O Ricardo mandou-me o poema que a Ana pôs, não sei se num facebook de
alguma amiga. Um avô sensível e feliz, que assim me vai mandando fotos e
referências, que eu recolho com encantamento. Como foi com o poemeto seguinte,
de uma mãe venturosa, que encara a união futura dos seus bebés gémeos “amiguinhos
de sempre”, “amiguinhos para sempre”. Um lindo poema, este da Ana, de acordo
com os momentos que vive, de vaivém forçado – um já é obra, dois deve ser
complicado – para mais em tempo de confinamento pandémico, que não permite
auxílio alheio, nem de empregada doméstica, de que a covid-19 fez prescindir.
Excepto, é claro, das respectivas avós, sempre disponíveis. Uns bebés “fofinhos”,
uma mãe e pai e mano – o Pedrito -no meio dessa harmonia, pressentida no poema,
mais um cântico como os que a Ana canta e ensina, com a sua voz trabalhada por
registos de erudição modernista incidindo nos cantos populares ou outros da sua
sensibilidade interpretativa. Uma mensagem de amor, num poema que simultaneamente
dá conta do espírito gracioso dessa mãe terna e subtilmente irónica.
POEMETO DA ANA AOS GÉMEOS
QUE ALEGRIA TER
ALGUÉM
COM QUEM PARTILHAR
O BERÇO
COM QUEM PARTILHAR
A VIDA DESDE O COMEÇO.
UM CORAÇÃO A BATER
MESMO AO LADO DO
MEU
PARA ME EMBALAR
QUANDO HÁ ESTRELAS NO CÉU.
QUE ALEGRIA
OUVIR-TE CHORAR
QUANDO TAMBÉM
ESTOU TRISTE
E PODER DIVIDIR
TODA A TRISTEZA QUE EXISTE.
PODER SORRIR SEM
QUERER
EM SONHOS
PARTILHADOS
NUM INSTANTE
SABEREMOS RIR ACORDADOS.
QUE ALEGRIA QUE
ALEGRIA
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