quinta-feira, 12 de junho de 2008

JULIEN LEPERS E “QUESTIONS POUR UN CHAMPION”

Julien Lepers é, há muito, um ídolo para mim. O maior ídolo. Juntamente com a Larousse que distribui enciclopédias e livros de cortar a respiração pela sugestividade dos títulos, juntamente com a sua Equipa que produz as perguntas de “Questions pour un Champion”, caracterizadas pela gradação dos dados apresentados numa progressiva abertura para a sua decifração, é o seu apresentador que aqui distingo, na beleza e elegância da sua figura – e das suas gravatas – na sonoridade e clareza da sua dicção, expressão de uma intelectualidade real, na simpatia e alegria natural que irradia, sem qualquer jogo exibicionista. O programa, constituído por três fases – “Neuf Points Gagnants”, com quatro concorrentes iniciais, “Quatre à la Suite”, com os três vencedores da primeira fase, e o “Face-à-Face” final entre os dois vencedores da segunda, o que for apurado poderá receber dinheiro ou continuar até a uma possível quinta vitória que lhe granjeará prémios valiosos – “La Cagnotte”.
A Internet mostra a descrição do programa e de outros em que Julien Lepers colaborou ou colabora. Mas é ao impacto do programa “Questions pour un Champion” que faço referência, a esse programa da “France 3”, que vejo diariamente e religiosamente pela TV5, que me informa sobre a difusão de Clubes de “Questions pour un Champion” na França e Pays-Bas, sobre os Concursos entre Escolas francesas e entre Países mais ou menos francófonos, sobre o prazer das centenas e milhares de pessoas que de longe ou de perto lho exprimem com a mesma admiração que sinto, sobre a irradiação cultural que, em suma, ele veicula no seu país e no mundo inteiro, e que me fazem desejar que surgisse no nosso país um concurso semelhante, patrocinado por livrarias, que despertassem nos nossos jovens a motivação para um saber apoiado em perguntas gradativamente decifráveis, de temas variados do conhecimento e não as de resposta assente numa escolha múltipla, cansativamente arrastada. Talvez que um concurso assim obstasse à inanidade absurda dos diálogos novelescos dos jovens – e tantas vezes adultos – actores portugueses, levando os directores das telenovelas a uma maior racionalidade na criação das intrigas e respectivos diálogos. Talvez que um concurso assim conduzisse, “à la longue”, embora, os nossos jovens, a uma maior seriedade, a uma maior responsabilização, a uma expressão vocabular que não envergonhasse pela vulgaridade ou pelo “atitudismo” desprezador dos valores do bom senso e do bom gosto.

12/06/2008

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