“Os fins
justificam os meios”, escreveu-o Maquiavel. Por isso Inês foi morta, por cá. A
perfídia é um atributo da vulgaridade humana, mesmo a dos príncipes, até dos de
aparência democrática (sobretudo destes). Helena Matos, como ninguém,
justifica; os comentadores, na sua maioria, apoiam-na, ou tecem loas à sua irrepreensível
desmontagem das acções descritas. Sem fé em mudança, é claro. Cada um é como
cada qual. Ou, por outras palavras, cada qual com seu igual. Por mim, votarei, mesmo
sem fé nem esperança, que são virtudes teologais que me faltam, só me restando
a caridade - por mim, como ao Álvaro de Campos do poema sobre o pedinte por
profissão que encontrou na Baixa a quem deu tudo quanto tinha de trocos,
reservando-se, naturalmente, os dinheiros da algibeira mais recheada, coisa de que
nem todos se podem gabar. Mas leiamos, sim, essa do bluff, da Helena Matos:
A importância do bluff em política
PCP, BE e o PR fizeram bluff
dizendo-se prontos para eleições que na realidade não queriam e temiam. Costa
fez um bluff melhor: fez de conta que acreditou neles. Agora faz de conta que
quer ser PM.
HELENA MATOS
OBSERVADOR, 16 jan 2022
Bluff contra bluff. Assistir aos debates entre António Costa e Jerónimo de
Sousa. ou com Catarina Martins, foi como vermos ao vivo o reencontro entre
pessoas que sabem não poder dizer toda a verdade sobre o que as desuniu. PCP, BE e PS travaram um jogo de enganos que não podem
assumir, daí aquela sensação de desconforto, que nada tem a ver com
divergências políticas e ideológicas, que emanava dos olhares que trocavam.
O
BE queria estar na oposição ao governo do PS mas não queria que o governo
caísse.
Já
o PCP queria fazer de conta que ia derrubar o Governo e que no final o salvava
após ver satisfeitas as suas exigências.
Marcelo
Rebelo de Sousa ameaçou com a convocatória de eleições caso o OE não fosse
aprovado para forçar um entendimento do PCP e do BE com o PS. Obviamente Marcelo não previa nem queria convocar
eleições algumas. Queria sim, uma vez o OE aprovado, dizer que tal se
ficara a dever ao seu poder de persuasão e ao seu talento como desbloqueador
dos impasses do regime.
Estavam portanto os três, PCP, BE e o
PR a fazer bluff, ou seja, dizendo-se prontos para uma coisa, novas
eleições, que na realidade não só não queriam como temiam.
Mas
como geralmente acontece a quem faz bluff esqueceram-se não só que
eles não eram os únicos a fazê-lo mas também, e sobretudo, que havia quem
tivesse muito a ganhar se fizesse de conta que acreditava que do outro lado se
falava verdade. Refiro-me ao PS, naturalmente.
O
PS estava farto do BE (não tanto por o BE ser de extrema-esquerda mas sobretudo
porque o estilo do BE irrita António Costa) e a meio das bizantinas negociações
com o PCP, António Costa somou aquilo que as sondagens lhe davam mais o que
davam ao PAN e talvez também a esse caso notável de sobrevivência no
ecossistema Político-Mediático que é Rui Tavares e concluiu que o chumbo do
Orçamento podia ser o pretexto qb para o Governo apresentar a demissão e ir
para eleições. Para tal bastava ao PS também ele fazer bluff.
Qual bluff? O mais eficaz de todos: fazer de
conta que acreditava que do outro lado da mesa se falava verdade. Ou seja que o
BE e o PCP queriam mesmo ir para eleições e que o PR falava verdade quando
avisou que as convocaria caso o OE não fosse aprovado.
E
assim chegámos a umas eleições que aqueles que as provocaram. PS, BE, PCP e
presidente da República, dizem não ter desejado. O que em parte é verdade mas
esqueceram-se do essencial:
Só
na poesia, na táctica militar e no amor resulta expressar o contrário daquilo
que se deseja.
Na
política, na estratégia e na separação o desejo tem de coincidir com as
palavras que pronunciamos.
O bluff do chumbo. António
Costa agarra-se ao chumbo do Orçamento do Estado em 2021 como Sócrates ao
chumbo do PEC IV em 2011. Em 2011, o Governo socialista ia fazer o que
não fez, conseguir o que falhava, obter o que já perdera, caso as oposições não
tivessem chumbado o PEC IV! Em 2022, esse poder genesíaco de um
documento na vida dos portugueses foi transferido para o Orçamento para 2022Desde
o genérico “travar de avanços” vaticinado por António Costa aquando do chumbo
do orçamento ao bizarro anúncio por parte do ministro da Defesa, João Gomes
Cravinho, de que o “Chumbo do Orçamento travou novo
Conceito Estratégico de Defesa Nacional”, os socialistas portugueses
têm uma fé nos poderes transformadores dos documentos por si produzidos e
chumbados pelas oposições que só tem paralelo naquelas associações religiosas que
outrora se mobilizavam para deixar bíblias nos quartos de hotel.
Aparte
esta característica, outra bem mais danosa para o país está presente nesses
documentos. Quando se comparam o PEC IV e o OE para 2022, há um denominador
comum: o medo do PS às reformas. Um governo PS pode cortar despesa e impor a
austeridade, como acontecia no PEC IV, pode ter como princípio fundamental as
chamadas contas certas, como acontece neste OE, mas recusa qualquer reforma. E
recusa porque não pode – tem medo de perder o voto dos dependentes do Estado –
e porque não quer: reformar o país implica tornar os portugueses menos
dependentes do Estado, logo diminuir o poder de uma máquina que o PS controla
de cima abaixo.
Em 2011, o PS no PEC IV impunha ao
país a austeridade sem fazer uma única reforma. Em 2022, o PS ilude a estagnação fazendo de cada
português um potencial apoiado, subsidiado ou dependente do Estado. O chumbo desses documentos não foi um problema para
os portugueses mas sim para o PS que, qual ilusionista, se sentiu
momentaneamente desapossado da varinha mágica.
O
bluff do telefonema na noite das eleições. Se ganhar
António Costa vai ligar para o PAN? Ou para Rui Tavares? E se o vencedor for
Rui Rio do outro lado da linha vai estar Cotrim de Figueiredo ou Francisco
Rodrigues dos Santos ou o próprio António Costa?… Confesso
que esta especulação me entretém mas sei que talvez esta especulação seja o
bluff em que todos participamos. Afinal, sabemos que as chamadas que realmente
contam para as nossas vidas, para nos podermos financiar, para manter a
funcionar hospitais, escolas, tribunais… não são essas mas sim as que são
mantidas com o BCE.
Portugal
é o país que nesta campanha ilude a sua crescente dependência, transformando em
questões fundamentais assuntos laterais, como a prisão perpétua, e reduzindo o
acto de governar a uma discussão sobre quem serão os beneficiados pelas dádivas
governamentais que por sua vez são garantidas pela UE.
Um
país endividado como o nosso é um país sem liberdade, logo dependente de quem
está do outro lado da linha telefónica na sede do poder que obviamente não está
em Portugal. Com o cenário internacional a agravar-se, com a inflação que era
passageira a mostrar que vai ficar, com o BCE a anunciar que no próximo mês de
Março acabará o programa especial de compra de dívidas por causa da pandemia,
ser o próximo primeiro-ministro não é necessariamente o que António Costa
pretende.
Tenho
a convicção de que a aspiração de António Costa é precisamente conseguir um
resultado que lhe permita na noite das eleições mandar recado a Rui Rio
pedindo-lhe para ligar mais tarde e falar com Pedro Nuno Santos. Ou, mais
visualmente falando, um resultado que lhe permita ter um bom argumento para
passar para o outro lado do telefone, o que está na Europa.
O
socialismo tornou Portugal uma cadeia humana de gente que pergunta a quem está
acima se já pode ir ao banco. Daí a importância de quem atende o telefone. Daí
que o poder se meça pelo lado do telefone de que se está.
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS POLÍTICA CRISE POLÍTICA
COMENTÁRIOS:
Manuel Fernandes: O "povo" vota PS porque é pobre. E como vota PS continua pobre... mario alves: Ora aqui está um artigo,
escrito por alguém, que está mais interessado em fazer campanha eleitoral por
uma certa direita, do que informar os seus leitores da verdade, que é isso que
compete aos jornalistas.
Maria Augusta > mario alves: E essa "verdade" de que falas, sera a
"verdade" martelada da xuxo-comunada? Pois...percebo, camarada! Joaquim Rodrigues:
O “habilidoso” Costa já tinha
despedido o Gerónimo e a Catarina há muito. Ele começou logo a campanha eleitoral para as
Legislativas na campanha das Autárquicas. O “habilidoso” Costa já há muito que andava a preparar
o chumbo do Orçamento de Estado. Na verdade, do que ele anda à procura, é de uma “saída
limpa” do ghetto em que se meteu e, numa fuga para a frente, ocorreu-lhe que,
se precipitasse as eleições, talvez conseguisse uma maioria absoluta ou uma
maioria, agora em coligação com o Partido dos animais. A estratégia que adoptou teve
como pressupostos e acções: 1) a acusação dos companheiros de viagem na Geringonça, de quem se serviu,
de terem avariado a "geringonça", vitimizando-se, e deixando-os
apeados; 2) o aproveitamento da desorganização dos partidos do centro/direita, que
ele esperava agravar, com os resultados das Autárquicas; 3) o uso e abuso da
"Bazuka", como instrumento de chantagem sobre os eleitores, já usado
nas Autárquicas, e que vai usar também nas Legislativas; 4) a cumplicidade do Marcelo
que, armado em “Maquiavel” de trazer por casa, anda à procura de usar o capital
político que, com “selfies, beijos e abraços”, acumulou na Presidência, para deixar
um “funcionário“ seu, na liderança do PSD, que não o Rio nem o Rangel.
A verdade nua e crua é que o
“habilidoso” Costa esgotou todo o seu “reportório programático” nas “reversões”
e, para além disso, não tem qualquer “Visão”, qualquer “Estratégia”, qualquer
“Programa Político” para oferecer aos portugueses, para além do PRR “Programa
de Recuperação e Reforço” dos “poderes instalados”. Ele que, sendo 1º Ministro há
mais de seis anos e membro de um Partido que nos últimos 25 anos esteve quase
20 no poder, não foi capaz de fazer um Programa de Emergência pós Covid e teve
que ir contratar um tal “Costa e Silva” para, a partir do nada, fazer a
famigerada “Bazuka” de onde só sai mais “Estatismo” e mais “Centralismo”,
contra a sociedade civil, a livre iniciativa privada, as empresas exportadoras
e contra o “desenvolvimento” económico do País. A "Bazuka", se não
for desactivada, será mais uma oportunidade solidariamente estão a dar a Portugal. josé maria: Helena, não vale a pena
esfalfar-se em palpites. No dia 30, logo se vê quem ganha o jogo eleitoral... Grreite Rissete: "Bluff" é o que não
tem faltado e não só na política. Durante estes últimos 2 anos só se fala de
Covid, Covid, Covid. No entanto, nos debates falou-se de tudo menos da
vergonhosa discriminação e segregação conferida pelo certificado N A Z I como
forma de coacção para estas inoculações experimentais. Isto deve-se à
subsidiodependência do Jornalismo e à cobardia da classe política. Portanto,
agora com a campanha em marcha, há que os confrontar na rua com essas
perguntas. Mário
Rodrigues: Derrubar o
embusteiro parece-me fácil. Mas, às vezes, demasiadas vezes, fica-se com a
ideia de que Rui Rio não quer ser primeiro-ministro, o que se compreende
atendendo ao estado real em que o País está. Ainda assim, escrevi-lhe esta
carta, que obviamente ele nunca lerá:
Exmo. Senhor Dr. Rui Rio: Não tenho dúvida de que V.ª
Ex.ª governará melhor Portugal do que o Dr. António Costa. Por um lado, V.ª Ex.ª já o
mostrou na Câmara Municipal do Porto. Por outro, o Dr. António Costa é uma
completa nulidade, com desempenhos medíocres, tanto no governo como na Câmara
Municipal de Lisboa. Diga-se que a obra do Dr. António Costa é tão miserável
que a sua maior realização pública foi a vitória numa corrida entre um burro e
um Ferrari, na qual saiu vitorioso exactamente o burro, à conta do seu
habilidoso condutor: um mero espertalhão!…Mas V.ª Ex.ª e Portugal têm um grave
problema. Em democracia, para governar Portugal, o Dr. Rui Rio tem de
conquistar o poder, vencendo as eleições! Ora, V.ª Ex.ª defronta um aldrabão profissional, um mentiroso compulsivo,
um demagogo inveterado, um populista sem escrúpulos. Assim sendo, restam a V.ª Ex.ª
duas alternativas: usar as mesmas armas do Dr. António Costa ou desmascará-lo. A primeira alternativa é
impossível, porque V.ª Ex.ª é um homem sério e um político invulgarmente
honesto. E ainda que usasse as mesmas armas do Dr. António Costa, o nível de
indignidade cívica desta estirpe de politiqueiro não é fácil de igualar. Resta a V.ª Ex.ª a segunda
alternativa: desmascarar as mentiras do Dr. António Costa; expor as suas
incumpridas promessas; esclarecer os Portugueses sobre o cadaveroso estado da
Educação, da Saúde e das Empresas; mostrar aos Portugueses quem verdadeiramente
é o Dr. António Costa! E não é difícil, pois as mentiras e as falsas promessas
do Dr. António Costa são mais do que muitas, mais do que quotidianas! E a
situação real da Educação, da Saúde e das Empresas é verdadeiramente ruinosa. E
o que dizer das matrizes fundamentais da política do Dr. António Costa e do seu
grupo de interesses: o nepotismo, a corrupção, o controlo de todo o aparelho do
Estado? Sabemos que V.ª Ex.ª
tem pudor em ter de recorrer a uma postura combativa como forma de fazer
política. Mas nem para V.ª Ex.ª nem para o nosso País há alternativa! Vivendo nós em estado de
absoluta necessidade, afigura-se como imperativo patriótico livrar Portugal
desta tragédia! Por Portugal! Pelos Portugueses! João Floriano > Mário Rodrigues: Uma boa carta. Carlos Almeida: Óptimo trabalho de análise
política, como aliás já nos habituou. julio
Almeida: Parabéns por mais
este magnifico artigo. Clarisse Seca:
Excelentes afirmações. Costa
sempre governou no faz de conta ou bluff se quiser. Seguidor de Sócrates, sabe
bem que não virou página nenhuma da austeridade. Só piorou a situação com as
suas mentiras compulsivas, talvez explicadas pela psiquiatria, com o golpe de
perder e formar governo com os "escorpiões anti sistema" Pior, houve
algum povo que acreditou e que ainda parece acreditar, se as sondagens não
forem falsas. Tal governo, tal povo, tal Presidente. Foi de uma aldrabice
tremenda o que Costa disse nos debates. O de que não havia médicos no hospital
da Luz antes dos médicos alemães chegarem e de que Neelman está falido é de
bradar aos céus. Falida está a TAP que ele renacionalizou. Mas qual resultado
positivo do país? Nestes 6 anos Costa só se governou, com os seus compadrios
para o voto e tomou conta das Instituições democráticas. Uma ditadura
encapotada? Agora o que quer é mesmo fugir para algum cargo na Europa. Mal dos
Europeus se não perceberam ainda o mau governante que foi para Portugal,
tornando os Portugueses subsidio dependentes, com o dinheiro da UE, sem
produtividade e com uma dívida mostruosa. Os Portugueses ainda querem o abismo? Domingas Coutinho:
Parabéns pela lucidez e por
lembrar a triste verdade que desmonta este faz de conta com que os políticos
nos embalam. MANUEL OLIVEIRA: Os 3 últimos § deste artg correspondem exactamente ao estado da Nação. A Helena Matos tem este sentido de avaliação nas suas cronicas. O meu
reconhecimento pessoal. H Almeida: Helena Matos: Esta foi a melhor
interpretação integrada do que tem sucedido no país político desde as
eleições autárquicas. Parabéns. Domingos Rita: Obrigado por me permitir neste
país tão carente de verdades, honestidade e hipócrita, poder ler comentários e
análises tão bem escritas. joaquim
zacarias: Eles riem-se de
nós, gozam com o povinho parvo e acomodado, divertem-se desavergonhadamente, fingem
estar preocupados com o desgraçado " bem-estar" dos portugueses, e
conseguem convencer parte do eleitorado que só acordará com a vinda de uma
nova Troika. Chega de aldrabices. Francisco Tavares de
Almeida: Muito boa análise
como habitualmente mas creio faltar o elemento mais importante, embora para
Portugal, o resultado seja semelhante. Quando os franceses deram um tiro no pé e impuseram o
Euro, a Alemanha só aceitou desistir do DM ficando com o BCE. Isto não é
evidente pela visibilidade mediática do presidente mas continua a ser assim. O
BCE é ou pode ser comandado de Frankfurt. O que vem acontecendo é que, quando Trichet elevou as taxas directoras
demasiado e demasiado depressa, implementou um desastre, o que deixou os
alemães perplexos, pois era o seu cânone para lidar com a inflação. A política
de Draghi, seguida por Lagarde apenas foi possível porque os alemães não
conseguiam decidir-se entre aceitar uma inflação ou assistir a bancarrotas na
zona euro. Mas vão ter que escolher, ou deixar que Lagarde e a Itália escolham
por eles e 2022 parece-me promissor. A questão é que a economia portuguesa nem resiste ao regresso à ortodoxia
orçamental, sem o apoio do BCE, nem ao serviço de dívida com uma inflação de
5/6% e taxas de juro correspondentes. Pessoalmente detesto Costa e tudo o que ele representa, mas receio que
Costa ou Rio, sejam um pormenor secundário para o que aí virá. Vou ali e já volto
> Francisco Tavares de Almeida: Realmente, o cânone dos alemães
era aquele, como bem menciona. Mas tenho a impressão de que tem andado a fazer
um “update” ao receituário, mesmo porque ao final do ano substituíram o demissionário
Jens Weidmann, um alinhado com a ortodoxia, por um mais flexível mesmo que
pragmático Joachim Nagel, um socialista, à frente do Bundesbank. Sendo a zona euro
superavitária, a presente pressão inflacionária pode ser controlada por via de
outros mecanismos. Pode até ser contraproducente elevar a taxa de juros em
virtude de expectativas de maiores aumentos subsequentes, com um efeito dominó
como aquele deflagrado pelo Trichet. Os alemães não vão ter qualquer interesse
nisto. Um daqueles
mecanismos será certamente um maior alinhamento de todos os governos da zona
euro com algum tipo de política orçamental. O melhor exemplo disto é o Mario
Draghi estar hoje à frente do governo italiano “sem ter sido eleito”, e nem o
Salvini levanta ondas. Cheira-me que, por cá, nem que o PNS substitua o Costa,
apenas haverá transferências orçamentais mediante o cumprimento de ordens. A
Grécia também já mostrou o caminho. O que poderá quebrar esta monotonia não virá de dentro da Europa, mas de
fora. Mas, mesmo assim, terá que ser algo muito intenso: mesmo a crise dos
refugiados vai sendo dirimida, excluídas algumas escaramuças, o que prova
alguma resiliência no sistema. Paulo
Loureiro: O homem
orquestrou isto tudo e cozinhou as fantásticas promessas que colocou no
orçamento para as poder utilizar na campanha. A passividade dele perante o
chumbo foi completa. Ele sabe perfeitamente que o país já estourou estando
apenas remediado pelos artifícios do BCE. Quando a inflação e os juros chegarem
ele não quer estar cá a não ser que tenha um poder absoluto que ninguém lhe
possa tirar. Votaram nele, agora desenrasquem-se. Maria Narciso: Estes partidos só
pensaram nos seus interesses e o PSD também não fica de fora
das suas responsabilidades, são 3 partidos com
responsabilidade politica, sabiam de antemão o que estavam a fazer,
aqui não houve nenhuma leviandade , mas antes o
colocar o seu próprio umbigo acima do Pais e das pessoas. Ana Oliveira: como é possível que a classe
pensante dominante aceite que o PS e o Dr Costa dominem desta forma o País?
será que as nossas elites jornaleiras têm filhos? será que pensam no futuro dos
filhos? ou vamos todos agora aceitar que é normal que os salários em Portugal
têm de ser metade da media da europa. assim quem for minimamente inteligente e
formado vai emigrar. acho que foi Fontes pereira de melo q disse que afinal
temos um sol magnifico.... Manuel
Rodrigues: A estratégia do
PS é brilhante. A manutenção
do poder do PS está alavancada em 1000 000 de
Funcionários Públicos e paga pelos restantes contribuintes Reformas
estruturais, nem pensar. ... Poria em
causa o poder do PS e dos dependentes dos Organismos do
Estado, logo prejudicava a clientela. Só nos resta chamar de novo a TROIKA, mas a culpa vai ser imputada ao
Passos Coelho Elvis Wayne
> Manuel Rodrigues: Correção: 750000 funcionários
públicos, 3 milhões de reformados e centenas de milhares de subsídio dependentes. João Floriano: Ouvi com muita atenção o que
Helena Matos disse na noite do debate Rio/Costa, a mesma atenção que dediquei a
Maria João Avillez. Tal como Helena Matos, considero que estas eleições
podem em vez de clarificar embrulhar tudo numa manobra estratégica em que PNS e
Bloco tomem conta do país, com a total complacência para não dizer cumplicidade
de MRS . As probabilidades são altas. Sendo a presente crónica sobre bluff,
constato que Helena Matos está também a alinhar num dos grandes bluffs desta
campanha e tão grande que é transversal tanto à esquerda mas sobretudo à nossa
direita ou centro direita ou centro esquerda porque é um facto que Rui Rio
nunca acorda sempre no mesmo lado da cama: pode adormecer no centro-esquerda e
acordar mais para o centro direita: tem dias! mas voltando ao grande bluff, ele
é pura e simplesmente o nem sequer mencionar o CHEGA como uma muito provável
terceira força política. Os milhares de portugueses que irão pôr a cruz no
CHEGA não existem, não entram nas contas. São menos portugueses do que os
refugiados que acolhemos, que os imigrantes ilegais que por aí temos em grande
número e aos quais as autoridades fecham os olhos em nome dos benefícios para a
Segurança Social. O grande inconveniente do bluff é que é difícil de se manter,
impossível de defender, impossível de sustentar. Como tal o bluff em que se
transformou a nossa vida política também não se aguenta. Como o azeite, a
verdade também vem sempre ao de cima.
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