E os “porquês” de sempre, explicados com a mestria de
sempre.
Uma campanha triste
Porque é que isto é assim? São muitas décadas de
abandono da cultura política ou de algo que com tal se pareça. São os 20 anos
finais do Estado Novo e os anos que se lhes seguiram de lavagem cerebral.
JAIME NOGUEIRA
PINTO, Colunista do Observador
OBSERVADOR, 15 jan
2022
Dos
debates e dos comentários aos debates para as eleições legislativas resulta uma
certeza: Portugal
continua “na cauda da Europa”. Somos,
claramente, o país mais à esquerda do Continente, em termos ideológicos,
partidários e mediáticos, e na economia e na sociedade sofremos as
consequências disso. Apesar do aparecimento do Chega e da afirmação
conservadora do CDS, o eixo político-partidário português permanece
exoticamente enviesado à esquerda e enfeudado à extrema-esquerda.
O
mesmo acontece com as manifestações mais correntes da opinião disseminada. E não estou só a falar do panorama mental de alguns
comentadores de programas de entretenimento, que chegam a mostrar-se chocados
e surpreendidos por o Papa Francisco ser, afinal, católico; e um “católico
fundamentalista”, que, apesar do carinho repetidamente demonstrado pela líder
do Bloco de Esquerda e pela “opinião evoluída”, ousa lamentar a quebra dos
nascimentos na Europa e o facto de muitos casais não se abrirem à vida,
concentrando em animais de estimação afectos menos exigentes e duradouros. Nem
falo só da boçalidade e ignorância exibidas nas redes sociais e caixas de
comentários ou do grau zero de Humanidades no discurso político. Falo sobretudo
da ausência de política nos debates políticos, onde não há ideias políticas e
muito menos as ideias políticas que hoje contam e dividem o mundo.
O
que ouvimos sobre o mundo, a geopolítica ou a geoeconomia globais? O que é que pensam os partidos portugueses sobre a
nova guerra fria China-Estados Unidos? O que nos dizem sobre a União
Europeia e o debate entre os países defensores de uma Europa mais identitária,
de uma Europa das Nações, e os mais federalizantes? O que propõem quanto
aos eixos tradicionais da política externa de Lisboa – euro-continental,
anglo-atlântico e lusófono? E problemas como o peso do investimento chinês
em Portugal em sectores estratégicos, alguém fala deles? E,
contudo, para um país da periferia euro-americana, cuja sorte dependerá da
evolução do centro, essas são questões determinantes.
Também
não se fala de valores nem de princípios. Os partidos de extrema-esquerda,
como o BE ou o PCP, calam as suas referências históricas trotskistas ou
estalinistas sem que ninguém lhes pergunte por elas. Aparecem
como tranquilos democratas de sempre, preocupados com as liberdades públicas,
com memórias do tempo do “fascismo” e da “ditadura”, que veem reencarnados no
Chega de Ventura ou espreitando no CDS de Francisco Rodrigues dos Santos – os
únicos “demagogos” na sala, entre lágrimas vertidas em directo em prol de
minorias de eleição, num país onde a miséria e a pobreza contaminam já as
classes médias e as maiorias.
Discutir
valores políticos, hierarquizar princípios – a Nação, a Europa, o Mundo, a Liberdade, a
Igualdade, a Vida –, relacionar e equacionar hipotéticos dilemas entre esses
valores, ninguém faz. E introduzir esses valores, ideias e princípios
nas linhas programáticas dos Partidos, também parece ser pouco interessante
para os próprios e para “as audiências”. Assim, a futilidade e o maniqueísmo
perturbam os debates e as teorias da conspiração abrem caminho. À esquerda, ao
centro e à direita.
Depois
dos debates vêm os comentadores, uns mais sossegados, outros mais excitados. Aqui,
com honrosas e conhecidas excepções, imperam o maniqueísmo e as teorias da
conspiração de esquerda, que dão pelo nome de “neutralidade” e “objectividade”.
Quase todos, inteligentes ou básicos – os inteligentes, por causa da vaga
direitista que vai pelo mundo e pela Europa, os básicos, porque são mesmo assim
–, parecem firmemente convencidos de que o Mal está em progresso no universo desde
que Trump e Bolsonaro assomaram ao poder. E é um mal
absoluto, como para os velhos cristãos eram os mafarricos que povoam os
assustadores infernos de Bosch, ou como para os nazis eram os judeus. E sendo a prioridade combater esse Mal Absoluto –
que, evidentemente, encarnou na Direita ou na “extrema-direita” –, vale tudo
para o combater. Por isso, para a legião dos comentadores, o partido de
Ventura, o próprio Ventura e os seus potenciais eleitores são claramente
sub-humanos, Unmensch, e devem ser tratados como tal. A partir daí, ai
de quem ouse esboçar um gesto conducente a uma eventual normalização dessa
espécie de leprosos da política – ou do género humano.
Antíteses à
direita, domínio à esquerda
De
resto, nos partidos que aqui poderiam aproximar-se das direitas europeias – o
Chega dos populares identitários e o CDS dos conservadores democrata-cristãos
–, há coisas que podiam estar presentes e outras que eram dispensáveis. André
Ventura podia dar algum descanso aos ciganos e ao agravamento das penas e
falar da desnacionalização da economia portuguesa, com a entrega de sectores
estratégicos – Banca, Seguros, Indústria – a mãos estrangeiras; ou da
desmoralização de um Estado que prefere oferecer a morte a tratar da vida dos
mais frágeis e desprotegidos. Podia também ser mais claro na rejeição da
regionalização e, em matérias de Justiça, que lhe são tão caras, na denúncia da
desigualdade de acesso à Justiça. E Rodrigues dos Santos, que se tem
esforçado por trazer alguma afirmação de princípios conservadores e
democrata-cristãos ao eleitorado e ao partido conservador e democrata-cristão, escusava
de alinhar com a Esquerda e com a cartilha reinante no insulto pronto e
gratuito ao “fascista André Ventura”.
Olhando
o panorama político, ideológico e económico que fica, não restam dúvidas de que
estamos, de facto, “na cauda da Europa”, como diziam os antifascistas do
antigamente. E nesta “cauda da Europa”, entre o analfabetismo dominante e a
pobreza de ideias, a Esquerda continua a ter espaço de sobra para dominar o
discurso ideológico e ditar a “normalidade”. E reina, não apenas nos
seus dois partidos mais radicais – o PCP e o Bloco – mas no PS e até no PSD,
cujo líder se declara de centro-esquerda. Devemos também ser o único
país da Europa em que o político que pretende representar a direita
conservadora chama insultuosamente “Fascista!” ao candidato da direita popular,
granjeando o aplauso das esquerdas. Pergunto-me se alguém imagina, numa
discussão entre o PCP e o BE, uma troca de insultos paralela – o arremesso de
um “Estalinista!” ou de um “Trotskista!” que seja.
Porque é que isto
é assim?
Porque
é que isto é assim? São muitas décadas de abandono da cultura política ou de
algo que com tal se pareça. São os vinte anos finais do Estado Novo, em que
o pensamento político à direita secou, monopolizado pela figura de Salazar,
glosado pelos acólitos e ignorado pelos tecnocratas; são os anos que se lhes
seguiram de lavagem cerebral e de limpeza ideológica antifascista, com a
submissão das direitas toleradas no pós-25 de Abril aos cânones da esquerda,
por razões de sobrevivência, e a ascensão da direita da Esquerda como única
Direita.
Depois,
a partir do fim da Guerra Fria, Portugal não passou pelos fenómenos que
percorreram as economias avançadas do Ocidente, com a globalização económica e
o globalismo político-cultural das elites neoliberais, que levaram à
desindustrialização da Europa (com excepção da Alemanha) e de parte dos Estados
Unidos.
Com a globalização, a
desindustrialização, a crise demográfica e a abertura das fronteiras às
migrações culturalmente diversas, os povos europeus voltaram a ser sensíveis à
importância da nação, da fronteira e da identidade. A Ocidente, em França, por exemplo, surgiu uma literatura
política realista, centrada em alternativas ideológicas e culturais adaptadas
aos tempos de hoje. Ao mesmo
tempo, da Europa Central pós-soviética à Espanha, despontaram e afirmaram-se,
no governo ou na oposição, movimentos e partidos de Direita, uns mais
nacionalistas outros mais conservadores, mas com um pensamento nacional e
identitário claro, que, entretanto, foi trabalhado e estruturado em livros, em
revistas, em jornais, em redes sociais.
Aqui,
continuamos na Idade da Pedra do antifascismo da ignorância em transição
directa e acelerada para a pós-modernidade da Cultura do Cancelamento, enquanto
os debates políticos ignoram qualquer movimento de ideias na Europa e no mundo
e se desinteressam do que quer que tenha a ver com a Geopolítica do século XXI
ou com a configuração da Europa e as suas decisivas consequências para a
política nacional.
Assim sendo, não admira que os
resultados de 30 de Janeiro não tragam alterações substanciais ao panorama
político nacional – nem que, sob o arco-íris do “vai ficar tudo bem”,
continuemos a ir de mal a pior.
CRÓNICA OBSERVADOR POLÍTICA LEGISLATIVAS
2022 ELEIÇÕES
COMENTÁRIOS:
angelo sousa: Contrariamente à campanha, mais uma vez este seu ensaio é uma alegria e um
convite ao aprofundamento do pensamento livre, pilar de qualquer regime
democrático saudável. Obrigado. Gil Lourenço: Excelente artigo. Os
jornalistas do Observador ao menos que o leiam. Joaquim Moreira: Compreendo perfeitamente que
Jaime Nogueira Pinto considere que lhe assiste achar que esta é uma campanha
triste! Porque em boa verdade, conhece bem a realidade desta sociedade. Que,
depois de 48 anos de “fascismo”, está a outros tantos anos “a caminho do
socialismo”! Onde os partidos de direita eram e são os que, ao que parece,
estão à esquerda do PS! Até o CHEGA nasce de dentro do PSD e do CDS! Por isso,
compreendo perfeitamente, que um historiador da velha direita, esteja também
muito triste e descontente. Mas não pode dizer, que há qualquer diferença entre
o actual PSD e os PSD que já foram poder. Basta só analisar os programas
eleitorais e as políticas reais que fizeram ou vão fazer! E se agora nasceram
novos partidos, como o IL e o CHEGA, a sua razão de ser tem apenas a ver com
oportunidades que viram de ser poder. Depois da Geringonça criada pelo PS
acontecer! Maria
Rita Menezes: Muito bom,
muitíssimo lúcido, parabéns! Cpts e muito obrigada Paulo Orlando: A mole humana é constituída por
pessoas comuns, sem talento ou brilhantismo. Incluo-me nesse lote e
desinteresso-me por cultura, progresso ou grandes causas. A minha cinzentude,
ignorância e irrelevância faz de mim um ser egoísta apenas preocupado com o meu
bem-estar imediato. Feito o retrato do eleitor português, quero lá saber que as
próximas gerações paguem o que devo. Dêem-me é subsídios, aumentem-me a pensão
ou o salário, reduzam-me o horário de trabalho e façam uma selfie. O resto é só
para gente inteligente, aqueles de quem sabemos o nome quando aparecem na
televisão. manuel soares
Martins: J N P faz um diagnóstico
impecável da situação em que nos afundamos e explica muito bem como chegamos a
ela. Texto excelente, no meu entender, sobre a doença que nos mina. Mas qual é
a terapêutica adequada? Ou, como diria Lenine (lagarto, lagarto!) : que
fazer? JOSÉ AFONSO: Porque será que temos tão
poucos Jaime(s) Nogueira(s) Pinto(s). Fazem tanta falta no nosso “deserto”.... Christiana
Baldini: É urgente retomar uma formação
que dê aos portugueses as condições para discutir esses assuntos fundamentais
para eles, que não fazem a menor ideia disso, para conveniência dos políticos
de plantão. Não consigo imaginar o país daqui a 20 anos… Simplesmente
Maria: Simplisticamente falando,
tivemos 50 anos de ditadura protagonizada pelo regime de Salazar em que a
pobreza era generalizada e conotada com a chamada direita. Sem transição, sem
reformas, sem evolução, abruptamente surgiu a revolução protagonizada pela
chamada esquerda que por convicção ou eleitoralismo satisfez as necessidades
mais básicas das populações das cidades e dos campos. Este estigma
direita=pobreza e esquerda=social, está gravada na memória colectiva deste povo
governado por múltiplos azares. Por muitos
mais anos ainda, todas as campanhas eleitorais serão tristes, a não ser que
abruptamente as leis do acaso se cumpram. Acg: Espetacular texto, pode (deve)
ser lido por todos os políticos, sem exceção, é um texto pedagógico sobre o que
já deveria ter sido feito e não foi, arruma de vez com este tipo de debates que
discutem tudo e o seu contrário, num ignorância frenética da chamada ideologia
que é, nem mais nem menos a síntese das ideias que queremos para um mundo
melhor, Europa e Portugal incluídos, bem-estar e qualidade de vida para as populações,
para todos, sem discriminação de qualquer tipo. Espero bem que todos tirem
daqui algum proveito, não há neste texto qualquer disparate de ir a reboque
deste ou daquele, descreve tudo aquilo que devemos fazer mas que, com tanta
confusão e tanta conversa, até nos perdemos N Antunes: Nem sempre concordo. Mas este é
um artigo sério. Falta-nos lucidez. Se perdermos os fundos europeus
acordaremos.. Christiana
Baldini > N Antunes: Pensar nos fundos europeus
quando o autor fala de princípios?? Isso é um abismo! Pensamento
Positivo > N Antunes: Caríssimo: Os "Fundos Europeus" dependem de
uma coisa que são os tratados fundadores da União Europeia e esses estão cá e
vão cá estar ainda por muitos e bons longos anos. Claro que PT vai receber
menos, mas isso também está nesses tratados, pois vamos ter menos população e
pelo menos algumas regiões vão ter alguma convergência com a Europa que lhes
ditarão o fim de alguns desses fundos. Esse não será o problema. O problema é
que neste momento só precisávamos de um pequeno esforço extra na nossa economia
para que essa, com ligeira ajuda dos fundos pudesse suprir as nossas
necessidades. No entanto, se nada for feito, dentro de poucos anos atingiremos
uma situação em que nenhum esforço económico por mais que o queiram fazer junto
com qualquer ajuda que nos possam dar fará com que possamos suprir as nossas
necessidades. Nessa altura seremos um país pária plenamente dependente de tudo
e de todos. Se isso acontecer a coisa pode vir a ser feia... Mas, ninguém
parece muito preocupado com isso. Alguém falou nesta campanha sobre o facto de,
neste momento sermos uma ilha ferroviária, termos um "apeadeiro" para
aviões na Portela, e apesar de termos "só" o melhor Porto de águas
profundas do mundo - o Porto de Sines - sermos uma ilha portuária? Se alguém falou
disso eu não ouvi!... Mas, retirem o cavalinho da chuva os meninos da redução
do IRC: Enquanto não alterarmos o que falei acima PT não terá condições
objectivas nenhumas para ser atractivo para se produzir cá o que quer que seja,
porque não haverá condições de escoar de cá sequer um calhau furado!... Quanto ao resto: Com a prosperidade tudo se
resolve! E quanto aos costumes? Olhem: Nunca fomos uns santinhos... A comissão
para investigar os abusos na Igreja ainda a semana passada tomou posse e parece
já ter uma centena de casos em mãos. Quem diria que isto ainda tem potencial
para vir a ser "lindo" por cá, mesmo com tudo a "levar e
calar" porque "o respeitinho é muito bonito e eu gosto"?... Elvis
Wayne: Excelente crónica, gostaria
apenas de comentar alguns pontos específicos: Quanto à "Questão Cigana" (já me vão apelidar de nazi, eheheh),
admito que o CHEGA! deverá gradualmente dar menos palco ao tema. Mas tal deverá
apenas acontecer após alterações significativas ao RSI, até lá os amantes da
ciganada que tapem os ouvidos. Quanto ao domínio
mediático do comentariado esquerdista, começo a notar um fenómeno curioso, para
dizer o menos. Cada vez mais pessoas se apercebem do tratamento desigual dado à
direita no geral e ao CHEGA! (em particular). Já tenho conhecidos que (tendo
votado PS e PCP!) se queixam das interrupções constantes a Ventura e dos
pós-debates enviesados (o pós-debate a seguir ao confronto com Costa, foi o
exemplo mais gritante). A pouco-e-pouco, até este povo sonolento vai acordando. Relativamente ao estado da direita em si, é verdadeiramente triste o
exemplo dado por Rodrigues dos Santos. Bastava omitir as referências feitas ao
Papa e ao Cristianismo e quase que jurava que era um qualquer bloquista a
falar. É ainda mais deprimente o facto de termos um socialista que se enganou
no partido (Rui Rio) como o "líder" da "Direita".
Geralmente ressalvam sempre o facto de serem da "direita"
"social", por isso só é enganado quem quer. Há esquerda do centrão, nada de novo. Tavares é o lírico, que roga dia e
noite aos céus para ter o tachinho que lhe foi negado nas autárquicas. Catarina
Martins converteu-se ao catolicismo. Jerónimo (Deus o ajude) já sofre de
antecipação pelos resultados eleitorais. Costa, que prepara uma manobra (ou
melhor, "habilidade") digna do nosso saudoso "cherne",
julga mesmo que conseguirá o tacho dourado na Europa. Concordo com o cronista, quando o mesmo aponta que estamos a transitar
diretamente do antifascismo analfabeto à lá anos
70, para a Cultural do Cancelamento (made in USA), que hoje em dia está tão na
moda. E nós lá nos vamos aguentando,
enquanto houver estrada para andar (e dinheiro da Europa para esbanjar). Francisco
Tavares de Almeida: Já escreveu "De Goa ao Largo do Carmo" mas talvez estivesse na
altura de escrever "Do Largo do Carmo ao Largo do Rato". Não vejo
quem o pudesse fazer melhor. Obrigado pelo
excelente artigo. Isabel Gomes: Parabéns! Excelente artigo e reflexão!
José Pinto de Sá: Excelente, como sempre.
Maria Fernanda Sousa: Tanta verdade que é dita aqui,
e o que dizem porque têm tal lavagem cerebral, são as mesmas imbecilidades que
lemos sempre que alguém como Jaime Nogueira Pinto, expõe os males deste país.
Continue a ser um momento de aprendizagem, um ar fresco e saudável, neste país
mesmo na cauda da Europa. Obrigado..
Alberto Ortigão: muito bom Maria
Tubucci: Tudo verdade. Repare na narrativa que está a ser montada, mais
uma vez, para enganar os eleitores: o PSD é perigoso, o CDS é infantil, a IL é
aventureira, o Chega é fascista, só esquerda, o PS é o bom garante
“estabilidade” e o bom, tal como, o PAN (proibicionista), o BE (hipócrita) e o PCP
(retrógrado) e o Livre a nova coqueluche dos inúteis e parasitas. A narrativa da lavagem ao cérebro continua,
agora, a direita quer pôr as pessoa a pagar o SNS, como se elas não o pagassem
com impostos. A S Social investe dinheiro do fundo de pensões na bolsa, mas se
a direita disser que o irá fazer, é logo apelidada de
irresponsável. Enquanto existirem 2 pesos e 2 medidas para avaliar a mesma
realidade, o nosso futuro será a indigência monetária e moral. Estamos na cauda
da Europa porque a CS é 98% virada para a esquerda, foram 50 anos a proclamar a
“moralidade” superior da esquerda, e as pessoas acreditaram, agora é difícil
enxergarem a realidade. Vamos a caminho do empobrecimento geral, excepto a
classe política socialista e afins, mas as pessoas continuam a votar na
esquerda, e a dizerem que estes se preocupam com as pessoas, esperando cheirar
algumas migalhas. Nuno Fonseca:
Este artigo, digno de um
verdadeiro "Velho do Restelo" apenas ilustra a visão distorcida da
realidade do autor. Que desgraçada, parca e turva visão sobre o Portugal de
hoje. acg >
Nuno Fonseca: Só não explica o porquê dessa visão distorcida da
realidade, ou seja, é o verdadeiro socialista(?), sem ofensa para os
verdadeiros socialistas, inculto a largar verdete. servus inutilis > Nuno Fonseca: Chamar velho do Restelo a JNP é sinal de analfabetismo
militante. É de quem não faz a mínima ideia do que significa o 'o velho do
Restelo'. Vítima da ignorância licenciada (anterior e posterior ao 25 de Abril)
pensa o desgraçado Fonseca que velho do Restelo significa reaccionário ou
conservador. Está redondamente enganado, a personagem camoniana representa
exactamente o contrário, o moralismo de um Louçã com a condenação da ambição e
da cobiça, a Europa connosco de Soares com o realista abandono do Oriente para
defesa das praças de África. JNP, com uma dose de irrealismo notável, esteve e
está nos antípodas dessas ideias. Vá, não custa assim tanto, leia Os Lusíadas
4.94-104 e vai ver como é fácil enganar estúpidos. João Afonso > Nuno Fonseca: A "desgraçada, parca e turva visão sobre o
Portugal de hoje", é a mesma que se observa nos índices económicos da UE,
onde a Roménia e a Bulgária nos livram da cauda), do estado da Justiça (ou da
falta dela), da descida no índice Pisa da OCDE, onde saímos da Europa e estamos
ao nível da Turquia, do número escandaloso de 4,5 milhões de pobres (48 anos
depois do 25 de Abril), da miserável prestação de serviços de saúde, em que
quem tem poder financeiro contrata seguros de saúde para recorrer aos hospitais
privados. É aliás sintomático que sejam os funcionários públicos, activos ou
reformados, os que mais recorrem aos serviços privados de saúde. Depois disto, está bem patente
quem é o velho do Restelo!
Gil Lourenço > Nuno Fonseca: Para um socialista está tudo bem. É só ver o atraso do
país. E os outros é que são os velhos do restelo. O Portugal de hoje são mais
meio milhão de pessoas que foram atiradas para a pobreza. Oxalá que você fosse
um desses. Nunca se sabe. Estamos conversados com a sua contribuição altamente
lúcida... José
Anes: dixit et sic est Vitor Batista: Muito bem JNP! um dos maiores
pensadores do nosso tempo. Deve ser por isso que é tão atacado pelas esquerdalhas
fascistas... miguel cardoso: Uma das últimas vozes lúcidas de Portugal. e que
consegue manter o equilíbrio e a inteligência sem quaisquer facciosismos, antes
mantendo a sua visão do mundo e estando atenta à dos outros. É sempre um
bálsamo ler JNP. Só por ele já valia manter a assinatura do Observador. MCMCA A: Admira-se JNP do marasmo
intelectual das ditas elites e não entende porque não reagimos. Fizemos o mesmo
nos últimos anos da ditadura: somos um povo aculturado por séculos de migrações
em que os nossos melhores se foram e ficaram os piores e os que adquirimos
ainda eram piores do que os que ficaram porque achavam que isto era bom.
Virámos o século e continuamos na mesma educados por uma escola que não visa a
excelência mas a quantidade irmanada numa cultura de laxismo em que o que
interessa é ter uma graduação no papel mesmo que quase nada se saiba. Basta
comparar os antigos profissionais formados nas escolas industriais com os
mestrados de agora: a diferença profissional é enorme. Agora temos os bem
falantes vendedores de competências que não sabem aplicar, do outro temos os
profissionais competentes, que pouco falam, mas fazem muito. A geração mais
qualificada de sempre no papel vale menos que os seus pais, e os poucos que são
bons fogem a setes pés deste país. A aculturação e a aplicação das teorias da
escola de Frankfurt deram estes frutos. Américo Silva: Dizia Freitas do Amaral que o
CDS era um partido charneira, e diz André Ventura que o Chega será um partido
charneira. Charneira é aquela peça de um qualquer sistema que vai rodando sem
sair do mesmo lugar. Mau presságio. O CDS será um partido para conservadores,
mas de conservador não tem nada, nem nos hábitos dos dirigentes, nem na sua
navegação tipo submarino, nem no seu humanismo, mais despejar velhotes e vender
as habitações aos estrangeiros. bento guerra: Uma campanha de desgarradas, que
representam a política fabricada pelas televisões, com intervalos
publicitários. Democracia para o "share" e o povo, em concorrência
com o futebol e as novelas. Madalena Magalhaes Colaco: Nunca aqui em Portugal, vamos
ouvir a von der Leyen dizer o que disse à Polónia, quando a ameaçou de não lhe
dar a bazuca se o país não se sujeitasse à constituição europeia. Aqui estamos
nas tintas se a Constituição da Europa viola alguns dos nossos valores
culturais, o que queremos é o dinheirinho e o resto é para fazer o que nos
manda a Ursula. Sem valores culturais, o wokismo é fácil de se alastrar. O
homem novo, que renasce depois de denegrir o branco privilegiado, que constantemente
é obrigado a flagelar-se por actos de um passado colonial, dominam no
vocabulário corrente. É preciso acabar com o homem branco e a sua cultura, e já
não estamos muito longe disso. É preocupante o que se passa nas universidades
com o que se pode ou não estudar. A cultura Ocidental está em vias de se
extinguir e aqui em Portugal queremos lá bem saber disso, o que queremos é o
dinheirinho da bazuca. Como quer que os debates e comentários tenham outro
nível?
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