quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Mais um


Texto que nos enche as medidas - quer pela qualidade da análise que nos remete também para o paralelo com a personalidade – única – de Pedro Passos Coelho (que não deveria depor nunca as armas, tal como não o fez o seu antepassado Condestável NÁP, de uma “Ditosa pátria que tal filho teve!”, pese embora a maior “competência belicista” com que PPC teria que arrostar hoje, do que a castelhana, que o seu antecessor enfrentou) – quer pelo sentido crítico em que MJA é useira e vezeira, no seu discurso de saber e de sabor.

 O maratonista

De Sá Carneiro a Passos Coelho é a primeira vez que o líder do PSD elege o “centro” como lugar fixo, que não é o mesmo que lugar reservado porque pode já lá estar Costa. Um caso a seguir absolutamente

MARIA JOÃO AVILLEZ

OBSERVADOR,12 jan 2022, 00:2059

1Um senador do PSD certamente cansado – ou pior ? – de me ouvir dizer que o seu partido fazia um erro nestas eleições ao não ter constituído e liderado uma ampla frente eleitoral do centro à direita, mandou-me um sms – muito cordial, de resto. Onde me detalhava com cópia de pormenores e a paciência de um professor as razões: o CDS era “uma inexistência eleitoral”, com um líder “sem qualquer credibilidade na opinião pública”. Comecei por estranhar a evocação da opinião pública como argumento político dada a persistente confusão entre opinião pública e publicada. A primeira torna difícil que se argumente com ela por falta de dados fiáveis; a segunda, é quase invariavelmente fabricada pelo ar do tempo, a espuma dos dias, a aparência das coisas. Ou o acessório que nunca é essencial.

Depois também estranhei que o generoso sms do meu interlocutor quase só se focasse no CDS e quase nada nesta estreia no PSD: a escolha -determinada e convicta do “centro” como ponto cardial, dali não se arredando pé. (E não é certamente o “estado” do CDS que sozinho pode explicar a escolha.) Desde que eu me lembro, de Sá Carneiro a Passos Coelho, julgo ser a primeira vez que um líder do PSD assim age: o “centro”, como lugar fixo (que não é o mesmo que lugar reservado porque pode já lá estar António Costa), preferindo soltar toda a direita, à sua direita – dando-lhe espaço, vitaminas e fôlego – a juntá-la.

2Foi uma mudança de identidade. Não “se” terá dado muito por ela porque o PSD nunca usou cartão de identidade claro – sempre lá couberam conservadores, sociais democratas, ateus, católicos, maçons, liberais, sociais-cristãos, com as vantagens e desvantagens dessa singular “natureza” política. Onde o PSD costumava ser o motor de arranque de coligações ou frentes eleitorais que inspirava e liderava, abertas ao seu centro direita e ao seu centro esquerda, que agregavam, ampliavam, revitalizavam, esperançavam. Seduzindo o voto útil. Propiciando a criação daquele “momento” político que de repente transporta e anuncia uma mudança. Rui Rio não quis fazê-lo, está no seu pleníssimo direito, é o chefe das tropas, ganhou três batalhas internas, não se saiu mal das recentes autárquicas. E é sobretudo um maratonista. Ancorou num “lugar” para o qual considera que muitos irão convergir. Não sei se a estratégia cortará a meta em primeiro lugar; ignoro se o que pode estar em curso não será afinal a “agregação” do indisfarçável cansaço disseminado na sociedade portuguesa ; não sei o que Rui Rio fará da vitória se a tiver e como a irá gerir. Sei que um dos factos políticos mais interessantes (o mais interessante?) da corrida 2022 é precisamente o caso Rio. O maratonista Rui Rio.

3As histórias contam-se desde o princípio: foi sob a liderança de Rui Rio no PSD que a Iniciativa Liberal, a Aliança e o Chega viram a luz do dia. É um facto político e não uma constatação.

Ou seja, as sementes que o actual líder do PSD foi deitando á terra – pouco apreço e pouca convergência com o espaço à sua direita – e o modo como durante três anos ia adubando esse o solo, originaram três partos partidários, no espaço à sua direita. Pego no Chega, é o meu ponto aqui. Dir-se-á que era uma questão de tempo. Ou que os dias estão hoje para populismos e extremismo. Talvez: há quem se sinta indefeso perante a vida, angustiado face ao futuro e ressentido com isso. Há. Proponho porém um exercício: se olharmos as coisas como elas foram no tempo de Pedro Passos Coelho, seria muito mais expectável ou pelo menos mais verosímil que tal “erupção” populista tivesse ocorrido nesse duríssimo tempo político-partidário. Mas não: apesar dos tremendos sacrifícios impostos aos portugueses pela irresponsabilidade da herança socialista, o então primeiro- ministro saiu incólume: o populismo não teve lugar. Nenhum populista que hoje beija o chão que Ventura pisa encontraria eco e guarida no tempo da coligação PSD/CDS. Apesar da rudeza e aspereza daqueles anos, do implacável cerco da troika, das esquerdas, da media e da direita beta (a das salas), a natureza da liderança política do então primeiro ministro nunca, como dizer?, propiciou o crescimento das sementes do extremismo populista. Ou não existiam, ou ele tomou conta delas, adubando-as de outro modo.

Face ao ponto a que as coisas chegaram e ao ponto a que podem vir a chegar, não seria má ideia acrescentar à história governativa (a verdadeira) de Passos Coelho – contas certas, um país a crescer, dispensa da última tranche do empréstimo, inexistência de um segundo resgate e umas eleições ganhas — acrescentar, dizia, um lembrete que dissesse “o populismo não entrou em cena, extremismos só houve de um lado”.

O mesmo de sempre.

4Nunca percebi que ninguém no país revele estranheza, se interrogue, se manifeste, ironize, se indigne, com o facto de as extremas-esquerdas serem levadas ao colo com carinhoso desvelo por quase toda a media e a extrema-direita só apanhe porrada. As primeiras são imaculadamente levadas a sério e tidas como democráticas (sem aspas), a outra escorraçada do seu direito de cidade. Pertencer à extrema -esquerda deve ser tão natural como respirar, citá-la é obrigatório, frequentá-la é uma honra. Falar “de” ou “com” a extrema-direita apela á perseguição e impõe denúncia nacional. Uma obsessão que tendo-se tornado um tique, impede, isso sim, um mínimo de racionalidade na análise, no julgamento, na apreciação política de alguém ou de algum programa. Não evoco a falta dos serviços mínimos da seriedade intelectual (é lá com eles) apenas lembro que a política detesta a irracionalidade.

Como se explica politicamente que se deva gritar de raiva sobre uma fictícia ameaça de “prisão perpétua” — que nunca veria a luz do dia, qual o governante que consagraria aquilo em lei? — e que não se conheça nem um som sobre os detidos que jazem esquecidos e de vez nas masmorras de ditadores populistas, aplaudidos, citados e seguidos (Venezuela)? Ou sobre as vítimas de ditadores de aço, como o jornalista da Bielorrússia, obrigado recentemente a sair de um avião em escala não prevista nesse voo e até hoje metido numa cela sem que pareça haver rasto dele?

Silêncios bem-sucedidos, aparentemente.

Para quem se presta a eles tão docilmente, não admira.

LEGISLATIVAS 2022   ELEIÇÕES   POLÍTICA   PSD

COMENTÁRIOS:

Maria Rita Menezes: Muito bom! Artigo muito lúcido e corajoso. Parabéns! Muito obrigada. Cpts         João Ramos: Muito bem Maria João!!!          josé maria: Sá Carneiro quis integrar o PSD na Internacional Socialista. Isso diz-lhe alguma coisa, MJA ?           João Ramos > josé maria: Questão meramente táctica e circunstancial da época!           Ping PongYang > João Ramos: Quem se julga você para interpretar ? Por outro lado é perfeitamente conhecida o desprezo a que o Doutor Sá Carneiro votava a cábulas parasitas da laia do paçólas vadio, não é? "Nunca trabalho à noite. À noite as pessoas divagam" FSC O paçòlas é nunca antes das 11 da madrugada...           Vitor Batista > Ping PongYang: Já marcou consulta? ou não tem médico de familia?         Ping PongYang > Vitor Batista: Pergunte antes à "Tia" Avidez. Foi ela que misturou um cábula vadio com o Doutor Sá Carneiro...           Norma Lobo > Vitor Batista: ESTA TARADA...FICOU KO..NAO QUERIA O RIO..VA DAR UMA CURVA  SRA...PSD Ė CENTRO......SEMPRE FOI          Elvis Wayne > Ping PongYang: agora, Pong, cada vez mais fico preocupado com a sua saúde psíquica e não estou a brincar. Apanhe mais ar fresco e faça como eu, ignore este folclore em torno dos debates. Não sei se o dr.Passos Coelho bateu na sua mãe ou ofendeu o seu pai, mas que essa obsessão é estranha é um facto. Recomendo descanso e papas de sarrabulho.            manuel menezes: É a melhor e isenta análise feita à atual situação política que estamos a viver em vésperas de eleições.        Gui Mascarenhas: Basta ver o Costa nos debates, assim que é confrontado a sério fica nervoso e sem resposta, ou faz ataques pessoais despropositados e ineficazes. Se tivesse tido uma oposição a sério nos últimos anos hoje já não seria PM.          Adolfo Dia Safio: A Doutora MJ Avidez conspurca torpemente a memória de Sá Carneiro ao associá-lo numa mesma frase a uma pilha de dejectos. Estas "visões" "aristocráticas" anti-Rio já chateiam, não acha ?        Alberico Lopes: Mais uma boa crónica de Maria João! Que nos deve fazer pensar!          joao lemos: excelente análise! Infelizmente o País não vai mudar nada. Os portugueses já se habituaram ao rame-rame diário e desde que vivam nos mínimos e sem aborrecimentos , as falências nacionais de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos não os incomodam, nem sentem vergonha que passado esse tempo  estejam outra vez de mão estendida! provavelmente esta nossa Pátria (ainda não é proibido....) já é bem diferente do imaginário em que fui educado e por certeza o mesmo da MJA        Fernando Prata: Excelente artigo. Para mim sempre foi evidente que, com a continuação de Passos Coelho no governo, o Chega nunca teria visto a luz do dia. Pelo menos, com André Ventura.        Joaquim Rodrigues: O “centro” não é uma realidade social e eleitoral estática como pretende a Senhora M. J. Avilez. O “centro” não se conquista usando sempre a mesma “receita”, Senhora M.J.Avillez. Rui Rio tem a responsabilidade histórica de abrir espaço ao eleitorado democrata do PS e do “centro”. Depois de o Costa ter traído o seu companheiro de partido José Seguro e de ter traído o voto da maioria dos eleitores do PS, ao aliar-se, contranatura e contra qualquer lógica democrática, com os inimigos da liberdade, da democracia e da União Europeia, Rui Rio tem o dever e a obrigação de oferecer uma alternativa de voto a esses eleitores. Ou será que esses eleitores devem ser abandonados aos apelos de grupelhos populistas ou à abstenção? Rui Rio tem a obrigação, o dever e a responsabilidade de manter esse eleitorado no campo da democracia liberal, deixando ao Costa o encurralamento no ghetto em que se meteu, ghetto esse, cada vez mais estreito onde agora já só cabe o Rui Tavares e o Partido dos Animais. O caminho que o Costa escolheu para salvar a sua carreira política, torna-se cada vez mais claro, foi o caminho da desgraça do PS, como o futuro nos mostrará, mas acima de tudo, da desgraça do País. Quantas mais as propostas do PSD ao PS para apoio Governativo e para a realização de reformas estruturais, melhor se vê a natureza do Costa porque mais descarada se torna a sua fuga, agora para os braços do Rui Tavares e do Partido dos Animais. A democracia só tem a ganhar com essa clarificação política mostrando quem são os seus amigos e os seus inimigos.        Carlos Castro > Joaquim Rodrigues: Concordo plenamente. O espaço deixado vazio do CDS não é para ser ocupado por um PSD. O PSD tem mais a ganhar empurrando o PS para a radicalização que Costa iniciou com as suas alianças e que os credores seguem com desconfiada atenção. Se a IL ou outro partido fundado nas teses do avanço civilizacional se tornar um projecto bem entendido pelas novas gerações, encurralará o populismo do Chega e esvaziando-o onde apresenta alguns argumentos, poderá levar a todo um movimento tectónico a empurrar as placas das esquerdas para um fundo inexorável a que estão destinadas em Portugal como no resto do mundo. A estratégia de Rui Rio convém ao PSD e convém a Portugal, mas ainda assim eu votaria IL se não fosse o caso de ser português de segunda em termos eleitorais (sou não residente, votar é difícil e não conta para nada).         Gabriel Moreira: Bem haja MJA. Dos poucos que fazem justiça à governação séria de Passos Coelho.          João Mourinho: Mais uma diaconisa a debitar uma homilia anti-Rio. A verdade é que Rio tem um excelente programa (o melhor), feito com pés e cabeça, sem ilusões e alertando os portugueses para as várias condições. Isto é como se deve governar um país: não infantilizando a população, mas explicando as opções, e alertar para os riscos. Rio não podia ser o mais oposto possível de Costa! Costa promete desde as vacas voadoras, ao aumento de 20% do salário médio (como se fosse ele que o aumentasse). Costa é o discípulo de Sócrates em termos de promessas (lembram-se da promessa dos 150 mil empregos?).        João Afonso > João Mourinho: João, concordo com tudo o que escreveu, mas há um factor que não considera e que será fundamental para determinar qual o vencedor nas próximas eleições  (aliás, em todas as eleições).  Quantos dos votos expressos são imputáveis aos "programas" eleitorais? E quantos votos resultam do carisma do líder, da sua retórica política, dos sound bites, dos slogans, dos lemas de campanha? A esquerda tem maioria parlamentar, não pelos seus "valores" serem superiores (não há um único bom exemplo de país governado com tais "valores"), mas porque domina a retórica política com mestria, para lá do domínio dos mídia e do comentariado. É isto a política. A qualidade dos programas podem ser importantes numa hipotética reeleição, na medida em que o impacto da acção governativa na vida das pessoas é percebido como positivo ou muito positivo. Mas para conquistar a maioria, são necessários atributos de liderança, para lá de outro atributos políticos, que, em minha opinião, faltam clamorosamente a Rui Rio.  Uma coisa pode ser constatada, quando o PSD teve líder carismático, ganhou sempre, algumas com maioria absoluta.         Jose Costa: Gostei de ler mas não concordo com a razão do aparecimento dos partidos de direita ser o PSD. Penso que terá sido pela indefinição ideológica e posicionamento ao centro do CDS que deixou órfão o espaço da direita e possibilitou esse aparecimento       Maria José Fernandes: A Maria João Avillez não cessa de escrever contra Rui Rio, desde que ele foi eleito líder do PSD, porque, ao que se vê,  não gosta dele! Ponto. Tem direito de não gostar! Haverá milhentas pessoas que também não gostarão da Maria João Avillez!. Porém, não é de todo correcto o que escreve: " foi sob a liderança de Rui Rio no PSD que a Iniciativa Liberal, a Aliança e o Chega viram a luz do dia."  Fui aos respetivos sítios oficiais conferir e a IL, foi fundada em Setº de 2016 e formalizada no TC em Setº 2017. Rio só foi eleito líder em Fev. 2018. Q.to ao Aliança, se  resultou da perda da liderança de  Santana Lopes para fazer um partido de direita, veja-se o resultado que teve em 2019.  Já o CHega, partido unipessoal de AV, nasceu, em 2019, não para  ser um partido de direita, mas, segundo escrito na página do mesmo " romper com os poderes instalados e com o politicamente correcto"!  Portanto a tese de MJA não parece sustentada. Talvez devesse optar por outros temas de mais utilidade para os leitores.         Vitor Batista > Maria José Fernandes: Rio é um tipo perigoso, sofre dos mesmos tiques totalitarios do amigo costa.        João Afonso > Maria José Fernandes: Seria hilariante que se encontrasse escrito nas páginas dos novos partidos qualquer coisa como: " nascemos porque Rui Rio tem vergonha da direita, não se revê em nenhum dos valores da direita, é um socialista que calhou inscrever-se no PSD, e não sai porque já é tarde para isso"         Vitor Batista: Não gaste tinta Maria João, por mim digo que passei a pertencer à "extrema direita "com muita honra e orgulho, aquele que nunca consegui ter com a extrema esquerda "democrática" e com os xuxalistas corruptos, ladrões e nepotistas.  São factos.       Carlos Vito: Certeiras as suas observações. Também nunca percebi por que razão a comunicação social destaca a bondade das propostas e iniciativas da extrema-esquerda e destrata sistematicamente, já não digo as da extrema direita, mas simplesmente as da direita. Ser de direita é um opróbrio, uma atitude miserável da parte de meia dúzia de privilegiados (não é o meu caso), que apenas pretendem explorar o povo. A esquerda, pelo contrário, detém o exclusivo do bem público, da honestidade, do progresso económico e social. A própria forma como os entrevistadores na TV tratam aqueles que são considerados de esquerda, com todos os cuidados e de forma melíflua, contrasta com a forma agressiva com que a direita é (des)tratada. Pois eu não tenho vergonha de me afirmar de direita, nem tenho menos preocupações sociais do que os que se consideram de esquerda. É uma ilusão em que muitos vivem e outros receiam.        Phi Moralia > Carlos Vito: Concordo com o que diz. A esquerda e melhor tratada do que à direita nos órgãos de comunicação social, e, pasme-se até mesmo em órgãos de comunicação social detidos alegadamente por gente de direita. Dito isso, existe uma direita arrogante e privilegiada que gosta de vir escrever umas crônicas porque sim e achar-se muito erudita. Não gosto. Uma direita de integridade e trabalho sim. Uma direita de privilégio não. Simples.       Pedro Pedreiro > Phi Moralia: Concordo. Também existe uma direita hierarquizante e parasita que nunca trabalhou e se acha mais do que os outros. Os ingleses diriam "entitled". Eu diria meta-monárquicos. De resto a simpatia pela esquerda deve-se ao trauma do Salazarismo, erradamente conotado com a direita porque foi essencialmente combatido por grupos de esquerda. Também o 24 de Abril ficou associado à Esquerda. A esquerda tem um discurso apelativo para o incauto pois promete a utopia e a igualdade. O povo incauto não entende que não existe e nunca existirá outra igualdade que não a da quinta dos animais: haverá sempre uns mais iguais que outros. A esquerda não quer acabar com os ditadores, apenas quer substitui-los. A direita com a sua bandeira de liberdade confunde os incautos, que associam a egoísmo, selva capitalista ou darwinismo social. Precisamos de um líder de Direita que leve a bandeira da Liberdade a par com a Igualdade no sentido de maior justiça social. Rui Rio pode no íntimo ser assim. Mas como líder da oposição não o demonstrou. Com todos os defeitos, penso que seria um ótimo primeiro-ministro.  Até porque pior que o temos não fica.😁         Gil Lourenço > Carlos Vito: Porque a direita em Portugal é envergonhada e complexada e nunca fez a batalha cultural e ideológica. Por isso é destratada! É culpa dela também. E porque a esquerda foi-se instalando nas tvs e outros meios de comunicação com o aval da dita direita. Porque a esquerda e a extrema-esquerda nunca foram seriamente confrontadas com as suas misérias e totalitarismo como tem sido agora com o CH! E porque é você mesmo que autofagicamente chama de extrema-direita ao CH. Antes chamavam ao CDS. E porque a "direita" apenas se preocupou com economia (a direita dos interesses). Nunca foi popular. Uma anomalia nacional ou europeia: um partido social-democrata dizer que é de direita ou do centro ou de esquerda

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