Eu acabara de ver, no canal Memória, um filme da Agatha Christie, sobre mais um mistério criminal decifrado pela esperta Miss Marple, a quem a vida folgada de solteirona, na aldeia St. Mary Mead – e chamo a atenção para esse facto, a vida matrimonial geralmente de menor competência na questão do folguedo – mas também a sua inteligência e a sua curiosidade habituaram a descodificar os vários ângulos da humana natureza com que ajudou, por analogia comportamental, os detectives seus amigos encarregados dos crimes acontecidos, a descobrirem o criminoso.
Era meia noite, noite de sombria previsão da tempestade que, neste momento, assola o nosso litoral atlântico, com violentos coriscos e trovões.
No Canal TVI24 Marques Mendes apresentava, em fúria grande e sonorosa, a sua tese de que, contrariamente à explicação também sonorosa de José Sócrates sobre o poiso de Teixeira dos Santos no dia 25 de Abril a trabalhar com a troika para bem da nossa Nação, isso se tratava de inqualificável mentira – só mais uma – do PM, pois Teixeira dos Santos não trabalhara, de facto, no dia dos Cravos, fora visto, muito simplesmente e sem troika, na sua casa de Vila Nova de Cerveira, bem distante, lá no Minho. E explicava Marques Mendes, com figurada tuba canora e belicosa, que a razão por que o Ministro Teixeira não comemorara o 25 de Abril em Belém, com os demais barões assinalados, fora apenas por uma razão política, de incompatibilidade entre o Ministro do Estado e das Finanças e o próprio Engenheiro Sócrates.
E Marques Mendes depreendia com isso como Sócrates estava só, sem Teixeira, sugerindo que assim ia também, tal como o outro, emborcando a sua cicuta, mas mais devagarinho, para a vomitar depois sobre nós outros.
E a voz de Mendes alastrava, lembrando, ponderando, concluindo. Miss Marple sempre se insinuou discretamente, encaminhando o pensamento dos amigos que pediam ajuda à sua argúcia. Mendes impunha categoricamente.
Mendes sabe, Mendes impõe. Também com argúcia.
E assim nós, que vivemos em dúvidas perenes, para sabermos o que aconteceu realmente ao nosso Ministro das Finanças, como o que aconteceu mesmo a todo este nosso país, deveremos fazer a pergunta que fez um certo moribundo, acordando momentaneamente do seu desmaio, a um Bobby que o encontrou, no livro de Agatha Christie “Why didn’t they ask Evans? – “Porque não perguntaram a Evans? ”
Mendes tem as respostas todas, perguntemos a Mendes.
Porque não perguntamos nós a Mendes?
Era meia noite, noite de sombria previsão da tempestade que, neste momento, assola o nosso litoral atlântico, com violentos coriscos e trovões.
No Canal TVI24 Marques Mendes apresentava, em fúria grande e sonorosa, a sua tese de que, contrariamente à explicação também sonorosa de José Sócrates sobre o poiso de Teixeira dos Santos no dia 25 de Abril a trabalhar com a troika para bem da nossa Nação, isso se tratava de inqualificável mentira – só mais uma – do PM, pois Teixeira dos Santos não trabalhara, de facto, no dia dos Cravos, fora visto, muito simplesmente e sem troika, na sua casa de Vila Nova de Cerveira, bem distante, lá no Minho. E explicava Marques Mendes, com figurada tuba canora e belicosa, que a razão por que o Ministro Teixeira não comemorara o 25 de Abril em Belém, com os demais barões assinalados, fora apenas por uma razão política, de incompatibilidade entre o Ministro do Estado e das Finanças e o próprio Engenheiro Sócrates.
E Marques Mendes depreendia com isso como Sócrates estava só, sem Teixeira, sugerindo que assim ia também, tal como o outro, emborcando a sua cicuta, mas mais devagarinho, para a vomitar depois sobre nós outros.
E a voz de Mendes alastrava, lembrando, ponderando, concluindo. Miss Marple sempre se insinuou discretamente, encaminhando o pensamento dos amigos que pediam ajuda à sua argúcia. Mendes impunha categoricamente.
Mendes sabe, Mendes impõe. Também com argúcia.
E assim nós, que vivemos em dúvidas perenes, para sabermos o que aconteceu realmente ao nosso Ministro das Finanças, como o que aconteceu mesmo a todo este nosso país, deveremos fazer a pergunta que fez um certo moribundo, acordando momentaneamente do seu desmaio, a um Bobby que o encontrou, no livro de Agatha Christie “Why didn’t they ask Evans? – “Porque não perguntaram a Evans? ”
Mendes tem as respostas todas, perguntemos a Mendes.
Porque não perguntamos nós a Mendes?
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