Uma História bem contada, nem outra coisa
se esperaria, vinda de JNP. Desta vez, sobre os desacatos em França, causados
pelos magrebinos e c.ia, da protecção dos naturais do costume, que preferem a
desordem, sob a capa dos bons princípios camaradas, tal como aconteceu em
momentos vários da História, desta vez com mais ódio ainda, abrangendo uns e
outros, de resto, neste prazer de viver em fúria……
Paris não é uma festa
Bruscamente, uma vaga niilista
abateu-se sobre as cidades francesas para destruir os símbolos de uma sociedade
que exclui, e de que se auto-exclui, toda uma classe, toda uma cultura, toda
uma geração.
JAIME NOGUEIRA PINTO Colunista
do Observador
OBSERVADOR, 08
jul. 2023, 00:1832
Nos últimos dias, a partir da morte
às mãos de um polícia de um jovem de 17 anos de origem magrebina, Nahel
Marzouk, a França incendiou-se. Simbolicamente e literalmente. As periferias das cidades francesas estão cheias de
imigrantes de religião e cultura islâmica, cuja integração na comunidade
nacional francesa é problemática, senão inexistente. É destes
bairros periféricos que os amotinados partem para invadir os centros urbanos,
convocados por mensagens passadas nas redes sociais.
Caixotes do lixo incendiados: 12.000; viaturas queimadas: 6.000;
edifícios destruídos e vandalizados – escolas, bibliotecas, sedes municipais –
mais de 1.000; esquadras de polícia e casernas das Compagnies Républicaines de
Sécurité assaltadas: 254; saque e apedrejamento de lojas e centros comerciais;
tentativa de homicídio de um autarca e da sua família; mais de 4 000
manifestantes detidos, mais de 700 polícias feridos. E não é só Paris nem as
suas cidades-satélite que ardem: o rastilho propaga-se a Lyon, a Marselha, a
Toulouse, a Estrasburgo, a toda a França.
Um povo na rua
A França e Paris têm uma longa tradição de violência política
urbana, desde as Frondas de 1648 e 1653,
da Revolução Francesa, das revoltas de 1848, até aos anos 30 do século passado,
antes da guerra, da derrota, da ocupação,
quando comunistas, socialistas, nacionalistas e fascistas se afrontavam na rua.
Esta tradição prosseguiu ao longo de
todo o século XX, à volta de crises como a da guerra da Argélia. E culminou com grande aparato em Maio de 68, com um radicalismo estudantil inspirado
por pensadores como Trotsky,
Althusser, Sartre, e por heróis recém-consagrados pelo calendário
revolucionário, como Mao Tsé-Tung,
Che Guevara e Ho-Chi-Minh (trindade a que se rezava nas ruas de Paris e de Roma
com o grito: “Maóoo, Ké, Ho Ki Min!”).
Com estes ou outros santos, as
manifestações, alimentadas ideologicamente, como forma de contestar ou corrigir
a democracia formal representativa e dar voz pública ao descontentamento,
prosseguiram.
Nos
últimos anos houve o fenómeno dos “gillets jaunes”, um fenómeno popular ou populista que baralhou os
analistas e os politólogos. Foi um sinal de alarme, um alerta vindo das classes
trabalhadoras e médias, vítimas da modernidade globalizante. Mas
na Europa, o protesto violento vem hoje mais da esquerda do que da direita. A direita parece preferir a via
democrática e legal do voto, com o reforço geral dos partidos nacionais
identitários, na Suécia, na Finlândia e em Espanha; ou na Itália, na Polónia e
na Hungria, onde já estão no poder. Partidos a que chamam populistas
(talvez por privilegiarem o voto – a arma do povo), e que parte dos media e dos
comentadores tende a considerar uma “ameaça à democracia” (talvez porque os
resultados da escolha democrática não se coadunem com a democraticidade de
alguns democratas).
A
explosão popular de protesto que mais recentemente teve lugar em França, com as
manifestações contra a subida da idade da Reforma, também difíceis de
classificar ideologicamente, mobilizou, durante semanas, milhões de franceses,
obrigando o governo a usar meios constitucionais excepcionais para fazer passar
a Lei. Ainda
assim, a destruição, a queima e o saque não foram significativos.
A raiz do problema
Desta vez foi diferente. A
violência das imagens, as chamas, a destruição, os mais de mil milhões de Euros
de prejuízo, mas sobretudo as palavras de ordem gritadas pelos amotinados em
fúria, transmitiam a sensação de que uma vaga nihilista se abatera sobre as
cidades francesas para destruir os símbolos de uma sociedade que excluía ou de
que se auto-excluía toda uma classe, uma cultura, uma geração…. De onde é que aquilo saíra?
A quebra demográfica francesa e
europeia, começada há mais ou menos meio século e então assinalada por Pierre
Chaunu, bem como as crises económico-sociais nos países do Magrebe e da
Francofonia, trazem estes imigrantes legais e ilegais, enquanto a globalização
leva os empregos da indústria e de muitos serviços para longe da Europa.
É este o mundo que saiu do pós-Guerra
Fria e das filosofias internacionalistas de Davos. Ora, precisamente porque não
se sentem integrados em França e também já não pertencem às suas sociedades de
raiz, há dezenas de milhares de jovens magrebinos mobilizáveis para a acção
violenta contra o racismo de que se proclamam vítimas.
São
ainda restos e malhas do império, da colonização francesa do Norte de África –
a Argélia, a Tunísia, o protectorado de Marrocos. A
França teria, em 2018, à volta de seis
milhões de muçulmanos, isto é, mais ou menos 9% da população. Os
muçulmanos eram, nessa altura, 8% da
população da Suécia, 6,5% da do Reino Unido, 6% da da Alemanha, 5% da da
Itália, e cerca de 5% de toda a União Europeia. Hoje, em França, chegarão aos
10%.
Estas populações de imigrantes legais
e ilegais concentram-se nas periferias das grandes cidades, são tendencialmente
endogâmicas e vão ficando em bairros pobres, que se transformam em ghettos, de
onde vão saindo os franceses “de souche”.
Nahel
Marzouk era um
desses jovens desintegrados dos arrabaldes da grande cidade. Tinha tido alguns problemas com a Polícia
e o Mercedes topo de gama que conduzia não era dele. E guiava a grande
velocidade sem carta de condução, pelo que dois motards da Polícia o
perseguiram e intimaram a parar, ao que Nahel não obedeceu, vindo a ser parado
pelo trânsito. Em qualquer caso, o roubo de um carro e a falta de
carta não se punem com a morte e as circunstâncias factuais estão por apurar:
disparou o polícia intencionalmente sobre o rapaz ou foi o facto de Nhel ter
arrancado que desviou o tiro do agente, que o atingiu mortalmente? O polícia
está preso e a aguardar julgamento formal.
Consequências políticas
Qual o efeito político destes acontecimentos?
Como se vê pela facilidade de descer rua,
a França é uma sociedade politizada e pronta a reagir. Já em 2005, numa
conjuntura semelhante, muitas dezenas de milhares de imigrantes magrebinos
tinham saído para a rua, causando desacatos e destruições que, desta vez, se
multiplicaram.
Talvez
para salvaguardar a ideia de concórdia e minimizar os efeitos dos motins no
estrangeiro Macron tenha resistido a proclamar o Estado de Emergência que
permitiria controlar mais facilmente a violência. Sobretudo não o terá querido
fazer para não dar razão à direita nacionalista e conservadora, que insiste em
dizer que a França pode estar à beira de uma guerra civil de baixa intensidade. Assim,
distribuindo condenações, recomendando contenção às forças da ordem, apelando
aos pais dos desordeiros e recebendo os 250 maires das localidades mais
afectadas, Macron procurou uma solução à “centrão”.
À
frente dos líderes das esquerdas unidas
– que não conseguiram mobilizar os gillets jaunes nem os reformados para uma nova tomada da Bastilha –, Jean Luc Mélenchon de La France Insoumise veio, qual “conquistador do caos”, tomar o partido da desordem, clamando: “Os cães de guarda mandam-nos pedir calma.
Nós pedimos justiça.” Na mesma linha de grande retórica, a Secretária Nacional
da Europe Écologie – Les Verts, Martine Tondelier, criticando a Polícia, declarava na Sud-Radio: “Nunca
vi um não-racializado ser morto por uma recusa de obediência à intimação”.
Mélenchon
e os dirigentes da esquerda francesa, com excepção do Partido Comunista,
embarcaram nesta linha radical de culpar o racismo da Polícia e justificar e
absolver os jovens amotinados – comportamento que parece ter caído muito mal na
opinião francesa. Fabian Roussel, o líder comunista, apelou à “calma e ao
apaziguamento”, procurando sair da tutela da extrema-esquerda mélenchoniana,
que chamava à “convergência da luta com os bairros”.
À
direita, Zémmour e Marion Maréchal (a sobrinha de Marine Le Pen)
criticaram a violência da esquerda radical e a atitude indecisa de Macron e
insistiram na proclamação do Estado de Emergência. Foram também claros na
classificação dos factos e na identificação dos protagonistas.
Marine
Le Pen interveio no Parlamento para responder à chefe do Governo, Elisabeth
Borne, e deixou ao Presidente do seu Partido, Jordan Bardella, as intervenções
mediáticas em nome do Rassemblement.
Numa sondagem da Opinionway para a
CNEWS de 6 de Julho que pedia aos franceses que escolhessem, entre 14
personalidades políticas, a mais capaz de resolver o problema da integração dos
imigrantes magrebinos, Marine Le Pen ficava em primeiro lugar, com
27%; sendo que o segundo nome mais votado era o seu número 2, Jordan Bardella. Macron ocupava o terceiro lugar e Mélenchon
o sétimo.
No entanto, à frente de Le Pen e de todos, com 32% dos votos, ficava
a resposta ganhadora: nenhuma das 14 personalidades políticas propostas tinha
competência para resolver semelhante problema…
A SEXTA COLUNA FRANÇA EUROPA MUNDO
COMENTÁRIOS (de 32):
Rui Lima: Destaco mais um brilhante artigo de
JNP alguém que é insubstituível. Do que
se passou em França destaco 3 aspectos que devem merecer reflexão. Começo
por um em que poucos repararam associados aos distúrbios a importância do pai no
crescimento dos filhos. Estes
incidentes vieram mostrar como o pai é necessário tem sido desprezado nas últimas décadas
pelo politicamente correcto , a maioria destes jovens cresce sem pai , na década de 1990, uma
pesquisa sociológica realizada na Noruega e nos Estados Unidos estabeleceu que
(entre 90% e 95%, dependendo dos itens) jovens ladrões, drogados, suicidas,
assassinos,… eram filhos de um pai ausente ou desconhecido. Esta investigação
ficou escondida para não humilhar mães solteiras. Dinheiro - o custo desta imigração tem valores astronómicos. Devido a isso a
França é o país da OCDE com maior despesa pública perto do 60% do seu PIB
anual e o país do mundo com mais transferências sociais mais de 1/3 do seu PIB impressiona,
o país são 0,8% da população do mundo mas 10% de toda a despesa social.
Sem resultados,
desde o início dos anos 2000, foram gastos 200 mil milhões só na política da
cidade, muitos mais milhares de milhões devem ser acrescentadas as despesas
de habitação e serviços comunitários, assistência social(cerca de 100
mil milhões de euros por ano ...).Sempre mais dinheiro público para bairros
nem a fraude combatem por medo é comum ouvir “não fales em combater a fraude
social ou em reduzir os gastos sociais, vais começar uma revolução nos
bairros"? Sempre mais dinheiro público, sempre mais gastos sociais ... Para que
resultados? Distúrbios recorrentes (2005, 2018, 2019, 2023...), cada vez
mais violentos, com saques, roubos, ataques direcionados às agências
de aplicação da lei. Por último foram os grandes traficantes que acabaram
com os distúrbios porque o negócio tinha parado porque são eles que mandam nos
territórios perdidos da República . Há 2 Franças que hoje vivem de costas mas um dia
estarão face a face e vai ser brutal . obs: os valores da fraude social em França vão da meia
dúzia de milhares de milhões aos 40 mil milhões dependendo dos estudos , mas
todos os políticos tremem com medo de a combater , agora vão unificar o
BI com o cartão saúde nada resolve e é esse o objectivo o medo comanda a vida
do governante francês .
Nuno Borges: A ideia do Islão não é integrar-se na Europa, é
integrar a Europa na Islão. Nuno Borges > Rui Lima: A invasão islâmica da Europa a
ser financiada pelos europeus. Maria Emília Santos Santos:
Tudo está a ser
desmantelado como mandam os oligarcas da NOM, para depois, eles aparecerem como
salvadores da pátria! Macron tudo tem feito, com as suas politicas anti-patrióticas
para que isto aconteça! Eles, os "chefes do mundo" esfregam as mãos
de contentes! Os seus bunkers estão preparados e abastecidos para qualquer
tragédia por muito grande que seja, pensam eles! A seguir, será Portugal! Tudo
leva a crer que sim, que essa é a ordem! Eram 34 os grupos terroristas
importados por quem tem dinheiro para isso, e, certamente que estes aguardam a
voz de comando! Acordemos! Ana Luis da Silva: É uma lei universal. Como
qualquer lei da Física. Se não se enfrenta um problema de frente quando ele
surge, só aumenta. As comunidades do Magrebe em
França não se integraram, não se integram e não se integrarão na sociedade
cultural francesa. Não é uma questão de culpa, nem de racismo, é uma questão
humana, cultural, religiosa, linguística, histórica. De Babel no Antigo Testamento à
Oposição de centro-direita e direita em Portugal, as pessoas não se entendem… nem querem entender-se, ainda
que por um bem maior, como um país, uma comunidade politicamente organizada com
uma História. E, como todas as questões humanas, complexa,
provavelmente, não destinada a ser resolvida, como o azeite e o vinagre não estão
destinados a misturar-se. Os franceses magrebinos, não têm as suas raízes
territoriais num país com as suas ideias, convicções profundas, religião. Estas
estão noutro continente, ao qual já não pertencem, por cidadania. Multiplicam-se
exponencialmente em número e em rancor. O que pensam, verdadeiramente,
deste problema os franceses nascidos e criados na cultura ocidental, não sei.
Mas se continuarem a empurrar o problema com a barriga para as gerações futuras
resolverem, proponho que, no mínimo, preparem os jovens para a guerra ou, em
alternativa, teçam burkas para as filhas e netas. Quanto à Oposição em
Portugal representada pelos partidos PSD, IL, ainda pode entender-se com o
Chega, se pensarem no bem maior que é Portugal e nos portugueses, em vez de
enterrarem a cabeça na areia à espera que passe. É que Portugal, com a sua
cultura, religião, brandos costumes está a ponto de desaparecer. É uma questão
de três ou quatro gerações. Com o socialismo na política e na economia, e o
relativismo nas relações sociais, na lei e nas instituições, a mandar nisto
tudo portanto, chegamos lá.
Maria Nunes: Excelente artigo. JNP, ao sábado vou sentir a falta das suas crónicas.
Boas férias.
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