sábado, 1 de janeiro de 2022

A pureza do horror


Outros mais houve, é certo (falo de horrores) - mas a vastidão espacial da Rússia parece justificável tendo em conta a vastidão criminosa dos seus vários representantes, conquistadores empedernidos, ao longo dos séculos, por conta de tantos que os chefes sacrificaram lá pelas sibérias e países em redor da URSS – excepção, na questão da ausência de humanidade e de escrúpulos, do sempre amado Gorbachev – e, naturalmente, outros um pouco mais cordatos, e menos rigorosos na ambição e na crueldade, de que se ouvia falar à distância, e que o historiador Jaime Nogueira Pinto, extraordinário em saber e arrojo, aqui descreve, com pormenor que bem gostaríamos de fixar - como fixávamos outrora os nossos feitos históricos, os nossos montes e rios e distritos, a nossa gramática e a tabuada das bases… Não fixaremos. Nem, de resto, vale a pena, tal a repulsa que nos causam tais explicitações históricas sobre um povo de quem se ouvia dizer (em jeito de ironia, pelos seus defensores), que comiam criancinhas ao pequeno-almoço, tais como os ogres das histórias dos Perraults, tipo a do Pequeno Polegar dos tempos receosos da nossa infância encantada…

Há trinta anos

Na antiga União Soviética, o medo era de tal maneira forte e entranhado que as leis podiam dar-se ao luxo de ser tão democráticas e benévolas como agora as proclamações do Secretário-Geral da ONU.

JAIME NOGUEIRA PINTO, COLUNISTA DO OBSERVADOR              OBSERVADOR, 31 dez 2021

O fim da utopia

Há trinta anos, no dia de Natal de 1991, às 19h32, hora de Moscovo, a bandeira vermelha descia na frontaria do Kremlin e era substituída pela bandeira tricolor da Rússia.

Gorbachev anunciava publicamente que abandonava a liderança da União Soviética e que cedia os seus poderes, na Federação Russa, a Boris Yeltsin. Melancolicamente, lembrava os seus esforços reformistas e pacificadores que, entretanto, tinham levado ao fim do Regime. No dia seguinte, a Câmara Alta da URSS, o Soviete Supremo, reconhecia e referendava esses factos.

Em 69 anos, e com muita culpa expiada e por expiar pelo caminho, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ficava muito aquém da prometida nova sociedade de eternos “amanhãs que cantam.”

Uma revolução contra a teoria

A encarnação da alma da utopia comunista no corpo da velha Rússia começara por ser um desafio à própria ciência marxista da História.

O líder da revolução de Outubro não ficara à espera das condições objectivas que George Plekhanov, o pensador do marxismo russo, indicara como condições necessárias para uma revolução marxista: seguira a linha de aventureiros, como Sergei Nechaev e Peter Tkachev, que sustentavam que um pequeno grupo de revolucionários decididos podia assaltar e tomar o poder na Rússia, sem esperar pelo amadurecimento do capitalismo.

Plekhanov negava tal possibilidade. Ou melhor, admitia que, se tal sucedesse, o resultado não seria uma harmoniosa sociedade socialista, mas o advento de uma “casta socialista” que substituiria as elites czaristas, numa sociedade de “comunismo patriarcal e autoritário”. Mudava a casta, mas mantinham-se o jugo e a opressão. Lenine era, para ele, da “raça dos Robespierre”: se os bolcheviques tomassem o poder, iriam impor uma ditadura comunista. Plekhanov morreria de tuberculose em 1918, certo de que assim seria – e só vira o princípio do filme.

Terror e reféns

No Verão-Outono de 1918 começava o Terror Vermelho, com a liquidação de reféns “burgueses”, como represália pelos atentados contra personalidades bolcheviques. Depois do atentado contra Lenine, em Moscovo, e contra Moisés Uritsky, chefe da Cheka de Petrogrado, 1300 reféns “burgueses”, “inimigos de classe” detidos em campos de concentração, eram executados. Em Setembro-Outubro, mais de 10 mil desses reféns eram mortos pela Cheka, a polícia política bolchevique. Em poucos meses, o novo regime comunista tinha executado mais presos políticos do que o czarismo entre 1825 e 1917.

O terror sistemático marcou a natureza do partido e do regime que salvou. A globalização do comunismo e o receio, na Europa, de que se repetisse a história da Rússia, levaria a uma reacção autoritária preventiva e a uma progressiva militarização da política em Outubro de 1922, com a chegada ao poder, em Itália, do movimento fascista de Mussolini – que depois inspiraria, em versão apocalíptica, o “Reich milenar” de doze anos de Adolf Hitler.

A morte e o processo de sucessão de Lenine saldaram-se com o triunfo de Estaline, que manteve e reforçou o Grande Terror, nos anos 30, a partir do assassinato de Kirov. No pós-estalinismo, os comunistas da Rússia e de todo o mundo, incomodados com as acusações de violação dos direitos humanos, procuraram responsabilizar Estaline – um “homem mau”, um tirano perverso – pela corrupção e degeneração da utopia. O comunismo era bom, mas havia comunistas maus, ou comunistas que não eram bem comunistas ou que não eram comunistas convictos. Só que Estaline era um comunista convicto, como recentemente o vem comprovar o historiador britânico Geoffrey Roberts, em Stalin’s Library – A Dictator and his Books (com publicação prevista para Fevereiro de 2022, pela Yale University Press).

A profecia de Plekhanov realizou-se plenamente: estabeleceu-se uma tirania comunista imposta pelo terror e assistiu-se à substituição de uma elite privilegiada, a aristocracia czarista, pela classe dirigente ou “velha-guarda” do Partido – os privilegiados, cuja existência Yuri Slezkine descreve em The House of Government: A Saga of the Russian Revolution (Princeton University Press, 2017). Mas o novo privilégio instaurado era também ele temeroso da mão pesada de uma qualquer inquisição que, em nome da pureza revolucionária, lhe pudesse cair em cima. Como cairia, a partir de 1936 e dos processos de Moscovo, transformando o privilégio de alguns num calvário de humilhação, sofrimento, confissão e expiação.

Para vencer a invasão alemã, Estaline ressuscitou o patriotismo do povo russo e deu tréguas à Igreja Ortodoxa. No fim da guerra, pela força das armas, estendia o comunismo – misturado com a hegemonia russa – aos países de Leste, do Pacto de Varsóvia. E, em 1949, Mao ganhava a guerra civil e o poder na China.

O comunismo parecia imparável e o socialismo real aparecia como a utopia igualitária das versões da propaganda. Mas não. Era, afinal, uma autocracia, com uma classe política dominante, com o monopólio do poder, da informação, dos privilégios e uma polícia política que vigiava e punia a dissidência de pensamentos, palavras, actos e omissões. E na ausência de economia privada e de sociedade civil, como poderes independentes, era o poder político do Partido Comunista que tudo controlava. E, no entanto, a Constituição de 1936, a Constituição de Estaline, era generosa nas concessões de direitos humanos e poética na linguagem.

Gorbachev e o medo

O medo era tão forte e entranhado na população, o medo geral dos dirigentes e dos dirigidos, dos de cima e dos de baixo, que as leis podiam então dar-se ao luxo de ser tão democráticas e benévolas como agora as proclamações do Secretário-Geral das Nações Unidas.

Com a morte de Estaline, após uma luta de oligarcas, o poder passou para Kruschev, responsável pela repressão do levantamento popular húngaro. Kruschev foi depois substituído por Brejnev, que governou quase 20 anos. Seguiram-se, em breves intervalos, Andropov e Chernenko. Em Março de 1985 chegou Gorbachev que, ao retirar o medo da equação num regime fundado no medo, levou ao colapso do comunismo e da URSS.

Primeiro, foi a sua doutrina de não-intervenção nos países satélites: ao contrário do que acontecera em Berlim, em 1953, em Budapeste, em 1956, e em Praga, em 1968, Gorbachev retirou aos líderes comunistas do Pacto de Varsóvia o apoio soviético para a repressão dos movimentos populares internos. Assim, as resistências da Polónia, com o Solidariedade, e da Hungria, ao abrirem as fronteiras no Verão de 1989, quebraram o tabu do terror. Depois, foi a separação de algumas repúblicas soviéticas. E finalmente, no contragolpe ao golpe dos ortodoxos do Verão de 1991, o poder na Rússia caiu.

Depois da queda, não faltaram sábios a proclamar a inevitabilidade do acontecido. Mas a verdade é que foram muito poucos os futurólogos que não eternizaram a URSS nas suas previsõesEmmanuel Todd que, em 1976, publicara em França La Chute Finale – Essai sur la décomposition de la sphère soviétique, foi a excepção. O livro de Todd constatava o fracasso da economia soviética e analisava as estatísticas oficiais que, mesmo que falseadas, não deixavam de revelar uma sociedade doente, com altos índices de suicídio, de mortalidade infantil, de alcoolismo.

Culpa, autocrítica, confissão de incorrecção, expiação

Além dos fracassos políticos, institucionais e económicos, a grande vulnerabilidade da utopia era ser, precisamente, uma utopia aplicada: um projecto de mudar pela força a natureza humana através de um sistema político. O projecto foi denunciado desde o início por grandes escritores: de Zamiatin, em Nós, a Bulgakov, em Margarida e o Mestre. Não havia eu, havia nós; tudo o que não era ideologia, pensamento correcto, linha do Partido, linha geral, não existia. A censura operava por fora – os bolcheviques tinham começado logo por tomar conta das tipografias e dos stocks e fábricas de papel e por controlar jornais e editores – mas operava também, ou sobretudo, por dentro, inculcando o medo, o sentimento de culpa, a interiorização da culpa, a autocensura, o ímpeto inquisitório ou de denúncia cruzada de quem saísse da linha correcta, da linha do Partido.

Para Nikolai Berdyaev, em As Origens e o sentido do comunismo russo (1937), as raízes da famosa autocrítica estalinista estavam na consciência do homo sovieticus e na tradição do arrependimento penitencial cristão:Nenhum povo do Ocidente viveu com tanta força as questões da penitência. Foi na Rússia, precisamente entre as classes ditas privilegiadas, que nasceu o tipo tão especial dogentilhomme repentant’. Arrependido, não de uma falta cometida pessoalmente, mas da falta geral, do pecado social.”

Há exemplos famosos na história da literatura russa do século XIX: Nicolau Gogol queimou o segundo volume de Almas Mortas por ordem do padre Matvei Konstantinovsky, seu confessor; e Tolstoi, no final da vida, exprimia uma espécie de complexo de culpa de classe, de culpa social, perante os camponeses.

Com a ortodoxia do socialismo e os seus inquisidores a manipularem a burocracia das consciências no “paraíso na terra” em nome do proletariado, os intelectuais e os dirigentes comunistas acusados de desviacionismos exacerbaram esses sentimentos. Alguns, como os condenados dos processos de Moscovo, fizeram-no sob tortura e para tentar salvar as famílias; mas outros, muitos, interiorizaram o escrúpulo de correção, pedindo perdão pela sua condição pequeno-burguesa. Outros ainda, como o famoso Isaac Bábel, foram ao ponto de renegar expressamente as suas obras principais.

Nos tempos finais da URSS, em plena Perestroika, Vitali Chentalinski, escritor e jornalista, conseguiu ter acesso aos processos dos intelectuais e escritores nos arquivos da Lubianka e publicou um livro sobre o tema, em França, em 1993. O livro, Les Esclaves de la Liberté – Dans les Archives Litterairers du KGB, conta a saga dos escritores presos e dos romances, diários íntimos e correspondência apreendidos e destruídos. A autocrítica de Isaak Bábel, o romancista do regime conhecido pelos seus clássicos Cavalaria Vermelha e Contos de Odessa, é particularmente eloquente: “Cavalaria Vermelha serviu de pretexto para exprimir o meu péssimo humor, que não tinha nada que ver com o que se passava na URSS. Daí as descrições forçadas da crueldade e do absurdo da guerra civil, a introdução artificial de elementos eróticos, uma sucessão de episódios turbulentos e chocantes; bem como o total encobrimento do papel do Partido na organização da grande Unidade do Exército Vermelho que foi o Primeiro Exército de Cavalaria, formado por cossacos que não estavam ainda eivados da consciência proletária (…) Quanto aos meus Contos de Odessa, reflectiam o meu desejo de me afastar da realidade soviética, de opor ao trabalho da sua construção quotidiana o mundo semi-mítico e pitoresco dos bandidos de Odessa, cuja descrição romântica levaria, involuntariamente, a Juventude Soviética a imitá-los.”

Em Abril de 1939, preso e em busca de expiação, de purificação e de perdão, Bábel, o “engenheiro de almas” socialista, fazia um derradeiro apelo epistolar ao chefe da NKVD, o terrível Laurenti Béria:

“Cidadão Comissário do Povo, durante a instrução, sem me poupar, movido unicamente pelo desejo de purificação, contei os meus crimes (…) Peço-lhe também que me autorize a esboçar o plano de um romance relatando o itinerário (…) que me levou à perdição e aos crimes contra a pátria socialista. Este livro surge no meu cérebro com um rasgo penoso e impiedoso. Sinto que a dor da inspiração e das forças me voltam. E queima-me a sede de trabalho, a sede de expiar, a sede de estigmatizar esta vida que passei de maneira incorreta!”

Não lhe valeu de muito. Depois de 72 horas de interrogatório, sob tortura, acabaria por confessar-se membro da organização Trotsky e recrutado por André Malraux para espiar para o governo francês.

Guardaram-no no Segredo durante meses, reservando-o, talvez, para um qualquer auto-de-fé do socialismo proletário, um processo de intelectuais dissidentes, igual ao dos políticos e dos militares. Mas, a 26 de Janeiro de 1940, foi subitamente julgado, condenado à morte e executado na madrugada seguinte.

A sua morte foi mantida em segredo durante anos e a sua obra só seria reeditada na URSSS depois do Degelo kruscheviano.

Sob a nova ortodoxia da utopia

Hoje, trinta anos depois do anúncio do fim da União Soviética, e perante a afirmação de uma nova ortodoxia da utopia e de uma nova linha geral da correcção, o espírito e os métodos dos processos estalinistas parecem ter renascido das cinzas ou dos arquivos da Lubianka, com os restauros que o tempo e as circunstâncias impõem, para eivar dos novos dogmas o cidadão comum, transformando-o num censor, num auto-censor, num informador, num delator exemplar. Na nova burocracia da correcção, os comissários políticos globais podem ser mais fluidos, mas revelam-se igualmente hábeis na selecção dos desvios à linha geral, na identificação das incorrecções, dos incorrectos e das vidas incorrectas, na instrumentalização da culpa, da culpabilização, da censura e da autocensura, na instigação à confissão, à acusação, à delação e à condenação. E no silenciamento de tudo o que possa contradizer as declarações humanitárias e as flores de retórica do melhor dos mundos.

A História ensina-nos que é assim que se queimam memórias, escritos, livros, vidas; que é assim que se verga e mata o espírito e se seca o pensamento, sem que neutros e inclusivos amanhãs cantem. Mas o que é a História para quem parece querer voltar a fazer do passado tábua-rasa?

UNIÃO SOVIÉTICA   MUNDO   LIBERDADES   SOCIEDADE

COMENTÁRIOS:

António Pais: Feliz Ano Novo Jaime Nogueira Pinto! As suas crónicas transcendem a sua própria natureza, são verdadeiros artigos de natureza histórica que temos o prazer de ler todas as semanas! Votos de um Bom Ano!  Rui Lima: Pior que ignorantes, são preguiçosos os totalitários vermelhos. Para compreender o fascismo temos de ir a Itália e ver o que fez Mussolini . Eliminou a autonomia do capitalismo, triplica os gastos em obras públicas que ultrapassam os custos da Defesa que para a época é único, parece mais um governo de esquerda. Nenhum poderoso a sério gosta do poder dos fascistas, em Portugal o maior banqueiro Cupertino de Miranda ou o maior industrial Champalimaud não gostam de Salazar e o Salazar deles .     Meio Vazio: Sim, vale a pena ser assinante.      Pedro Ferro: Um bom ano, caro JNP! É uma delícia ler muitos dos seus artigos. Este não foge a essa regra.      José Manuel Pereira: Artigo excelente que me deu imenso gosto em ler e rever o que tem a história para nos contar e ensinar, para quem queira aprender.         Anarquista Inconformado: Mais uma elegia ao caixão vazio, do capitalismo selvagem e destruidor da humanidade. Pobres tontos, com as mãos sujas de sangue.         Maria Augusta > Anarquista Inconformado: Só mesmo de um comuna empedernido e alucinado, apreciador de totalitarismos, miséria  e genocídio desde que claro está,  o genocida seja comuna, pode sair uma bojarda desse tamanho. As tuas mãos  estão  sujas com crimes contra a humanidade!       Rui Lima: Só alguém absolutamente ignorante pode escrever que o fascismo defendia os poderosos tinha um discurso oposto, eu tenho muito medo de todas as ideologias que para sua afirmação dizem defender os pobres apenas querem uma sociedade de pobres e os comunistas nisso foram os maiores . Estas 2 ideologias são semelhantes na sua visão do papel do estado como dono e motor da sociedade só que o comunismo consegue ser mais brutal ver número de mortes e também consegue ser maior no desastre económico,  os 2 são maus mas o comunismo é a dobrar .         josé maria > Rui Lima: Só alguém absolutamente ignorante pode escrever que o fascismo defendia os poderosos  Só alguém profundamente ignorante ou intelectualmente desonesto pode escrever que o fascismo não defendia os poderosos...       Maria Augusta Rui Lima: Tem toda a razão  Caro Rui Lima.         Manuel RB > josé maria: Não foram poucas as desavenças de Salazar com os capitalistas. Salazar, como bem expressa Rui Lima, também gostava dos pobres e dignos. Não creio que Salazar tenha tido como objectivo criar miséria e consequente descontentamento. Já a esquerda, PCP/BE, é o que tentam fazer sempre que podem.  Sobretudo quando conseguem atribuir aos outros, aos "ricos" que ganham acima do salário mínimo, as culpas da miséria            Lickety Spit: Artigo brilhante e certeiro. É de facto deprimente e triste ver o que está a acontecer debaixo dos nossos olhos com a quase totalidade das pessoas a fecharem os olhos e a negarem o que não querem ver.  A Europa, a Nova Zelândia, a Austrália e o Canadá estão já perdidos. Resta-nos alguma esperança nos Republicanos de uma America totalmente dividida.  Não tenho dúvidas que, dentro em breve, seremos todos escravos do regime Chinês.   advoga diabo: Hoje sobrevivem sonhadores da ideologia fascista na sua pureza inicial, de que JNP é ilustre representante, também do regime utópico de Marx subsistem sucedâneos. A adulteração histórica de ambas as ideologias baralhou a sua essência, acabando numa trágica convergência consubstanciada pelo absoluto desprezo pela liberdade e humanismo. Contudo persiste a diferença original, enquanto o fascismo protegia e promovia os poderosos, o comunismo almejava defender os pobres!           Maria Augusta > advoga diabo: "...o comunismo almejava defender os pobres!" ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahah !!!! Não percebeste nada do texto, camarada, a iliteracia e tramada!          Maria Augusta: Excelente texto que expõe com imensa sabedoria a hipocrisia dos tiques totalitários dos "estalinistas" do politicamente correcto da indignação-profissional da xuxo-comunada nacional, no fundo o Homo Sovieticus que tristemente está entranhado na maioria da população portuguesa.        Maria Jose Amaro: Muito Bem, Jaime Nogueira Pinto. Votos de excelente 2022 e mantenha viva a  Coragem da sua mulher extraordinária Maria José Nogueira Pinto.      José Miranda: Obrigado, Jaime Nogueira Pinto, por nos dar com toda a clareza o resumo do comunismo. Sistema diabólico, que ainda hoje é uma terrível ameaça. Ao ler o trabalho sobre as FP 25, tem-se uma pequena ideia do que esses escroques são capazes.          Lickety Spit > José Miranda: FPs-25? Please, se não vê o que está a acontecer no resto do mundo supostamente democrático com a ajuda entusiástica da Big Tech e da CS comprada então desespero ainda mais da cegueira a que as pessoas se votam.          Américo Silva: Bom dia. Falta dizer que a revolução bolchevique só foi possível com o apoio maciço dos judeus, e financiamento e apoio militar ocidental, nomeadamente a defesa do transiberiano por tropas americanas. Foi um óptimo exercício de manipulação e domínio, agora replicado pelo controle da comunicação social, pelo covid, pelo aquecimento global, pelo revisionismo cancel e woke, enfim, algo se perdeu na Rússia para ressurgir em força no ocidente com outras vestes.        Acg: Como sempre, brilhante e factual, também pedagógico no que se refere a obras e autores. Razão tinha M. T. Cícero, "Historia vero testis temporum", a história é a verdadeira testemunha dos tempos, o resto é ficção de quem quer fugir à realidade dos factos, já não digo verdade porque, essa, segundo Nietzsche, não existe, apenas representações, estão aqui, naquilo que efectivamente se passou. Bom Ano.          Rui Lima: Mais um grande artigo de JMN, olho e vejo poucos a fazê-lo tão bem, além de escrever bem tem conhecimentos históricos que dão aos seus artigos e livros outra dimensão. Mas em Portugal um país de canhotos dizer mal do comunismo é um sacrilégio bem haja pela coragem. Um 2022 bom mas acima de tudo que mantenha o seu ritmo de intervenção Com livros, artigos e na rádio é bom para Portugal dar saber ao povo .      Carlos Quartel: A tragédia do século XX, sem dúvida. Uma peste que faz da covid uma brincadeira de crianças. De facto, não passa de um novo nome para uma ditadura férrea, que liquida e prende quem não compreende a mensagem. Tenho para mim que o efeito mais nefasto e permanente é a transformação  do ser humano num ente sem alma, sem personalidade própria, um zombie sem valores, dependente do estado, capaz de delatar o pai ou os filhos por um prato de lentilhas. E o mais grave é que esse estado comatoso de prolonga no tempo. Há 30 anos que os russos não conseguem articular um pensamento político, organizar um partido, com ideias novas, dando lugar ao regresso do desejado pai da pátria, que dá o pão e o chicote. Há a desculpa de se tratar de um povo que nunca conheceu a democracia nem a liberdade, do czarismo ao leninismo e, agora, ao putinamismo. Pobre povo ...

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