quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Devemos ser uns para os outros


O certo é que António Costa enfrenta os adversários com muito aplomb, nada de exaltações desnecessárias como as que já mostrou noutras ocasiões, quando a sua cadeira do poder estava apoiada por aqueles que escolheu para parceiros. São só mais alguns dias e a sua imagem, hoje fofa, segundo delicada designação de Raquel Abecasis, retomará a textura tesa que é a da sua preferência, com a vitória que os portugueses fofinhos lhe vão conceder, amantes do ripanço.

Uma maioria Fofa

António Costa sabe que os portugueses o conhecem e promete ser o mesmo a quem os mesmos portugueses não quiseram no passado dar maioria.

RAQUEL ABECASIS, Jornalista e ex-candidata independente pelo CDS nas eleições autárquicas e legislativas

OBSERVADOR, 04 jan 2022

É isto. Não é uma maioria absoluta, nem uma maioria robusta, nem uma maioria clara, nem sequer 50% mais um. É uma maioria Fofa, quanto mais fofa melhor, bom mesmo era ser uma maioria fofíssima.

Isto sim é um programa eleitoral. António Costa é um primeiro-ministro que gosta de ser fofo com os portugueses e os partidos à sua esquerda não o deixam ser tão fofo como ele gostaria. Só há uma solução: dêem-lhe uma maioria só para ele e vão ver quão fofo ele consegue ser para todos nós.

Uma maioria destas é qualquer coisa que nunca experimentámos. Só com essas condições António Costa pode prosseguir o caminho fofo que tem ensaiado nos últimos anos. Qual? Não somos capazes de definir, mas isso é porque ainda não demos essa tal maioria a António Costa.

Vamos lá ver, não vale a pena perguntar como é que o PS se propõe mudar o país sem saber, antes, se o partido consegue a maioria de que precisa. É como na ciência, há que ir experimentando para encontrar a resposta certa. É por isso que não sabemos nada sobre os planos de António Costa, a não ser que ele quer uma maioria… fofa. O resto é surpresa.

Nos debates dos próximos dias vamos encontrar um António Costa bem fofo, sem nenhum interesse em debater com os adversários, a não ser quando estiver frente a frente com Rui Rio. Aí sim, o Primeiro-ministro vai pedir desculpa, mas não vai poder ser fofo, porque do outro lado está um homem muito mau que só quer fazer maldades aos portugueses e isso ele não pode admitir. Com os portugueses não se brinca.

É preciso prosseguir no caminho da melhoria de vida de todos, nem que para isso se tenha que ir buscar os recursos dos outros. Estratégia para o país não há. Medidas para sairmos da cauda da Europa também não. Equipa para trabalhar nem vê-la. António Costa sabe que os portugueses o conhecem e promete ser o mesmo a quem os mesmos portugueses não quiseram no passado dar maioria. Faltava classificar o tipo de maioria ambicionada. É isso que falta ao Primeiro-ministro para fazer agora o que não fez nos últimos anos. Tirem-lhe do caminho o BE e o PCP e vão ver que temos homem. Sabe-se lá se não é desta que a TAP vai ser uma grande empresa, o Novo Banco vai sair do buraco, a Segurança Social vai ser sustentável, a Justiça vai andar sobre rodas, as escolas vão ter as condições que os alunos merecem, o acesso à saúde vai deixar de ser uma dor de cabeça e a carga fiscal vai tornar Portugal num el dorado para famílias e empresas.

Quando for votar no dia 30 não se esqueça: atrás de um homem fofo pode estar uma estratégia frouxa.

LEGISLATIVAS 2022   ELEIÇÕES   POLÍTICA   ANTÓNIO COSTA

COMENTÁRIOS:

josé maria: Uma Raquel fofinha...            Apontador dos FRO€$: Já deu para perceber que o C o s t a l i n e é um tiranete. Não teve pejo em implementar o certificado N A Z I, pelo que convive bem com a discriminação e segregação de Portugueses no seu próprio País. Se dúvidas houvesse, bastaria lembrar sua intenção com a infame, abusiva e ilegal aplicação “stayaway C o v i d” ou expressões, em mau português como é habitual, do género: “… diga a Constituição o que diga…”. Ou seja, para o C o s t a l i n e, a Constituição não é para ser levada a sério.A questão é saber até que ponto irá o C o s t a l i n e levar avante o seu fascismo sanitário. Será nessa ideia abjecta, imprópria de um País dito Democrático, da vacinação obrigatória?           Filipe Costa: Uma crónica fofinha.           bento guerra: Agora aliviado de muitos votos da extrema-esquerda (e respectivas cadeiras parlamentares)           João Ramos:  “Atrás de um “homem” fofo, diz a articulista, pode estar um homem frouxo”, eu diria, não é “pode estar” mas sim ESTÁ um homem frouxo , mentiroso e incapaz de fazer o que quer que seja sem mentir!!!            Ediberto Abreu: Muito bom, mas não acessível à maioria deste pobre povo, que continuar mais iletrado que nunca...agora apareceu a nata dos sanguessugas que vivem à custa do sangue e suor dos que trabalham (e que não querem perder regalias conseguidas pela sua venda às esquerdas) a pedir mais seis anos do mesmo, vamos ver se o veneno por eles fabricado não adormecem todos, inclusive os que tomaram a vacina.            João Floriano: Excelente e nada fofo. O grande trunfo de Costa apareceu por estes dias com  a semana de 4 dias de trabalho. Mas compreende-se: com o socialismo no horizonte cada vez menos investimento, cada vez menos empresas viáveis, cada vez menos empreendedorismo, cada vez menos trabalho. Logo fique-se em casa. O futuro com António Costa coligado ou sozinho é tudo menos um futuro fofo. Experimentem sentar-se sobre aqueles cactos bem espinhosos tipo almofada da sogra: a sensação é  a mesma.           David Pinheiro: Kosta só tem de se concentrar nos 50% que dependem direta ou indiretamente do Estado. E até já alargou o leque para os 15% que irão receber o salário mínimo de 900€ em 2026.          João Floriano > David Pinheiro: É possível que as coisas estejam  a mudar e que a famosa base de apoio constituída pelos funcionários públicos já não seja assim tão sólida como no passado. Há muitos funcionários públicos descontentes com a estagnação das carreiras, com as condições de trabalho. Veja-se as escolas e as carreiras hospitalares.          Acg: Sintético mas excelente e factual, gostei muito, Raquel Abecassis.          Hipo Tanso: Texto carregadinho de uma ironia bem disposta, quase diria fofa. Curto mas muito suculento. Muito bom!           FernandoC: Na “mouche”. Muito bom.

 

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