Mas outras paisagens dos fundos marinhos
se conheciam já, como informa a Internet. E até, nos meus tempos de infância,
eu lera sobre uma cidade perdida no fundo do mar, jamais encontrada… Mas leio
na Internet que foram sete, as cidades afundadas para além dos titanics, o que não é de espantar, se
pensarmos na mão colaboradora do homem, no capítulo dos afundamentos…
Descoberta paisagem escondida na
Antártida. Debaixo do gelo existem vales e montanhas com mais de 14 milhões
de anos
A Antártida é um deserto gelado, mas
não é plana. As ondulações à superfície fazem adivinhar a existência de vales e
montanhas por baixo do gelo. Uma dessas paisagens foi agora revelada.
OBSERVADOR, 26
out. 2023, 13:25 4
▲Montanhas
Ellsworth na Antártida, um exemplo de relevo no continente
O gelo que cobre a Antártida
esconde antigas paisagens verdejantes. Na parte este do continente existe
um antigo vale, sulcado por um rio e mais tarde moldado pela
passagem dos glaciares, de acordo com uma investigação publicada, esta
terça-feira, na revista científica Nature Communications.
A descoberta desta paisagem
“escondida à vista de todos” leva a equipa de investigadores do Reino Unido e
Estados Unidos a pensar que podem existir outras, também por descobrir. O
mapeamento destas paisagens e potenciais amostragens feitas por baixo do gelo
podem ajudar a perceber como se formou e evoluiu o manto de gelo da Antártida
oriental, defendem.
Mais, perceber o que aconteceu no passado pode ajudar-nos a prever o que
poderá acontecer no futuro com paisagens semelhantes, uma vez que as atuais
condições atmosféricas (quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e
temperaturas) estão a aproximar-se das que se verificavam antes da última idade
do gelo, quando a temperatura era 3 a 7 ºC mais alta do que actualmente.
Ao centro, uma proposta do que seria a
Antártida sem a camada de gelo. Nas imagens laterais, o avião e equipamento
usadas para a recolha de dados — Cortesia de ICECAP e Stewart Jamieson/Durham
University
Como e quando se formaram estes vales
e montanhas?
A
paisagem ter-se-á formado há mais de 14 milhões anos — quando a Antártida se tornou
permanentemente gelada —, mas os cientistas estão confiantes que terá
acontecido antes disso, talvez imediatamente antes da primeira glaciação global
do continente, quando o este também se cobriu de gelo, há cerca de 34
milhões de anos.
Na verdade, os dados não são novos. O
que os investigadores fizeram foi analisá-los com uma nova abordagem. A
melhor técnica para estudar as camadas por baixo do gelo é a sondagem por eco
de radar (“radio-echo sounding”), que
utiliza as ondas de rádio para medir a profundidade dessas camadas e inferir o
relevo. Como o equipamento vai a bordo de um avião, tentar mapear a Antártida
desta forma não é uma tarefa fácil. Por isso, os investigadores usaram
imagens de satélite onde as ondulações à superfície são
evidentes para tentarem identificar onde estariam os vales e montanhas e
estudar apenas essas zonas. Mesmo assim, a região agora estudada tem mais de 32 mil quilómetros quadrados,
uma área maior do
que a da Bélgica, destaca o jornal The Guardian.
A equipa de Stewart S. R. Jamieson
e Neil Ross, investigadores no Departamento de Geografia da Universidade
de Durham (Reino Unido), descreve a formação da paisagem em cinco
momentos principais:
O
terreno foi sulcado pelas linhas de água enriquecidas num ambiente húmido, mas
sem grande profundidade.
A
separação do mega-continente Gonduana e a actividade tectónica levaram ao
aparecimento de falhas que partiram a crosta em blocos, ainda antes da primeira
grande glaciação do continente.
Os
sucessivos glaciares levaram ao aprofundamento dos vales inicialmente criados
pelos rios.
A
glaciação global permanente da Antártida fez com que os três blocos separados
pelas falhas e glaciares ficassem preservados por baixo do manto de gelo.
A
flutuação das margens geladas da Antártida, com aumento e diminuição da
cobertura de gelo, não foram o suficiente para expor a paisagem antiga.
ANTÁRTIDA MUNDO ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS CLIMA AMBIENTE CIÊNCIA
COMENTÁRIOS (de 4):
Luís Mota: Mais uma vez se comprova que as tão
apregoadas alterações climáticas têm pouca ou nenhuma influência humana, muito
menos com a quantidade de CO2 presente na atmosfera. A existirem, serão
certamente resultado de alterações à escala planetária, incluindo do seu interior,
e não reflexo de uns míseros 0.04% de CO2 que existe na atmosfera dos quais só
3.5 a 5% são resultado directo da acção humana. A humanidade pode ser bem menos
perniciosa para o ambiente e para a diversidade, mas pouco poderá fazer
relativamente às alterações climáticas. O que pode (e deve) fazer é
organizar-se a ajustar-se ao que aí virá...
Ana Maia: Somos assaltados diariamente por uma
data de fundamentalistas do clima por causa das alterações climáticas. E no
entanto ainda descobrimos coisas sobre a terra que nos eram desconhecidas desta
vez um "vale verdejante" na Antártida (se ali havia um vale
verdejante quais seriam as temperaturas por cá? E sem combustíveis fósseis a
quem culpar). Parece que ao contrário daquilo que
alguns parecem pensar, nós não controlamos nem a natureza nem os fenómenos
climáticos, parece mais que é a natureza e o clima da terra que nos controla a
nós. É capaz de estar na altura de perceber algo tão simples como isto em vez
de se promover o retorno á idade da pedra. Ou acreditam que
se nos estivermos a aproximar de uma nova idade do gelo a iremos conseguir
evitar?
Algumas Notas da Internet:
Grandes profundezas
A vastidão
dos mares abriga coisas que a ciência ainda nem conhece, mas, graças aos
avanços tecnológicos na oceanografia, a humanidade já pode alcançar até
seus lugares mais profundos.
8 curiosidades sobre as profundezas do oceano
Mais de 80%
do oceano ainda é desconhecido. Entenda o porquê!
Nos
litorais, onde o oceano é mais raso, estamos na chamada plataforma continental.
Nessa região, que pode se estender a até 500 quilômetros da costa, a
profundidade aumenta suavemente até cerca de 150 metros abaixo da superfície. Até
as fossas oceânicas — os lugares mais profundos do planeta — há um grande
caminho pela frente.
Em
locais de afastamento de placas tectónicas— como é o caso do Oceano Atlântico
entre o Brasil e a África — o que se segue é uma vasta planície abissal. Estas
regiões alcançam de 3.000 a 6.000 metros de profundidade e correspondem a quase
70% do oceano global. Apesar do nome,
estas áreas não são totalmente planas, existem formações como colinas, vales e
montes submarinos. Locais como esse não recebem luz solar e possuem uma
fauna adaptada para estas condições. No centro das planícies
abissais, encontramos as dorsais oceânicas — cadeias montanhosas nas profundidades
do mar, onde as placas tectónicas se estão, hoje, separando. Para preencher
o espaço deixado pelo lento afastamento delas, o magma no manto do planeta sobe, integrando-se à crosta terrestre. É nessas regiões que se concentram as
fontes hidrotermais oceânicas — as fumarolas — em que o calor do manto cria na
água um ambiente que cientistas imaginam que seja próximo ao do surgimento da vida na Terra.
Composição do fundo do oceano
Depois
da plataforma continental, os oceanos se tornam muito mais profundos
rapidamente. Isso se deve aos chamados taludes ou declives continentais. Com
uma inclinação acentuada, a profundidade aumenta rapidamente, podendo chegar
aos 2 km ou mais, a depender do local. Assim como na plataforma continental, os
materiais que recobrem essa região são predominantemente areia, rochas e lama —
composta por sedimentos minerais e restos de
organismos marinhos.
Os
peixes abissais vivem na faixa de 75 a 4.000 metros de profundidade (Imagem: Masaki Miya/Wikimedia Commons)
Se,
quando as placas tectónicas se afastam, elas criam as planícies e as dorsais
oceânicas, quando elas se encontram — e uma entra em baixo da outra — o oceano
chega às suas maiores profundidades.
São as chamadas fossas oceânicas — a maior delas é a Fossa das Marianas, no Oceano
Pacífico, com 10.920 metros de
profundidade. O peixe-caracol das Marianas (Pseudoliparis swirei) já foi
encontrado a 7.000 metros no fundo do mar (Imagem: Wang et al./Reprodução via
Nature)
A
ausência de luz e a alta pressão nesses locais tornam as fossas habitats
inóspitos, mas alguns peixes e, principalmente, bactérias quimiossintetizantes,
ainda os habitam. Estas não usam a luz como fonte de energia e, sim, moléculas
como o metano ou compostos de enxofre, ferro e nitrogênio.
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