Em texto de um entusiasta – Alexandre Sarmento - ou talvez apenas de uma pessoa justa – (e corajosa, tendo em conta o contexto sociopolítico da nossa vivência, orientada segundo os trâmites “democraticamente” anti fascistas do pensamento hodierno) – o qual gostaria de ver o seu país ultrapassando mais uma fase de extrema aridez moral, intelectual e económica, como é a que atravessamos, e igualmente centrada na banalização da designação “pátria” – o que não é o caso do autor do texto – este enviado pelo Luís, das suas pesquisas denunciando idêntica simpatia, contrária ao sentimento geral, tantas vezes reproduzido, de resto, nas vozes dos cantores, ou demais artistas da figuração neorrealista:
«Na verdade, Salazar não precisa
de estátua alguma, pois basta sair à rua para vermos a sua obra. Senão vejamos:
Milhares de escolas, liceus e
universidades, pois, e por incrível que pareça, dizem que quis manter o seu
povo ignorante e iletrado, mas nunca neste país se fez tanto pelo ensino e se
atacou tanto o analfabetismo, basta olharmos para as escolas em que ainda hoje
estudam os nossos filhos, ou melhor, onde estudam os que o fazem nas escolas de
Salazar, pois, os das escolas fabricadas pós 25 de Abril, grande parte têm
aulas em pré-fabricados e contentores, tal a qualidade dos equipamentos e
instalações, de facto!
Hospitais, sanatórios,
maternidades e centros de saúde por todo o país, e, pergunto, quais são ainda
hoje os hospitais centrais de referência neste país, engraçado que não
vislumbro um sequer construído no pós 25 de Abril.
Obras públicas, pontes, barragens,
estradas e linhas férreas, as únicas que ainda hoje funcionam na perfeição e
não têm problemas recorrentes, são as do tempo de Salazar, as mais modernas
parecem ser equipamentos baratos e descartáveis made in China, está à vista de
todos, só um cego poderá dizer o contrário.
Portos e aeroportos, são de que
tempo?
As grandes empresas de bandeira
portuguesa, CUF, Lisnave, Sorefame, Siderurgia Nacional, Companhia Nacional de
Navegação, Sacor, e uma miríade de tantas outras, pois, a quem se deveu o
sucesso dessas empresas, a quem pertenciam e a quem serviam, pois? Mais uma
verdade inconveniente. Hoje está tudo na mão de empresas e capital
estrangeiro, mesmo as empresas que sempre deveriam ter ficado sob controle do
Estado...
O sector bancário e a nossa
moeda, um sector que hoje não passa de uma fraude, um sumidouro de dinheiros
públicos, uma CGD e um Banco de Portugal que poucos ou nenhuns sabem a quem
pertencem… Perdemos a independência e autonomia financeira, perdemos o ouro que
servia de garantia da nossa moeda, perdemos as nossas reservas que poderiam
servir em tempos de crise internacional, somos escravos dos interesses da banca
internacional. Pergunto: Fomos autónomos e independentes, porquê, a quem o
devemos?
Portanto, para que precisamos nós
de estátuas de Salazar, a melhor homenagem que lhe poderemos fazer é mesmo
nunca esquecer, é manter a sua memória viva e divulgar a sua obra e sobretudo
mostrar aos mais novos, qual o país que ele herdou, e qual o país que deixou
depois de 40 anos de retorno à ordem, de boa governação e de devolução da nossa
dignidade como Nação.
Se Salazar cometeu erros,
certamente os cometeu, mas há que olhar para a história à luz da época, há que
contextualizar, e agora, olhando à distância, sem dúvida teve um papel
extremamente positivo, pois foi ele, Salazar, quem nos trouxe ao século XX,
quem nos fez convergir com os países mais desenvolvidos, depois de um marasmo
político que nos deixou esquecidos no tempo e nos causou um atraso estrutural
de dois séculos. Portanto, palavras para quê?
Nem vou falar dos territórios
ultramarinos, pois não nos adianta chorar pelo leite derramado, não adianta
neste momento sequer relembrar o mais triste episódio da nossa história, o
destruir de todo um esforço e sacrifícios de quase nove séculos, uma traição
aos portugueses residentes nesses locais e a vergonha e o genocídio cometido
contra milhões de portugueses, pois fomos mesmo, indiscutivelmente uma grande
nação, um exemplo a todos os níveis, fizemos o melhor que pudemos e soubemos, e
fizemos bem, e isso faz toda a diferença.
Na verdade o grande problema não
esteve em Salazar, esteve num povo que não conseguiu estar à sua altura, um
povo que se deixou corromper, um povo que alinhou pelo caminho fácil, e por
isso mesmo, hoje temos o Portugal que bem sabemos, novamente atrasados, um
regresso ao Portugal de antes de Salazar, novamente o Portugal motivo de
chacota, relembro um neologismo da época da Primeira Republica, quando nada
funciona, voltámos ao paradigma do "portugalisée", infelizmente,
parece-me haver uma miríade que não se importa, até faz gala nisso!
Perdemos o Pai da Nação,
esquecemos a sua lição e isso foi-nos fatal.
Vou terminar com uma frase do
saudoso António José Saraiva...
"E hoje vemos, com uma
dura clareza, como o período da nossa História a que cabe o nome de Salazarismo
foi o último em que merecemos o nome de Nação Independente. Agora em plena
democracia e sendo o povo soberano, resta-nos ser uma reserva de eucaliptos
para uso de uma obscura entidade económica que tem o pseudónimo de CEE."
Obrigado, Salazar.
A bem da Nação.
Alexandre
Sarmento
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