O certo é que António Costa enfrenta os
adversários com muito aplomb, nada de exaltações desnecessárias como as que já
mostrou noutras ocasiões, quando a sua cadeira do poder estava apoiada por
aqueles que escolheu para parceiros. São só mais alguns dias e a sua imagem, hoje
fofa, segundo delicada designação de Raquel
Abecasis, retomará a textura tesa que é a da sua preferência, com a vitória que
os portugueses fofinhos lhe vão conceder, amantes do ripanço.
Uma maioria Fofa
António Costa sabe que os portugueses
o conhecem e promete ser o mesmo a quem os mesmos portugueses não quiseram no
passado dar maioria.
RAQUEL ABECASIS, Jornalista e
ex-candidata independente pelo CDS nas eleições autárquicas e legislativas
OBSERVADOR, 04 jan 2022
É
isto. Não é uma maioria absoluta, nem uma maioria robusta, nem uma maioria
clara, nem sequer 50% mais um. É uma maioria Fofa, quanto mais fofa melhor, bom
mesmo era ser uma maioria fofíssima.
Isto
sim é um programa eleitoral. António Costa é um primeiro-ministro que gosta de
ser fofo com os portugueses e os partidos à sua esquerda não o deixam ser tão
fofo como ele gostaria. Só há uma solução: dêem-lhe uma maioria só para ele e
vão ver quão fofo ele consegue ser para todos nós.
Uma
maioria destas é qualquer coisa que nunca experimentámos. Só com essas
condições António Costa pode prosseguir o caminho fofo que tem ensaiado nos
últimos anos. Qual? Não somos capazes de definir, mas isso é porque ainda
não demos essa tal maioria a António Costa.
Vamos
lá ver, não vale a pena perguntar como é que o PS se propõe mudar o país sem
saber, antes, se o partido consegue a maioria de que precisa. É como na
ciência, há que ir experimentando para encontrar a resposta certa. É por isso
que não sabemos nada sobre os planos de António Costa, a não ser que ele quer
uma maioria… fofa. O resto é surpresa.
Nos
debates dos próximos dias vamos encontrar um António Costa bem fofo, sem nenhum
interesse em debater com os adversários, a não ser quando estiver frente a
frente com Rui Rio. Aí sim, o Primeiro-ministro vai pedir desculpa, mas não vai
poder ser fofo, porque do outro lado está um homem muito mau que só quer
fazer maldades aos portugueses e isso ele não pode admitir. Com os portugueses
não se brinca.
É
preciso prosseguir no caminho da melhoria de vida de todos, nem que para isso
se tenha que ir buscar os recursos dos outros. Estratégia para o país não há.
Medidas para sairmos da cauda da Europa também não. Equipa para
trabalhar nem vê-la. António Costa sabe que os portugueses o conhecem e
promete ser o mesmo a quem os mesmos portugueses não quiseram no passado dar
maioria. Faltava classificar o tipo de maioria ambicionada. É isso que falta ao
Primeiro-ministro para fazer agora o que não fez nos últimos anos. Tirem-lhe
do caminho o BE e o PCP e vão ver que temos homem. Sabe-se lá se não é
desta que a TAP vai ser uma grande empresa, o Novo Banco vai sair do buraco, a
Segurança Social vai ser sustentável, a Justiça vai andar sobre rodas, as
escolas vão ter as condições que os alunos merecem, o acesso à saúde vai deixar
de ser uma dor de cabeça e a carga fiscal vai tornar Portugal num el
dorado para famílias e empresas.
Quando
for votar no dia 30 não se esqueça: atrás de um homem fofo pode estar uma
estratégia frouxa.
LEGISLATIVAS
2022 ELEIÇÕES POLÍTICA ANTÓNIO COSTA
COMENTÁRIOS:
josé maria: Uma Raquel fofinha...
Apontador dos FRO€$: Já deu para perceber que o C o s t a l i n e é um
tiranete. Não teve pejo em implementar o certificado N A Z I, pelo que convive
bem com a discriminação e segregação de Portugueses no seu próprio País. Se
dúvidas houvesse, bastaria lembrar sua intenção com a infame, abusiva e ilegal
aplicação “stayaway C o v i d” ou expressões, em mau português como é habitual,
do género: “… diga a Constituição o que diga…”. Ou seja, para o C o s t a l i n
e, a Constituição não é para ser levada a sério.A questão é saber até que ponto
irá o C o s t a l i n e levar avante o seu fascismo sanitário. Será nessa ideia
abjecta, imprópria de um País dito Democrático, da vacinação obrigatória? Filipe Costa: Uma crónica fofinha. bento guerra:
Agora aliviado de
muitos votos da extrema-esquerda (e respectivas cadeiras parlamentares) João Ramos: “Atrás de um “homem” fofo, diz a articulista,
pode estar um homem frouxo”, eu diria, não é “pode estar” mas sim ESTÁ um homem
frouxo , mentiroso e incapaz de fazer o que quer que seja sem mentir!!! Ediberto Abreu: Muito bom, mas não acessível à
maioria deste pobre povo, que continuar mais iletrado que nunca...agora
apareceu a nata dos sanguessugas que vivem à custa do sangue e suor dos que
trabalham (e que não querem perder regalias conseguidas pela sua venda às
esquerdas) a pedir mais seis anos do mesmo, vamos ver se o veneno por eles
fabricado não adormecem todos, inclusive os que tomaram a vacina. João Floriano: Excelente e nada fofo. O
grande trunfo de Costa apareceu por estes dias com a semana de 4
dias de trabalho. Mas compreende-se: com o socialismo no horizonte cada vez
menos investimento, cada vez menos empresas viáveis, cada vez menos
empreendedorismo, cada vez menos trabalho. Logo fique-se em casa. O futuro com
António Costa coligado ou sozinho é tudo menos um futuro fofo. Experimentem
sentar-se sobre aqueles cactos bem espinhosos tipo almofada da sogra: a
sensação é a mesma.
David Pinheiro: Kosta só tem de se concentrar nos 50% que dependem
direta ou indiretamente do Estado. E até já alargou o leque para os 15% que irão receber
o salário mínimo de 900€ em 2026. João Floriano > David Pinheiro: É possível que as coisas
estejam a mudar e que a famosa base de apoio constituída pelos
funcionários públicos já não seja assim tão sólida como no passado. Há muitos
funcionários públicos descontentes com a estagnação das carreiras, com as
condições de trabalho. Veja-se as escolas e as carreiras hospitalares. Acg: Sintético mas excelente e
factual, gostei muito, Raquel Abecassis. Hipo Tanso: Texto carregadinho de uma
ironia bem disposta, quase diria fofa. Curto mas muito suculento. Muito bom! FernandoC: Na “mouche”. Muito bom.
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