Com conta, peso e medida… desde que o mundo é mundo.
Uma Inês Pereira protestando contra a situação de solteira, encerrada em casa, como “panela sem asa, que sempre está no lugar”,
por imposição da conveniência social daquela época vicentina, de preconceito
contra a liberdade da mulher, foi a primeira ideia de similitude de anseios que
me acudiu, na leitura do texto “Contra a obediência” de Miguel Esteves Cardoso saído no Público de 23/9/23. Depressa regressei a uma proximidade
temporal ideológica mais afim da elegância espiritual dos nossos tempos
protestantes, apoiados de preferência no lema de uma Revolução setecentista que
a partir daí alargaria amplamente os seus protestos libertários saborosos de
enriquecimento na valorização do ser humano, e mesmo de transposição camarada
piedosa aos demais animais, com a valorização desses seres naturais, pese
embora a trela que se põe hoje aos cãezinhos, nos seus passeios de evasão indispensável,
por falta ainda da latrina apropriada às suas necessidades funcionais,
impositivas da participação dos donos na higiene citadina, de apanha de
excrementos, sobretudo quando feita à luz do dia, que, pela calada da noite é
sempre mais fácil o incumprimento das normas, em liberdade sem medos.
MEC diz-se feliz por a
obediência ter sido reduzida, no cômputo das sondagens ao nível mundial, com
exclusão de Portugal, cuja ausência de participação nesse cômputo entre os
países inquiridos bem frisou, e conta das suas rebeldias de infante e mesmo de
mais crescido, em vanglória de anuência a uma regra educativa que se lhe
afigurou sempre de castradora da personalidade. Essa castração não a teve ele,
afirma, rebelde que foi a imposições de ordem, quer, pelos vistos, familiares,
quer escolares, e isso lhe conferiu uma personalidade própria, conquistadora
dos seus próprios princípios e rituais, de vida.
Penso em Zelensky,
cumpridor e corajoso, que vai junto dos seus soldados, nos espaços de guerra,
enquanto Putin vai dando mostras de medalhar os seus, em bom resguardo, julgo,
ambos tendo escolhido a sua própria liberdade de actuação, de obediência a
preceitos próprios, provindos de uma educação de maior ou menor respeito de
valores e obediência a princípios. E o discurso de MEC parece-me apenas vaidoso
e fútil.
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