sábado, 15 de janeiro de 2022

É necessário


Abrirmos os olhos sobre o que poderá – ou não - vir a suceder. Muitos avisaram, José Milhazes deu o pontapé de saída…

“E as mães que o som terríbil escutaram

Aos peitos os filhinhos apertaram…” (“Lusíadas”)

Campanha eleitoral parola

Os nossos políticos fazem de conta que uma guerra às portas de países da União Europeia e da NATO, organizações de que Portugal faz parte, ou com a participação delas, não nos diz respeito.

JOSÉ MILHAZES, Colunista do Observador. Jornalista e investigador

OBSERVADOR, 14 jan 2022, 00:1765

Claro que a abordagem da degradação do Serviço Nacional de Saúde, do aumento dos salários, das pensões, do preço dos combustíveis, da carga fiscal são muito importantes numa campanha eleitoral em Portugal, mas uma guerra entre as “distantes” Rússia e Ucrânia poderá pôr tudo a perder.

Por isso, esperava que esse tema fosse abordado em algum dos numerosos debates televisivos entre os dirigentes de vários partidos, mas enganei-me redondamente. Os nossos políticos fazem de conta que uma guerra às portas de países da União Europeia e da NATO, organizações de que Portugal faz parte, ou com a participação delas, não nos diz respeito. Isto tornou-se particularmente evidente no debate entre João Oliveira, representante do Partido Comunista Português, e Rui Rio, dirigente do PSD. Quando este último tentou abordar as posições assumidas pelo PCP face à União Europeia e à NATO ou falar de modelos de governo que os comunistas veneram: Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, João Oliveira contra-atacou para dizer que estava ali para falar dos problemas do país.

Com isto não quero dizer que Rui Rio quisesse dedicar algum do seu tempo cronometrado à grave situação criada na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia ou à profunda crise existente nas relações entre a Aliança Atlântica e Moscovo. Ele e outros dirigentes políticos nacionais não fazem isso simplesmente porque discutir os grandes temas internacionais, mesmo aqueles que já nos afectam ou podem vir a afectar no futuro, não dá votos.

Dediquei algum tempo à procura de uma palavra capaz de definir esta forma de estar na política e acho que “parola” é a que melhor a define; dizer que ela é “provinciana” será pouco.

Impasse perigoso na Europa

Não quero fomentar o pânico, mas as relações entre a Rússia, por um lado, e os Estados Unidos, NATO e União Europeia, entraram num terreno muito perigoso. A situação é tão grave que já se ouvem vozes na Finlândia e na Suécia, países que se mantiveram neutros durante a “guerra fria”, a falar da possibilidade da sua adesão à Aliança Atlântica.

No caso concreto da Finlândia, país que sempre evitou irritar o seu poderoso vizinho e até tirou grandes proveitos económicos da sua neutralidade, perdeu o receio e ameaçou aderir à NATO caso a Rússia invada a Ucrânia. Esta é a posição unânime do Presidente conversador Sauli Niinistö e da jovem primeira-ministra social-democrata Sanna Marim.

Isto deveria fazer pensar o Presidente russo, que conseguiu pôr todos os seus vizinhos ocidentais contra si, considerando que a culpa da deterioração das relações com o Ocidente é toda deste último.

Mas parece que esse momento não chegará. Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin”, utilizou a palavra “fracasso” para caracterizar a primeira volta das conversações entre as partes, um sinal de que o Kremlin vai continuar a pressionar para conseguir os seus objectivos, principalmente no que respeita ao não alargamento da NATO a países como Ucrânia, Geórgia e Moldávia e à instalação de infraestruturas e armamentos da Aliança Atlântica junto das fronteiras russas. Segundo Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, os Estados Unidos prometeram apresentar uma resposta por escrito ao ultimato de Putin na próxima semana, mas é praticamente certo que ela não agradará a Moscovo. Já foi prometido por ambas as partes continuar o diálogo, mas até quando? O Kremlin quer resultados rápidos, o que dificulta ainda mais as coisas.

Entretanto, continuam as acusações mútuas de instalação de tropas e armamentos nas zonas fronteiriças. Os separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk falam de armamento pesado. Nesta situação, qualquer atrito ou provocação poderá gerar um conflito armado de grandes dimensões.

É difícil compreender a razão e as vantagens que poderão levar Putin a envolver-se num confronto militar com a Ucrânia, mas ele colocou a fasquia tão alto que é difícil vislumbrar qual a solução para este grave problema. Talvez ela passe mesmo pelo “Quarteto da Normandia” (França, Alemanha, Rússia e Ucrânia) e pelos Acordos de Minsk? Aqui há uma unanimidade quanto ao conteúdo do citado documento, havendo divergências na sequência da sua realização. Kiev quer reaver primeiro o controlo da fronteira russo-ucraniana nas regiões separatistas e só depois definir o estatuto desses territórios, mas os separatistas (leia-se, Putin) defendem o contrário.

Em Agosto de 2008, Vladimir Putin, então primeiro-ministro da Rússia, encontrava-se a assistir à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim quando deu ordem às suas tropas para invadir a Geórgia. Dentro de três semanas, ele estará na capital chinesa para assistir à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno… Não sou supersticioso, mas…

LEGISLATIVAS 2022   ELEIÇÕES   POLÍTICA   UCRÂNIA   EUROPA   MUNDO   NATO   RÚSSIA

COMENTÁRIOS:

João Floriano: Também reparei mas não me provocou qualquer espanto. O PCP  é um ninho de bacocos empertigados na sua superioridade moral. Estão presos algures no tempo mas o pior é que sempre os temos aturado, ano após ano. Não consigo perceber a empatia que uma figura sinistra como Jerónimo de Sousa possa provocar. Só o politicamente correcto pode ter justificado as expressões hipócritas de rápido retorno por parte dos nossos igualmente políticos bacocos. Que melhore mas fique em casa porque faz-nos tanta falta como um ataque de sarna. Não esquecer que o PCP tem no seu programa o contributo nacional para a dissolução da NATO. Anarquista Inconformado > João Floriano: Um chaganista bacoco e empertigado é isto. Apenas um carrapato.           Elvis Wayne: Portugal pouco ou nada interessa. Até a Moldávia nos dava uma abada de criar bicho.         Hugo c: a Finlândia não foi neutra durante a Segunda Guerra Mundial. A Finlândia teve de lutar sem qualquer aliado contra o exército Vermelho de Stalin e Trotsky. Teve 22 000 mil mortes, o seu exército aceitava Judeus no seu regimento. Lançar um suposto atrito entre a Finlândia e a Rússia será enganador ou não confirmado. Finlândia foi derrotada no seu próprio reduto, duvido que tenham esquecido a destruição de Helsínquia, muito menos negar os laços económicos com Moscovo. Seria um erro absoluto.          David Pinheiro: Façam um referendo por região, na Ucrânia. Os de Leste que quiserem pertencer à Rússia, adeus. Os de Oeste são muito bem-vindos na UE e NATO. Todos ficam satisfeitos.           Antonio Tavares: Na Tugalandia o pessoal só acorda para a situação na Europa/Rússia quando um ou dois aviões militares nacionais forem destruídos por mísseis  made in Rússia, numa missão aérea no âmbito da NATO. Depois já pode ser tarde para parar a guerra NATO / Rússia.            João Afonso: Parola é uma boa escolha para definir a pobreza das ofertas político-partidárias à escolha para dia 30.             Anarquista Inconformado Oh Milhazes, que tem a tua agenda a ver com as eleições legislativas em Portugal?                  PENSADOR: Rio foi o único que aflorou o tema. Logicamente o PCP descartou a ideia, bem como toda a esquerda... Elucidativo!          PortugueseMan ...: O Kremlin quer resultados rápidos, o que dificulta ainda mais as coisas... O Kremlin já está a ter resultados rápidos. Basta ver o caos energético na Europa. O pipeline que passa pela Polónia há 24 dias que não passa gás russo. Em pleno Inverno. Os polacos estão assim: Polish government to scrap VAT on food and gas in latest anti-inflation package ...Poland’s government has unveiled further measures intended to soften the blow of rising inflation, which is at its highest level in over two decades and among the highest in the European Union... Os russos ainda nem sequer começaram a se mexer. A Europa está a pagar para ter alguns barcos GNL a preços nunca vistos. Vai ter repercussões em tudo. Os ucranianos então, se não estivessem a receber gás pela Polónia...

márioUnas > PortugueseMan A Europa está a pagar para ter alguns barcos GNL a preços nunca vistos. Refere-se à rota transatlântica de gás? Serve provavelmente para conseguir(mos) manter o braço de ferro com o modo de  fornecimento de gás russo (via países de trânsito - Ucrânia e Polónia) pelo menos durante o período de inverno. Lá para o final do ano, a factura dessa conta vai cair sobre todos nós com estrondo.          PortugueseMan > mário Unas: Sim. E a factura vai cair (com estrondo) antes do fim do ano.         Elvis Wayne > PortugueseMan: Sobre nós  não,  recebemos gás  da Argélia           PortugueseMan > Elvis Wayne: Nós directamente não. Mas vamos ser afectados indirectamente porque vários países da UE vão ter subida de preços nos seus produtos/serviços. Que vai afectar um pouco de tudo. Incluindo a competitividade da economia europeia. No entanto gostaria de salientar que o gás vindo da Argélia poderá ter os seus problemas. Neste momento já há problemas com um dos pipelines e Marrocos. E a Gazprom está na Argélia... Dê uma espreitadela.           mário Unas > Elvis Wayne: Quando o Elvis vir a inflação e as taxas de juro a escalar até se vai assustar.           mário Unas: Face à presente intransigência daqueles que fizeram e continuam a fazer tábua rasa do Tratado de Minsk, parece-me ter sido tomada por alguns países membros da NATO (North Atlantic Terrorist Organisation) uma decisão tão ousada quanto gananciosa. Os imensos recursos energéticos russos são simplesmente irresistíveis. Curiosamente, enquanto a Rússia se converteu numa nação nacionalista e conservadora, os erros do comunismo espalharam-se como ervas daninhas pelos países do ocidente: Os “comunistas” agora somos nós… A continuarmos este rumo, aquela nação ainda vai acabar por ser instrumento do nosso castigo.              Nuno Pê: Oh Milhazes, todos já perceberam há anos que a Rússia é um tigre de papel e que apenas quer ser respeitada como potência regional, e que a NATO e os EUA não o permitem porque querem subjugar a Rússia. E, para guerras parvas como esta, ninguém dá um cêntimo. Queres guerra, vai tu para a frente de batalha.           Fernando Fernandes > Nuno Pê: O que passou na Chechénia, o que se passa na Ucrânia (actual), o que se faz durante a ocupação de territórios pós 2ªGM, o que se passou durante a revolução, durante a URSS, não são coisas de animais de papel. A Rússia tem o maior arsenal de armas nucleares e temo, não essas bombas, mas o louco que pode utilizar uma delas.          josé maria: José Milhazes, todas as ocasiões são boas para bater no Putin, eu também acho que ele é um político desprezível. Mas não será obsessão a mais contra o homem ? Não tem mais assuntos, politicamente relevantes, para equacionar? O SMN por exemplo? Ou qualquer outro assunto que interesse directamente à bolsa dos portugueses ?              Fernando Fernandes > josé maria: Pois... Diziam o mesmo quando alguns atacavam Hitler. Tinha seguidores em França, Itália, Noruega, EUA, Argentina, Vaticano, Espanha, e foi o que foi.            Álvaro Aragão Athayde: Dado que a população portuguesa não faz a menor ideia do que é a Questão do Intermarium. Dado que o governo português não teve, tem, nãoterá, a menor influência na resolução da dita questão. Qual seria o sentido de a trazer à colação nos debates das eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022?          Fernando Fernandes > Álvaro Aragão Athayde: Caro Álvaro, Vamos admitir que a Rússia invade a Ucrânia ou a Polónia. A NATO intervém. Tem filhos, netos, primos, sobrinhos, irmãos mais novos, família, amigos? Pois, irá provavelmente despedir-se deles para sempre. Não nos devemos preocupar? Olhe que sim!        Álvaro Aragão Athayde > Fernando Fernandes: Caro Fernando Alguma vez a Rússia avançou sobre o Ocidente sem antes o Ocidente tenha avançado sobre a Rússia? A História é uma Grande Mestra, sabe?            mário Unas > Álvaro Aragão Athayde: Mas a História desde 1990 até ao presente diz-nos que o Ocidente, ao contrário do que prometera, já avançou sobre a Rússia, a tal ponto que esta se encontra cercada!         Elvis Wayne > Álvaro Aragão Athayde: Sim, pergunte à Polónia.          César Fernando Diniz das Neves: Mais um artigo de colaboracionismo puro e duro. Aqui há anos, os EU quase provocavam uma guerra mundial, por Cuba querer lá instalar misseis russos. Agora, os EU e a NATO, querem colocar os mísseis junto á fronteira da Rússia, numa nítida ameaça e provocação á Rússia. Mas não: os colaboracionistas e a propaganda vira tudo do avesso, e guincham que quem está a provocar é a Rússia. Conclusão: os EU estão agora a utilizar a UE para vir a chacinar as crianças russas, como já fez no Iraque e Afeganistão; e uma vez isso feito, é a vez das crianças da UE. Têm dúvidas? Não tenham. O Hitler fez o mesmo. Juntou-se à Polónia e à Rússia para as invasões iniciais. Uma vez isso feito: invadiu e destruiu a Polónia; e invadiu e tentou destruir a Rússia. Preparem-se          Miguel Nobre Leitão > César Fernando Diniz das Neves: Lol. O seu comentário está completamente desajustado da realidade. Não existe nenhuma colocação de mísseis da NATO na fronteira da Rússia, nem o propósito de invadir a Rússia.  A Rússia é que quer destabilizar a Europa e invadiu a Ucrânia, violando um tratado internacional.            César Fernando Diniz das Neves > Miguel Nobre Leitão: Querer que Ucrânia faça parte da NATO é o quê? Um acto de paz e amizade aos russos? Pela sua conversa, só pode achar...         Fernando Fernandes > Miguel Nobre Leitão: Bem, a questão dos mísseis não é bem como diz. Há realmente mísseis na Turquia, Alemanha (MGM-31 Pershing), entre outros. Mas a Rússia tem-nos bem no centro da Europa a escassos segundos de seus alvos europeus (caso o deseje fazer). Kaliningrado fica a minutos de qualquer país da NATO. Ora isso, não é alvo de discussão por nenhuma das partes, mas é uma verdadeira ameaça ao Ocidente.         César Fernando Diniz das Neves > Fernando Fernandes: Caro Senhor, Mas que ameaça!? Ameaça, só dos EU á Rússia, China, UE, países árabes, e tudo e mais alguma coisa que seja produtor de recursos importantes ou concorrente nos mercados….. Não esqueça que um presidente dos EU já disse que a UE era mais perigosa que a China, só que mais pequena: é que não se ensaiava nada de enfiar uma bomba atómica na Europa. Convém não esquecer. A Europa devia era unir-se á Rússia, para então poder fazer frente aos EU e á China.          Teotonio Bernardo: A UE deve ficar de lado pois isto é apenas uma guerra entre os USA e Russia. Nada de servir de rede de tenis. A Nato quer ter posições avançadas na Geórgia e Ucrânia, a Rússia não tolera. A Rússia  Nato é totalmente manobrada pelos americanos, a UE passa melhor sem ela. A UE deve ter forças armadas próprias.         Riaz Carmali > Teotonio Bernardo: Concordo consigo meu caro. Para "cãozinho de estimação" dos EUA já basta o Reino Unido!!  Nós europeus só temos a ganhar se mantivermos boas relações com a Rússia.  40% do petróleo e gás usado pelos países da Europa Central vêm da Rússia, e Putin não quer perder o seu cliente europeu. Estas tensões são de facto entre os EUA e a Rússia, medida em que a Guerra Fria só acabou formalmente para os EUA!!! Depois, há outra questão..... ..... Os americanos podem, segundo a NBC, a Newsweek, o New York Times e outros media americanos de prestígio, estar perto de uma guerra civil!!! E Biden, numa tentativa desesperada de unir a população do seu país, poderá fazer uma guerra com outra potência........ A bem da paz na Europa é bom a UE ter o seu próprio exército, porque a NATO, como disse e bem, é controlada pelo Tio Sam!!!         Miguel Nobre Leitão > Teotonio Bernardo: A NATO não é manobrada pelos EUA, e Portugal é membro efetivo da NATO, algo que presumo que não deve gostar. Ou se contém a Rússia, ou iremos ter graves problemas. A afirmação que a NATO quer ter posições avançadas na Ucrânia e na Geórgia é falsa.           Miguel Nobre Leitão > Riaz Carmali: Vendes a alma pelo dinheiro!  A Europa se diminuir as necessidades energéticas acaba de vez com a prepotência da Rússia. Ademais a Rússia não se mete com os EUA, está a chantagear a Europa com a imposição de posições, i.e, não permitir que os países decidam livremente se podem aderir à NATO.  Sendo Portugal um  país que consagra a liberdade, não devemos limitar a liberdade dos outros. A não ser que sejamos comunistas ou bloquistas, aí, a liberdade é definida por eles e não pelo Povo.           Riaz Carmali > Miguel Nobre Leitão: Longe!! Muito longe estou eu se ter simpatia com o Comunismo, que para mim é na prática, outra forma de Fascismo!!! Apenas estou a colocar os interesses de Portugal acima dos de todos os outros países!!!  Eu não tenho partidos na questão da Rússia e dos EUA. Mas se vir num mapa, a Rússia Europeia tem um território plano, fácil de ser invadido!! Daí, os russos não quererem tropas do Tio Sam às suas portas!!! Os EUA de hoje não são os mesmos de há 30 anos!!! Muita coisa mudou lá dentro!!!  Veja como passaram por cima da França, na questão da venda de submarinos à Austrália!!! Na minha opinião, a NATO está obsoleta, servindo apenas para a projeção do poder militar americano!! Sou favorável à criação de um exército da União Europeia que seja forte o suficiente para acabar com a nossa dependência dos EUA!!!!          Teotonio Bernardo > Riaz Carmali: Nem mais, e existe ainda o pormenor de que a quebra de fornecimento de gás da Rússia à Europa tem obrigado a  Europa a comprar gás vindo dos Estados Unidos em navios. Estas "ajudas" dão sempre grande lucro a quem as presta. "estar perto de uma guerra civil!!! " A situação interna nos USA é muito complicada, inflação de mais de 7%, o dólar fraco, altamente dependentes da China, muita miséria. Não sei no que vai dar.            Teotonio Bernardo > Miguel Nobre Leitão: Isto não tem que ver com comunismo ou capitalismo. A Rússia nem é comunista. Cuidado com a propaganda. Mas a respeito de liberdade, a Rússia também pode colocar posições avançadas em Cuba e na Venezuela, aliás já ameaçou. A Rússia pode muito bem meter-se com os USA, os USA perdem as guerras todas. Até a Coreia do Norte pode enfrentar os USA. Não me venha com insinuações de que não devo gostar (logo devo ser um comunista). Claro que a NATO são os USA. Ser membro da NATO significa permitir aos USA ter posições avançadas fora do seu país. Os USA são o país mais bélico do planeta e não param de criar instabilidade por todo o lado.    Riaz Carmali > Teotonio Bernardo: Vivemos tempos muito complicados!!! Os EUA, são claramente uma potência em declínio acelerado. E a história tem mostrado que potências assim, acabam por fazer manobras de diversão como criar uma guerra em larga escala, para tentar desesperadamente unir a sua população em torno de uma ideia comum!!! Na minha modesta opinião, é o que Biden está a fazer, tanto na Rússia como no Extremo Oriente!! A situação interna nos EUA é caótica!!! Além do que descreveu, temos franjas da sociedade americana armadas "até aos dentes" que em nada se revêem no governo federal!! Temos boa parte do Partido Republicano a "pensar" que Trump foi quem ganhou as eleições!! As infraestruturas americanas estão envelhecidas!!! E depois há a questão da secessão da Califórnia que sozinha seria a 7a maior economia mundial!!!! Já um terço da população daquele estado quer separar-se da União..... Se me permite, faço minhas as suas palavras concluindo apenas que "não sei no que vai dar"..... Com os melhores cumprimentos           Riaz Carmali >Teotonio Bernardo: De facto!!! Pensa-se que os russos já têm uma presença na Venezuela!! O quão significativa é, pessoalmente não sei!! A NATO está obsoleta na medida em que é apenas uma forma do Tio Sam projetar o seu poder militar pelo Mundo!! Daí eu ser favorável a que a União Europeia tenha a sua própria aliança militar e uma política externa comum!!!! Quando os EUA decidiram invadir o Iraque em 2003, a Alemanha e França souberam "dar um murro na mesa" ao não participarem nessa invasão!!!! Hoje, França e Alemanha, parecem ter perdido o alento......          Fernando Fernandes > Riaz Carmali: A Europa pode e deve ter um exército comum. Mas para que isso aconteça, primeiro temos de ter uma federação que una os países. Doutro modo será como tem sido até agora, uns a pagar e outros calminhos esperando que nada aconteça. Mas mesmo com essa federação, com um comando único, não faltarão dos que dirão que a Alemanha se está a rearmar e a ameaçar a Rússia e outros fora da NATO. A melhor solução foi desenhada por Trump, mas ninguém a seguiu. Seria reforçar o investimento na NATO e ter uma entidade comum como gestor com um chapéu-de-chuva que nos livrasse das ameaças presentes e futuras. Biden acabou por dizer o mesmo. No entanto os EUA não podem estar em todas as frentes. O Pacífico tem mais problemas e ali, tem aliados fortes e que estão disponíveis para se defender (Japão, Coreia, Filipinas, Vietname, Austrália) e ainda por cima, do outro lado do Pacífico estão os EUA.  Penso que, infelizmente, estamos num momento muito complexo com a Rússia e a China a armarem-se e, não sendo democracias plenas, com interesses muito díspares e perigosos. Milhazes viveu muito perto das mentalidade russas e o que escreve devia ser lido.        Miguel Nobre Leitão > Teotonio Bernardo: A Coreia do Norte nem ganha à Coreia do Sul, quanto mais aos EUA. Nem sabes o que escreves.        PortugueseMan: ...Não quero fomentar o pânico, mas as relações entre a Rússia, por um lado, e os Estados Unidos, NATO e União Europeia, entraram num terreno muito perigoso... Ainda na semana passada me mandava ter juízo e agora escreve uma coisa destas. Comparou a gravidade das duas situações, esta e a do Cazaquistão, e é tão grave tão grave, que agora nem um parágrafo dedica ao tema... Quer falar de coisas parolas? comece por este artigo. Você continua sem perceber que o problema não é uma guerra na Ucrânia. A Ucrânia está a esvair-se a cada dia que passa sem os russos mexerem um dedo.      ...pelos Acordos de Minsk? Aqui há uma unanimidade quanto ao conteúdo do citado documento, havendo divergências na sequência da sua realização. Kiev quer reaver primeiro o controlo da fronteira russo-ucraniana nas regiões separatistas e só depois definir o estatuto desses territórios, mas os separatistas (leia-se, Putin) defendem o contrário... Sabe porque é que você nunca foi a fundo sobre o que está escrito neste tratado? Claro que sabe. E eu também sei. Para poder escrever coisas destas.  Pena o Observador alinhar com este tipo de "interpretações" e não haver os tais "fact checks" para verificar certas afirmações colocadas em artigos do Observador. É por causa de coisas destas que agora estamos onde estamos.       bento guerra: Não há guerra nenhuma. Basta que a NATO nâo actue de modo hostil. A Rússia tem sempre a arma do gás. Acham que os States iam colocar os seus soldados e material na Ucrânia?        Fernando Fernandesbento guerra: A Ucrânia é um grande país enterrado no centro da Europa. As ameaças são reais e já morreram dezenas de milhares de pessoas no leste do país. Os interesses russos também se estendem à Geórgia e Polónia. Se ninguém se opuser e com o apoio que a China dá a todas as ditaduras e crimes de guerra que acontecem por aí, é bem possível que a passividade não dê bons resultados.            Cisca Impllit: Muito boa chamada de atenção , mas em Portual  os dias passam-se iguais!!

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