São verdades antigas, que o Alcorão também segue e o próprio Evangelho de São Mateus retoma, com
piedade cristã: Lei cristã de Talião: 38: «Ouviste que foi dito: “Olho por olho, dente por dente” (Ex.24, 19
ss). 39 Eu digo-vos Não oponhais
resistência ao mau: se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a
outra (Ex. 21, 24; Lev. 24, 20; Rom 12, 16 ss)…
Não pretendamos ser mais papistas do que
o Papa… neste caso, o impante Hamas.
Fundamentalismo
é outra coisa, Putin que o diga também, poderoso Jeová….
O Hamas é o inimigo da paz
O Ocidente e o Israel que o Hamas
odeia não são da esquerda nem da direita – são de ambas.
JOÃO CARLOS ESPADA Director
e fundador do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica
Portuguesa
OBSERVADOR, 16
out. 2023, 00:2210
Com este título, “Hamas is the enemy of peace”,
o Sunday Telegraph de
ontem iniciava um Editorial de rara
sabedoria e abrangência. Citando a fonte, julgo estar autorizado a fazer meu o
título do Telegraph, bem como a subscrever inteiramente o incisivo
argumento ali desenvolvido.
Em primeiro lugar,
obviamente, condenando sem reservas o hediondo ataque terrorista do Hamas contra
Israel no passado sábado 7 de Outubro: a pior atrocidade contra o povo judeu
desde o Holocausto!
Em segundo lugar, lamentando a dissonância cognitiva (para dizer o
mínimo) que tem levado alguns comentadores e inúmeros activistas a tentar
atenuar – quando não mesmo a negar – a condenação do terrorismo do Hamas, em
nome de uma alegada defesa dos direitos dos Palestinianos.
O Hamas simplesmente não defende os
direitos dos Palestinianos – submete-os em Gaza a uma cruel opressão, chegando
ao ponto de os utilizar vergonhosamente como escudos civis indefesos para as
suas bases militares.
Em terceiro lugar, recordando que não há equivalência moral
entre o ataque terrorista do Hamas e o início da legítima retaliação israelita.
O primeiro dever de um Estado é defender a segurança dos seus cidadãos. Acresce
que Israel anunciou previamente que iria responder e exortou a população civil
a evacuar a zona Norte de Gaza. O Hamas, por seu turno, recusou a evacuação –
confirmando de forma escandalosa a sua prática sistemática de utilização das
populações civis como escudos humanos indefesos das suas manobras terroristas.
É
certamente desejável que a legítima retaliação de Israel respeite as leis
internacionais e dê provas de contenção. Mas não existe qualquer equivalência
moral entre o ataque terrorista do Hamas e a legítima retaliação, com
pré-aviso, de Israel.
A
este respeito, o nosso amigo Charles Moore (Lord Moore) alerta também
no Telegraph (mas
desta vez no de sábado último) para uma possível dimensão mais global do ataque
do Hamas, apoiado e financiado pelo Irão. Segundo
Charles, um “verdadeiro eixo do mal”, constituído pelo Hamas/Irão, Rússia
e China, está a atacar concertadamente o
Ocidente democrático e liberal – que eles colectivanente consideram “decadente”
e incapaz de se defender.
Finalmente, um esclarecimento acerca
deste Ocidente que o eixo do mal quer destruir. Um erro, de sinal contrário ao
da desculpabilização do Hamas, está a ocorrer em alguns sectores da chamada
direita que atribuem globalmente à chamada “esquerda” aquela desculpabilização.
Como tenho argumentado aqui com alguma insistência, não há uma esquerda, mas várias – uma democrática e liberal, outras
anti-democráticas e anti-liberais. E o mesmo acontece com as direitas.
O
Ocidente que os conservadores Telegraph e Charles Moore defendem, e
que o Hamas odeia, não é da direita nem da esquerda – é de ambas e funda-se no
diálogo e na concorrência pluralista entre a direita e a esquerda democráticas.
A este respeito, é gratificante observar que o actual líder do Partido
Trabalhista britânico, Sir Keir Starmer, condenou veementemente o anti-semitismo
do seu antecessor, Jeremy Corbyn – que aliás já foi excluído do partido
Trabalhista.
Um erro semelhante consiste em
atribuir aos muçulmanos em geral o apoio ao terrorismo do Hamas. Sobre este
tema, aqui fica uma tocante citação da “muito conservadora” colunista do “muito
conservador” Sunday Telegraph, Janet Daley:
“Sou
uma mulher judaica que vive numa comunidade do Norte de Londres na qual lojas
de proprietários muçulmanos convivem lado a lado com talhos kosher,
charcutarias polacas e um restaurante turco. Tendo vivido aqui muito antes da
chegada destes novos residentes, fico constantemente impressionada pela
atmosfera tranquila e animada que eles trouxeram consigo. Se somos capazes de
fazer isto funcionar nas ruas britânicas – o que é maioritariamente o caso –
deveríamos ser capazes de encontrar uma forma de o fazer no mundo.”
CONFLITO
ISRAELO-PALESTINIANO MUNDO
COMENTÁRIOS (de 10)
Lourenço de Almeida: A
senhora judia do norte de Londres pode falar assim porque a percentagem de
muçulmanos naquela zona não é muito alta.
Assim que aumentar as coisas mudam e se aumentar muito, a senhora deixará pura
e simplesmente de sair à rua sem ser escoltada por um homem e passará a andar
obrigatoriamente com a cabeça tapada, se tiver sorte e não tiver que andar de
cara tapada também. Versões soft de realidades radicais são sempre
temporárias. Islão moderado é uma adaptação que cedo ou tarde resvala
simplesmente para "Islão" que desde o seu fundador - que eliminou as
duas tribos hebraicas que havia em Medina no inicio da sua carreira - é radical
por natureza! O resto é conversa para meninos! João Floriano: O paraíso onde Janet Daley vive é uma excepção nos
tempos que correm, A regra por essa Europa fora são as chamadas «ruas árabes»
difíceis de conter. Não será necessário muita coisa para que o paraíso possa
virar num inferno. Rui Lima: O perigo para a Europa é a sua cegueira, que insiste em
trazer problemas para o seu espaço. A BBC faz um inquérito, vários dos seus
profissionais celebram o ataque terrorista , recusa-se a utilizar a palavra
terrorista nas notícias, toda a Europa está minada hoje, em Israel , amanhã na Europa , a França está em alerta
total com militares na rua .
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