terça-feira, 2 de junho de 2020

Manuelzinho e Joãozinho



O Ricardo mandou-me o poema que a Ana pôs, não sei se num facebook de alguma amiga. Um avô sensível e feliz, que assim me vai mandando fotos e referências, que eu recolho com encantamento. Como foi com o poemeto seguinte, de uma mãe venturosa, que encara a união futura dos seus bebés gémeos “amiguinhos de sempre”, “amiguinhos para sempre”. Um lindo poema, este da Ana, de acordo com os momentos que vive, de vaivém forçado – um já é obra, dois deve ser complicado – para mais em tempo de confinamento pandémico, que não permite auxílio alheio, nem de empregada doméstica, de que a covid-19 fez prescindir. Excepto, é claro, das respectivas avós, sempre disponíveis. Uns bebés “fofinhos”, uma mãe e pai e mano – o Pedrito -no meio dessa harmonia, pressentida no poema, mais um cântico como os que a Ana canta e ensina, com a sua voz trabalhada por registos de erudição modernista incidindo nos cantos populares ou outros da sua sensibilidade interpretativa. Uma mensagem de amor, num poema que simultaneamente dá conta do espírito gracioso dessa mãe terna e subtilmente irónica.

POEMETO DA ANA AOS GÉMEOS

QUE ALEGRIA TER ALGUÉM
COM QUEM PARTILHAR O BERÇO
COM QUEM PARTILHAR A VIDA DESDE O COMEÇO.

UM CORAÇÃO A BATER
MESMO AO LADO DO MEU
PARA ME EMBALAR QUANDO HÁ ESTRELAS NO CÉU.

QUE ALEGRIA OUVIR-TE CHORAR
QUANDO TAMBÉM ESTOU TRISTE
E PODER DIVIDIR TODA A TRISTEZA QUE EXISTE.

PODER SORRIR SEM QUERER
EM SONHOS PARTILHADOS
NUM INSTANTE SABEREMOS RIR ACORDADOS.

QUE ALEGRIA QUE ALEGRIA

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