Como corolário ao discurso de Helena Matos e de alguns dentre os seus 182 comentadores:
«Faleceu na Argentina aos 87 anos o filósofo liberal cubano Armando
Ribas, que entre outras pérolas disse:
"Socialismo é o nome dado pelo Iluminismo à demagogia." "O
socialismo é forjado pela inveja, é administrado pela hipocrisia, gera preguiça
e destrói a riqueza." "Educar com o marxismo é como amamentar com
álcool.”https://es.panampost.com/.../armando-ribas-liberal-cubanos/
Digamos que é muito pedir
Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os
dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança
e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.
HELENA MATOS Colunista do Observador
OBSERVADOR, 14 nov 2021, 07:32168
Ó
muros derrubados! Ó tabus desfeitos! Ó História descongelada! E claro, ó
educação de adultos! Sim,
educação de adultos, ou já esquecemos que a educação de adultos foi, em Outubro
de 2015, um dos assuntos invocados pelo PS para provar como era muito mais
fácil e natural o entendimento dos socialistas com a sua esquerda do que com a
direita? Infelizmente nunca se apurou o que separava o PS do PSD ou do CDS em
tal assunto, por segundos elevado a grande questão da pátria.
Creio
que tal desinteresse mediático sobre a educação de adultos não se deveu à falta
de vontade em aprofundar o tema por parte dos jornalistas nem sequer ao
entusiasmo que nas redacções deste país se experimenta perante tudo o que
coloque as esquerdas no poder. A
explicação na minha opinião é bem mais da ordem da psicologia do que da
política pois algures no nosso cérebro soava o aviso: isto é uma farsa. E era. Em Outubro de 2015, o PS, ou mais
precisamente os mesmíssimos dirigentes socialistas que agora, em 2021, querem
fazer “consensos partidários mais vastos e densos” com a direita, representaram
diante dos nosso olhos uma farsa, a farsa das negociações com os vencedores das
legislativas, Passos Coelho e Paulo Portas.
A delegação do PS ora se apresentava
sem propostas, como aconteceu na reunião surreal que teve lugar a 9 de Outubro
de 2015, em que a delegação do PS, chefiada por António Costa e integrada por
Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos, Carlos César e Mário Centeno, nem se
esforçava em disfarçar o ar de quem estava a fazer um frete. Ora pré-anunciava,
com declarações tonitruantes de um António Costa agastado e irado com Passos
Coelho, que as negociações eram inconclusivas.
Ao
fim de duas semanas tornou-se evidente que António Costa decidira que os seus
interlocutores eram o BE e o PCP e que as negociações com PSD e CDS não tinham
passado de um exercício de preenchimento de calendário.
Seis anos depois vários dos
protagonistas deste simulacro de negociações apresentam-se com a determinação
de quem viveu uma epifania e anunciam que querem negociar com a direita. Não,
não querem. Querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir
aquilo que a geringonça fracturou: o PS.
A clivagem dentro do PS é o elefante
na sala que não queremos ver. Os socialistas passaram do enredo policial de
Sócrates para os muros derrubados de Costa sem um minuto de reflexão, sem
debate e, pior que tudo, sem dúvidas. À excepção
da demissão de Sérgio Sousa Pinto do Secretariado Nacional do PS, em Outubro de
2015, e da tentativa de Francisco Assis, tratada quase como uma heresia, de
organizar, em Novembro de 2015, um almoço na Mealhada com os militantes
socialistas que discordavam do acordo entre PS, BE e PCP, os socialistas
públicos e publicados vestiram com fervor a pele da nova situação: num dia
juravam pela inocência de Sócrates, no outro pela queda do muro entre as
esquerdas. De caminho, as medidas de
austeridade tomadas entre 2011 e 2015 passaram a ser culpa dos credores que nos
emprestaram o dinheiro de que desesperadamente precisávamos e do governo que
teve de adoptar as medidas que o PS negociara quando o país faliu.
O PS é hoje um partido caudilhístico:
segue sem dúvidas os seus líderes, sobretudo e muito particularmente os mais
arrogantes e autoritários, como Sócrates e Costa. É o poder
que une o PS. Se lhe
faltar o poder vão sobrar as perguntas e expor-se as fracturas que são enormes
e em alguns casos dotadas de arestas afiadas: uma boa parte do PS está mais
próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro.
O que António Costa agora pretende ao
mostrar-se se disponível para negociar à direita é o mesmo que pretendeu ao
negociar à esquerda em 2015: preservar a sua liderança e adiar o momento em que
o PS olhe para si mesmo. Em 2015, podia ver as acusações de corrupção a
Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o socialismo é
isto?
PS. “SEF será extinto até 11 de janeiro de 2022“; “Governo quer GNR, PJ e PSP a assumir as funções do SEF já a partir de
janeiro.” Vamos directos ao assunto: como é possível que alguém
completamente descredibilizado como é o caso de Eduardo Cabrita esteja a
conduzir uma alteração legislativa desta monta? As competências do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras foram repartidas pela PSP, GNR e PJ. A legislação em
que o PS contou com o apoio do BE detalha com maior rigor o funcionamento de
uma comissão cheia das ONG do costume junto da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (era para se chamar
Serviço de Estrangeiros e Asilo mas o BE não gostou do nome) do
que explica como se vai garantir o mínimo de operacionalidade a esta estrutura
em que se retalhou o SEF.
Não
sabemos ainda a que velocidade seguia o carro em que viajava Eduardo Cabrita
quando foi atropelado mortalmente o trabalhador Nuno Santos mas sabemos bem o
preço que estamos a pagar por António Costa ter mantido Eduardo Cabrita em
funções: legislação a granel e ideologia a rodos. Vale tudo desde que o
ministro não caia.
Por
fim, uma pergunta: o ministro Eduardo Cabrita, que com aquela
clarividência que se lhe conhece avisava há um ano que colocar a hipótese da
existência de uma rota de migração ilegal de Marrocos para o Algarve nos
poderia fazer “cair no ridículo”, já admite que a rota existe? Ou
tem de perguntar primeiro aos comissários da Agência Portuguesa para as
Migrações e Asilo como se pode referir a tal assunto?
COMENTÁRIOS (foram 182)
Maria Narciso: Cabe aos partidos sobreporem o interesse nacional
aos interesses partidários e unirem-se no que verdadeiramente
importa. Aos portugueses : - Têm agora uma grande
oportunidade de arrumar a casa , desperdiçá-la seria uma enorme
irresponsabilidade. Não chegámos
até aqui para morrer na praia. A
estabilidade do País tem de ser assegurada. Mais
do que nunca, os Políticos têm que estar à altura
das circunstâncias e deixar de fora quem não cumpre com os
requisitos democráticos Antes pelo
contrário > Maria Narciso: Estás a tentar ilegalizar o BE
e o PCP?... Partidos que defendem abertamente ditaduras, não
cumprem com os requisitos democráticos! Nem
os que defendem o Maduro ou o regime Cubano; nem os que defendem a RDA e a
URSS: “A passagem dos 30 anos após a
denominada “queda do muro de Berlim” tem servido de pretexto para mais uma onda
de revisionismo histórico, em que a descontextualização e falsificação dos
acontecimentos serve de mote para uma nova e sofisticada campanha
anticomunista, em que o capitalismo celebra não só a anexação da República
Democrática Alemã (RDA) pela RFA (Republica Federal Alemã), mas igualmente as
derrotas do socialismo na União Soviética e noutros países do leste da Europa”,
lê-se no texto enviado à Lusa. O PCP
lamenta que se foque o evento “como se de uma vitória dos ideais da liberdade e
de paz se tratasse”. Para os responsáveis comunistas portugueses, “é uma
evidência que, com o fim da RDA e do campo dos países socialistas na Europa, a
globalização capitalista que lhe sucedeu tornou o mundo mais oprimido, mais
injusto, mais inseguro, demonstrando que o socialismo faz falta ao mundo”. E já era a terceira vez que o repetia, pois
disse o mesmo no aniversário dos 10 anos e dos 20 anos da queda do Muro de
Berlim que - recorde-se, foi construído pelos Comunistas
para impedir as pessoas de saírem daquele "paraíso" socialista Carlitos Sousa: Helena Matos, como de costume,
a dizer-nos a verdade, sem encenações, nem contemplações... Não, o PS não quer dialogar com
a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem
na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS. Uma boa
parte do PS está mais próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro. Em
2015, podia ver as acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em
2021, podia perguntar: afinal o socialismo é isto? Bravo ! Quem poderia dizer
melhor ?! O zé povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de
olhos ao PSD é encenação. Costa estará sempre focado na Extrema Esquerda
! Jose
Infante: Simplesmente
claro, só não entende quem não quer. Parabens Helena Matos. Manuel
Ferreira21: Excelente análise
da HM. Reitero, o PS deve ganhar sem maioria e ser governo para conduzir o país
a nova pré-bancarrota, só com uma vacina destas o povo coloca o PS no mesmo
lugar do PS grego e Francês. Há boas notícias: o BE já vai ficar irrelevante e
o PCP ficará como umas múmias para recordação. É preciso ir votar, se não
gostarem do PSD,CDS e IL votem no Chega. João Lopes: Excelente análise de Helena
Matos. Ana
Torres: A direita que
deixa de ser frouxa, que se levante no dia 30 janeiro que vá
votar... PSD, CDS, IL, CHEGA, Mas que vote! Clarisse
Seca: Isto tem um nome Trampolinice de Sócrates,
escondida e acarinhada por Costa para usurpar o poder com a esquerda
radical perdendo eleições. O resultado , que já se previa em 2015, está à
vista - mais uma vez deixaram o país na lama e vão fugir, arranjando
desculpa para culpar os outros. Mal dos Portugueses se continuarem a confiar em
gente completamente desacreditada, derrubada pelos próprios kamaradas
escorpiões radicais. O PS agora quer fazer-se de vítima e fingir que
dialoga com a Direita para pôr a culpa dos seus malefícios na Direita. A
culpa também é de muitos votantes ou abstencionistas que adoram uma
albarda. ……….. Carlitos
Sousa: Bravo ! Quem poderia
dizer melhor ?! O zé
povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de olhos ao PSD é
encenação. Costa estará sempre focado na Extrema Esquerda ! Joaquim Rodrigues: O habilidoso COSTA, depois de
ter traído o seu camarada Seguro e de, contra o que era a tradição democrática
do PS e da “Governação” em Portugal, se ter aliado à extrema esquerda, BE e
PCP, em vez de viabilizar o “Governo” do Partido democrático mais votado traiu,
de forma descarada, o eleitorado democrata do PS. O habilidoso Costa estava
farto de saber que havia “uma linha vermelha” que separava o BE e o PCP dos
partidos democráticos! Aquela foi a escapatória que conseguiu arranjar, para
tentar salvar a sua carreira política. Na verdade, ao “passar aquela linha
vermelha” foi ele que criou as condições objectivas para que aparecesse o
“Chega” que depois usou como balão de oxigénio para sobreviver e agora vai usar
como “espantalho fascista” para tenter tirar votos ao centro/direita. O “Chega”
é um sub-produto do Costa. Agora, o habilidoso Costa, engendrou mais uma
artimanha para, aproveitando o momento da aprovação do Orçamento de Estado,
tentar uma “saída limpa” do “Gueto” em que se meteu. Na verdade, o Costa já
tinha decidido o chumbo do OE quando começou a campanha eleitoral para as
Legislativas na campanha das Autárquicas. Costa já há muito que, ardilosamente,
tinha decidido “trabalhar” para o chumbo do Orçamento de Estado. Para isso
contou e conta com as seguintes habilidades: 1) a acusação aos companheiros de
viagem, a quem deu boleia, de empanarem a "geringonça",
vitimizando-se e deixando-os apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos
partidos do centro/direita, que ele esperava agravar, com os resultados das
Autárquicas; 3) o uso e abuso da "Bazuka", como instrumento de
chantagem sobre os eleitores, usado já nas Autárquicas, mas que vai servir para
“metralhar” os eleitores sobretudo agora nas Legislativas; 4) a cumplicidade do
Marcelo que, armado em “Maquiavel” de trazer por casa, anda à procura de usar o
capital político que, com “selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência,
para deixar um “lacaio “seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel. A
verdade nua e crua é que o “habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório
programático” nas “reversões” e, para além disso, não tem qualquer “Visão”,
qualquer “Estratégia”, qualquer “Programa Político” para oferecer aos
portugueses. Ele que, sendo 1º Ministro há mais de seis anos e membro de um
Partido que nos últimos 25 anos esteve quase 20 no poder, não foi capaz de
fazer um Programa de Emergência pós Covid e teve que ir contratar um “Costa e
Silva” qualquer para, a partir do nada, fazer a famigerada “Bazuka” de onde só
sai mais “Estatismo” e mais “Centralismo”, contra a sociedade civil e a livre
iniciativa privada. O único Programa que o Costa conseguiu, até hoje,
apresentar, foi o Programa das Reversões e esgotou aí o seu “reportório”. A
partir de agora vai-se servir de todo e qualquer “expediente e habilidade” para
se manter no poder. Este Costa só é possível porque antes existiu um Sócrates,
relativamente ao qual, a nossa “classe política”, não tem coragem nem
verticalidade para fazer o obrigatório julgamento político, sem o qual, nunca
teremos em Portugal, uma democracia minimamente saudável.
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