Os que se dizem
ateus e que, ao invés de reconhecerem, ao menos, a qualidade moral da figura
humana de topo, representada por Jaime Nogueira Pinto - ao usar do exemplo de um
grande escritor russo, citando-lhe as personagens, corroídas tantas vezes por
problemas morais e dúvidas teológicas, tais como o próprio autor delas, e naturais
em intelectuais literatos de reflexão filosófica, própria dos seres de espiritualidade
elevada – ao invés disso, repito, se limitam, donos da verdade e da
pesporrência, a traçar, em altissonantes demonstrações, nos seus comentários, a
antiguidade – e a perenidade - do problema do Mal – querendo, com isso, diluir
a tese da importância desses radicalismos dos jihadistas actuais, que JNP expõe, como seres da penúria humana que tanto mal propagam, mas aceites pelos
novos protagonistas defensores dos individualismos arrogantes que o ateísmo acompanha.
Além de grande escritor, Dostoiévski
foi um profeta político que anteviu os totalitarismos e inquisições de um mundo
sem Deus.
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista do Observador
OBSERVADOR, 12 nov
2021
Fiódor Dostoiévski, que nasceu em Moscovo há 200 anos, escreveu estas
linhas à viúva de um dos conspiradores “Dezembristas”:
“De
mim, dir-vos-ei que sou um filho deste século, um filho da descrença e da
dúvida, até ao momento presente e, quem sabe (eu sei), até ao túmulo. Que
sofrimentos horríveis me custou e me custa esta sede de acreditar que é tanto
mais forte na minha alma, que já não tenho argumentos contra ela. E entretanto,
às vezes, Deus manda-me momentos de absoluta serenidade; nesses momentos eu amo
e sei que sou amado; e foi nesses momentos que construí um credo que me ilumina
e que me santifica tudo. Este credo é muito simples, ei-lo aqui: acreditar que
não há nada mais belo, mais profundo, mais simpático, mais razoável, mais
viril, mais perfeito que Cristo, e não apenas que não há nada assim mas, digo a
mim mesmo, com um amor ciumento, que não pode haver nada como Ele. Mais, se me
demonstrassem que Cristo estava fora da Verdade e se realmente a Verdade
estivesse fora de Cristo, eu preferia ficar com Cristo a ficar com a Verdade.”
O problema do mal
Filho
de um século a que Léon Daudet chamaria “o
estúpido século XIX”, um século
herdeiro do racionalismo dos Filósofos e continuador do seu pensamento
anti-religioso, Dostoiévski iniciou-se nos círculos intelectuais críticos do
czarismo em S. Petersburgo, depois de uma infância infeliz e de uma
adolescência de grandes leituras. Aí, pertenceu ao grupo progressista de
Mikhail Petrashevski, um seguidor de Fourier. Não eram propriamente activistas
revolucionários, mas o czar Nicolau
I, sob o trauma das revoluções de 1848, que
tinham tido repercussões nos limites ocidentais do Império, mandou, à cautela,
prender alguns dos jovens literatos frequentadores da tertúlia – entre eles Dostoiévski, que
ali tornara pública a célebre carta de Belinsky a Gogol acerca da religião.
Foi
na noite de 22 para 23 de Abril de 1849 que foram presos e, depois, julgados. Dostoiévski
ficou entre os condenados à morte, levados ao pelotão de fuzilamento. Só aí, na
iminência da execução, lhes foram lidas as sentenças que os condenavam,
graciosamente, a oito anos na Sibéria.
Data
desses anos de prisão e desterro, de que deixou testemunho em Recordações
da Casa dos Mortos, a revelação espiritual que o assaltou, ao ler o Evangelho,
aparentemente a única leitura permitida aos condenados. Da Bíblia, do Velho
Testamento, que lera em pequeno, ficara-lhe como preferido o Livro de Job.
O mundo ficcionado por Dostoiévski
será sempre marcado por esta inquietação metafísica, pela permanente tensão
entre Deus e o Demónio, o Bem e o Mal, e, sobretudo, pela perplexidade da
coexistência, e até da vitória, do Mal, numa Criação que sabia obra de um Deus
infinitamente bom e todo-poderoso.
Alguns dos seus heróis, como o Raskolnikov de Crime e
castigo (1866), o Stavróguine de Os demónios (1872) ou o
príncipe Míchkin de O idiota (1869), vivem nesse dilema e
contradição, em que uns encarnam o Mal – ou os possuídos pelo Mal, como
Stavróguin, ou Fiodor, pai dos Karamazov –, e outros, como o príncipe Míchkin
de O idiota, se aproximam do Bem, do tal Bem absoluto consubstanciado por
Cristo.
Autocracia, ateísmo, revolução
Porém,
não é tanto da monumental obra romanesca de Dostoiévski que quero aqui falar,
mas mais das concepções políticas e sociais do escritor no mundo
agitado e complexo da Rússia do seu tempo.
Perante o Ocidente
constitucional-liberal do século XIX, numa Europa de sociedades oligárquicas
governadas por monarquias hereditárias e parlamentares nos limites do
liberalismo britânico e do conservadorismo militar prussiano, a autocracia
autoritária russa parecia de outro planeta.
Para
essa singularidade contribuíam muitos factores: desde logo, a extensão do Império e o carácter de um povo que “se colonizava a si
mesmo”, sob a mão de ferro de Nicolau I, imperador nas três décadas entre 1825
e 1855 e considerado “o último monarca absoluto da Europa”. Havia também a servidão dos camponeses, uma relíquia feudal em plena idade constitucional – embora nos liberais e republicanos Estados Unidos se
mantivesse a escravatura até 1865.
Na Rússia, a servidão, depois abolida por Alexandre II, em 1861, era
diferente da escravatura
norte-americana. Ao
contrário do escravo norte-americano, o camponês russo não era propriedade do
senhor. O instituto
da servidão russa vinha dos meados do século XVII e ligava o servo à terra, à
propriedade rural, de onde não podia sair sem autorização do proprietário. Não
sendo uma mercadoria, um objecto, como o escravo negro nas plantações da
Confederação, o camponês russo não tinha liberdade de movimentos. A origem
do sistema estava nos privilégios concedidos pelo Czar à nobreza territorial
(os Dvoriane) a troco do serviço militar do Império.
Dostoiévski,
que viu o pai assassinado pelos seus servos, viveu dolorosamente e de perto
todas estas convulsões políticas e sociais. Depois
de um longo namoro com o progressismo e o socialismo utópico, sob a influência
de Belinsky, Fiódor voltou-se para o espiritualismo cristológico. E
ainda que permanecesse crítico da sociedade autocrática russa e do divórcio
entre as elites e o povo, perante o ateísmo e niilismo dos revolucionários, tomaria partido pelo czarismo reformista de
Alexandre II, o que lhe valeria a condenação da esquerda progressista.
É a
esses meios revolucionários e utópicos que Dostoiévski vai buscar inspiração
para retratar, n’Os demónios, personagens que mais parecem saídas da
Rússia do século XX do que da Rússia do seu tempo. Homens semelhantes aos que hão-de ascender ao poder
com os bolcheviques e exterminar os inimigos de classe, na fé cega de estarem a
construir um “mundo melhor”. Homens do futuro, cuja semente Dostoiévski antevê nos
anarquistas suicidas que se preparam para assassinar o czar reformista
Alexandre II. Em 1861,
Alexandre libertara mais de 22 milhões de servos e iniciara reformas liberais
na Justiça, nos tribunais e na administração local, mas o seu destino estava
traçado. Dostoiévski, que morreu poucas semanas antes do assassinato, já não
assistiria à consumação do facto.
O
pensamento filosófico e político russo apresentava então as contradições gerais
do pensamento europeu, embora com notas próprias, como a dicotomia
eslavófilos-ocidentalistas, que vinha na tradição de Pedro, o Grande, que
procurara europeizar, à força, a Rússia profunda e construíra S. Petersburgo
com mão e coração de ferro. O antagonismo Moscovo-S. Petersburgo, símbolo da
contraposição das “duas Rússias”, era outra especificidade do Império dos
czares.
Nestas
batalhas culturais entre Rússias, o criador dos Karamazov escolheu o cristianismo ortodoxo, embora, ao contrário dos eslavófilos, não
estivesse convencido do acesso privilegiado dos russos a uma qualquer via
rápida para a Salvação, ou sequer da vocação especial da Rússia para modelo da
Humanidade. Dostoiévski acreditava que a Rússia, a alma russa, o
povo russo, faziam parte dessa humanidade e dessa cultura universal e que eram,
nesse sentido, defensores da verdadeira Fé. Por isso manifestaria a sua
indignação ao ver nações ocidentais, europeias e cristãs, como a França e a Grã-Bretanha,
aliarem-se ao Império otomano, ao “turco”, na guerra da Crimeia. Colocava-se, assim, no campo oposto de Bakunine que,
inspirado pelo materialismo de Feuerbach, via na crença religiosa a razão da
escravização, do atraso e da estupidez da Rússia e da Humanidade.
Em Os demónios – e mais tarde n’Os irmãos
Karamazov – Dostoiévski
procurou, como todos os grandes escritores, ir ao fundo destas coisas. É
interessante e importante a actualidade política e filosófica dos seus romances
finais: Os demónios, que Albert Camus iria glosar em 1959 numa peça de
teatro homónima, também impressionou André Gide e, depois, Malraux, que,
em La tentation de l’Occident, faria referência à importância da
contradição eslavófila-ocidental na contraposição Oriente-Ocidente.
Dostoiévski
inspirou-se para o título do romance Os demónios no episódio do
Evangelho do endemoninhado de Gerasa (Lucas 8, 26-50), quando Jesus pergunta ao
“espírito imundo” o nome, e ele lhe responde “Legião”, porque os demónios eram
muitos.
Para
alguns críticos, esses demónios são, com Dostoiévski, as ideias que então
possuíam o Ocidente – o racionalismo, o materialismo, o utilitarismo, o
niilismo e, acima de todas, o ateísmo –, ideias que as personagens
do livro encarnam. Stepan
Trofimovich é o intelectual liberal que, sem que o perceba ou queira, semeia o
niilismo; e Stravogin, o protagonista que personifica o mal ou a ausência
radical da consciência moral. Rico e aristocrata, o revolucionário niilista
comete todos os excessos e crimes: é o pedófilo que viola uma menina de 11
anos, levando-a ao suicídio, e o assassino inspirador e cúmplice de assassinos
que, tal como Kirilov, acaba por se suicidar. É de Stravogin a frase que
anuncia a morte da consciência: “Não
conheço ou não sinto o mal ou o bem, e não somente perdi a sensação, mas sei
que não há mal nem bem”.
Com
Dostoiévski voltamos sempre ao problema do Mal e da liberdade do homem de o
praticar. É n’Os irmãos Karamazov que Ivan conta ao seu irmão bom,
Aliocha, a história do Grande Inquisidor, do cardeal espanhol que, em Sevilha,
manda prender Jesus Cristo reencarnado e o condena à fogueira.
Dostoiévski
via no socialismo ateu do seu tempo um modelo de tirania que, abolindo Deus
como base da ordem social, recorria à tirania estatal como solução final para o
problema da estabilidade política e social.
Para uma das personagens de Os demónios, a revolução e a instauração da ordem socialista iriam
requerer um punhado de “revoltosos fortes”, capazes de sacrificar cem milhões
de vidas e de tomar conta de uma massa de “revoltosos fracos”. Era
uma antevisão do socialismo ateu e comunista, instaurado na Rússia meio século
depois, em que os “revoltosos fortes” seriam os militantes do Partido, a
vanguarda leninista, e os “revoltosos fracos” os operários e os camponeses.
O socialismo era, para Dostoiévski,
“a realização social do ateísmo”, a tragédia do homem emancipado da norma
religiosa. E os quadros médios-altos das revoluções totalitárias do século XX,
dos apparatschiks soviéticos aos jovens hierarcas das SS, iam ser
ateus, materialistas dialécticos ou darwinistas estéticos, mas ambos pagãos,
descrentes de qualquer transcendência à vida material racionalmente sentida e
provada. Ateus, tecnicamente capazes e intelectualmente superiores.
É o socialismo, o humanismo ateu e o
niilismo e a oposição às suas vozes opressivas que moldam a política de
Dostoiévski, se é que pode chamar-se política a um pensamento que, assente na
fé em Cristo, na fé em Deus feito homem, se opõe à fé no homem feito Deus.
No
homem do materialismo científico do século XIX, Dostoiévski anteviu o “homem novo” das revoluções totalitárias do século XX e
os seus “jardineiros” – os que,
tendo condenado Deus à morte, se propunham reeditar à força, em versão
corrigida e justificada, um novo “Jardim das Delícias” (“Jardineiro
da Felicidade Humana” seria um dos epítetos laudatórios de Estaline).
Velhos e novos possessos
Hoje,
os assassinos fanáticos ao serviço de um ideal político totalitário
desapareceram do Ocidente – mas, por influência do niilismo ocidental,
encarnaram nos jiadistas suicidas do Islão. Estão também
em extinção os idealistas da igualdade económica, mas surgiram os sectários de
novas utopias igualitárias, de causas e minorias atomizadas, decididos a
começar do zero, assolando realidades, desprezando tradições, proibindo
palavras, queimando livros, destruindo estátuas, mutilando grandes obras.
E os velhos demónios, a par daqueles
que Dostoiévski imaginou e criou no seu realismo fantástico, continuam entre
nós.
Tomada
a terra e expulso o Altíssimo dos jardins dos homens, o assalto ao Céu era
inevitável. Dostoiévski, que conhecia
bem o mau uso da liberdade humana,
não se teria espantado com o emergir da virtual omnipresença e almejada
omnipotência do “homo-deus”, apostado em vencer a morte, do futurólogo Harari.
E não o teria também surpreendido que
o seu Grande Inquisidor, capaz de condenar à morte o próprio Cristo, se visse
agora reproduzido na fúria persecutória dos inquisidores da tolerância e dos
justiceiros da inclusão, prontos a tomar de assalto a demoníaca burocracia de
uma nova religião laica.
LITERATURA CULTURA RÚSSIA MUNDO
COMENTÁRIOS
Carminda Damiao: Excelente texto. Ahmed Gany: O niilismo jiadista
posiciona-se, a meu ver, no espaço do niilismo negativo com movimentos ou
transformações políticas.
Elvis Wayne: Ele há coincidências. Nem de propósito, há coisa de
dias fui à Bertrand e adquiri justamente os "Demónios" de Dostoiévski,
escritor aliás que aprecio muito. De resto, mais uma soberba crónica que ajuda
a desenjoar do rangue-rangue noticioso, tolero cada vez menos a dita
"comunicação social" d'aqui do burgo. Cumprimentos e Continuação! João Afonso: Estes textos, intelectualmente
superiores, são uma surpreendente raridade na nossa CS., e o Observador marca a
diferença. Aparentemente o socialismo detesta chalengers
intelectuais que ponham em causa a doutrina do homem feito Deus.
Apreciei bastante a leitura.
Obrigado.
José Miranda: Que prazer ler as crónicas do Jaime Nogueira Pinto! E para não variar, tudo o que é
superior, tem sempre pequenos detractores. Américo Silva: Deus existe, como ferramenta
proto científica na Grécia antiga, onde antes de se explicar o vento por uma
diferença de pressões se explicava por deuses, e existe como ferramenta de
sucesso no judaísmo. O deus dos judeus nunca disse que era bom, eu sou aquele
que sou, e o comportamento de sucesso conforma-se a deus e não o contrário. Se
deus existe como ser é absolutamente indiferente………… Liberal Assinante do Local >Paulo Alexandre : Ateu: A queda de Deus, pelo menos da
forma como aconteceu no Ocidente, provoca um campo de ruínas moral do qual não
é fácil sair. Não estou a afirmar que um ateu é amoral, mas sim que sem Deus a
moral tradicional é para ele injustificável. Fica aberta uma porta para
"super-homens", não no sentido de Nietzsche, mas no sentido de
Hitler, de divindades degradadas. Quanto à complacência dos cristãos para com
esse sujeito em concreto, podemos talvez falar de algo como um pacto com o
Diabo para se livrarem do comunismo. Quanto a cristãos pactuarem com o Diabo,
eles têm a explicação elementar: são pecadores. Paulo Alexandre : Ateu
>Liberal Assinante do Local: Não posso discordar mais da sua
primeira frase. Por várias razões... 1 - O campo de
ruínas moral está mais do que patente no tal mundo ocidental anterior à queda
de Deus, onde o esclavagismo, a misoginia, o abuso de poder, a justiça
arbitrária, a injustiça social e o desrespeito pelos mais básicos direitos
humanos eram o pão-nosso-de-cada-dia-nos-dai-hoje! Logo, é totalmente falsa a
tese de que a queda de Deus tenha provocado um qualquer campo de ruínas morais,
já que essas ruínas morais estavam mais do que presentes no mundo onde Deus
estava longe de qualquer queda. 2 - Por outro lado, o mundo sem
Deus eliminou uma parte significativa das tais ruínas morais tão queridas nos
tempos em que Deus estava no pedestal: foi um mundo sem Deus que erigiu a
abolição do esclavagismo, a emancipação feminina, o primado da lei, o Estado de
Direito, a separação de poderes, a igualdade do cidadão perante a lei, etc.
etc.. 3 - Finalmente, muito antes de Hitler, já a bíblia fala de um Deus que
aniquila toda a humanidade de uma só vez ou que chacina milhares de pessoas de
forma indiscriminada. Hitler, se me permite, é um títere ou um espantalho ao
lado de Deus. A queda de Deus não abriu a porta a Hitlers; pelo contrário,
Hitler não é mais do que uma reprodução humana do Hitler cósmico. 4
- Dá jeito dizer que Hitler é o
diabo mas, naqueles tempos, era um enviado da divina providência. Quanto ao
facto de os nazis pecarem, devolvo-lhe a elementar explicação: são pecadores! E
assim podem obter a sua absolvição!
Liberal Assinante do Local > Paulo Alexandre : Ateu: 1 - as coisas que aponta já
existiam todas antes do cristianismo, e até são por certo uma das razões do
sucesso do cristianismo; 2 - Foi mesmo um
"mundo sem Deus" que fez essas coisas que refere, e que não se
referem à moral individual? Ou foi o mundo anglo-saxão, no qual o nome de Deus
nunca deixou de ser invocado até hoje? E sim, tiveram que correr com papas e
burocratas de Deus. 3 - A moral traduzida por exemplo
nos dez mandamentos de Moisés e espalhada pelos evangelhos não é uma moral de
chacinas. A sua noção de que ao Homem é concedida pela Bíblia uma licença para
fazer as mesmas coisas que alegadamente Deus fez não é atendível; 4
- Hitler não se apresentou como diabo, naturalmente.
Acha mesmo que o homem que enganou a Europa inteira não era capaz de enganar
uns católicos lá da aldeia dele?
(…………)
ALMA: Excelente
artigo, de um brilhante pensador, que deveria ser mais ouvido e lido, para
colocar em perspectiva, esta onda de alegados novos valores, de exaltação
de minorias e revisionismo da História nas mãos de hordas de novos
Inquisidores.
………………….
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