segunda-feira, 15 de novembro de 2021

TEXTO enviado pelo Luís


Como corolário ao discurso de Helena Matos e de alguns dentre os seus 182 comentadores:

«Faleceu na Argentina aos 87 anos o filósofo liberal cubano Armando Ribas, que entre outras pérolas disse:

"Socialismo é o nome dado pelo Iluminismo à demagogia." "O socialismo é forjado pela inveja, é administrado pela hipocrisia, gera preguiça e destrói a riqueza." "Educar com o marxismo é como amamentar com álcool.”https://es.panampost.com/.../armando-ribas-liberal-cubanos/

Digamos que é muito pedir

Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.

HELENA MATOS Colunista do Observador

OBSERVADOR, 14 nov 2021, 07:32168

Ó muros derrubados! Ó tabus desfeitos! Ó História descongelada! E claro, ó educação de adultos! Sim, educação de adultos, ou já esquecemos que a educação de adultos foi, em Outubro de 2015, um dos assuntos invocados pelo PS para provar como era muito mais fácil e natural o entendimento dos socialistas com a sua esquerda do que com a direita? Infelizmente nunca se apurou o que separava o PS do PSD ou do CDS em tal assunto, por segundos elevado a grande questão da pátria.

Creio que tal desinteresse mediático sobre a educação de adultos não se deveu à falta de vontade em aprofundar o tema por parte dos jornalistas nem sequer ao entusiasmo que nas redacções deste país se experimenta perante tudo o que coloque as esquerdas no poder. A explicação na minha opinião é bem mais da ordem da psicologia do que da política pois algures no nosso cérebro soava o aviso: isto é uma farsa. E era. Em Outubro de 2015, o PS, ou mais precisamente os mesmíssimos dirigentes socialistas que agora, em 2021, querem fazer “consensos partidários mais vastos e densos” com a direita, representaram diante dos nosso olhos uma farsa, a farsa das negociações com os vencedores das legislativas, Passos Coelho e Paulo Portas.

A delegação do PS ora se apresentava sem propostas, como aconteceu na reunião surreal que teve lugar a 9 de Outubro de 2015, em que a delegação do PS, chefiada por António Costa e integrada por Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos, Carlos César e Mário Centeno, nem se esforçava em disfarçar o ar de quem estava a fazer um frete. Ora pré-anunciava, com declarações tonitruantes de um António Costa agastado e irado com Passos Coelho, que as negociações eram inconclusivas.

Ao fim de duas semanas tornou-se evidente que António Costa decidira que os seus interlocutores eram o BE e o PCP e que as negociações com PSD e CDS não tinham passado de um exercício de preenchimento de calendário.

Seis anos depois vários dos protagonistas deste simulacro de negociações apresentam-se com a determinação de quem viveu uma epifania e anunciam que querem negociar com a direita. Não, não querem. Querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.

A clivagem dentro do PS é o elefante na sala que não queremos ver. Os socialistas passaram do enredo policial de Sócrates para os muros derrubados de Costa sem um minuto de reflexão, sem debate e, pior que tudo, sem dúvidas. À excepção da demissão de Sérgio Sousa Pinto do Secretariado Nacional do PS, em Outubro de 2015, e da tentativa de Francisco Assis, tratada quase como uma heresia, de organizar, em Novembro de 2015, um almoço na Mealhada com os militantes socialistas que discordavam do acordo entre PS, BE e PCP, os socialistas públicos e publicados vestiram com fervor a pele da nova situação: num dia juravam pela inocência de Sócrates, no outro pela queda do muro entre as esquerdas. De caminho, as medidas de austeridade tomadas entre 2011 e 2015 passaram a ser culpa dos credores que nos emprestaram o dinheiro de que desesperadamente precisávamos e do governo que teve de adoptar as medidas que o PS negociara quando o país faliu.

O PS é hoje um partido caudilhístico: segue sem dúvidas os seus líderes, sobretudo e muito particularmente os mais arrogantes e autoritários, como Sócrates e Costa. É o poder que une o PS. Se lhe faltar o poder vão sobrar as perguntas e expor-se as fracturas que são enormes e em alguns casos dotadas de arestas afiadas: uma boa parte do PS está mais próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro.

O que António Costa agora pretende ao mostrar-se se disponível para negociar à direita é o mesmo que pretendeu ao negociar à esquerda em 2015: preservar a sua liderança e adiar o momento em que o PS olhe para si mesmo. Em 2015, podia ver as acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o socialismo é isto?

PS.SEF será extinto até 11 de janeiro de 2022“; “Governo quer GNR, PJ e PSP a assumir as funções do SEF já a partir de janeiro.” Vamos directos ao assunto: como é possível que alguém completamente descredibilizado como é o caso de Eduardo Cabrita esteja a conduzir uma alteração legislativa desta monta? As competências do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foram repartidas pela PSP, GNR e PJ. A legislação em que o PS contou com o apoio do BE detalha com maior rigor o funcionamento de uma comissão cheia das ONG do costume junto da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (era para se chamar Serviço de Estrangeiros e Asilo mas o BE não gostou do nome) do que explica como se vai garantir o mínimo de operacionalidade a esta estrutura em que se retalhou o SEF.

Não sabemos ainda a que velocidade seguia o carro em que viajava Eduardo Cabrita quando foi atropelado mortalmente o trabalhador Nuno Santos mas sabemos bem o preço que estamos a pagar por António Costa ter mantido Eduardo Cabrita em funções: legislação a granel e ideologia a rodos. Vale tudo desde que o ministro não caia.

Por fim, uma pergunta: o ministro Eduardo Cabrita, que com aquela  clarividência que se lhe conhece avisava há um ano que colocar a hipótese da existência de uma rota de migração ilegal de Marrocos para o Algarve nos poderia fazer  “cair no ridículo”, já admite que a rota existe? Ou tem de perguntar primeiro aos comissários da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo como se pode referir a tal assunto?

COMENTÁRIOS (foram 182)

Maria Narciso: Cabe aos partidos  sobreporem o interesse  nacional aos interesses partidários e unirem-se no que  verdadeiramente importa. Aos portugueses  : - Têm  agora uma  grande oportunidade de arrumar a casa , desperdiçá-la seria uma enorme  irresponsabilidade. Não chegámos  até  aqui para morrer na praia. A estabilidade do País  tem de ser assegurada. Mais do que  nunca, os Políticos  têm  que  estar à  altura das circunstâncias e deixar de fora quem não  cumpre com os requisitos  democráticos          Antes pelo contrário > Maria Narciso: Estás a tentar ilegalizar o BE e o PCP?... Partidos que defendem abertamente ditaduras, não cumprem com os requisitos democráticos! Nem os que defendem o Maduro ou o regime Cubano; nem os que defendem a RDA e a URSS: “A passagem dos 30 anos após a denominada “queda do muro de Berlim” tem servido de pretexto para mais uma onda de revisionismo histórico, em que a descontextualização e falsificação dos acontecimentos serve de mote para uma nova e sofisticada campanha anticomunista, em que o capitalismo celebra não só a anexação da República Democrática Alemã (RDA) pela RFA (Republica Federal Alemã), mas igualmente as derrotas do socialismo na União Soviética e noutros países do leste da Europa”, lê-se no texto enviado à Lusa. O PCP lamenta que se foque o evento “como se de uma vitória dos ideais da liberdade e de paz se tratasse”. Para os responsáveis comunistas portugueses, “é uma evidência que, com o fim da RDA e do campo dos países socialistas na Europa, a globalização capitalista que lhe sucedeu tornou o mundo mais oprimido, mais injusto, mais inseguro, demonstrando que o socialismo faz falta ao mundo”. E já era a terceira vez que o repetia, pois disse o mesmo no aniversário dos 10 anos e dos 20 anos da queda do Muro de Berlim que - recorde-se, foi construído pelos Comunistas para impedir as pessoas de saírem daquele "paraíso" socialista          Carlitos Sousa: Helena Matos, como de costume, a dizer-nos a verdade, sem encenações, nem contemplações... Não, o PS não quer dialogar com a direita. Os dirigentes socialistas querem sim usar a direita para se manterem na liderança e para unir aquilo que a geringonça fracturou: o PS.  Uma boa parte do PS está mais próxima do BE do que do PS de Guterres ou Seguro. Em 2015, podia ver as acusações de corrupção a Sócrates e a derrota de Costa. Em 2021, podia perguntar: afinal o socialismo é isto? Bravo ! Quem poderia dizer melhor ?! O zé povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de olhos ao  PSD é encenação. Costa estará sempre focado na Extrema Esquerda !           Jose Infante: Simplesmente claro, só não entende quem não quer. Parabens Helena  Matos. Manuel Ferreira21: Excelente análise da HM. Reitero, o PS deve ganhar sem maioria e ser governo para conduzir o país a nova pré-bancarrota, só com uma vacina destas o povo coloca o PS no mesmo lugar do PS grego e Francês. Há boas notícias: o BE já vai ficar irrelevante e o PCP ficará como umas múmias para recordação. É preciso ir votar, se não gostarem do PSD,CDS e IL votem no Chega.         João Lopes: Excelente análise de Helena Matos.            Ana Torres: A direita que deixa de ser frouxa, que  se levante  no dia 30 janeiro que vá votar... PSD, CDS, IL, CHEGA, Mas que vote!             Clarisse Seca: Isto tem um nome Trampolinice de Sócrates,  escondida e acarinhada por  Costa para usurpar o poder com a esquerda radical perdendo eleições. O resultado , que já se previa em 2015,  está à vista - mais uma vez  deixaram o país na lama e vão fugir, arranjando desculpa para culpar os outros. Mal dos Portugueses se continuarem a confiar em gente completamente desacreditada, derrubada pelos próprios kamaradas  escorpiões radicais.  O PS agora quer fazer-se de vítima e fingir que dialoga com a Direita para pôr a culpa dos seus malefícios na Direita.  A culpa também é de muitos votantes ou abstencionistas  que adoram uma albarda. ………..          Carlitos Sousa: Bravo ! Quem poderia dizer melhor ?! O zé povo tem de ser avisado antes de 30/jan, que o piscar de olhos ao  PSD é encenação. Costa estará sempre focado na Extrema Esquerda !              Joaquim Rodrigues: O habilidoso COSTA, depois de ter traído o seu camarada Seguro e de, contra o que era a tradição democrática do PS e da “Governação” em Portugal, se ter aliado à extrema esquerda, BE e PCP, em vez de viabilizar o “Governo” do Partido democrático mais votado traiu, de forma descarada, o eleitorado democrata do PS. O habilidoso Costa estava farto de saber que havia “uma linha vermelha” que separava o BE e o PCP dos partidos democráticos! Aquela foi a escapatória que conseguiu arranjar, para tentar salvar a sua carreira política. Na verdade, ao “passar aquela linha vermelha” foi ele que criou as condições objectivas para que aparecesse o “Chega” que depois usou como balão de oxigénio para sobreviver e agora vai usar como “espantalho fascista” para tenter tirar votos ao centro/direita. O “Chega” é um sub-produto do Costa. Agora, o habilidoso Costa, engendrou mais uma artimanha para, aproveitando o momento da aprovação do Orçamento de Estado, tentar uma “saída limpa” do “Gueto” em que se meteu. Na verdade, o Costa já tinha decidido o chumbo do OE quando começou a campanha eleitoral para as Legislativas na campanha das Autárquicas. Costa já há muito que, ardilosamente, tinha decidido “trabalhar” para o chumbo do Orçamento de Estado. Para isso contou e conta com as seguintes habilidades: 1) a acusação aos companheiros de viagem, a quem deu boleia, de empanarem a "geringonça", vitimizando-se e deixando-os apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos partidos do centro/direita, que ele esperava agravar, com os resultados das Autárquicas; 3) o uso e abuso da "Bazuka", como instrumento de chantagem sobre os eleitores, usado já nas Autárquicas, mas que vai servir para “metralhar” os eleitores sobretudo agora nas Legislativas; 4) a cumplicidade do Marcelo que, armado em “Maquiavel” de trazer por casa, anda à procura de usar o capital político que, com “selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência, para deixar um “lacaio “seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel. A verdade nua e crua é que o “habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório programático” nas “reversões” e, para além disso, não tem qualquer “Visão”, qualquer “Estratégia”, qualquer “Programa Político” para oferecer aos portugueses. Ele que, sendo 1º Ministro há mais de seis anos e membro de um Partido que nos últimos 25 anos esteve quase 20 no poder, não foi capaz de fazer um Programa de Emergência pós Covid e teve que ir contratar um “Costa e Silva” qualquer para, a partir do nada, fazer a famigerada “Bazuka” de onde só sai mais “Estatismo” e mais “Centralismo”, contra a sociedade civil e a livre iniciativa privada. O único Programa que o Costa conseguiu, até hoje, apresentar, foi o Programa das Reversões e esgotou aí o seu “reportório”. A partir de agora vai-se servir de todo e qualquer “expediente e habilidade” para se manter no poder. Este Costa só é possível porque antes existiu um Sócrates, relativamente ao qual, a nossa “classe política”, não tem coragem nem verticalidade para fazer o obrigatório julgamento político, sem o qual, nunca teremos em Portugal, uma democracia minimamente saudável. 

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