sábado, 28 de outubro de 2023

As coisas que se vão sabendo

 

Mas outras paisagens dos fundos marinhos se conheciam já, como informa a Internet. E até, nos meus tempos de infância, eu lera sobre uma cidade perdida no fundo do mar, jamais encontrada… Mas leio na Internet que foram sete, as cidades afundadas para além dos  titanics, o que não é de espantar, se pensarmos na mão colaboradora do homem, no capítulo dos afundamentos…

Descoberta paisagem escondida na Antártida. Debaixo do gelo existem vales e montanhas com mais de 14 milhões de anos

A Antártida é um deserto gelado, mas não é plana. As ondulações à superfície fazem adivinhar a existência de vales e montanhas por baixo do gelo. Uma dessas paisagens foi agora revelada.

VERA NOVAIS: Texto

OBSERVADOR, 26 out. 2023, 13:25 4 

Montanhas Ellsworth na Antártida, um exemplo de relevo no continente

O gelo que cobre a Antártida esconde antigas paisagens verdejantes. Na parte este do continente existe um antigo vale, sulcado por um rio e mais tarde moldado pela passagem dos glaciares, de acordo com uma investigação publicada, esta terça-feira, na revista científica Nature Communications.

A descoberta desta paisagem “escondida à vista de todos” leva a equipa de investigadores do Reino Unido e Estados Unidos a pensar que podem existir outras, também por descobrir. O mapeamento destas paisagens e potenciais amostragens feitas por baixo do gelo podem ajudar a perceber como se formou e evoluiu o manto de gelo da Antártida oriental, defendem.

Mais, perceber o que aconteceu no passado pode ajudar-nos a prever o que poderá acontecer no futuro com paisagens semelhantes, uma vez que as atuais condições atmosféricas (quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e temperaturas) estão a aproximar-se das que se verificavam antes da última idade do gelo, quando a temperatura era 3 a 7 ºC mais alta do que actualmente.

Ao centro, uma proposta do que seria a Antártida sem a camada de gelo. Nas imagens laterais, o avião e equipamento usadas para a recolha de dados — Cortesia de ICECAP e Stewart Jamieson/Durham University

Como e quando se formaram estes vales e montanhas?

A paisagem ter-se-á formado há mais de 14 milhões anosquando a Antártida se tornou permanentemente gelada —, mas os cientistas estão confiantes que terá acontecido antes disso, talvez imediatamente antes da primeira glaciação global do continente, quando o este também se cobriu de gelo, há cerca de 34 milhões de anos.

Na verdade, os dados não são novos. O que os investigadores fizeram foi analisá-los com uma nova abordagem. A melhor técnica para estudar as camadas por baixo do gelo é a sondagem por eco de radar (“radio-echo sounding”), que utiliza as ondas de rádio para medir a profundidade dessas camadas e inferir o relevo. Como o equipamento vai a bordo de um avião, tentar mapear a Antártida desta forma não é uma tarefa fácil. Por isso, os investigadores usaram imagens de satélite onde as ondulações à superfície são evidentes para tentarem identificar onde estariam os vales e montanhas e estudar apenas essas zonas. Mesmo assim, a região agora estudada tem mais de 32 mil quilómetros quadrados, uma área maior do que a da Bélgica, destaca o jornal The Guardian.

A equipa de Stewart S. R. Jamieson e Neil Ross, investigadores no Departamento de Geografia da Universidade de Durham (Reino Unido), descreve a formação da paisagem em cinco momentos principais:

O terreno foi sulcado pelas linhas de água enriquecidas num ambiente húmido, mas sem grande profundidade.

A separação do mega-continente Gonduana e a actividade tectónica levaram ao aparecimento de falhas que partiram a crosta em blocos, ainda antes da primeira grande glaciação do continente.

 Os sucessivos glaciares levaram ao aprofundamento dos vales inicialmente criados pelos rios.

A glaciação global permanente da Antártida fez com que os três blocos separados pelas falhas e glaciares ficassem preservados por baixo do manto de gelo.

A flutuação das margens geladas da Antártida, com aumento e diminuição da cobertura de gelo, não foram o suficiente para expor a paisagem antiga.

ANTÁRTIDA     MUNDO     ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS     CLIMA     AMBIENTE     CIÊNCIA

 

COMENTÁRIOS (de 4):

Luís Mota: Mais uma vez se comprova que as tão apregoadas alterações climáticas têm pouca ou nenhuma influência humana, muito menos com a quantidade de CO2 presente na atmosfera. A existirem, serão certamente resultado de alterações à escala planetária, incluindo do seu interior, e não reflexo de uns míseros 0.04% de CO2 que existe na atmosfera dos quais só 3.5 a 5% são resultado directo da acção humana. A humanidade pode ser bem menos perniciosa para o ambiente e para a diversidade, mas pouco poderá fazer relativamente às alterações climáticas. O que pode (e deve) fazer é organizar-se a ajustar-se ao que aí virá...

Ana Maia: Somos assaltados diariamente por uma data de fundamentalistas do clima por causa das alterações climáticas. E no entanto ainda descobrimos coisas sobre a terra que nos eram desconhecidas desta vez um "vale verdejante" na Antártida (se ali havia um vale verdejante quais seriam as temperaturas por cá? E sem combustíveis fósseis a quem culpar). Parece que ao contrário daquilo que alguns parecem pensar, nós não controlamos nem a natureza nem os fenómenos climáticos, parece mais que é a natureza e o clima da terra que nos controla a nós. É capaz de estar na altura de perceber algo tão simples como isto em vez de se promover o retorno á idade da pedra. Ou acreditam que se nos estivermos a aproximar de uma nova idade do gelo a iremos conseguir evitar?

Algumas Notas da Internet:

Grandes profundezas

A vastidão dos mares abriga coisas que a ciência ainda nem conhece, mas, graças aos avanços tecnológicos na oceanografia, a humanidade já pode alcançar até seus lugares mais profundos.

8 curiosidades sobre as profundezas do oceano

Mais de 80% do oceano ainda é desconhecido. Entenda o porquê!

Nos litorais, onde o oceano é mais raso, estamos na chamada plataforma continental. Nessa região, que pode se estender a até 500 quilômetros da costa, a profundidade aumenta suavemente até cerca de 150 metros abaixo da superfície. Até as fossas oceânicas — os lugares mais profundos do planeta — há um grande caminho pela frente.

Em locais de afastamento de placas tectónicas— como é o caso do Oceano Atlântico entre o Brasil e a África — o que se segue é uma vasta planície abissal. Estas regiões alcançam de 3.000 a 6.000 metros de profundidade e correspondem a quase 70% do oceano global. Apesar do nome, estas áreas não são totalmente planas, existem formações como colinas, vales e montes submarinos. Locais como esse não recebem luz solar e possuem uma fauna adaptada para estas condições. No centro das planícies abissais, encontramos as dorsais oceânicas — cadeias montanhosas nas profundidades do mar, onde as placas tectónicas se estão, hoje, separando. Para preencher o espaço deixado pelo lento afastamento delas, o magma no manto do planeta sobe, integrando-se  à crosta terrestre. É nessas regiões que se concentram as fontes hidrotermais oceânicas — as fumarolas — em que o calor do manto cria na água um ambiente que cientistas imaginam que seja próximo ao do surgimento da vida na Terra.

Composição do fundo do oceano

Depois da plataforma continental, os oceanos se tornam muito mais profundos rapidamente. Isso se deve aos chamados taludes ou declives continentais. Com uma inclinação acentuada, a profundidade aumenta rapidamente, podendo chegar aos 2 km ou mais, a depender do local. Assim como na plataforma continental, os materiais que recobrem essa região são predominantemente areia, rochas e lama — composta por sedimentos minerais e restos de organismos marinhos.

Os peixes abissais vivem na faixa de 75 a 4.000 metros de profundidade (Imagem: Masaki Miya/Wikimedia Commons)

Se, quando as placas tectónicas se afastam, elas criam as planícies e as dorsais oceânicas, quando elas se encontram — e uma entra em baixo da outra — o oceano chega às suas maiores profundidades. São as chamadas fossas oceânicasa maior delas é a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, com 10.920 metros de profundidade. O peixe-caracol das Marianas (Pseudoliparis swirei) já foi encontrado a 7.000 metros no fundo do mar (Imagem: Wang et al./Reprodução via Nature)

A ausência de luz e a alta pressão nesses locais tornam as fossas habitats inóspitos, mas alguns peixes e, principalmente, bactérias quimiossintetizantes, ainda os habitam. Estas não usam a luz como fonte de energia e, sim, moléculas como o metano ou compostos de enxofre, ferro e nitrogênio.

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