segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Já vem de longe


“Os fins justificam os meios”, escreveu-o Maquiavel. Por isso Inês foi morta, por cá. A perfídia é um atributo da vulgaridade humana, mesmo a dos príncipes, até dos de aparência democrática (sobretudo destes). Helena Matos, como ninguém, justifica; os comentadores, na sua maioria, apoiam-na, ou tecem loas à sua irrepreensível desmontagem das acções descritas. Sem fé em mudança, é claro. Cada um é como cada qual. Ou, por outras palavras, cada qual com seu igual. Por mim, votarei, mesmo sem fé nem esperança, que são virtudes teologais que me faltam, só me restando a caridade - por mim, como ao Álvaro de Campos do poema sobre o pedinte por profissão que encontrou na Baixa a quem deu tudo quanto tinha de trocos, reservando-se, naturalmente, os dinheiros da algibeira mais recheada, coisa de que nem todos se podem gabar. Mas leiamos, sim, essa do bluff, da Helena Matos:

A importância do bluff em política

PCP, BE e o PR fizeram bluff dizendo-se prontos para eleições que na realidade não queriam e temiam. Costa fez um bluff melhor: fez de conta que acreditou neles. Agora faz de conta que quer ser PM.

HELENA MATOS

OBSERVADOR, 16 jan 2022

Bluff contra bluff. Assistir aos debates entre António Costa e Jerónimo de Sousa. ou com Catarina Martins, foi como vermos ao vivo o reencontro entre pessoas que sabem não poder dizer toda a verdade sobre o que as desuniu. PCP, BE e PS travaram um jogo de enganos que não podem assumir, daí aquela sensação de desconforto, que nada tem a ver com divergências políticas e ideológicas, que emanava dos olhares que trocavam.

O BE queria estar na oposição ao governo do PS mas não queria que o governo caísse.

Já o PCP queria fazer de conta que ia derrubar o Governo e que no final o salvava após ver satisfeitas as suas exigências.

Marcelo Rebelo de Sousa ameaçou com a convocatória de eleições caso o OE não fosse aprovado para forçar um entendimento do PCP e do BE com o PS. Obviamente Marcelo não previa nem queria convocar eleições algumas. Queria sim, uma vez o OE aprovado, dizer que tal se ficara a dever ao seu poder de persuasão e ao seu talento como desbloqueador dos impasses do regime.

Estavam portanto os três, PCP, BE e o PR a fazer bluff, ou seja, dizendo-se prontos para uma coisa, novas eleições, que na realidade não só não queriam como temiam.

Mas como geralmente acontece a quem faz bluff esqueceram-se não só que eles não eram os únicos a fazê-lo mas também, e sobretudo, que havia quem tivesse muito a ganhar se fizesse de conta que acreditava que do outro lado se falava verdade. Refiro-me ao PS, naturalmente.

O PS estava farto do BE (não tanto por o BE ser de extrema-esquerda mas sobretudo porque o estilo do BE irrita António Costa) e a meio das bizantinas negociações com o PCP, António Costa somou aquilo que as sondagens lhe davam mais o que davam ao PAN e talvez também a esse caso notável de sobrevivência no ecossistema Político-Mediático que é Rui Tavares e concluiu que o chumbo do Orçamento podia ser o pretexto qb para o Governo apresentar a demissão e ir para eleições. Para tal bastava ao PS também ele fazer bluff. Qual bluff? O mais eficaz de todos: fazer de conta que acreditava que do outro lado da mesa se falava verdade. Ou seja que o BE e o PCP queriam mesmo ir para eleições e que o PR falava verdade quando avisou que as convocaria caso o OE não fosse aprovado.

E assim chegámos a umas eleições que aqueles que as provocaram. PS, BE, PCP e presidente da República, dizem não ter desejado. O que em parte é verdade mas esqueceram-se do essencial:

Só na poesia, na táctica militar e no amor resulta expressar o contrário daquilo que se deseja.

Na política, na estratégia e na separação o desejo tem de coincidir com as palavras que pronunciamos.

O bluff do chumbo. António Costa agarra-se ao chumbo do Orçamento do Estado em 2021 como Sócrates ao chumbo do PEC IV em 2011. Em 2011, o Governo socialista ia fazer o que não fez, conseguir o que falhava, obter o que já perdera, caso as oposições não tivessem chumbado o PEC IV! Em 2022, esse poder genesíaco de um documento na vida dos portugueses foi transferido para o Orçamento para 2022Desde o genérico “travar de avanços” vaticinado por António Costa aquando do chumbo do orçamento ao bizarro anúncio por parte do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, de que o “Chumbo do Orçamento travou novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional”, os socialistas portugueses têm uma fé nos poderes transformadores dos documentos por si produzidos e chumbados pelas oposições que só tem  paralelo naquelas associações religiosas que outrora se mobilizavam para deixar bíblias nos quartos de hotel.

Aparte esta característica, outra bem mais danosa para o país está presente nesses documentos. Quando se comparam o PEC IV e o OE para 2022, há um denominador comum: o medo do PS às reformas. Um governo PS pode cortar despesa e impor a austeridade, como acontecia no PEC IV, pode ter como princípio fundamental as chamadas contas certas, como acontece neste OE, mas recusa qualquer reforma. E recusa porque não pode – tem medo de perder o voto dos dependentes do Estado – e porque não quer: reformar o país implica tornar os portugueses menos dependentes do Estado, logo diminuir o poder de uma máquina que o PS controla de cima abaixo.

Em 2011, o PS no PEC IV impunha ao país a austeridade sem fazer uma única reforma. Em 2022, o PS ilude a estagnação fazendo de cada português um potencial apoiado, subsidiado ou dependente do Estado. O chumbo desses documentos não foi um problema para os portugueses mas sim para o PS que, qual ilusionista, se sentiu momentaneamente desapossado da varinha mágica.

O bluff do telefonema na noite das eleiçõesSe ganhar António Costa vai ligar para o PAN? Ou para Rui Tavares? E se o vencedor for Rui Rio do outro lado da linha vai estar Cotrim de Figueiredo ou Francisco Rodrigues dos Santos ou o próprio António Costa?… Confesso que esta especulação me entretém mas sei que talvez esta especulação seja o bluff em que todos participamos. Afinal, sabemos que as chamadas que realmente contam para as nossas vidas, para nos podermos financiar, para manter a funcionar hospitais, escolas, tribunais… não são essas mas sim as que são mantidas com o BCE.

Portugal é o país que nesta campanha ilude a sua crescente dependência, transformando em questões fundamentais assuntos laterais, como a prisão perpétua, e reduzindo o acto de governar a uma discussão sobre quem serão os beneficiados pelas dádivas governamentais que por sua vez são garantidas pela UE.

Um país endividado como o nosso é um país sem liberdade, logo dependente de quem está do outro lado da linha telefónica na sede do poder que obviamente não está em Portugal. Com o cenário internacional a agravar-se, com a inflação que era passageira a mostrar que vai ficar, com o BCE a anunciar que no próximo mês de Março acabará o programa especial de compra de dívidas por causa da pandemia, ser o próximo primeiro-ministro não é necessariamente o que António Costa pretende.

Tenho a convicção de que a aspiração de António Costa é precisamente conseguir um resultado que lhe permita na noite das eleições mandar recado a Rui Rio pedindo-lhe para ligar mais tarde e falar com Pedro Nuno Santos. Ou, mais visualmente falando, um resultado que lhe permita ter um bom argumento para passar para o outro lado do telefone, o que está na Europa.

O socialismo tornou Portugal uma cadeia humana de gente que pergunta a quem está acima se já pode ir ao banco. Daí a importância de quem atende o telefone. Daí que o poder se meça pelo lado do telefone de que se está.

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS   POLÍTICA   CRISE POLÍTICA

COMENTÁRIOS:

Manuel Fernandes: O "povo" vota PS porque é pobre. E como vota PS continua pobre...           mario alves: Ora aqui está um artigo, escrito por alguém, que está mais interessado em fazer campanha eleitoral por uma certa direita, do que informar os seus leitores da verdade, que é isso que compete aos jornalistas.            Maria Augusta > mario alves: E essa "verdade" de que falas, sera a "verdade" martelada da xuxo-comunada? Pois...percebo, camarada!             Joaquim Rodrigues: O “habilidoso” Costa já tinha despedido o Gerónimo e a Catarina há muito. Ele começou logo a campanha eleitoral para as Legislativas na campanha das Autárquicas. O “habilidoso” Costa já há muito que andava a preparar o chumbo do Orçamento de Estado. Na verdade, do que ele anda à procura, é de uma “saída limpa” do ghetto em que se meteu e, numa fuga para a frente, ocorreu-lhe que, se precipitasse as eleições, talvez conseguisse uma maioria absoluta ou uma maioria, agora em coligação com o Partido dos animais. A estratégia que adoptou teve como pressupostos e acções: 1) a acusação dos companheiros de viagem na Geringonça, de quem se serviu, de terem avariado a "geringonça", vitimizando-se, e deixando-os apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos partidos do centro/direita, que ele esperava agravar, com os resultados das Autárquicas; 3) o uso e abuso da "Bazuka", como instrumento de chantagem sobre os eleitores, já usado nas Autárquicas, e que vai usar também nas Legislativas; 4) a cumplicidade do Marcelo que, armado em “Maquiavel” de trazer por casa, anda à procura de usar o capital político que, com “selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência, para deixar um “funcionário“ seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel. A verdade nua e crua é que o “habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório programático” nas “reversões” e, para além disso, não tem qualquer “Visão”, qualquer “Estratégia”, qualquer “Programa Político” para oferecer aos portugueses, para além do PRR “Programa de Recuperação e Reforço” dos “poderes instalados”. Ele que, sendo 1º Ministro há mais de seis anos e membro de um Partido que nos últimos 25 anos esteve quase 20 no poder, não foi capaz de fazer um Programa de Emergência pós Covid e teve que ir contratar um tal “Costa e Silva” para, a partir do nada, fazer a famigerada “Bazuka” de onde só sai mais “Estatismo” e mais “Centralismo”, contra a sociedade civil, a livre iniciativa privada, as empresas exportadoras e contra o “desenvolvimento” económico do País. A "Bazuka", se não for desactivada, será mais uma oportunidade  solidariamente estão a dar a Portugal.         josé maria: Helena, não vale a pena esfalfar-se em palpites. No dia 30, logo se vê quem ganha o jogo eleitoral...             Grreite Rissete: "Bluff" é o que não tem faltado e não só na política. Durante estes últimos 2 anos só se fala de Covid, Covid, Covid. No entanto, nos debates falou-se de tudo menos da vergonhosa discriminação e segregação conferida pelo certificado N A Z I como forma de coacção para estas inoculações experimentais. Isto deve-se à subsidiodependência do Jornalismo e à cobardia da classe política. Portanto, agora com a campanha em marcha, há que os confrontar na rua com essas perguntas.         Mário Rodrigues: Derrubar o embusteiro parece-me fácil. Mas, às vezes, demasiadas vezes, fica-se com a ideia de que Rui Rio não quer ser primeiro-ministro, o que se compreende atendendo ao estado real em que o País está. Ainda assim, escrevi-lhe esta carta, que obviamente ele nunca lerá:

Exmo. Senhor Dr. Rui Rio: Não tenho dúvida de que V.ª Ex.ª governará melhor Portugal do que o Dr. António Costa. Por um lado, V.ª Ex.ª já o mostrou na Câmara Municipal do Porto. Por outro, o Dr. António Costa é uma completa nulidade, com desempenhos medíocres, tanto no governo como na Câmara Municipal de Lisboa. Diga-se que a obra do Dr. António Costa é tão miserável que a sua maior realização pública foi a vitória numa corrida entre um burro e um Ferrari, na qual saiu vitorioso exactamente o burro, à conta do seu habilidoso condutor: um mero espertalhão!…Mas V.ª Ex.ª e Portugal têm um grave problema. Em democracia, para governar Portugal, o Dr. Rui Rio tem de conquistar o poder, vencendo as eleições! Ora, V.ª Ex.ª defronta um aldrabão profissional, um mentiroso compulsivo, um demagogo inveterado, um populista sem escrúpulos. Assim sendo, restam a V.ª Ex.ª duas alternativas: usar as mesmas armas do Dr. António Costa ou desmascará-lo. A primeira alternativa é impossível, porque V.ª Ex.ª é um homem sério e um político invulgarmente honesto. E ainda que usasse as mesmas armas do Dr. António Costa, o nível de indignidade cívica desta estirpe de politiqueiro não é fácil de igualar. Resta a V.ª Ex.ª a segunda alternativa: desmascarar as mentiras do Dr. António Costa; expor as suas incumpridas promessas; esclarecer os Portugueses sobre o cadaveroso estado da Educação, da Saúde e das Empresas; mostrar aos Portugueses quem verdadeiramente é o Dr. António Costa! E não é difícil, pois as mentiras e as falsas promessas do Dr. António Costa são mais do que muitas, mais do que quotidianas! E a situação real da Educação, da Saúde e das Empresas é verdadeiramente ruinosa. E o que dizer das matrizes fundamentais da política do Dr. António Costa e do seu grupo de interesses: o nepotismo, a corrupção, o controlo de todo o aparelho do Estado? Sabemos que V.ª Ex.ª tem pudor em ter de recorrer a uma postura combativa como forma de fazer política. Mas nem para V.ª Ex.ª nem para o nosso País há alternativa! Vivendo nós em estado de absoluta necessidade, afigura-se como imperativo patriótico livrar Portugal desta tragédia! Por Portugal! Pelos Portugueses!           João Floriano > Mário Rodrigues: Uma boa carta.         Carlos Almeida: Óptimo trabalho de análise política, como aliás já nos habituou.          julio Almeida: Parabéns por mais este magnifico artigo.         Clarisse Seca: Excelentes afirmações. Costa sempre governou no faz de conta ou bluff se quiser. Seguidor de Sócrates, sabe bem que não virou página nenhuma da austeridade. Só piorou a situação com as suas mentiras compulsivas, talvez explicadas pela psiquiatria, com o golpe de perder e formar governo com os "escorpiões anti sistema" Pior, houve algum povo que acreditou e que ainda parece acreditar, se as sondagens não forem falsas. Tal governo, tal povo, tal Presidente. Foi de uma aldrabice tremenda o que Costa disse nos debates. O de que não havia médicos no hospital da Luz antes dos médicos alemães chegarem e de que Neelman está falido é de bradar aos céus. Falida está a TAP que ele renacionalizou. Mas qual resultado positivo do país? Nestes 6 anos Costa só se governou, com os seus compadrios para  o voto e tomou conta das Instituições democráticas.  Uma ditadura encapotada? Agora o que quer é mesmo fugir para algum cargo na Europa. Mal dos Europeus se não perceberam ainda o mau governante que foi para Portugal, tornando os Portugueses subsidio dependentes, com o dinheiro da UE, sem produtividade e com uma dívida mostruosa. Os Portugueses ainda querem o abismo?            Domingas Coutinho: Parabéns pela lucidez e por lembrar a triste verdade que desmonta este faz de conta com que os políticos nos embalam.           MANUEL OLIVEIRA: Os 3 últimos § deste artg correspondem exactamente ao estado da Nação. A Helena Matos tem este sentido de avaliação nas suas cronicas. O meu reconhecimento pessoal.        H Almeida: Helena Matos: Esta foi a melhor interpretação integrada do que tem sucedido no país político desde as  eleições autárquicas. Parabéns.         Domingos Rita: Obrigado por me permitir neste país tão carente de verdades, honestidade e hipócrita, poder ler comentários e análises tão bem escritas.         joaquim zacarias: Eles riem-se de nós, gozam com o povinho parvo e acomodado, divertem-se desavergonhadamente, fingem estar preocupados com o desgraçado " bem-estar" dos portugueses, e conseguem convencer parte do eleitorado que só acordará com a vinda de uma nova  Troika. Chega de aldrabices.         Francisco Tavares de Almeida: Muito boa análise como habitualmente mas creio faltar o elemento mais importante, embora para Portugal, o resultado seja semelhante. Quando os franceses deram um tiro no pé e impuseram o Euro, a Alemanha só aceitou desistir do DM ficando com o BCE. Isto não é evidente pela visibilidade mediática do presidente mas continua a ser assim. O BCE é ou pode ser comandado de Frankfurt. O que vem acontecendo é que, quando Trichet elevou as taxas directoras demasiado e demasiado depressa, implementou um desastre, o que deixou os alemães perplexos, pois era o seu cânone para lidar com a inflação. A política de Draghi, seguida por Lagarde apenas foi possível porque os alemães não conseguiam decidir-se entre aceitar uma inflação ou assistir a bancarrotas na zona euro. Mas vão ter que escolher, ou deixar que Lagarde e a Itália escolham por eles e 2022 parece-me promissor. A questão é que a economia portuguesa nem resiste ao regresso à ortodoxia orçamental, sem o apoio do BCE, nem ao serviço de dívida com uma inflação de 5/6% e taxas de juro correspondentes. Pessoalmente detesto Costa e tudo o que ele representa, mas receio que Costa ou Rio, sejam um pormenor secundário para o que aí virá.           Vou ali e já volto > Francisco Tavares de Almeida: Realmente, o cânone dos alemães era aquele, como bem menciona. Mas tenho a impressão de que tem andado a fazer um “update” ao receituário, mesmo porque ao final do ano substituíram o demissionário Jens Weidmann, um alinhado com a ortodoxia, por um mais flexível mesmo que pragmático Joachim Nagel, um socialista, à frente do Bundesbank. Sendo a zona euro superavitária, a presente pressão inflacionária pode ser controlada por via de outros mecanismos. Pode até ser contraproducente elevar a taxa de juros em virtude de expectativas de maiores aumentos subsequentes, com um efeito dominó como aquele deflagrado pelo Trichet. Os alemães não vão ter qualquer interesse nisto. Um daqueles mecanismos será certamente um maior alinhamento de todos os governos da zona euro com algum tipo de política orçamental. O melhor exemplo disto é o Mario Draghi estar hoje à frente do governo italiano “sem ter sido eleito”, e nem o Salvini levanta ondas. Cheira-me que, por cá, nem que o PNS substitua o Costa, apenas haverá transferências orçamentais mediante o cumprimento de ordens. A Grécia também já mostrou o caminho. O que poderá quebrar esta monotonia não virá de dentro da Europa, mas de fora. Mas, mesmo assim, terá que ser algo muito intenso: mesmo a crise dos refugiados vai sendo dirimida, excluídas algumas escaramuças, o que prova alguma resiliência no sistema.         Paulo Loureiro: O homem orquestrou isto tudo e cozinhou as fantásticas promessas que colocou no orçamento para as poder utilizar na campanha. A passividade dele perante o chumbo foi completa. Ele sabe perfeitamente que o país já estourou estando apenas remediado pelos artifícios do BCE. Quando a inflação e os juros chegarem ele não quer estar cá a não ser que tenha um poder absoluto que ninguém lhe possa tirar. Votaram nele, agora desenrasquem-se.         Maria Narciso: Estes partidos só  pensaram nos seus  interesses e o PSD também  não  fica de fora das suas responsabilidades,  são  3 partidos com responsabilidade  politica, sabiam de antemão  o que estavam a fazer,  aqui não  houve  nenhuma  leviandade ,  mas antes  o colocar o seu próprio  umbigo acima do Pais e das pessoas.          Ana Oliveira: como é possível que a classe pensante dominante aceite que o PS e o Dr Costa dominem desta forma o País? será que as nossas elites jornaleiras têm filhos? será que pensam no futuro dos filhos? ou vamos todos agora aceitar que é normal que os salários em Portugal têm de ser metade da media da europa. assim quem for minimamente inteligente e formado vai emigrar. acho que foi Fontes pereira de melo q disse que afinal temos um sol magnifico....        Manuel Rodrigues: A estratégia do PS é brilhante. A manutenção do  poder do PS  está alavancada  em 1000 000  de  Funcionários  Públicos e paga  pelos restantes  contribuintes  Reformas  estruturais, nem pensar. ... Poria em causa  o poder do  PS e dos dependentes  dos  Organismos do Estado, logo prejudicava a clientela. Só nos resta chamar de novo a TROIKA, mas a culpa  vai ser imputada ao Passos Coelho         Elvis Wayne > Manuel Rodrigues: Correção: 750000 funcionários públicos, 3 milhões de reformados e centenas de milhares de subsídio dependentes.         João Floriano: Ouvi com muita atenção o que Helena Matos disse na noite do debate Rio/Costa, a mesma atenção que dediquei a Maria João Avillez. Tal como Helena Matos, considero que  estas eleições podem em vez de clarificar embrulhar tudo numa manobra estratégica em que PNS e Bloco tomem conta do país, com a total complacência para não dizer cumplicidade de MRS . As probabilidades são altas. Sendo a presente crónica sobre bluff, constato que Helena Matos está também a alinhar num dos grandes bluffs desta campanha e tão grande que é transversal tanto à esquerda mas sobretudo à nossa direita ou centro direita ou centro esquerda porque é um facto que Rui Rio nunca acorda sempre no mesmo lado da cama: pode adormecer no centro-esquerda e acordar mais para o centro direita: tem dias! mas voltando ao grande bluff, ele é pura e simplesmente o nem sequer mencionar o CHEGA como uma muito provável terceira força política. Os milhares de portugueses que irão pôr a cruz no CHEGA não existem, não entram nas contas. São menos portugueses do que os refugiados que acolhemos, que os imigrantes ilegais que por aí temos em grande número e aos quais as autoridades fecham os olhos em nome dos benefícios para a Segurança Social. O grande inconveniente do bluff é que é difícil de se manter, impossível de defender, impossível de sustentar. Como tal o bluff em que se transformou a nossa vida política também não se aguenta.  Como o azeite, a verdade também vem sempre ao de cima. 

Nenhum comentário: