Que é fundamental, começou por ser arrumada
na prateleira, à partida, logo após o 25 de abril … Essa ajudaria a demonstrar
o respeito por valores e dogmas imprescindíveis, que ultrapassassem os tais dados
da condição humana mais centrados nos valores físicos, de conforto e diversão
que inspirou os governantes de então, eles próprios adeptos da gozação. Daí as
leis surgidas, centradas no espírito libertário, a começar pela Escola e a
Família, que catapultaram respeito e disciplina para as calendas,
possibilitando uma permissividade insensata, aos estudantes, e impedindo os
professores de um trabalho sério de preparação das aulas, pelo excesso de reuniões
e de palavrório inútil, observado irrisoriamente nas próprias fichas de
avaliação dos alunos, que só servem para gastar papel, em poluição indecorosa. Os
governos seguintes são fruto desse espírito, fabricado na preguiça e sucessiva
indiferença pelos valores do espírito e da cultura, que naturalmente conduziu o
povo sobretudo pelos caminhos da valorização larvar da subsistência e do prazer
físico. Daí que as populações se tornem indiferentes ao como faz o governo,
desde que este lhes proporcione os trocos indispensáveis, sem grande esforço
físico, o que o governo actual não deixa de cumprir, ainda que ficticiamente,
para seu próprio proveito na altura das eleições. É por isso igualmente que os
demais partidos se vão acomodando, dentro do preceito do “muito barulho para
nada”, que o protesto lhes dá nomeada, enquanto A. Costa se ri, corado de
prazer. E os “casos” sucedem-se, de corrupção contínua, como o que descreve Helena Garrido, e que entretêm a mídia, mais do que as
populações indiferentes, quando não preparando-se para fazer parte dos tais,
com as fracas habilitações que lhes são requeridas, basta que tenham os jeitos
para fazer parte do bando…
A grande desresponsabilização
Não assumir a responsabilidade de
nada, branqueando, delegando ou apenas não decidindo está longe de ser
governar. A TAP simboliza este tempo de grande desresponsabilização.
HELENA GARRIDO Colunista
OBSERVADOR,11 jul.
2023, 00:2114
Os deputados do PS aprovaram todas as
audições, ou elas não se faziam. Apesar
disso, a relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, Ana Paula
Bernardo, apoiada naturalmente pela bancada socialista, sentiu ter legitimidade
para apagar do documento o que não era favorável ao Governo. E concluir que a
responsável pelo pagamento da indemnização a Alexandra Reis foi a CEO de uma
empresa do Estado acompanhada ao milímetro pelo ex-ministro Pedro Nuno Santos.
Vale a pena recordar porque é que se
gerou o caso João Galamba. Justa ou injustamente, o agora ministro das Infraestruturas estava a ser acusado pelos
deputados – obviamente da oposição – de ter promovido uma reunião preparatória
da ex-CEO da TAP com os deputados, encontro esse em que esteve um parlamentar
do PS, e de não entregar à CPI informação que lhe era pedida. É na sequência
destes acontecimentos que acaba por se desencadear o conflito com o seu
ex-adjunto no gabinete e que culminou nas agressões que foram conhecidas.
Considerar que não é importante ter no
relatório matéria em que existem razões para admitir que o Governo deu
instruções à ex-CEO da TAP, na altura sua aliada, sobre o que devia ou não
dizer sobre a companhia aérea é branquear a realidade, é levar a
desresponsabilização a um limite que nem serve o próprio Executivo.
Os deputados da CPI à tutela política da
TAP fizeram aquilo para que são pagos: escrutinaram o Governo. A forma
explorou filões que todos sabem que podem ser mediáticos? Sem dúvida. Mas até nisso se pode considerar que
desempenharam o seu papel, ao envolver os cidadãos tantas vezes acusados de não
se interessarem pela vida em comunidade. Se algum problema houve foi
terem perdido assertividade no fim, quando ali estiveram o ex-ministro Pedro
Nuno Santo e o ministro das Finanças Fernando Medina.
É
ainda razão para perplexidade, face àquilo a que assistimos, que o relatório
conclua que a ex-CEO é a responsável pelo pagamento da indemnização. Mesmo sem
as provas das trocas de mensagens e mails, é difícil admitir que alguém, que
não esteja submetido aos ditames de um partido, possa concluir que alguma vez
se faria um pagamento daqueles sem
autorização do ministro da tutela. E isto em
nada contradiz a avaliação da Inspecção Geral de Finanças, uma vez que a sua
análise corresponde basicamente a critérios jurídicos que também não fazem lei.
Mesmo neste domínio é aos tribunais que cabe decidir se a ex-CEO Christine
Ourmières-Widener violou ou não a lei.
E podemos estar convictos de que esta
grande desresponsabilização do Governo nos vai custar caro de forma visível.
Lamentavelmente, pelo estado em que se encontra a Justiça (como todos os outros
sectores), a conta vai chegar noutro Governo lá muito mais à frente. E não será
o branqueamento realizado pela deputada do PS neste relatório que irá impedir
os tribunais de decidirem.
Desde
2015 que estamos a assistir a esta lógica de responsabilizar os outros. Primeiro
foi aquilo que já se popularizou como “a culpa foi do Passos”, depois a
culpa foi da pandemia, agora é a culpa é da guerra e há-se ser do BCE. Claro tudo isto seria negligenciável e
integrado no jogo político se esta desresponsabilização não se tivesse generalizado
aos comportamentos e acções do Governo. Dos casos de suspeitas de corrupção à
incapacidade de concretizar políticas que contribuam para resolver os problemas
do país, a desresponsabilização é a regra.
Este tempo de grande desresponsabilização
que em nada contribui para promover um país desenvolvido e cidadãos com
maturidade social e política tem o preço invisível do
subdesenvolvimento, mais grave do que o pagamento de uma qualquer indemnização.
COMISSÃO DE
INQUÉRITO PARLAMENTO POLÍTICA TAP EMPRESAS ECONOMIA PS
COMENTÁRIOS (de 14):
António Lamas: Não é um relatório é um ditado feito pelo gabinete de comunicação do
governo. Uma vergonha. Portugal não é um país europeu, moderno, culto e sério.
É um grupo excursionista chefiado por um organizador de eventos pombas observador
censurado: Contrariamente ao
que disse o sr. António Costa, a Ética ou a falta dela (a corrupção é uma das
consequências) é mais importante do que a Saúde, a Educação e os rendimentos
porque estes resultam de uma alocação de recursos racional norteada pela...
Ética. Seria importante fazer um questionário aos portugueses sobre a
importância que atribuem à Ética. O valor médio obtido permitiria concluir que
o sr. António Costa conhece bem o povo que lhe deu uma maioria absoluta e
perceber que Portugal, com estes portugueses, não têm futuro. Tristão: É que nem inteligentes já são.
Se eu fosse do PS (cruz credo) e encarregado do relatório, para lhe dar alguma
veracidade colocaria alguma coisinha para beliscar o governo, uma criticazinha
qualquer, assim, mais parece um relatório encomendado para agradar ao grande
líder! Já chegámos à Venezuela? Hás De Cá
Vir: Muito bem
observado, a CPI perdeu gás no fim exactamente quando devia ter maior
assertividade na audição de Medina e Nuno Santos. Porquê? - Porque nos
intervalos os deputados vão todos juntos ao bufete confraternizar, todos amigos
e, como na escola, os capitães da malta são sempre admirados. Todos dizem que o
relatório é uma falsidade mas todos colaboram nela, porque não deixam o PS
sozinho na Assembleia durante a votação? Afinal o relatório é do PS, feito pelo
PS, serve exclusivamente os interesses do PS, é a própria imagem absoluta do
PS, e, por via da maioria absoluta o PS é também dono da AR, então o PS deve
votar sozinho e aplaudir-se a si próprio. Chamam a isto democracia? - Tudo
hipocrisia, se o dinheiro que usaram nesta CPI, dinheiro que custou suor aos
contribuintes fosse respeitado, haveria pelo menos alguma seriedade. Luis
Freitas: Ética e
honestidade são coisas que a grande maioria do povo português não tem e é por
causa disso que vota sempre nos mesmos bandos de gatunos e corruptos para
desgovernarem Portugal. O povo português tem tudo o que merece, já falta pouco
para sermos o país mais pobre da UE. João
Floriano: Estando de acordo
com o teor do artigo, não posso contudo concordar com a «inocência» da CS que
durante anos ignorou todos os atropelos do governo de AC. A Comunicação Social
não só percebia o ataque que o governo PS estava a fazer à democracia, como se calou
e foi conivente, na esmagadora maioria dos casos. Agora muito timidamente
começam a aparecer os que contestam o pântano, a choldra, a pocilga, o lamaçal
nojento em que o PS transformou o nosso país, sobretudo desde que se sentiu
empoderado com a malfadada maioria absoluta. Vamos do mau, ao pior até ao
péssimo. A CS tem ainda um longo caminho até resolver mostrar a verdade dos
factos e não a narrativa que o PS quer impor.
TIM DO Á: Foi para isso que eles fizeram o 25 de Abril que agora querem comemorar
com tanta pompa e circunstância. Foi para poderem roubar à vontade. Mas o povo
adora. A democracia é isto.
Sérgio: Excelente artigo! Só é pena que jornalistas e meios de comunicação tenham
necessitado de quase 8 anos para perceber o quão inapto e incompetente e rasca
e reles e manipulador e mafioso e aldrabão e nepotista e irresponsável e
facilitista e desleixado e despesista e bancarroteiro é o chefe e restante gang
do largo dos ratos e das varejas pestilentas e nauseabundas....
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