terça-feira, 17 de outubro de 2023

Não admira


São verdades antigas, que o Alcorão também segue e o próprio Evangelho de São Mateus retoma, com piedade cristã: Lei cristã de Talião: 38: «Ouviste que foi dito: “Olho por olho, dente por dente” (Ex.24, 19 ss). 39 Eu digo-vos Não oponhais resistência ao mau: se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra (Ex. 21, 24; Lev. 24, 20; Rom 12, 16 ss)…

Não pretendamos ser mais papistas do que o Papa… neste caso, o impante Hamas. Fundamentalismo é outra coisa, Putin que o diga também, poderoso Jeová….

O Hamas é o inimigo da paz

O Ocidente e o Israel que o Hamas odeia não são da esquerda nem da direita – são de ambas.

JOÃO CARLOS ESPADA Director e fundador do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa

OBSERVADOR, 16 out. 2023, 00:2210

Com este título, Hamas is the enemy of peace, o Sunday Telegraph de ontem iniciava um Editorial de rara sabedoria e abrangência. Citando a fonte, julgo estar autorizado a fazer meu o título do Telegraph, bem como a subscrever inteiramente o incisivo argumento ali desenvolvido.

Em primeiro lugar, obviamente, condenando sem reservas o hediondo ataque terrorista do Hamas contra Israel no passado sábado 7 de Outubro: a pior atrocidade contra o povo judeu desde o Holocausto!

Em segundo lugar, lamentando a dissonância cognitiva (para dizer o mínimo) que tem levado alguns comentadores e inúmeros activistas a tentar atenuar – quando não mesmo a negar – a condenação do terrorismo do Hamas, em nome de uma alegada defesa dos direitos dos Palestinianos.

O Hamas simplesmente não defende os direitos dos Palestinianos – submete-os em Gaza a uma cruel opressão, chegando ao ponto de os utilizar vergonhosamente como escudos civis indefesos para as suas bases militares.

Em terceiro lugar, recordando que não há equivalência moral entre o ataque terrorista do Hamas e o início da legítima retaliação israelita. O primeiro dever de um Estado é defender a segurança dos seus cidadãos. Acresce que Israel anunciou previamente que iria responder e exortou a população civil a evacuar a zona Norte de Gaza. O Hamas, por seu turno, recusou a evacuação – confirmando de forma escandalosa a sua prática sistemática de utilização das populações civis como escudos humanos indefesos das suas manobras terroristas.

É certamente desejável que a legítima retaliação de Israel respeite as leis internacionais e dê provas de contenção. Mas não existe qualquer equivalência moral entre o ataque terrorista do Hamas e a legítima retaliação, com pré-aviso, de Israel.

A este respeito, o nosso amigo Charles Moore (Lord Moorealerta também no Telegraph (mas desta vez no de sábado último) para uma possível dimensão mais global do ataque do Hamas, apoiado e financiado pelo Irão. Segundo Charles, um “verdadeiro eixo do mal”, constituído pelo Hamas/Irão, Rússia e China, está a atacar concertadamente o Ocidente democrático e liberal – que eles colectivanente consideram “decadente” e incapaz de se defender.

Finalmente, um esclarecimento acerca deste Ocidente que o eixo do mal quer destruir. Um erro, de sinal contrário ao da desculpabilização do Hamas, está a ocorrer em alguns sectores da chamada direita que atribuem globalmente à chamada “esquerda” aquela desculpabilização. Como tenho argumentado aqui com alguma insistência, não há uma esquerda, mas várias – uma democrática e liberal, outras anti-democráticas e anti-liberais. E o mesmo acontece com as direitas.

O Ocidente que os conservadores Telegraph e Charles Moore defendem, e que o Hamas odeia, não é da direita nem da esquerda – é de ambas e funda-se no diálogo e na concorrência pluralista entre a direita e a esquerda democráticas. A este respeito, é gratificante observar que o actual líder do Partido Trabalhista britânico, Sir Keir Starmer, condenou veementemente o anti-semitismo do seu antecessor, Jeremy Corbyn – que aliás já foi excluído do partido Trabalhista.

Um erro semelhante consiste em atribuir aos muçulmanos em geral o apoio ao terrorismo do Hamas. Sobre este tema, aqui fica uma tocante citação da “muito conservadora” colunista do “muito conservador” Sunday Telegraph, Janet Daley:

“Sou uma mulher judaica que vive numa comunidade do Norte de Londres na qual lojas de proprietários muçulmanos convivem lado a lado com talhos kosher, charcutarias polacas e um restaurante turco. Tendo vivido aqui muito antes da chegada destes novos residentes, fico constantemente impressionada pela atmosfera tranquila e animada que eles trouxeram consigo. Se somos capazes de fazer isto funcionar nas ruas britânicas – o que é maioritariamente o caso – deveríamos ser capazes de encontrar uma forma de o fazer no mundo.”

CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO    MUNDO

COMENTÁRIOS (de 10)

Lourenço de Almeida: A senhora judia do norte de Londres pode falar assim porque a percentagem de muçulmanos naquela zona não é muito alta. Assim que aumentar as coisas mudam e se aumentar muito, a senhora deixará pura e simplesmente de sair à rua sem ser escoltada por um homem e passará a andar obrigatoriamente com a cabeça tapada, se tiver sorte e não tiver que andar de cara tapada também. Versões soft de realidades radicais são sempre temporárias. Islão moderado é uma adaptação que cedo ou tarde resvala simplesmente para "Islão" que desde o seu fundador - que eliminou as duas tribos hebraicas que havia em Medina no inicio da sua carreira - é radical por natureza! O resto é conversa para meninos!               João Floriano: O paraíso onde Janet Daley vive é uma excepção nos tempos que correm, A regra por essa Europa fora são as chamadas «ruas árabes» difíceis de conter. Não será necessário muita coisa para que o paraíso possa virar num inferno.                   Rui Lima: O perigo para a Europa é a sua cegueira, que insiste em trazer problemas para o seu espaço. A BBC faz um inquérito, vários dos seus profissionais celebram o ataque terrorista , recusa-se a utilizar a palavra terrorista nas notícias, toda a Europa está minada hoje, em Israel , amanhã na Europa , a França está em alerta total com militares na rua .

 

Nenhum comentário: