Sou das que se sente atingida por mais
esta perda de uma empresa bem útil, nascida em 1945, (segundo
leio na Internet), que nos ajudou
e projectou - apesar de ser avaliada com apenas três estrelas - mais uma obra
dos tempos de Salazar, que com desprezo tacanho, tal como se despreza a
História Portuguesa, foi condenada pelos obreiros da História dos nossos tempos
de desordem, trafulhice e desamor. Sim, são podres os ovos que, segundo ANDRÉ ABRANTES AMARAL, Advogado e colunista do Observador, em texto bem
esclarecedor, o PS nos tem atirado, risonho e sem pejo, e
este é mais um, provavelmente em intenções de colheita particular, com a venda
dessa TAP, bem em
contraste com o tal Salazar, que nos
deixara os frutos das suas colheitas, feitas de amor pátrio - presente, passado
e futuro.
O PS também nos atira ovos
Agora que o PS se indigna com os
protestos irados, é tempo de recordar o quanto se calou quando lhe deu jeito e
o quanto o país se habituou aos ovos com tinta que os socialistas nos atiram à
cara.
ANDRÉ ABRANTES AMARAL Advogado
e colunista do Observador
OBSERVADOR, 01 out.
2023, 00:2011
Na passada terça-feira, o ministro Duarte
Cordeiro foi atacado com ovos cheios de tinta verde. O acto deve ser condenado, a agenda
ideológica por trás destes desacatos denunciada e a reacção do ministro,
louvada. Reconhecido deve ser também o despertar do PS para este tipo de
comportamentos que agora são, nas palavras de António Costa, ineficazes.
Até porque o PS está farto de nos
atirar ovos à cara. Digo, o PS
porque o país parece que gosta de levar com eles. Um, bem forte, foi o processo da
TAP. Independentemente daquilo em
que se acredita, o dilema que a TAP representava para Portugal tinha sido
resolvido em 2015. No entanto, o PS (num dos muitos custos da
geringonça) decidiu reverter a privatização e nacionalizar a empresa. Pedro Nuno Santos chegou a
dizer que “A TAP é do povo português para
o bem ou para o mal”. Não só a
tendência de um governante se considerar conhecedor da vontade não expressa de
dez milhões de pessoas ser um vício do passado que julgava vencido, também não
consta que a pergunta tivesse sido feita a qualquer um de nós. Independentemente disso, Pedro
Nuno Santos estoirou na TAP 3,2 mil milhões de euros. Atenção que o problema não é só o
que isso nos custa em impostos futuros. Foi o condicionamento do mercado, com
os preços e qualidade dos serviços prestados não estarem a par do praticado
noutros países; foi o tempo perdido durante o qual a concorrência tomou o lugar
que a TAP acalentava nas ligações ao continente sul-americano e o seu
posicionamento relativamente aos grandes grupos actualmente existentes. É
impressionante como, ao mesmo tempo que falava da sua importância, a classe
política do PS demonstrou uma total falta de estratégia nacional.
Este ovo bateu-nos na cara na última
quinta-feira. Nesse dia, o governo do PS anunciou a privatização da TAP. Já não era sem tempo, embora o custo
político para o PS que foi a comissão parlamentar de inquérito tenha sido
relevante para a tomada de decisão. E é precisamente isso que a torna
ultrajante. Não foi o dinheiro gasto, a interferência política em decisões
empresariais que não cabem aos políticos, os danos causados numa empresa, o
risco que tal representa para os postos de trabalho. O motor
da privatização pode ter sido simplesmente este: para um socialista a TAP até
pode ser estratégica para o país, mas se for prejudicial para o PS, torna-se
descartável. A falta de
critério com que o PS atacou quem argumentou contra a nacionalização da
companhia e a incapacidade de reconhecer um erro é apenas um sinal disso mesmo.
As jovens que atingiram o ministro Duarte Cordeiro serão
provavelmente punidas pelo que fizeram. Já cada um de nós levou na face uma
ofensa muito maior, mas a culpa morrerá solteira. Pior: ficará a cargo da
vítima. O tal povo, esse ser imaginário em nome de quem, alguém que se julga
uma luminária se arroga o direito de falar e decidir sozinho que deve ser dono
de uma companhia área. Para o bem o para o mal a TAP era dos portugueses:
para o bem do PS e para o mal dos serviços públicos que o Estado não presta em
condições. No fundo, são prioridades a que temos de nos habituar.
PS POLÍTICA MANIFESTAÇÕES PROTESTOS SOCIEDADE
COMENTÁRIOS (de 11)
Alexandre Barreira: Pois. Essa do "PS também". Significa que há mais a atirar ovos ......!
F. Mendes: O que o PS nos faz é muito pior do que atirar ovos
podres. É, antes, liquidar a Nação Portuguesa, enchendo o país de gente do 3º
mundo, votantes dóceis dentro de alguns anos. E naturalmente, arrastar-nos para
a pobreza, ao nível da Bulgária dentro de pouco tempo. Costa e Marcelo são o
que de pior aconteceu na História de Portugal desde 1580, quando perdemos a
nossa independência. Tudo isto é trágico e verdadeiro.
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