quarta-feira, 12 de julho de 2023

Mas a Educação


Que é fundamental, começou por ser arrumada na prateleira, à partida, logo após o 25 de abril … Essa ajudaria a demonstrar o respeito por valores e dogmas imprescindíveis, que ultrapassassem os tais dados da condição humana mais centrados nos valores físicos, de conforto e diversão que inspirou os governantes de então, eles próprios adeptos da gozação. Daí as leis surgidas, centradas no espírito libertário, a começar pela Escola e a Família, que catapultaram respeito e disciplina para as calendas, possibilitando uma permissividade insensata, aos estudantes, e impedindo os professores de um trabalho sério de preparação das aulas, pelo excesso de reuniões e de palavrório inútil, observado irrisoriamente nas próprias fichas de avaliação dos alunos, que só servem para gastar papel, em poluição indecorosa. Os governos seguintes são fruto desse espírito, fabricado na preguiça e sucessiva indiferença pelos valores do espírito e da cultura, que naturalmente conduziu o povo sobretudo pelos caminhos da valorização larvar da subsistência e do prazer físico. Daí que as populações se tornem indiferentes ao como faz o governo, desde que este lhes proporcione os trocos indispensáveis, sem grande esforço físico, o que o governo actual não deixa de cumprir, ainda que ficticiamente, para seu próprio proveito na altura das eleições. É por isso igualmente que os demais partidos se vão acomodando, dentro do preceito do “muito barulho para nada”, que o protesto lhes dá nomeada, enquanto A. Costa se ri, corado de prazer. E os “casos” sucedem-se, de corrupção contínua, como o que descreve Helena Garrido, e que entretêm a mídia, mais do que as populações indiferentes, quando não preparando-se para fazer parte dos tais, com as fracas habilitações que lhes são requeridas, basta que tenham os jeitos para fazer parte do bando…

A grande desresponsabilização

Não assumir a responsabilidade de nada, branqueando, delegando ou apenas não decidindo está longe de ser governar. A TAP simboliza este tempo de grande desresponsabilização.

HELENA GARRIDO Colunista

OBSERVADOR,11 jul. 2023, 00:2114

Os deputados do PS aprovaram todas as audições, ou elas não se faziam. Apesar disso, a relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, Ana Paula Bernardo, apoiada naturalmente pela bancada socialista, sentiu ter legitimidade para apagar do documento o que não era favorável ao Governo. E concluir que a responsável pelo pagamento da indemnização a Alexandra Reis foi a CEO de uma empresa do Estado acompanhada ao milímetro pelo ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Vale a pena recordar porque é que se gerou o caso João Galamba. Justa ou injustamente, o agora ministro das Infraestruturas estava a ser acusado pelos deputados – obviamente da oposição – de ter promovido uma reunião preparatória da ex-CEO da TAP com os deputados, encontro esse em que esteve um parlamentar do PS, e de não entregar à CPI informação que lhe era pedida. É na sequência destes acontecimentos que acaba por se desencadear o conflito com o seu ex-adjunto no gabinete e que culminou nas agressões que foram conhecidas.

Considerar que não é importante ter no relatório matéria em que existem razões para admitir que o Governo deu instruções à ex-CEO da TAP, na altura sua aliada, sobre o que devia ou não dizer sobre a companhia aérea é branquear a realidade, é levar a desresponsabilização a um limite que nem serve o próprio Executivo.

Os deputados da CPI à tutela política da TAP fizeram aquilo para que são pagos: escrutinaram o Governo. A forma explorou filões que todos sabem que podem ser mediáticos? Sem dúvida. Mas até nisso se pode considerar que desempenharam o seu papel, ao envolver os cidadãos tantas vezes acusados de não se interessarem pela vida em comunidade. Se algum problema houve foi terem perdido assertividade no fim, quando ali estiveram o ex-ministro Pedro Nuno Santo e o ministro das Finanças Fernando Medina.

É ainda razão para perplexidade, face àquilo a que assistimos, que o relatório conclua que a ex-CEO é a responsável pelo pagamento da indemnização. Mesmo sem as provas das trocas de mensagens e mails, é difícil admitir que alguém, que não esteja submetido aos ditames de um partido, possa concluir que alguma vez se faria um pagamento daqueles sem autorização do ministro da tutela. E isto em nada contradiz a avaliação da Inspecção Geral de Finanças, uma vez que a sua análise corresponde basicamente a critérios jurídicos que também não fazem lei. Mesmo neste domínio é aos tribunais que cabe decidir se a ex-CEO Christine Ourmières-Widener violou ou não a lei.

E podemos estar convictos de que esta grande desresponsabilização do Governo nos vai custar caro de forma visível. Lamentavelmente, pelo estado em que se encontra a Justiça (como todos os outros sectores), a conta vai chegar noutro Governo lá muito mais à frente. E não será o branqueamento realizado pela deputada do PS neste relatório que irá impedir os tribunais de decidirem.

Desde 2015 que estamos a assistir a esta lógica de responsabilizar os outros. Primeiro foi aquilo que já se popularizou como “a culpa foi do Passos”, depois a culpa foi da pandemia, agora é a culpa é da guerra e há-se ser do BCE. Claro tudo isto seria negligenciável e integrado no jogo político se esta desresponsabilização não se tivesse generalizado aos comportamentos e acções do Governo. Dos casos de suspeitas de corrupção à incapacidade de concretizar políticas que contribuam para resolver os problemas do país, a desresponsabilização é a regra.

Este tempo de grande desresponsabilização que em nada contribui para promover um país desenvolvido e cidadãos com maturidade social e política tem o preço invisível do subdesenvolvimento, mais grave do que o pagamento de uma qualquer indemnização.

COMISSÃO DE INQUÉRITO    PARLAMENTO    POLÍTICA    TAP    EMPRESAS    ECONOMIA    PS

COMENTÁRIOS (de 14):

António Lamas: Não é um relatório é um ditado feito pelo gabinete de comunicação do governo. Uma vergonha. Portugal não é um país europeu, moderno, culto e sério. É um grupo excursionista chefiado por um organizador de eventos pombas                                 observador censurado: Contrariamente ao que disse o sr. António Costa, a Ética ou a falta dela (a corrupção é uma das consequências) é mais importante do que a Saúde, a Educação e os rendimentos porque estes resultam de uma alocação de recursos racional norteada pela... Ética. Seria importante fazer um questionário aos portugueses sobre a importância que atribuem à Ética. O valor médio obtido permitiria concluir que o sr. António Costa conhece bem o povo que lhe deu uma maioria absoluta e perceber que Portugal, com estes portugueses, não têm futuro.                     Tristão: É que nem inteligentes já são. Se eu fosse do PS (cruz credo) e encarregado do relatório, para lhe dar alguma veracidade colocaria alguma coisinha para beliscar o governo, uma criticazinha qualquer, assim, mais parece um relatório encomendado para agradar ao grande líder! Já chegámos à Venezuela?                        Hás De Cá Vir: Muito bem observado, a CPI perdeu gás no fim exactamente quando devia ter maior assertividade na audição de Medina e Nuno Santos. Porquê? - Porque nos intervalos os deputados vão todos juntos ao bufete confraternizar, todos amigos e, como na escola, os capitães da malta são sempre admirados. Todos dizem que o relatório é uma falsidade mas todos colaboram nela, porque não deixam o PS sozinho na Assembleia durante a votação? Afinal o relatório é do PS, feito pelo PS, serve exclusivamente os interesses do PS, é a própria imagem absoluta do PS, e, por via da maioria absoluta o PS é também dono da AR, então o PS deve votar sozinho e aplaudir-se a si próprio. Chamam a isto democracia? - Tudo hipocrisia, se o dinheiro que usaram nesta CPI, dinheiro que custou suor aos contribuintes fosse respeitado, haveria pelo menos alguma seriedade.                        Luis Freitas: Ética e honestidade são coisas que a grande maioria do povo português não tem e é por causa disso que vota sempre nos mesmos bandos de gatunos e corruptos para desgovernarem Portugal. O povo português tem tudo o que merece, já falta pouco para sermos o país mais pobre da UE.                        João Floriano: Estando de acordo com o teor do artigo, não posso contudo concordar com a «inocência» da CS que durante anos ignorou todos os atropelos do governo de AC. A Comunicação Social não só percebia o ataque que o governo PS estava a fazer à democracia, como se calou e foi conivente, na esmagadora maioria dos casos. Agora muito timidamente começam a aparecer os que contestam o pântano, a choldra, a pocilga, o lamaçal nojento em que o PS transformou o nosso país, sobretudo desde que se sentiu empoderado com a malfadada maioria absoluta. Vamos do mau, ao pior até ao péssimo. A CS tem ainda um longo caminho até resolver mostrar a verdade dos factos e não a narrativa que o PS quer impor.  TIM DO Á: Foi para isso que eles fizeram o 25 de Abril que agora querem comemorar com tanta pompa e circunstância. Foi para poderem roubar à vontade. Mas o povo adora. A democracia é isto.                    Sérgio: Excelente artigo! Só é pena que jornalistas e meios de comunicação tenham necessitado de quase 8 anos para perceber o quão inapto e incompetente e rasca e reles e manipulador e mafioso e aldrabão e nepotista e irresponsável e facilitista e desleixado e despesista e bancarroteiro é o chefe e restante gang do largo dos ratos e das varejas pestilentas e nauseabundas....


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