os demais: estatisticamente, as diferenças são nulas.

Lembram-se dos primitivos que desconfiavam das virtudes miraculosas da vacina e protestavam a sua obrigatoriedade? Terraplanistas, no mínimo. Mas pelos vistos os terraplanistas tinham razão. Embora ressalve que a vacinação evitou muitas mortes por Covid, o relatório é altamente céptico no que toca às pressas e aos prazos de aprovação (subordinados a conveniências políticas), aos benefícios que se inventaram a propósito (ao contrário da mitologia na altura em vigor, as vacinas não impediam que se contagiasse ou se fosse contagiado), à exigência do “passaporte” (na realidade um grotesco atestado de subalternidade), ao desprezo pela imunidade natural (cuja simples menção habilitava um sujeito a internamento na ala psiquiátrica), à desvalorização dos riscos colaterais (que hoje aparecem aos pingos nos rodapés dos noticiários) e por aí fora.

O relatório é extenso e, do que li, trata destes e de outros momentos da reacção à Covid. Porque não li tudo, ignoro se trata com igual minúcia da erosão da confiança nos “peritos” e na ciência. Ou do crescimento da pobreza, do consumo de drogas e do crime. Ou do engajamento do jornalismo, das redes sociais e do entretenimento para disseminação de propaganda e censura de dissidências. Ou do brutal atropelo da democracia que tamanha miséria, afinal, foi. O relatório não trata de certeza dos pormenores alucinados que nem sei se aconteceram na América ou eram um exotismo nosso: a impossibilidade de cruzar concelhos, as multas por comer no carro, a detenção de transeuntes solitários, os semáforos nas praias, os detalhes, enfim, de uma história triste de perversão e desumanidade.

O relatório adverte em suma que a cura não deve ser pior que a doença, e confere-se o papel de evitar que semelhante assalto às liberdades básicas se repita. Não partilho a esperança. Enquanto teste deliberado ou oportunista de engenharia social, a Covid resultou em cheio. E quando à impunidade de quem manda se junta o empenho de quem obedece, o desastre é sempre iminente. “Vai ficar tudo bem” não era um desejo: era uma ameaça.

CORONAVÍRUS     SAÚDE PÚBLICA     SAÚDE     PANDEMIA     FRAUDE     CRIME     SOCIEDADE

COMENTÁRIOS

Maria Paula Silva: Excelente! Nunca pensei que fosse escrever sobre isto. Também recebi o relatório de 520 páginas, e hélas! para grande espanto meu, a própria revista Science AAAS também o mencionou. Confesso que nunca pensei que isto acontecesse. A experiência provou que é muito fácil manipular a gente humana. Concordo consigo, e desde há 2 anos que estou à espera da próxima, aquela foi um ensaio. Hoje ninguém quer saber do Covid, há mesmo quem diga "O covid já acabou!", santa ignorância..., como se alguma vez algum vírus acabe. Bom, mas isso é outra conversa. Ele anda aí, como outros milhões de vírus, e ninguém quer saber. No fundo, o único que estava certo era o Dr. Pedro Simas que logo no início disse que era mais um vírus do foro respiratório, teria que circular e que em breve se tornaria endémico. Tornou-se, com regras e sem regras, pois os vírus estão-se nas tintas para as regras que os homens inventam. Existem antes de nós, e continuarão a existir depois de nos extinguirmos. Aconselho o visionamento de uma série documental, 3 ep., feita por cientistas portugueses, muito boa e explica muito bem o que são vírus: "Vírus, parasitas obrigatórios" (RTPPlay).

As economias arrebentaram, as depressões continuam e ninguém fala dos suicídios porque é proibido por ser contagioso. Quem obedeceu foi premiado, veja-se o que aconteceu aos políticos da altura. Temos o exemplo português do dr. Costa. O "vai ficar tudo bem" era uma ameaça e muita gente não ficou bem. Morreu quem tinha de morrer, os nºs de covid foram adulterados e basta uma consulta aos nºs do site da DGS para verificar que os nºs de infecções respiratórias e consequentes mortes são praticamente idênticos nos anos anteriores e seguintes. Foi enganado quem quis ser enganado porque o MEDO é uma arma eficaz, fatal e letal. Sempre estivemos de acordo e já o confessei muitas vezes, e nunca é demais repetir: durante 2 anos AG foi diariamente a minha terapia. Mesmo sendo uma pessoa muito grata, quando tenho que dizer que não gosto, digo, como foi no caso do textinho rap sobre o 25 novembro. De si, espero sempre mais e melhor!                   André Ondine: Sinceramente, sempre gostei de ler o Alberto Gonçalves, mas estou em total desacordo em relação à pandemia. Não li este relatório, mas lendo este texto, parece que foi tudo uma brincadeira. Um enorme exagero. Uma invenção chinesa e americana. Mas então, e os muitos milhares de pessoas que morreram??? Também é invenção? Estão escondidos? Vão voltar? É que me custa ler uma abordagem tão leviana a um tema que deixou atrás de si um rasto de destruição e sofrimento tão grande. Muitas pessoas morreram. Muitas famílias e amigos sofreram perdas. E isso foi tudo imaginação? Não foi. Isso não é alternativo nem invenção. Foi real. E, já agora, o tal relatório, e o Alberto, também se dignam a apresentar alternativas aos disparates que dizem termos feito? Se tivéssemos feito tudo como antes e ignorado os conselhos que as entidades de saúde nos deram, como o relatório e o Alberto parecem defender, será que aqui estávamos sequer a discutir o tema ou éramos ainda menos? Desculpe, mas parece-me imprudente e até desrespeitoso não falar sequer das muitas pessoas que morreram devido a uma doença que esse tal relatório diz que, afinal, não passou de uma patranha que foi alvo de cuidados exagerados.                  Maria Paula Silva > André Ondine: não foi uma patranha. Foi uma infecção respiratória, como há muitas. A patranha foi a gestão da coisa. Não houve pandemia de vírus, consulte o site da DGS e por exemplo o WEF onde pode ver um quadro com todas as pandemias que existiram até agora e a do covid é ínfima, das mais pequenas, até a AIDS é muitíssimo superior. Portanto, repito, não houve pandemia de vírus, houve pandemia mediática e política. Nunca a morte teve tanto tempo d'antena, foi noticiada 24h sobre 24h durante 2 anos consecutivos. Só isso, já é criminoso, as pessoas ficavam doentes só de verem televisão. Houve milhares de suicídios de que ninguém fala porque é proibido porque é contagioso. Acabou quando começou a Guerra da Ucrânia.                 Maria Tavares: Disparate completo. Os milhares de mortos são tudo invenções, ou foi também especulação? As famílias que perderam os entes queridos que digam, muitos porque ignorando as indicações mantinham um estreito relacionamento avós/netos!!!

 

Rebuscamentos


Como este, de querer ver simbolismos em tudo. Na realidade, o reabrir a Catedral, já reconstruída, a 8 de Dezembro parece justo e definitivo, ponto final. Para quê pretender projectar tal data de reabertura, que afinal é só dela, da Imaculada Conceição, para uma outra qualquer data simbólica, que desfaça, talvez, enguiços ou busquem simbologias de grande efeito, talvez miraculoso, talvez demonstrativo dos íntimos receios de um novo possível desastre neste tal mundo desastrado. Ou será que me escapou algum dado de percepção nesta faixa etária minha que, sim, egoisticamente aproveita para pedir protecção para si e os seus, e, vá lá, atenta ao brouhaha do mundo, também para este mundo em decomposição acelerada. Que NOTRE DAME DE PARIS não venha mais a sofrer desgastes como os recentes, ou que haja sempre artistas no percurso dos tempos, para refazer tais glórias passadas, em caso de ruína, é o que pedimos, afinal, para que não façamos nunca parte daquelas ruínas com que os sábios e os técnicos vão topando, nas suas buscas de engenho e desconforto.

O que significa Notre Dame?

Muitos europeus, e não só, sentem uma perda de controlo sobre as suas prioridades. Para muitos a integração europeia, a liberdade de costumes e a imigração foram longe de mais.

P. JOÃO BASTO Sacerdote, membro da equipa formadora do Seminário Diocesano de Viana do Castelo

OBSERVADOR, 06 dez. 2024, 00:1716

A catedral de Notre Dame vai reabrir este fim-de-semana. A data escolhida: 8 de Dezembro, o dia em que os católicos celebram a Imaculada Conceição. Poderia ter sido escolhido o 14 de Julho, altura em que se assinala a ”tomada da Bastilha”, mas tal não ocorreu. Da mesma maneira que Notre Dame poderia reabrir após um restauro que modificasse o seu traço original, mas tal também não foi opção. O projecto desenvolvido foi no sentido de colocar, criteriosamente, tudo no mesmo lugar, sem grandes alterações. Tudo isto tem um significado. O próprio Donald Trump já anunciou que irá à capital francesa “para assistir à reabertura” da Catedral que, nas suas palavras, foi “restaurada em toda a sua glória”. E também isto tem significado. Mas qual?

Estamos a lidar com uma reorientação da bússola do conceito tempo e das prioridades políticas. E a presença de Trump em França é sinal disso mesmo. Há, inclusivamente, algo de napoleónico neste gesto. O neogótico americano é uma imitação e, à luz de uma certa sensibilidade, a arquitectura dos Estados Unidos é feita de cartão e esferovite.

Paralelamente, a lógica geopolítica começa, cada vez mais, a ser imperial e o tempo milenar. Líderes como Putin, Xi Jinping ou Erdoğan não pensam em ciclos de curto prazo, mas em horizontes históricos extremamente largos que moldam as suas identidades nacionais e estratégias globais. E, neste prisma, a Economia é secundária. Na verdade, no final do século passado nada faria prever que a reabertura de uma Catedral fosse tão significativa. E esse tempo – o final do séc. XX – é, possivelmente, o pináculo do processo histórico que nos trouxe até aqui.

Para muitos, Notre Dame significa aquilo que restou na sua aldeia. Desapareceu a escola. Desapareceu o pequeno talho local. O café foi substituído por uma máquina de venda automática. A igreja e o cemitério permaneceram, mesmo que abandonados. Durante os séculos mais recentes, o Cristianismo entrou em crise. As grandes ideologias deram os seus primeiros passos tomando para si conceitos dele originados, como consciência, liberdade ou solidariedade. Mas, hoje, são elas próprias que estão em crise. Muitos europeus, e não só, sentem uma perda de controlo sobre as suas prioridades. Para muitos a integração europeia, a liberdade de costumes e a imigração foram longe de mais. E é possível que estejamos a entrar numa nova época romântica, também ela filha de um período marcado por grandes mudanças sociais e políticas, como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e o início dos movimentos nacionalistas.

As nossas redes sociais estão cheias de fascínio infantil e quase idolatria pelos destinos paradisíacos e pelas gigantes tecnológicas. Existe, aliás, quase uma nova regra nas viagens de toda uma geração: monumentos e museus por fora, shoppings por dentro. Do outro lado, todo um mundo vive fascinado com o restauro de um edifício do séc. XII. Por cá, aprendemos que acerca de Notre Dame devíamos sentir vergonha, correr em actos de expiação e gritar urgentemente palavras de ordem contra a opressão. Para outros, Notre Dame é o microcosmo que adoptou a escravatura, mas terminou com ela, que consentiu a ascensão do comunismo e do fascismo, mas, também, os venceu, que moveu a caça às bruxas, mas desenvolveu a liberdade de expressão. Resta saber: quem será capaz de herdar este legado?

IGREJA CATÓLICA      RELIGIÃO      SOCIEDADE      EUROPA      MUNDO

COMENTÁRIOS (de 16)

José Bento:Independentemente das questões religiosas, a catedral de Notre Dame simboliza a incansável luta pela sobrevivência da civilização europeia, hoje tão atacada e denegrida pelos que querem acabar com ela. Não sei se é por isso que o Trump quer estar presente, mas eu se pudesse estaria certamente.                            Maria Nunes Notre Dame significa a Gloria de Deus.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Celestial

 

Digo, o jardim. Por ser da celeste. E nosso, por consequência.

Quanto a Moçambique… Porquê? Para quê? O “De quê” importa? Nunca importaram, os tristes que lá deixámos e abandonámos, o que todos consideraram de positivo e de justo…

 

O jardim presidencial (e uma simples pergunta)

Quando se fala de um almirante a navegar para a doca de Belém julgo poder ser também do Chega que se trata. Era bom que fosse claro que no PSD e no PS é mais depressa de contra almirantes que se fala.

MARIA JOÃO AVILLEZ Jornalista, colunista do Observador

OBSERVADOR, 04 dez. 2024, 00:2277

1De repente até tenho medo de ir na rua e cruzar-me com mais alguém que me informe que também se candidatará à Presidência da República, assim sem mais. Só me lembro daquele Jardim da Celeste que havia num conto infantil. Os jardins do Palácio de Belém travestizaram-se no Jardim da Celeste onde entre outras fantasias se pode agora ver um carrocel de candidatos presidenciais a viravoltear, uns já la sentados a marcar lugar, outros entrando numa catadupa apressada, outros com o pé na soleira do carrossel, entro já? não entro?

2A treze meses de distância o mínimo que se pode dizer de racional é que a actual animação do jardim dificilmente terá uma consequência directa. Está tudo naturalmente em aberto além de que como se sabe, a política não perdoa os maus timings mesmo que o casulo mediático rejubile. É natural, o espectáculo apela ao seu próprio registo. Ninguém, porém, em qualquer dos nossos estratos e patamares sociais e políticos parece preocupar-se com o que aí anda, nem afligir-se com um toldado ar do tempo politico-partidário. De que um dos sinais é o que sucede com aquela parte não contabilizada do país que surpreendentemente mostra uma misteriosa devoção pelo candidato sentado na girafa do carrossel. Se Guterres também andasse montado no urso ou na zebra diria que “era a vida” e pronto. Não é. É a anti-política e é péssimo. Independentemente, claro está, dos méritos militares de Gouveia e Melo (não é disso que se trata).

3Talvez por isso dou comigo como se estivesse perdida no meio de uma grande casa que conheço bem mas onde subitamente quase nada lá dentro encontro ou sequer reconheço. Começar por onde para escalpelizar a estranheza? Pelo embaraço de alguém ser subitamente elevado à glória – sem razão aparente, propósito declarado? Nem sombra de experiência? Porque a “rendição” aparente de parte da plateia do país sinaliza antes do mais a disponibilidade dos portugueses em distanciar-se – senão em punir – os partidos políticos, a vida democrática partidária, o regime numa palavra? Trocando-os por algo de tão por enquanto indefinido mas que se antecipa como definitivamente perigoso? Pelo constrangimento de ao fim de décadas de convivência com algumas pessoas com quem partilho um certo entendimento “da” política vê-las hoje irresponsavelmente a justificar uma escolha militar onde todos os argumentos se confundem e o perigo não se vê?

4É complicado isto de passar de repente à condição de “estranha” quando subitamente se testemunha nos écrans, nas salas ou na rua, a supostamente declarada afeição de parte do país a uma farda da qual justamente pouco se sabe e quase nada se reteve a não ser o cumprimento do dever (há mais portugueses do que apenas um único a cumprir naturalmente os seus deveres.)

Se parte de Portugal não teme que lhe passem um atestado de menoridade por escolher alguém para a mais alta função do Estado baseado no modesto ex-libris de uma “campanha de vacinação” – quando militarmente havia bem mais mérito do que esse “feito”, é lá com ele – a liberdade é um bem preciosíssimo e o voto também. Mas que se estranha o desconhecimento, de parte a parte, alias, do que significa a Presidência da República e a chefia de um Estado, é verdade.

5Ninguém se candidata sem um mínimo (de preferência mais que um mínimo) de estruturas, apoios, gente. Falando de partidos por exemplo, à excepção da hipótese do Chega, não vejo qualquer dos outros partidos políticos na figura de “fornecedor “de nenhum destes “serviços” de apoio eleitoral. E, claro, muito menos ainda o PSD e o PS, mesmo que aqui ou ali alguém se venha a deixar tentar pela aventura. Ou que haja socialistas ou sociais-democratas que considerem terem sido salvos da Covid por um militar e lhe queiram agradecer com um voto. Digo isto sem a menor ironia mas sabendo que nas direcções de um tão forte eixo partidário como são o PS e o PSD a resposta é não. Nas esquerdas também. Resta o Chega? Não sei, mas penso nisso. O que sei é que há demasiado tempo a percorrer até á meta. Seja como for quando se fala de um almirante a navegar para a doca de Belém, julgo que pode ser também do Chega que se trata. Era bom que ficasse claro que no PSD e no PS é mais depressa em contra-almirantes que se centra a questão. Ou melhor, a questão de um debate essencialíssimo para o futuro de Portugal.

6Uma simples pergunta: Não se pode pedir ao governo que emita um som, diga uma palavra, produza uma frase sobre Moçambique? Estivemos lá quinhentos anos, falamos a mesma língua, sabemos quem somos. Não – por favor! – nunca seria uma ingerência. Seria uma obrigação. Nossa, antes do mais.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS       ELEIÇÕES       POLÍTICA

COMENTÁRIOS (de 77)

JOHN MARTINS: Sim Maria João, é tempo de se falar em presidenciais, porque daqui a janeiro de 26 temos duas festas natalícias, um verão e umas autárquicas pelo meio. Não se falar nelas e na vintena de proto-candidatos só beneficiaria os que estão em corrida preparatória, desde há muito tempo, nas televisões...e voltar a eleger um comentador (que por acaso é conselheiro do jardineiro de Belém) é coisa que já rejeitei. Ora. o Almirante GM vem na hora H. Só lhe falta despir a farda. Porque vai fazer o contrário daquilo que estamos habituados a ver, ou seja o abandalhamento da Instituição Presidencial, sem citar casos que já pertencem ao anedotário do jardim de Belém. Estive vai, não vai, para dar vivas ao Almirante, mas espero pelo Natal, pode ser que nasça alguma candidatura com (passos) para andar!..                  José cordeiro Cordeiro: Os políticos profissionais e viciados no Poder e que têm desprestigiado a função por incompetência têm medo de que quem possa transmitir valores e que tenha prestígio e capacidade de liderança! Sempre foi assim! Gouveia e Melo é a melhor opção contra a mediocridade que nos rodeia!            João Floriano: «Mas que se estranha o desconhecimento, de parte a parte, aliás, do que significa a Presidência da República e a chefia de um Estado, é verdade. » Marcelo Rebelo de Sousa, de quem Maria João Avillez gosta tanto, conhecia perfeitamente o que significava ser presidente da República. Resolveu dar-lhe o seu toque pessoal e transformou o cargo de tal modo que a maioria dos portugueses anseia por algo muito diferente, pelo oposto até. E de novo a questão do CHEGA. O medo que todos têm do CHEGA, o medo que todos têm do povo. A bolha que parecia segura começa a revelar fragilidades. Por isso mesmo, assusta - e muito - que o próximo presidente seja eleito escapando às indicações e conveniências partidárias, neste caso do centrão. Pois é precisamente esse, o grande interesse na candidatura de Gouveia e Melo. Tal como Maria João Avillez, também olho para Gouveia e Melo com uma grande curiosidade e muito cuidado para não me iludir. Na questão de Marcelo, acertei totalmente quando não votei nele, feeling esse que estava verdadeiramente consolidado na segunda eleição: Marcelo foi uma desilusão. Tal como Maria João Avillez também quero saber o que Gouveia e Melo pensa em relação ao CHEGA. A cronista quer um presidente que consolide o centrão e exclua o CHEGA. Eu nunca votarei num candidato que mantenha as linhas vermelhas em relação à direita que verdadeiramente conta. A SICN está a fazer mal a Maria João Avillez.                    Ana Luís da Silva: Erro: não se trata de cumprimento do dever, mas de inegável capacidade de liderança. Espero bem que se Gouveia e Melo se candidatar não se cole a nenhum partido nem se remeta à mediocridade da “partidocratite” das linhas vermelhas. Sensato é estar acima disso tudo. Por comparação, os comentadores televisivos que se perfilam para chegar ao mais alto cargo da nação parecem liliputianos ao lado de um gigante.           Ruço Cascais > João Floriano: A Maria João Avillez é o Marques Mendes de saias.              Maria Augusta Martins: Deixe-se de tretas tolas senhora! Estivemos quinhentos anos na costa de África Oriental e dela fomos corridos em cinquenta dias. Deixe-os chacinarem-se uns aos outros até que aprendam a entender-se, para isso é que serve a língua portuguesa pois se assim não fosse pior seria.              Maria Oliveira: A chefia do estado está desprestigiada. A classe política, dos partidos, tem-se degradado de tal maneira, que não se vê, excepção feita a PPC, ninguém que possa ocupar o cargo de PR. Se viesse o General Eanes ninguém ousaria criticar. Porque não o Almirante Gouveia e Melo? Pretendem depreciá-lo com a logística da vacinação. O que temem? Querem manter a choldra actual?              Francisco Figueiredo: O problema não é o contra-almirante, mas sim os outros!              Ruço Cascais > JOHN MARTINS: É verdade, caro John, mas, neste momento, olhamos para Passos com sebastianismo. Passos parece não estar muito interessado em voltar à política, nem para um "revanche" politico com socialistas e alguns sociais- democratas. Nós, direita mais descontente com o actual PSD sonhamos com o regresso de Passos. Mas, a possibilidade de ele não regressar é grande. Pessoalmente olho com esperança para o eventual regresso de Passos pela coragem que demonstrou no tempo da Troika para avançar com políticas que chocam com a promoção e propaganda política. Daí que a minha esperança se situa num futuro cargo de primeiro-ministro e não no de Presidente da República. Montenegro governou de bom gosto com um orçamento socialista e agora prepara-se para governar com um orçamento semi-socialista. Montenegro não é a alternativa aos socialistas.            António Lamas: Ora "bamolaver" como diria o "influente Costa". Quem inventou o Almirante para PR? OS JORNALISTAS. Sim os jornalistas com e sem carteira, é que se lembraram de incluir o nome de GM nas encomendas das sondagens. Se tivessem também posto nomes como a Cristina Ferreira, o Herman ou o Ricardo Araújo Pereira, também teriam votações melhores do que os políticos profissionais, dada a fraca figura que têm demonstrado nos últimos anos. Dito isto, a MJA, e todos aqueles que agora vêm gritar que o homem não tem currículo, não se sabe o que pensa, não tem marca, etc., etc., têm que aguentar e calar, e sobretudo esperar pela decisão do povo de TODO o país, e não de uma pseudoelite urbana que julga ser a dona do pensamento. Habituem-se, como dizia o outro                    Carlos Real: O pensamento da Maria João é curioso. Continua acreditando que o centrão tem soluções. Que os partidos não estão esgotados. Admira-se com a posição sobre Moçambique. Depois de não termos cobertura noticiosa encobrimos os crimes da Frelimo. Ninguém em Portugal (ao nível dos media, e muito menos o desgoverno do Montenegro) fala que os governantes da Frelimo estão escondidos. Que o chefe da polícia secreta foi morto pelos seus homens porque não queria reprimir o povo. Que o ditador Nyusi (ex-presidente) encontra-se também em parte incerta. Em Portugal o centrão comporta-se como o PCP. Nenhum comentário sobre as ditaduras amigas. Não admira que o povo luso suspire por um salvador da Pátria. Os partidos e os seus amigos já contribuíram demasiado para a desgraça nacional. Precisamos de algum ar puro.                José Martins de Carvalho: Porque estranha MJA? É natural que as pessoas desejem um presidente equidistante dos políticos. Compreende-se que os partidos de que a Senhora tanto gosta não o queiram apoiar: têm pouco que ver com o interesse dos cidadãos!                maria santos: Saturados, caríssima, estamos todos saturados do seu grupinho de incompetentes do Petit Trianon. m s Presidenciais: Não se rale. O cargo não merece tanto. Moçambique: Palavras saudosistas, ou de menoridade? Os moçambicanos quiseram a independência, pois que sejam independentes. Eu não estive 500 anos em Moçambique, estive 3 anos na guerra colonial e um estilhaço de mina rebentou-me um tímpano, por isso recebo 75 euros por ano.       GateKeeper: MJA vai do "mal ao cada vez pior". Esta croni-queta então é "de Cabo de Esquadra"! Seria hilariante se tivesse sido teclada por um "miguelito" ou pelo outro ou pela "famigerada ritinha". Mas, neste caso concreto, MJA já foi credível, já escreveu boas crónicas e artigos num passado cada vez mais ... Passado! Vejamos, a crooner defica-se s "cascar" no Chega! argumentando contra um putativo e desconhecido pré-candidato a candidato ao ligar "vago" de Belém desde 2016 [ano do Senhor de dois mil e dezasseis]. E utiliza esse personagem idealizado para associar intenções ao Chega! Em fazendo isso, cai na sua própria armadilha, pois 1,2 milhões [ou mais] de cidadãs/cidadãos Portugueses sabem muito bem que, para AV e o Chega! as próximas eleições "presidenciáveis" são uma inutilidade óbvia, que encaramos com leveza e sem preocupações, pois esse "lugar ao Sol" não passa disso enquanto não se reformular (MUDAR, lá está!) a actual "constituição" deste regime "abana-nado. A sua intenção é como aquele gatito que pensa estar escondido, mas que se lhe vê a ponta da cauda, a "dar que dar". Após a ode ao márinho da tortuga só faltava mais esta para definir a MJA. Já agora,... Quo vadis Observador?!               Francisco Ramos: A caminho da desilusão com esta senhora.                Ruço Cascais: Depois da promoção pelas elites políticas, pelos partidos e pela comunicação social em geral do presidente a escolher em 2016, Marcelo, o resultado está à vista de todos. Desta vez os eleitores, ou o povo se quiserem assim chamar, parece não ir muito na cantiga de um candidato promovido pelas elites, pelos partidos e pela comunicação social através do comentário político nas televisões ao longo de anos. As elites políticas estão doidas com a possível escolha dos eleitores no Aquaman de arpão saído das profundezas dos oceanos para presidente da república. É impossível, dizem os “entendidos em porra nenhuma”, que os eleitores escolham um militar em vez de um político recomendado; ou são burrrus ou estão hipnotizados pela farda, ou melhor, isto deve ser coisa do Chega, tal é o desespero que os faz começar a jogar sujo. Na minha opinião, se a autora “nos” quer vender o Marques Mendes, o candidato oficioso do PSD, deve também começar a vestir Marques Mendes com farda de marinheiro imaculadamente branca, incluindo boné e gravata de laço. Sim, um Marques Mendes vestido de marinheiro talvez melhore as hipóteses. Nota: Em 2021, Tino de Rams voltou a candidatar-se à Presidência da República depois de o ter feito em 2016. Uma candidatura elogiada por todos. Vitorino Silva, independentemente de ser militar ou “civil” não incomodava a elite política e por isso foi sempre bem tratado pelas elites políticas, ao ponto, de alguns jornalistas do Observador lhe terem dada a vitória quase absoluta nos debates das presidenciais, incluindo no debate com Marcelo. Na minha opinião, o problema não está na farda, mas sim em alguém que não pertence à elite política poder vir a ser presidente por escolha dos eleitores e não por lavagem ao cérebro das cortes políticas.                   Ruço Cascais > JOHN MARTINS: Preferia Passos novamente em São Bento para poder ver as costas ao socialismo. Com Passos em Belém continuamos socialistas.              José Luis Salema: Essa fixação no Chega é notável.              Maria Augusta Martins > Nuno José: As lágrimas de Salazar já secaram há muito! As dos moçambicanos parece-me que não. nem se espera que sequem!                  Joaquim Rodrigues: Os códigos de conduta dos “Oligarcas das Cortes” e de todos os outros membros menores das "Cortes de Lisboa", designadamente da Comunicação Social que a apoia, não estão escritos em lado nenhum. Resultam de uma “cumplicidade tácita”, um “consenso implícito” entre os seus membros, aceite, consensualizado, assimilado, cultivado e que tem vindo a ser refinado ao longo dos tempos. São transmitidos oralmente, boca a boca, em alguns casos, desde o berço, entre os membros de uma certa elite, que frequenta os mesmos sítios, os mesmos restaurantes, que são visita de casa uns dos outros e, para os quais, nada interessa ser de esquerda ou de direita, ser deste ou daquele partido. Pelo contrário, quanto mais espalhados, pelas várias agremiações políticas, associativas, culturais, profissionais ou outras, mais força garantem às “Cortes”. Politicamente servem-se do “Estatismo” e do “Centralismo” os dois atributos totalitários herdados de Salazar/Cunhal que, com a cumplicidade de grande parte da Comunicação Social, na tentativa de “travestir”, esses atributos, em práticas políticas de aparência democrática normal, transformaram a política portuguesa no “Teatro de Sombras” (com palcos e portas giratórias), que hoje é. Quando a verdade, a realidade, a justiça, a racionalidade, a coerência ou a integridade colidem com os seus actos, as suas posições ou interesses, eles não enfrentam, não se manifestam, não argumentam. Ignoram pura e simplesmente. Ou fingem ignorar. Assobiam para o ar. Fazem-se de mortos. Porque não se movem por valores, princípios, ideais ou pela verdade. O que os move é a perpectuação do poder e dos “privilégios” das “Cortes” e, em particular, dos “Oligarcas das Cortes”. Os últimos grandes políticos portugueses que perceberam, o que são e como funcionam, as “Cortes de Lisboa”, foram Francisco Sá Carneiro e Francisco Lucas Pires. O núcleo duro, os membros efectivos, apoiantes e simpatizantes das “Cortes de Lisboa” andam nervosos com a candidatura do Almirante Gouveia e Melo. E isso, à partida, abona e muito, a favor do Almirante Gouveia e Melo. Resta saber qual é o pensamento político do Almirante Gouveia e Melo. Uma coisa é certa: precisamos de uma mudança que consagre o Princípio Sagrado da Equidade Territorial e Social e o Princípio da Subsidiariedade, aliado a uma maior participação política dos cidadãos nas coisas da  Governação e Administração do País.                  anibal manuel fernandes: Bom dia. Leio com muita atenção MJA. Acho que é uma analista e profissional muito competente. Até compreendo algumas das suas inquietações. No entanto, acho que qualquer português pode pensar no "carossel dos jardins de Belém" - incluindo o senhor almirante HGM. O que deveríamos estar a reflectir - e o que MJA também o tenta fazer - é o porquê da "vantagem" de HGM em relação aos restantes protocandidatos? O Sistema Democrático da República portuguesa está viciado? Os partidos políticos estão a fazer o seu trabalho? A educação cívico-política está a ser indutora? Os responsáveis políticos - todos eles, os dos Governos e da Oposição - têm feito Política e trabalhado com determinação e competência? Os órgãos de CS têm desempenhado o seu papel de contraditório e explicado bem os porquês aos portugueses? etc. etc  Luis Santos: Do pior que Maria João já escreveu , do pior. A presidência da república não pertence aos partidos nem tão pouco aos grupelhos de sempre que nos impõe nomes. Eu vou votar no Almirante por vários motivos, mas sobretudo por ser de fora do sistema.                Manuel Magalhaes: Há uma explicação que me parece muito simples para a questão da hipótese Couveia e Melo e do seu sucesso nas sondagens, e a explicação é Marcelo Rebelo de Sousa e a sua falta de aprumo na sua actuação como PR, já estamos fartos de palhaçada que apenas nos tem conduzido a uma confusão sem objectivos, quanto aos outros que se vão perfilando não se vislumbram grandes motivos de entusiasmo, uma coisa é certa o Almirante parece diferente o que já é alguma coisa, quando chegarmos lá optarei pelo “mal menor”…                      Futari Gake: Afinal explique lá para que serve uma palavra deste governo sobre o que se passa e passava em Moçambique! Sobre a candidatura a Belém ou ao cargo de Presidente da República mostra a fraqueza do regime provocada primeiro pelo PCP e pelo espaço que lhes deram Soares e o seu grupo e depois durante décadas pelo Centrão. A alternância que de democrático apenas tem o voto de um povo pobre e ignorante via patrões da comunicação social, cada vez mais irrelevante e que sustenta este Centrão, onde já nem se consegue recrutar na sociedade civil os melhores para servir o país e a Pátria, apenas sobra do bom aço a escória que se reflecte num Estado enorme de nomeados via maçonaria e nepotismo de cartão. Já não reconhece a autora o que está numa casa enorme que conhece porque tem de mandar afinar o piano da confusão mental em que se encontra ou então reconhecer (?) que as teclas da máquina com que escreve estão enviesadas, como a miragem delirante "de um forte eixo partidário como são o PS e o PSD". "Sancta simplicitas"! Diria João Hus se não conhecesse quem atira o graveto.             Ruço Cascais > Ruço Cascais: Bem, entretanto estive a ver o comentário politico na SICN de ontem entre a Maria João Avilez e o Ricardo Costa. Recomendo, vale a pena. A Dona Maria João diz umas coisas sobre o almirante que nem lembra ao Diabo. A senhora deve ter um asco ao homem que nem o deve poder ver. Espero que ele não lhe conceda nenhuma entrevista, porque, certamente, a Maria João vai infetá-lo com radiação ionizante através dos olhos. Bem, entre outras preciosidades, Maria João avança que a eleição do Almirante vai alterar o comportamento das regras de jogo. Diz que o regime pode estar ameaçado de não continuar com o atual xadrez politico. O que faz uma forte candidatura independente. Longe vão os tempos em que se cantavam loas ao candidato Tino de Rans.                         JOHN MARTINS > Ruço Cascais: Em quaisquer circunstâncias vai ser muito difícil ver os socialistas pelas costas. Nunca podemos é fugir à luta. O eleitorado à direita está super dividido Veja-se a dificuldade que o PSD tem para governar. E Passos pelo menos tem que dar sinais de vida. Não se trata de D. Sebastião...                 João Floriano > JOHN MARTINS: Bom dia caro JOHN, Com este comentário, que até podia ter sido escrito por mim, está oficialmente perdoado por ter imaginado a defenestração do Ventura. Esperemos então pelo Natal, a ver se ouvimos Passos na chaminé, se bem que eu prolongaria a esperança até à Páscoa com às amêndoas  trazidas pelo Coelho. Desejo-lhe um dia excelente.                       jorge costa: O grande problema da classe política, em particular o PS e o PSD, em aceitar alguém que, embora figura de prestigio, não vena das "esferas" políticas reside no facto de este, eventualmente, não alinhar em jogos florais típicos dos políticos cá do burgo. Como se diria em gíria brasileira; alguém que não fosse trambiqueiro e, consequentemente não alinhasse nas trambiques dos políticos. Esta é a razão do admirável apoio ao Almirante Gouveia e Melo. É uma pessoa com uma ilustre carreira e que nunca esteve envolvido, nem comprometido com agendas políticas que pouco têm beneficiado o povo. Essa é a razão do aparentemente massivo apoio popular. O povo português está farto de politiquices e quer um presidenta que restaure "dignitas" ao cargo, que tão pouco dignificado foi pelo actual incumbente.                   Pedro Manuel Moço Ferreira: Maria João, só se aproveita o parágrafo sobre Moçambique. Não voto Almirante, para já, mas deixe o povo sonhar  e saborear a liberdade que Abril nos deu. Abril depôs um almirante de forma pouco digna, seria interessante que 50 anos depois , em democracia, a nossa Armada voltasse a colocar um almirante e a Nação fizesse alguma  reparação histórica. Os regimes passam, o povo é o mesmo.                  João Diogo: Olha mais uma ressabiada , deve estar com medo de uma ditadura , não chega já de comentadores da treta, do centrão dos negócios e esquemas , da bolha mediática onde vive esta gente, estão com medo de alguém institucional e que ponha cobro a tanta selfies.              José Carvalho: E já agora se como escreve o almirante só coordenou uma campanha de vacinação, dê-nos um exemplo de algo de registo e importante para o país que tenha sido feito por Ana Gomes, Marques Mendes e afins.                        Marco Rodriguesanibal manuel fernandes: Completamente de acordo. Não dá jeito nenhum refletir sobre as razões pelas quais o povo parece preferir o Almirante. Seria, necessariamente, assumir culpa e incompetência. Assim sendo, o melhor é assobiar para o lado e tentar denegrir a imagem de GM que, como qualquer outro português, tem o direito de se candidatar. Por que razão um militar não pode ser um bom presidente?              António Lamas > GateKeeper: A idade é lixada. Há que parar no topo e não quando já se está a descer      José Carvalho: Deste artigo só se aproveita o apelo à intervenção do governo sobre Moçambique. O resto é mais do mesmo relacionado com a “preocupação “ das inúteis elites políticas deste país pelo perigo que representa para essas elites e não para o povo, terem alguém’ estranho’ ao clube com tamanho poder que lhe será dado pelo povo e não pela força das armas. A senhora articulista que não se preocupe pois a democracia vai funcionar.                  GateKeeper > Francisco Ramos E eu a pensar que já lá tinha chegado... Eu cheguei 'lá' há mais de 7 anos. Mas enfim, mais vale tarde do que nunca 😊👍.